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SOM NAS IGREJAS

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SOM NAS IGREJAS

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Sumário
Ano. 19 - novembro / 2012 - Nº 216

88
44
Os 40 anos do Projeto Aquarius
Técnicos de som contam os desafios de
sonorizar o projeto, realizado ao ar livre na


praia de Copacabana.
NESTA EDIÇÃO
Com a quinta edição lançada 16 Vitrine 38 Gramophone
oficialmente em outubro, o Rock A nova guitarra da Cort, Antes ignorado no mercado bra-
inspirada na guitarra-machado sileiro, Arthur Verocai agora vi-
in Rio, que acontece em de Gene Simmons, e os novos rou ícone entre os mais descola-
setembro de 2013 na capital falantes da JBL Selenium são dos que adoram um som mais
umas das novidades. experimental.
fluminense, ganhou uma
merecida coletânea onde foram 26 Rápidas e rasteiras 54 O som dos PAzeiros
A fusão entre duas locadoras de Na segunda reportagem da sé-
documentados os shows das áudio baianas e entre duas rie conversamos com Biggu e
principais bandas brasileiras grandes gravadores. com Alexandre Rabaço.

que subiram ao palco do 30 Gustavo Victorino 84 A nova escola do baixo


festival. Durante entrevista à Um projeto que prevê redução Um anel transmissor de ondas e
de impostos sobre a produção e um receiver wireless capaz de
Revista Backstage, Marco converter e enviar o sinal pa-
importação de instrumentos
Mazzola contou como foi o musicais está passando desper- ra pedais de efeitos produzin-
cebido pelo Congresso Nacional. do sons variados e diferentes.
processo de documentação e
recuperação desses shows. 32 Play-rec 102 Expocristã
Feira mostra que mercado gos-
Confira ainda como foram Mais um trabalho do Brasil
pel busca cada vez mais se tor-
Papaya e o novo álbum do coral
configurados os sistemas de som nar profissional.
Calíope, em homenagem a
e de microfonação de um dos Villa-Lobos, são umas das boas 104 Som nas Igrejas
indicações do mês. Ponto turístico do Rio de Janei-
eventos mais tradicionais da
praia de Copacabana, 34 Espaço Gigplace ro, o Santuário de Nossa Senho-
ra da Penha, no bairro de mes-
Em entrevista, Luiz Porto conta mo nome, ganhou projeto com
o Projeto Aquarius. como é a profissão de Manager caixas da K-Array para a sua
Tour, responsável por gerenciar Concha Acústica.
Danielli Marinho todas as etapas de uma turnê.
Coordenadora de redação
Lightin Week Brasil
Em novo local, maior feira de iluminação do Expediente

94
Brasil recebe mais visitantes e expositores. Diretor
Nelson Cardoso
nelson@backstage.com.br
Gerente administrativa
Stella Walliter
stella@backstage.com.br
Financeiro
Rafael Pereira
adm@backstage.com.br
Coordenadora de redação
Danielli Marinho
redacao@backstage.com.br
Revisão
Heloisa Brum
Revisão Técnica
José Anselmo (Paulista)
Tradução
Fernando Castro
Colunistas
Cristiano Moura, Elcio Cáfaro, Gustavo Victorino,
Jorge Pescara, Jamile Tormann, Julio Hammer-
schlag, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello
Dalla, Nilton Valle, Ricardo Mendes, Sergio

CADERNO TECNOLOGIA Izecksohn e Vera Medina


Colaboraram nesta edição
Alexandre Coelho, Luiz Urjais, Miguel Sá
e Victor Bello
Estagiária
Karina Cardoso
webmaster@backstage.com.br
Edição de Arte / Diagramação
Leandro J. Nazário
arte@backstage.com.br
Projeto Gráfico / Capa
Leandro J. Nazário

60
Foto: Divulgação
Publicidade:
Hélder Brito da Silva
PABX: (21) 3627-7945
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Com o crescente mercado em busca Assinaturas
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de interfaces com limitados núme- PABX: (21) 3627-7945
ros de canais, sugem três que se des- assinaturas@backstage.com.br
Circulação
tacam nesse novo segmento. Adilson Santiago, Ernani Matos
ernani@backstage.com.br
Crítica
66 Logic 76 Sibelius broncalivre@backstage.com.br
Backstage é uma publicação da editora
Nessa edição, mais duas Ignorado por muitos, o Quick H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.
Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá
seções do ES 2: modulação e Start pode ser uma opção para Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150
saída geral. acelerar diversos procedimentos Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549
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70 Cubase
no Sibelius. Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela

Dicas e um tutorial de visita 80 Produção Musical Fernando Chinaglia Distribuidora S.A.


Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A
Jardim Belmonte - Osasco - SP
aos recursos e controles do Um equipamento que não pode Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628
Reverence para turbinar seu faltar no estúdio, os amplificado-
Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de
números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro.
conhecimento no software. res podem ser dividos em três Os artigos e matérias
assinadas são de respon-
grupos básicos. sabilidade dos autores.
É permitida a reprodução
desde que seja citada a

NOTA: fonte e que nos seja envia-


da cópia do material. A
Prezado leitor, nesta edição, deixamos de publicar as colunas de Sergio Izecksohn revista não se responsa-
biliza pelo conteúdo dos
e, Na Estrada, de Luiz Carlos Sá. Os colunistas retornam no próximo mês. anúncios veiculados.
CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

Até quando vamos viver


de aparências?
C hegamos ao início do fim do ano e, assim como o tempo, que nos
parece cada vez mais escasso, os lucros e as promessas de um
bom ano financeiro parecem que sofreram dessa mesma escassez e
ficarão para o ano que vem. O fôlego tomado pela economia no iní-
cio do ano não foi suficiente para a maioria das empresas e já se pre-
vê um Natal bem mais magro comparado ao de 2011, mesmo com os
incentivos ao crédito.

No entanto, entre o que realmente prevêem os economistas e o que


nos propomos a acreditar, existe um grande abismo. Embora sem di-
nheiro, o brasileiro continua comprando, mesmo que consuma menos,
e se endividando. Talvez venha daí a crença de que estamos indo bem,
fazendo nosso dever de casa. Afinal, ninguém gosta de admitir que to-
14

mou a decisão errada ou que algo não está indo bem, uma vez que está
todo mundo no mesmo barco. Então, unifica-se o discurso, que será
tomado como verdade para quem quiser acatar.

O grande impasse é que ninguém quer ser o primeiro a derrubar alguns


mitos. Ou por medo de ser mal interpretado e se tornar pedra no sapato
de outro, ou por receio de enfrentar “moinhos de vento” e descobrir
que, no final das contas, nao há mesmo heróis. O mais prudente é “na-
dar a favor da maré” e encontrar um lugar ao sol onde predomine o
bom senso. Uma posição confortável, disso ninguém duvida, mas que
pode ser perigosa se esses mitos começam a ser tomados como verda-
des, produzindo um tropel de errantes.

Questionar a ordem vigente das coisas, de vez em quando, é bom. Essa


análise mais minuciosa pode revelar que ninguém gostaria de estar indo
para onde leva o caminho. É o que em marketing conhecemos como
Paradoxo de Abilene. É como participar de um evento supondo que to-
dos gostariam de estar ali, mas na realidade, ninguém queria. Daí, justifi-
camos nossa decisão maquiando nossos resultados positivos.

Mudanças sempre trazem desconforto, mas a inércia pode trazer afli-


ção bem maior a longo prazo. E no mundo atual, em que padrões e re-
lações já não se fazem como há 29 anos, permanecer com as mesmas
“verdades” é correr o risco de levar gato por lebre.

Boa Leitura.
Danielli Marinho

siga: twitter.com/BackstageBr
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AKG
http://br.akg.com
O modelo K404 é o novo minifone da
AKG lançado no Brasil. Dentre suas
excelentes características, destaque
para: dobrável, leve e portátil. O equi-
pamento oferece alta performance de
som em todas as frequências e ainda
possui almofadas de couro para o con-
forto do usuário. O headphone é com-
patível com iPhone.

CORT
www.equipo.com.br
Inspirada na lendária guitarra Machado, de Gene Simmons, a nova gui-
tarra da Cort é adornada com a assinatura de Gene no headstock. Possui
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braço parafusado (bolt-on), madeira no corpo, controles: 1 Volume + 1


Tone, chave de três posições e tamanho da escala: 25 1/2".

JBL
www.jbl.com/pt-br HOHNER
A JBL Selenium acaba de atualizar suas linhas de www.proshows.com.br
falantes, a CV e a PW, e lançou os novos alto-fa- A Hohner, marca distribuída pela Proshows, lançou
lantes CV5 E PW7 durante a Expomusic 2012, mais uma homenagem aos grandes nomes da música. A
que ocorreu em setembro. Maior potência de som Gaita Diatônica com a assinatura do lendário John
e transmissão cristalina de áudio são os maiores Lennon já está disponível nas principais lojas especia-
diferenciais dos produtos. lizadas do país. Ela possui Tom C, número de vozes igual
a 20, afinação Richter, 10,5 cm de tamanho e está dis-
ponível na cor branca.
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PIONEER
www.pioneer.com.br
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A Pioneer apresenta o DJM-4000, um mixador


com crossover elétrico incorporado. O equipa-
mento oferece as três funções básicas que todos
precisam para uma festa: MC, DJ e PA. É possí-
vel aproveitar também o seu crossover elétrico
integrado para obter ótimos níveis de qualida-
de, com um som claro e potência máxima em
todos os eventos.

CADAC
www.decomac.com.br
A CADAC apresentou um novo console digital para produção ao vivo, o CDC
Eight. Ele é indicado para shows e aplicações de instalações fixas, possui 128 canais
com 256 entradas disponíveis e um monitor HD LCD de 24 polegadas touch-
screen, dando grande agilidade nos controles. O console CDC Eight é inteligente,
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ágil e com modo de operação bastante intuitivo.

YAMAHA
www.br.yamaha.com
Os saxofones YAS/YTS-280 da nova linha de instrumentos para estudan-
tes, são desenhados tendo em mente os jovens principiantes. Com um
peso relativamente baixo e um formato ergonômico, são fáceis de segurar
e de tocar. A entoação é perfeita e é fácil tirar dele um grande som. O
design Yamaha proporciona aos principiantes um apoio excelente, tor-
nando mais fácil a aprendizagem, o progresso e a criatividade.

GRETSCH
www.sonotec.com.br
O novo “Pad de estudo Gretsch”, distribuído pela So-
notec, é uma borracha de estudo que reproduz o desenho
dos tambores da marca americana. Os pads de estudo têm
uma superfície em gel de sílica com uma base de madeira de
alta densidade, que acrescenta durabilidade e uma sensa-
ção de realidade quando se pratica, pois o rebote é muito
parecido com o do próprio instrumento. Na base, estão as
borrachas antiderrapantes que permitem que você prati-
que em qualquer superfície plana, sem escorregar.
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SANTO ANGELO
www.santoangelo.com.br
A Interface Digital CSA é projetada para uso em dispositi-
vos móveis da plataforma iOS, como iPhone, iPodTouch ou
iPad. Este novo lançamento da Santo Angelo é simples, bas-
tando conectar a guitarra, violão ou baixo na entrada P10 do
CSA e na saída da Interface, um fone de ouvido ou um am-
plificador. Um ponto positivo é a mobilidade que ele pro-
porciona ao músico, permitindo-o tocar um instrumento
em qualquer lugar, desde que utilize esta interface CSA.
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MACKIE
www.habro.com.br
A linha DLM Series, da Mackie, divulgadas pela Habro,
oferece sistemas de reforço de som que são capazes de uma
reprodução de alta qualidade, combinando uma enorme
série de funcionalidades e tecnologias. As caixas DLM têm
amplificação Classe D integrada de surpreendentes 2000
watts, um mixer e processador digital integrados que po-
dem criar uma combinação incrível de potência.
EMINENCE LL ÁUDIO
www.cvaudio.com.br www.llaudio.com.br
A Eminence anuncia o lançamento do EJ1250, um fa- A LL Áudio está com novidades na sua linha de caixas
lante de guitarra signature em alnico desenvolvido com o acústicas compactas LX. Elas foram completamente
lendário guitarrista Eric Johnson. O EJ1250 possui 12" reestilizadas com um novo design e agora também estão
e 50 watts de potência, e sonoridade vintage graças ao disponíveis na versão com rádio FM e USB. Essa linha ofe-
alnico. Possui ainda graves poderosos, médios guturais e rece praticidade, fácil transporte e acompanha qualquer
agudos definidos. situação, desde uma palestra a um churrasco. Com certeza
ninguém vai ficar na mão com a LX.

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LEXSEN
www.proshows.com.br
O mixer amplificado LPM-8USB da Lexsen, marca
distribuída pela Proshows aqui no Brasil, possui
seu MP3 player com entradas USB e SD e display
digital em LCD tornando-o um dos mixers favori-
tos em bares, restaurantes e casas noturnas. Ele
possui 8 kg, proteção contra curto-circuito e efeito
LEAC’S
www.leacs.com.br
‘Delay’ selecionável e controle de volume, efeitos e
A Leac’s anunciou o lançamento da It, uma
frequências graves e agudos por canal.
linha completa de gabinetes fabricados em
plástico que estão disponíveis em várias cores
e tamanhos. São vários os modelos da linha:
It! Cinema, It! Jardim, It! Arandela, It! Som
EMINENCE Ambiente e o It! Ativa, entre outros. Eles
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www.cvaudio.com.br possuem potência musical de até 80 watts,


A CV Áudio divulgou três novos mode- potência RMS de 40 watts e resposta de
los de alto-falantes de alta potência da frequência de 60 Hz a 18 Khz.
Série Profissional, da Eminence: Impero
12A, Impero 15A e Impero 18A. Dentre
os inúmeros avanços tecnológicos que
eles possuem estão o anel superior usi-
nado com 1/2" de espessura e 7,5" de diâ-
metro, o anel inferior e núcleo usinados em
uma única peça T-yoke, bobina de 4" com
base em fibra de vidro. O Impero 12A tem
potência de 1100W contínuos/2200W de
programa musical e resposta de frequência
de 56 Hz a 3 kHz.

TSI
www.tsi.ind.br
A TSI acaba de lançar seu kit de microfones para bateria, o
DSM-7, desenvolvido para configuração clássica ou de
acordo com a preferência do músico. Ele é composto por 7
microfones, 4 clamps e 2 windscreen. O kit possui, no total,
um peso de 4,030 kg, possibilitando um melhor desloca-
mento do equipamento.
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ACME
www.proshows.com.br MARTIN
Pequeno e fácil de transportar, a XP-5R Beam, da www.proshows.com.br
Acme, é um moving head de 189W, de alta per- Chega ao mercado o novo projetor motorizado da
formance e incrível brilho. Com um design ar- Martin, marca distribuída pela Proshows aqui no
rojado de material plástico resistente ao fogo, o Brasil. O MAC Viper Profile combina um sistema
produto ainda possui uma fonte de luz Phillips óptico muito eficiente com uma fonte HID de 1000
MSD Platinum 5R, foco eletrônico, com dimen- watts, capaz de produzir mais de 25.000 lúmens,
sões 415 x 343 x 487 mm. com enorme brilho e eficiência energética. Sem
contar com o corpo extremamente compacto e ágil
em termos de movimentos.
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DEDOLIGHT
www.telem.com.br ROBE
O DLED 4.0, novidade da Dedolight que a Telem traz com www.robe.cz
exclusividade ao Brasil, oferece o que há de mais avança- O novo produto da Robe, o Robin DLS Profile,
do em fontes de luz, nos modelos daylight, tungstênio e possui LED RGBW de alta potência e apresenta
bicolor. Disponível nas versões mobile e studio (que tam- um suave sistema de disparo rápido de luz. Cada
bém oferece controle DMX), o equipamento tem eficiên- uma das quatro lâminas do obturador pode ser
cia impressionantemente alta; dimerização separada, que controlada individualmente e posicionada em
permite ajuste de intensidade sem mudança de cor; varia- ângulo, ou o módulo inteiro, podendo ser girado
ção de foco de 60º para 4º e um feixe de luz sem dispersão com a máxima flexibilidade.
e perfeitamente balanceado.
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RÁPIDAS & RASTEIRAS | www.backstage.com.br

Universal adquire FUSÃO DE


LOCADORAS DE ÁUDIO
negócios da EMI Music Depois de alguns meses de ne-
gociação, as empresas baianas
Depois de receber garantias de que a operação não causaria prejuízo à con-
João Américo Sonorização e
corrência nem aos consumidores, a Comissão Europeia (CE) aprovou a
Elpidio Som fecharam a união
proposta de aquisição dos negócios relacionados à música da empresa EMI
de seus ativos e se tornam umas
pelo Grupo Universal Music. A aprovação está condicionada à venda do
das 3 maiores empresas de lo-
selo EMI Parlophone e de vários outros ativos da EMI. “Os significativos
cação de áudio no Brasil. Os
compromissos assumidos pela Universal irão garantir que a concorrência
valores da operação não foram
na indústria da música seja preservada e que os consumidores continuem
divulgados. Confira matéria
a desfrutar de todos os seus benefícios”, declarou Joaquín Almunia, Vice-
completa na próxima edição
Presidente responsável pela política de concorrência da Comissão.
da Revista Backstage.
A principal dúvida da CE era se, após a fusão, a Universal teria um excessivo
poder de mercado. No entanto, a Universal se comprometeu a alienar ativos
como a EMI Recording Limited, que detém o selo Parlophone (casa de artis-
tas como Coldplay, David Guetta, Lilly Allen, Tinie Tempah, Blur, Gorillaz, NOVO PLUG-IN
Kylie Minogue, Pink Floyd, Richard Cliff, David Bowie, Tina Turner e A Waves lançou o novo plug-in:
Duran Duran). As vendas também englobam a EMI France (que detém o o NS1, que tem como caracterís-
catálogo de David Guetta), os selos de música clássica, o Mute (Ramones e tica ser um grande supressor de
Jetro Tull), o Chrysalis (Depeche Mode, Moby e Nick Cave & The Bad ruído. http://www.waves.com/
Seeds), vários outros selos e um grande número de entidades locais da EMI. content.aspx?id=12032
O pacote inclui ainda a venda do Coop, um selo de licenciamento que
26

vende artistas como Mumford and Sons, Garbage e Two Door Cinema
Club. A Universal também assumiu o compromisso de vender 50% da
participação da EMI na compilação popular (Joint Venture) “Now! That’s ENQUETE
What I Call Music” e continuar licenciando seu repertório para tal com-
pilação nos próximos dez anos, entre outras medidas. Você costuma ter cuidado
Para saber mais veja: http://ec.europa.eu/competition/elojade/isef/ ao fazer o aterramento dos
case_details.cfm?proc_code=2_M_6458 equipamentos

SOUNDCRAFT LANÇA APLICATIVO

A Soundcraft lançou um app com interface que pro-


mete facilitar bastante a vida de técnicos de som ao vivo, responsáveis Sim, procuro seguir sempre as orienta-
de sistemas, instaladores e todos os que trabalham com som profissio- ções e normas. (44,44 %)

nal. O Audio Calc Toolkit é uma ferramenta que permite a conversão Sei que é importante, mas nem sempre
os envolvidos em um show estão preo-
e o cálculo de medidas ou tempos de delay. Outra função do app é cal- cupados. (44,44 %)
cular o tempo de offset para timecode. Para o futuro, a marca pretende Nem sempre dá tempo de fazer como
introduzir mais funções ao aplicativo, através de atualizações. Saiba manda a norma. (11,11 %)
mais: http://www.soundcraft.com/apps/audio-calc-toolkit.aspx Nunca me preocupei com isso. (0,00 %)
SAPPHIRE FOI APRESENTADA AO PÚBLICO BRASILEIRO

software Titan juntamente com o


Avolites Immersive”, ressalta OZ.
Segundo o profissional, o console
está preparado para a realização de es-
petáculos de grande porte, além de
que a versão 6 do software foi lançada
No final de setembro, a nova con- para os consoles da família Titan com
sole Sapphire Touch, da Avolites, um upgrade nas suas potencialidades
foi apresentada aos brasileiros du- e pode ser baixado sem custos no site
rante dois eventos, um em São Pau- da Avolites. “O software da Avolites
lo e outro no Rio de Janeiro. O foi responsável por controlar todo o
workshop, promovido pela Pro- conteúdo de vídeo das Olimpíadas
Shows, aconteceu nas duas capitais de Londres em conjunto com a
do Sudeste nos dias 25 e 26 e contou Sapphire Media”, lembra o lighting
com a participação do especialista designer. “O preço é um ponto forte,
inglês Philip Blue, diretor de ven- sendo a mesa, deste nível de sofisti-
das da Avolites, e do lighting de- cação, mais barata do mundo”, com-
signer OZ Perrenoud, responsável pleta. Em São Paulo, o encontro
pela tradução simultânea. Os parti- ocorreu no Hotel Ibis, na Barra Fun-
cipantes também puderam conhe- da, e no Rio, no IATEC - Centro.
cer todos os produtos da família Para mais informações: http://
Titan. “Apresentamos a novíssima www.avolitesmedia.com/langua-
Sapphire Touch com a versão 6 do ge/en-US/News.aspx

27
RÁPIDAS & RASTEIRAS | www.backstage.com.br

PRO SHOWS PREMIA PARCEIROS DURANTE JANTAR


HABRO ADQUIRE NOVAS
MARCAS E LANÇA
PRODUTOS NO MERCADO
NA FEIRA DA MÚSICA
Com um estande maior e no-
vas marcas incorporadas à
empresa, a Habro lançou no-
vos produtos durante a Feira
de Música, que aconteceu em
setembro, na capital paulista.
“Estamos com um maior estan-
de, viemos com novas marcas,
como a Line 6 Digital”, ressal-
tou Alec Haiat, um dos dire-
tores da Habro Music. Dentre
outras novidades destacadas
por Alec, estão a nova caixa
L3t, os microfones V70 e o
V75, bem como os lançamen-
tos da Mackie, série HD. A
Habro também trouxe como
novidade a linha especial de
28

guitarras Godin, os pratos


turcos Istambul e a nova série
SE, feitas na Coréia, das guitar-
ras Paul Reed Smith (PRS).
Com tantas novidades, o obje-
tivo, segundo Alec, é traba-
lhar com soluções para o mer-
cado Premium.

EIKE BATISTA FECHA


PARCERIA COM CIRQUE
DU SOLEIL

Através de sua IMX, empresa


voltada para o setor de esportes e
entretenimento do grupo EBX, o
empresário Eike Batista anun-
ciou no final de setembro um
A Pro Shows promoveu um jantar de confraternização no dia 20 de setem- acordo de parceria com o Cirque
bro, em que premiou diversos parceiros brasileiros. Na ocasião, alguns co- du Soleil, resultando na criação
laboradores também foram especialmente homenageados. Entre os prêmi- da empresa IMX Arts, com sede
os, viagens ao exterior e um sorteio da nova mesa digital Behringer X32. no Rio de Janeiro.
Combos de sistemas ROCK IN RIO ESTÁ
DE VOLTA AO BRASIL
de sonorização A volta do maior festival de
A Studio R, por meio da loja vir- música ao Brasil, o Rock in Rio,
tual AudioDireto, torna disponí- foi lançada oficialmente no dia
vel combos de sistemas de sonori- 16 de outubro, durante um
zação incluindo amps, caixas e ca- evento para a imprensa, no Rio
bos configuráveis já totalmente de Janeiro. A organização do
compatíveis e dimensionados. Mas festival anunciou três grandes
não é só isso, existe um enorme di- atrações para a próxima edição:
ferencial: os kits foram todos ana- Bruce Springsteen, Metallica e
lisados pelo professor Homero Iron Maiden.
Sette e, na loja virtual, as opções O evento retorna ao Brasil de-
podem ser filtradas por cobertura de ambiente, número de pessoas atendi- pois de passar mais uma vez por
das, SPL etc. Isso acaba com o dilema de muitos na hora de definir ou esco- Lisboa e Madri. Os dias de festa
lher qual sistema de sonorização atende suas necessidades, desejos e ex- serão 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22
pectativas. E facilita muito a vida de quem precisa de um sistema completo de setembro de 2013. Para cada
e devidamente dimensionado da maneira menos complicada possível, dia do festival, serão disponi-
sem decepções ou o risco de gastar dinheiro nos equipamentos errados. bilizados 85 mil ingressos, di-
Exemplo: Precisa de um equipamento para áreas entre 500 e 600 metros quadra- minuindo a capacidade, que era
dos ou público de 1000 a 1200 pessoas? Basta clicar no menu lateral da loja com de 100 mil, para um melhor
estes filtros e os kits que poderão lhe atender serão todos listados ordenadamente. conforto da multidão.
Confira: http://www.audiodireto.com.br/kits.html

29
GUSTAVO VICTORINO | www.backstage.com.br

mento, estacionamento terceirizado a


quase 30 reais a diária, furtos diários, in-
segurança, tudo isso é sinônimo de que o
lugar também está no limite da paciência
dos frequentadores e expositores.

A CARA DO BRASIL
Fiscalização trabalhista, bombeiros, fis-
calização sanitária, meio ambiente...
Teve de tudo na hora de apertar os ex-
positores. É a burocracia brasileira tam-
bém faturando...
ABEMUSICA
Uma silenciosa guerra pelo poder começa DESATENÇÃO GERAL
a inquietar os bastidores da Abemusica. Um projeto do deputado federal Valdir
Desde há muito que Enquanto a atual direção finge não ver a Colatto, do PMDB de Santa Catarina,
desconfio dos disputa, alguns movimentos políticos co- está propondo no Congresso Nacional
números que o meçam a se articular para formar uma co- a redução da carga tributária sobre a
alizão e tentar vencer o próximo pleito. A produção e importação de instrumen-
mercado anuncia
30

coisa é tão séria que até a criação de outra tos musicais no Brasil. Com a volta do
como produto de entidade faz parte dos planos oposicionis- ensino musical às escolas, o deputado
eventos ou balanço tas. E tem traíra dos dois lados... quer produtos mais baratos e com um
mínimo de qualidade nas mãos dos es-
de promoções INSATISFAÇÃO tudantes e músicos brasileiros. O proje-
tópicas. O valor das Cresce a insatisfação de expositores com to foi apresentado no final do ano pas-
vendas anunciadas a Francal e de resto com a Expomusic. O sado e, acredite se quiser, ninguém do
custo do evento não se justifica mais e segmento sabia disso.
na Expomusic 2012 muita gente já estuda discretamente a
notadamente não possibilidade de se afastar em 2013. Os UTILIDADE
grandes clamam por novidades e um A Santo Angelo lançou um brinque-
passa nem perto do
maior enfrentamento ao devastador dinho imperdível por sua extrema utili-
número realmente mundo da tecnologia da informação que dade e preço convidativo. Uma pequena
apurado. A derruba resultados e afasta compradores interface do tamanho de uma caixa de fós-
presenciais. Os pequenos reclamam de foros possibilita a conexão de instrumen-
“chutometria”
tudo e a maioria com razão. O evento so- tos de corda a qualquer produto da Apple
generalizada levou fre de fadiga de metais e precisa ser re- (iPhone, iPad, iBook, iPod, Aipim...) que
os realizadores do pensado ou renovado. Hoje o lucro real é dispondo de utilitários instalados e dis-
só da Francal e da Abemusica. poníveis aos montes na internet pode
evento a divulgar substituir pedaleiras, simuladores e ou-
números risíveis DESLEIXO E OPORTUNISMO tros equipamentos. Para quem odeia
para quem conhece Os pavilhões do Center Norte, sede da carregar tralhas, o paraíso chegou.
Expomusic, parecem sofrer dos mesmos
há décadas o problemas que o shopping que refe- NA MOSCA
encontro e os seus rencia o local. Acuado por ações do po- Encontro o especialista e grande amigo
bastidores. der público paulistano que já chegou a José Luiz Barci na Expomusic e ele dis-
interditar o shopping center, o local do para... “Os fabricantes estão substituindo os
evento dá indícios de decadência, deslei- engenheiros por designers”. Parei para pen-
xo e uma insegurança assustadora. Lâm- sar e concordei na hora. Grande parte
padas queimadas, banheiros com vaza- dos “lançamentos” tem apenas mudan-
GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

ças estéticas sobre um conteúdo tes doando guitarras Seizi persona- tuindo a reclamação vazia e a cho-
praticamente igual. Definitiva- lizadas para arrecadar fundos para rumela inútil. No mês que vem eu
mente, alguns segmentos precisam menores abandonados. Distribuí- conto os bastidores do encontro.
se reinventar. das pela Royal, aos poucos as guitar-
ras Seizi começam a cair no gosto INEXPLICÁVEL
XODÓ popular e a conquistar espaço pela De forma surpreendente, o cantor
A guitarra nascida da parceria da notória credibilidade de quem as Leoni recusou participar da Festa
Roland com a Fender foi o xodó do assina e avaliza. Quem foi rei será 2012 onde seria homenageado por
estande da quarentona empresa ja- eterna majestade. se negar a encontrar pessoas com
ponesa. Com preço convidativo – as quais discorda politicamente na
os modelos vão custar menos de STANER administração de direitos autorais.
US$ 2 mil nas lojas – o produto tem Cada vez mais, a empresa de Presi- Ficou esquisito porque o debate é o
tudo para decolar de vez e acabar dente Prudente consolida o seu con- ponto de partida da convergência
com o estigma de que a parceria dos ceito como o maior fabricante de e da solução de impasses políticos.
dois gigantes tropeça no preço. As áudio profissional de grande porte Bola fora do artista que ao fugir da
guitarras Fender Stratocaster equi- no Brasil. Focada em PAs de alto de- discussão incorpora razão aos seus
padas originalmente com o sistema sempenho, a Staner agrega novida- opositores. Apesar de respeitado e
GK da Roland ficaram acessíveis e des ao seu catálogo mantendo o foco querido pela categoria, a atitude do
marcam um avanço tecnológico num mercado que ainda cresce em músico foi considerada incompre-
que vai mudar o conceito e o mer- níveis superiores aos demais seg- ensível para muitos e lamentável
cado das guitarras sintetizadas. mentos de áudio e instrumentos. para todos.

CRESCIMENTO CASIO LANÇAMENTO


As importadoras Habro e ProShows Agora distribuída pela Izzo, a Casio Lançada pela Sonotec, a linha de so-
mostraram em 2012 um crescimen- investe no mercado brasileiro com pros Concert vem surpreendendo
to significativo nos seus catálogos e um marketing agressivo capitanea- pela qualidade. Na sua faixa de pre-
indicam mudanças no panorama do do por Samuel Cimirro e Eduarda ço, o produto se destaca por estar
mercado brasileiro. Ao acumular Lopes. Num país de dimensões eco- bem acima da média de similares do
marcas mundiais e disponibilizar nômicas e geográficas continentais, mercado. Ponto para o consumidor.
novos produtos, as duas empresas a missão de conquistar espaço é
chamam a atenção pelo seu cresci- dura e desgastante, mas quem co- BELEZA INCOMUM
mento fundado em grifes de alto nhece o Samuel, a Duda e a Izzo A linha de guitarras Waldman, da
conceito internacional e ousado aposta no sucesso da parceria. Equipo, incorpora um bom gosto
projeto de marketing. Mesmo com no acabamento que surpreende e
histórias diferentes, Habro e Pro- FESTA NACIONAL deixa qualquer um com água na
Shows assumem protagonismo num DA MÚSICA boca. A linha semiacústica foi de-
segmento que sempre foi marcado O evento aconteceu em Canela no senvolvida pessoalmente por Ever-
por uma brutal concorrência na final do mês passado e mostrou a ton Waldman, que usou da sua ex-
disputa por mercado. amplificação de mais uma das múl- periência como guitarrista para
tiplas facetas do encontro. A polí- pensar um instrumento bom e lin-
GENEROSIDADE tica agora começa a ser vista pelos do de morrer. Não bastasse isso, o
Ao cruzar com o mestre Seizi Ta- artistas com a devida importância preço é surpreendentemente aces-
gima percebo que o ícone da gui- em face dos muitos pleitos da cate- sível. Para quem conhece e testa, é
tarra mantém a simplicidade e a goria. A presença de dezenas de compra certa.
popularidade com a mesma altivez autoridades e parlamentares aos
de um samurai. Entre as inevitáveis poucos muda a visão da classe ar- BASTIDORES
fotos de fãs, descubro que o velho tística sobre a importância de sua Em breve a Fender vai anunciar
mestre se dedica também a um pro- participação na política do país. novidades para o Brasil. E não se-
jeto social voltado a crianças caren- Pleitear e pressionar estão substi- rão produtos...

31
DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR
PLAY REC | www.backstage.com.br

O ARQUITETO
Quaterna Réquiem
A ideia de que mú-
sica e arquitetura
tenham de certa for- LAGOA
ma a mesma função: Fábio Caiaffa
preencher espaços,
físicos ou cronoló- O violonista e gui-
gicos, norteou a tarrista procurou
concepção desse extrair da memória
trabalho. A obra é os melhores mo -
dedicada a Oscar mentos da infância,
Niemeyer e, talvez passados em um sí-
por isso, traga em tio em Saquarema
32

suas composições harmonias que nos remetam a ele- (RJ), ao reunir as


mentos presentes na arquitetura como vidro, madeira, composições que
pedra e concreto. Na suíte “O Arquiteto”, o quinto fariam parte desse
movimento recebe o nome do arquiteto famoso. Um CD. Com arranjos
CD para iniciantes e iniciados na boa música. do próprio Fábio e
de Adriano Giffone, que também participa de quase to-
das as faixas, ora no baixo vertical, ora no elétrico, o tra-
balho instrumental faz um passeio pela música brasileira.
VILLA-LOBOS
Calíope
O coral faz uma ho- EMANCIPATION
menagem ao 125º
aniversário do ma-
Brasil Papaya
estro Heitor Villa- O terceiro álbum do
Lobos e reúne um quarteto chega ao mer-
repertório para co- cado misturando mui-
ro a capella do com- tos ritmos musicais
positor brasileiro, distintos como tan-
selecionado pelo go, choro, flamenco,
maestro Julio Mo- jazz e funk. O mais in-
retzshohn. Entre teressante é que tudo
as obras estão as é envolvido em uma
composições originais Bazzum, José e Duas Lendas roupagem rock and
Ameríndias, além de arranjos de temas folclóricos roll e, por vezes, heavy
como Papae Curumiassu, Remeiro de São Francisco, Es- metal. O DVD, gra-
trela é Lua Nova e Na Bahia Tem (coro masculino a qua- vado no Teatro Álvaro
tro vozes). O sexto disco do grupo carioca tem regên- de Carvalho (TAC),
cia de Moretzsohn e foi gravado no Estúdio Sinfônico em Florianópolis (SC),
da Rádio MEC, em 2011. em que o grupo comemora 18 anos de estrada na seara
instrumental, é resultado da experiência alcançada
pelos integrantes ao longo dessas quase duas décadas.
REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR | DANIELLI MARINHO

33
ESPAÇO GIGPLACE | www.backstage.com.br

Profissões do
‘backstage’
L U I Z P O R T O
TOUR MANAGER
redacao@backstage.com.br
Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação
34

L uiz, vamos falar sobre você, qual a sua


formação acadêmica, e como você foi
parar no mercado do show business?
entrada no mercado do show business se
deu por intermédio de um amigo que, na
época, trabalhava em uma produtora
Dando continuidade à Sou formado em arquitetura e apesar de que agenciava o RPM, entre outros ar-
ter trabalhado realmente muito pouco tistas. A banda precisava de um produ-
série de entrevistas com os
com isso, sinto que o curso me deu ferra- tor, ele me indicou e desde então tenho
profissionais do backstage mentas que uso no meu dia a dia. Minha trabalhado com isso.
e com o objetivo de sair dos
bastidores dos shows e
trilhar os bastidores de
todas as produções que
tiverem profissionais
trabalhando, nesse mês
trazemos a profissão de
Tour Manager, com uma
entrevista com Luiz Porto.

Luiz Porto resume a profissão de Tour Manager como o responsável por cuidar de todos os aspectos de uma turnê
Foto: Cláudia Alongi / Divulgação

O Tour Manager conta com o auxílio de outros profissionais, como Road Managers e Production Managers

O que faz um Tour Manager, quais Você acompanha produções e even-


as suas atribuições, antes, durante e tos nacionais e internacionais. Quais
após uma tour? as diferenças entre produzir para es-
Bem, há vários entendimentos sobre o trangeiros no Brasil e para brasilei-
que faz um Tour Manager. No meu en- ros no exterior.
tendimento ele é a pessoa que cuida da A maior dificuldade é um entender a
turnê de uma maneira geral, “amarran- mentalidade e a maneira de trabalhar
do” os seus diversos aspectos. Na etapa do outro, pois cada um vem de culturas
que antecede a turnê, ele é responsável diferentes. Nós temos certa dificulda-
por coletar e trocar informações com os de de entendê-los e eles têm uma certa
diversos contratantes, cuida da distri- dificuldade de nos entender. Certa-
buição dessas informações junto à sua mente há pontos positivos e negativos
equipe (entre outras coisas ele monta o nas duas formas de trabalho, mas posso
que chamamos de “tour book”, compi- lhe assegurar que tenho viajado bas-
lando as diversas informações sobre tante a trabalho e a passeio e tenho
cada um dos shows, como locais dos visto que a qualidade do trabalho do
shows, hotéis, voos, contatos em cada brasileiro tem melhorado muito e não
cidade, cronograma de cada um dos acho que devamos nada a ninguém
shows etc.), cuida de algumas questões atualmente. Costumo dizer que quan-
financeiras, administra questões co- do o brasileiro é um profissional sério é
mo som, luz, palco, hotel, transporte o melhor de todos, pois esse jeitinho
entre outras contratações com ante- brasileiro nos dá uma capacidade de
cedência, monta cronogramas (carga e improviso e de lidar com o inesperado
descarga, passagens de som, saídas do que ninguém mais tem. Mas a questão
hotel, voos etc.) e várias outras coisas. é essa: usar o jeitinho apenas para o
Obviamente vale mencionar que ele que se deve e ser profissional sempre.
tem a visão e o controle geral da turnê,
mas não faz isso sozinho; dependendo Para as produções brasileiras, em es-
da estrutura de cada banda ou artista pecial bandas que fazem tour pelo ex-
ele conta com Road Managers e Pro- terior, quais as maiores dificuldades
duction Managers e cada um cuida de ao se fazer uma tour por vários países?
um aspecto (ou aspectos) da produção Penso que o brasileiro se adapta bem
mais detalhadamente. às situações que encontra na estrada.

35
ESPAÇO GIGPLACE | www.backstage.com.br

sas bandas me mostrou a realidade do


Brasil, os trabalhos com orquestras e
companhias de dança me ensinaram

ção
muito sobre como lidar com grandes

Divulga
grupos enquanto projetos grandes co-
longi /
mo o os Jogos Pan-americanos, o Rock
in Rio, shows internacionais como U2
láudia A

e Rolling Stones na praia de Copa-


cabana e agora os Jogos Olímpicos em
Foto: C

Londres me ensinaram novas maneiras


de organizar meu trabalho. A turnê
que fiz com Ivete Sangalo pela Europa
durante a Copa de 2006 foi outra ex-
periência sensacional, e me ensinou
bastante também.


Você faz parte da Ícone Produtores
Associados, como funciona sua pro-
dutora e que serviços ela presta?
Montei a produtora inicialmente
para ser uma pessoa jurídica e fazer
O tempo que
36

as coisas da maneira correta. Ela é


trabalhei com super pequena e atende apenas al-
guns poucos clientes, que se tor-
diversas bandas me
naram bons amigos com o passar
mostrou a dos anos, mas fazemos eventos
realidade do dos mais variados perfis e tamanhos.
No geral, o idio-
Brasil, os trabalhos ma (normalmente, o inglês) é uma O que falta ainda ao Luiz Porto para que
com orquestras e barreira e a saudade do arroz e feijão. ele se torne um profissional ainda melhor?
companhias de Ah, falta muito! Sempre falta. Estamos
E para as produções estrangeiras, quais sempre aprendendo coisas novas e me-
dança me as principais dificuldades de uma tour lhorando como profissionais e como pes-
ensinaram muito aqui no Brasil? soas. Pobre daquele que é arrogante a pon-
sobre como lidar Acho que o tamanho do país e, con- to de achar que não tem para onde crescer.
sequentemente, as distâncias entre as ci-
com grandes dades são uma grande dificuldade e a Quais os seus planos para o futuro, da-
grupos infraestrutura de transporte interno tam- qui a 10 anos, nos planos profissional
bém pode melhorar, para se dizer o míni- e pessoal?
mo. Acho que a qualidade da mão de obra Tenho alguns trabalhos encaminhados


no Brasil melhorou muito e está muito para o futuro próximo. Daqui a 10 anos
mais profissionalizada, mas ainda temos gostaria de estar fazendo a mesma coisa
um certo caminho pela frente. e meu desejo mais sincero é que o merca-
do, como um todo, esteja aquecido e
Fale de um ou de alguns trabalhos que muito mais profissional ainda.
você considera importantes em sua
carreira. Este espaço é de responsabilidade
Tive a oportunidade de fazer alguns da Comunidade Gigplace. Envie
eventos e conhecer algumas pessoas que críticas ou sugestões para con-
ajudaram a me definir como profissional tato@gigplace.com.br ou reda-
cao@backstage.com.br. E visite o
(e como pessoa) e sou muito grato por
site: http://gigplace.com.br.
isso. O tempo que trabalhei com diver-
37
SEÇÃO GRAMOPHONE | www.backstage.com.br

SOMENTE AGORA
38

COMPREENDIDO
A sofisticação e experimentação
Um dos discos
brasileiros mais
É possível afirmar que parte da histó-
ria da música nacional passou pelo
“Toque de Midas” desse arranjador, pro-
como Som Livre Exportação e Chico City,
ambos da TV Globo, sem falar nas cam-
panhas publicitárias, criando jingles.
dutor, compositor e violonista chama- No entanto, foi em 1972 que Arthur fa-
cultuados e do Arthur Verocai. Nascido no Rio de ria um trabalho transformado, quatro
aclamados no exterior Janeiro, em 1945, o músico trabalhou décadas mais tarde, em um ícone no ex-
como arranjador para diversos artistas terior. O álbum homônimo, que saiu na
completa 40 anos. da música brasileira, entre eles Ivan época pela gravadora Continental, era
Lins, Jorge Ben, Tim Maia, Gal Costa, seu primeiro trabalho solo. Pouca gente
Victor Bello Erasmo Carlos, Leny Andrade, Célia, O entendeu “aquelas maluquices experi-
redacao@backstage.com.br Terço, Marcos Valle, além de ter sido di- mentais”, com inúmeras influências
Fotos: Internet / divulgação retor musical e arranjador de programas que misturavam jazz, bossa-nova, soul,
A GRAVAÇÃO
Gravado no extinto estúdio SOMIL,
em Botafogo (RJ), em quatro canais,
os instrumentos utilizados por Ar-
thur foram um violão Do Souto e
por artistas do hip hop americano guitarras Gibson, pedal Color Sound
como Little Brother, Ludacris e e amplificadores Altec. O técnico
música erudita, ecos da música mi- MF Doom e ganhou uma mixtape de som foi o Célio Moreira. O dis-
neira etc. Comercialmente malsu- inteira em sua homenagem elabo- co teve arranjos e regência do pró-
cedido, com pouca repercussão, o rada pelo DJ e produtor brasileiro prio Verocai “A criação musical é a
Rodrigo Nuts, que trabalha com minha paixão e fazer arranjos é cri-
Marcelo D2. ar. Também acho que foi a primeira

de Verocai O reconhecimento tardio catapul-


tou os preços do disco original e de
seu recente relançamento às alturas,
fazendo a alegria de DJ’s e coleciona-
dores ao redor do mundo. “Tinha a
gravação de sintetizador no Rio.
Usei mais como efeitos sonoros
eletrônicos” conta. Músicos con-
sagrados da música brasileira tam-
bém participaram do álbum: Hé-
trabalho ao qual o músico se dedi- mente muito aberta para todos os lio Delmiro, Paulo Moura, Ni-
cou com total energia acabou cain- estilos musicais. Eu penso que existe valdo Ornelas e Célia. A capa foi
do no limbo. música boa ou música ruim. Ouvia feita pelo fotógrafo e designer grá-
Em 2002, a gravadora americana rádio desde menino, sempre escu- fico Fernando Bergamashi em
Ubiquity Records entrou em con- tava muita música. Faço um ba- frente a uma gráfica do tempo do
tato com Verocai e relançou a lanço muito positivo desse disco, império no bairro do Humaitá, no
obra-prima em vinil e CD. Logo a pois, depois de alguns anos, como Rio de Janeiro.
bolacha foi redescoberta por DJ’s, disse o Nivaldo Ornelas, ele foi
músicos e pesquisadores e não de- reconhecido no mundo inteiro O IRROTULÁVEL
morou muito para se tornar um como uma obra de arte, um qua- A obra complexa e abrangente do
disco clássico e cultuadíssimo lá dro, por exemplo, que fica através primeiro LP de Arthur Verocai de-
fora. O maestro já foi sampleado do tempo”, observa Verocai. safiou as convenções musicais da

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SEÇÃO GRAMOPHONE | www.backstage.com.br
40

Arthur Verocai, ao centro, Luiz Alves, Idriss Boudrioua e Nivaldo Ornelas


época, combinando influências brasi- e arranjos muito focada na formação que
leiras e as experimentações baixo-lo-fi reuniu através do álbum. O disco conti-
eletrônicas de artistas americanos co- nua surpreendente, inquietante e, no
mo Shuggie Otis e as orquestrações do que é mais positivo, finalmente começa
Verocai produtor Charles Stepney. O produtor a chegar ao Brasil. É referência para no-
transcendeu, também estava sob a influência da fase vos músicos e arranjadores” observa o
elétrica de Miles Davis e do rock experi- jornalista Antônio Carlos Miguel.
tangenciou
mental de Frank Zappa. “Verocai trans- Caboclo, música que abre o disco, é uma
diferentes gêneros cendeu, tangenciou diferentes gêneros parceria com Vitor Martins e tem influ-
com uma com uma concepção de instrumentação ência da música de Milton Nascimento
concepção de
Ficha Técnica
instrumentação e
Arranjos e Regências: Arthur Verocai Luis Carlos, Paulinho e José Carlos
arranjos muito Participações: Faixa 10: Guitarra: Helinho / Sax tenor:
focada na Faixa 1: Guitarra e Voz: Arthur Verocai / Nivaldo Ornelas / Trombone: Édson Maciel
Coral: Luis Carlos, Paulinho e José Carlos Instrumentistas:
formação que Faixa 2: Sax alto: Oberdan / Vocal: Luis Carlos Helio Delmiro (guitarra)
reuniu através do Faixa 3: Flauta: Oberdan Robertinho Silva, Paschoal Meirelles
Faixa 4: Piano: Aloísio Aguiar / Vocal: Gilda (bateria)
álbum Horta, Toninho Horta, Toninho Café e D. Carlos Luiz Alves (baixo)
Faixa 5: Vocal: Luis Carlos, Paulinho e Aloysio Aguiar (piano)
José Carlos Nivaldo Ornellas, Paulo Moura (sax)


Faixa 6: Vocal: Célia Oberdan (sax, flauta)
Faixa 7: Vocal: Luis Carlos, Paulinho e Edson Maciel (trombone)
José Carlos Celia, D. Carlos, Gilda Horta, Jose Carlos,
Faixa 8: Vocal: Gilda Horta, Toninho Horta, Luiz Carlos, Paulinho, Toninho Café,
Toninho Café e D. Carlos Toninho Horta (vocais)
Faixa 9: Sax soprano: Paulo Moura / Vocal: Arthur Verocai (vocal, guitarra)
O jornalista Antônio Carlos Miguel

e uma letra que remete ao sertão.


“Sou filho de mineiros e frequen-
tei muito Minas, por isso, quando
conheci o Milton e o Toninho
Horta notamos que tínhamos a
identidade musical muito próxi-
ma”, lembra. Pelas Sombras tem
uma pegada swingada e é cantada
por Luis Carlos, ex-grupo Aboli-
ção. Sylvia foi feita em homenagem
à sua esposa na época. Presente de
Grego - uma música bem experi- Verocai trabalhou para diversos artistas da música brasileira

41
SEÇÃO GRAMOPHONE | www.backstage.com.br

mental com vocais de Em 2008, a produtora Mochilla, forma-


Gilda Horta, Toninho da pelos fotógrafos Eric Coleman e B+,
Horta, Toninho Café e apresentaram o projeto Timeless, série de
D. Carlos, com letra de três filmes baseados em shows de três
Vitor Martins -, tem grandes arranjadores do mundo, inclu-
conotação política e indo o falecido produtor J Dilla e o mú-
irônica remetendo à sico etíope Mulatu Astatke. O show de
ditadura, um pre - Verocai que originou o filme foi gravado
sente de grego dado em 15 de março de 2009 e conta com
pelos militares. uma orquestra de 35 músicos, com par-
Seriado, uma canção ticipações especiais do Mamão e Bel-
lírica com a voz ins- trame, do Azymuth; o simpático Carlos
pirada de Célia tam- Dafé, Clarisse Grova, Airto Moreira, o
bém se destaca no DJ J Rocc nas picapes, entre outros.
LP. “Em 1972, a Cé- Além de recriar os arranjos do lendário
lia era a estrela da álbum de 1972, o maestro mostra no fil-
Continental e eu me suas facetas de cantor (em Caboclo) e
produzia seus ál- violonista, na versão instrumental de
buns. Foi ela a res- Filhos, que abre a segunda parte do con-
ponsável pelo dis- certo, com repertório de seus outros dis-
co, pois usou cos e a inédita Flying to Los Angeles, que
compôs especialmente para a ocasião,
além de temas de publicidade
42

que não foram aprovados e vi-


raram música, como Queima-
das, feitas para uma campanha
sobre a Amazônia. “Sinto falta
demais de arranjos assinados
por Verocai. Por décadas, a mú-
sica popular no Brasil virou as
costas para o tipo de música que
Verocai fazia. Nos últimos anos
tem aumentado a diversidade e o
acesso a obras como a dele, por
exemplo,” enaltece Miguel.
O filme da série Timeless, lançado em
DVD, é um bom indicador para isso.
O primeiro disco de Verocai só Verocai continuou atuando esporadi-
agora foi descoberto pelo Brasil camente como arranjador e, em 2010,
de sua influência para convencer o di- foi convidado por Marcelo Jeneci para cri-
retor da companhia a gravar meu traba- ar arranjos de várias faixas de seu álbum de
lho solo. Ela cantou muito nessa faixa”, estreia, o elogiado Feito pra Acabar; e algu-
fala Arthur. Na Boca do Sol, a música mas faixas do disco Nove, da cantora Ana
mais sampleada do vinil, remete a um Carolina. Seus trabalhos solos também
cenário de interior, à Ituverava (SP), continuam a alçar voos: em 2002, gravou
onde nasceu o parceiro da canção, o o independente Saudade Demais, com par-
compositor Vitor Martins. Karina (Do- ticipações de Ivan Lins e Azymuth; e em
mingo no Grajaú) saiu de um tema com- 2007 lançou Encore, pelo selo britânico
posto antes, Uma Tarde no Grajaú, e foi Far Out Recordings. Atualmente, o músi-
gravada em apenas uma manhã. Possui co se prepara para lançar seu concerto
uma orquestração impactante e a guitar- para violão e orquestra, continuando a fa-
ra de Hélio Delmiro colorindo a canção. zer o que mais ama: criar músicas.
43
CAPA | REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Janeiro de 1985.
Nesta data o Rio de
Janeiro e o Brasil
viveram um dos
maiores eventos que já
havia acontecido no
mundo e que se
tornaria o divisor de
águas na história
musical desse país. O
Rock in Rio se
superou em números e
expectativas juntando
44

em um mesmo palco
nomes de gigantes da
cena musical
internacional e

DEVIDAMENTE
lançando para o
mundo o rock and roll
nacional. O sucesso
que tornou o festival

DOCUME
um dos maiores do
mundo fez com que o
empresário Roberto
Medina repetisse a
façanha mais três
vezes no Rio e levasse
a marca RiR para
Lisboa e Madri.

Danielli Marinho
P ara deixar documentada essa parte
da história e as noites memoráveis
que mudaram de uma vez por todas o
Mazzola conta como surgiu a ideia, fala
sobre a dificuldade para conseguir recu-
perar as gravações originais e obter a au-
jeito de se fazer shows no Brasil, o pro- torização dos artistas para lançar o pri-
redacao@backstage.com.br
dutor Marco Mazzola resgatou algumas meiro pacote com seis DVDs com os
Fotos: Divulgação
fitas e transformou alguns shows em shows do Rock in Rio.
DVDs, através de sua produtora MZA,
em parceria com a Sony Music. Nesta Backstage - Como surgiu esse projeto de
entrevista exclusiva à Backstage, Marco lançar os shows do Rock in Rio em DVD?
NTADO
Marco Mazzola - Essa ideia começou
mais ou menos em 2004. Não conse-
guia entender como não tínhamos um
doras na casa do Roberto Medina, eu
sugeri tentar recuperar esse material.

arquivo de toda a história do Rock in Backstage – Foi muito difícil?


Rio, que estava basicamente vincula- Marco Mazzola - Teve muita dificul-
do à TV Globo. Então, como tenho dade. O Rock in Rio de 1985 e de
um contato bom na Artplan, até por 1991 estavam todos arquivados na
que, no Rock in Rio de 1985, basica- Globo, mas de propriedade da emis-
mente ajudei a colocar todas as grava- sora. Mas o de 2001, ninguém sabia

45
CAPA | REPORTAGEM| www.backstage.com.br
46

onde estava o material. Não estava em


nenhuma gravadora. Não estava em ne-
nhuma emissora de televisão, porque foi
feito com Direct TV, nem com a produtora
que produziu o evento. Enfim, ninguém
sabia onde estava isso até que um dia me
disseram que esse material poderia ser en-
contrado num arquivo de tapes da Art-
plan, em Jacarepaguá. Pedi a um pessoal
nosso para ir para lá e chegando lá as fitas
estavam muito sujas, muito deterioradas.
Recolhemos umas 20 fitas dessas e dentro
dessas 20 fitas, vimos que uma delas era do
Rock in Rio. Fizemos uma decupagem ge-
ral aqui dentro da MZA e descobrimos
que praticamente todo o Rock in Rio
2001 estava ali. O que estava faltando -
que era uma ou duas fitas -, a gente conse-
guiu através da Direct TV.

Backstage – E depois, qual foi o próxi-


mo passo?
Marco Mazzola - Aí veio a fase em que
eu precisava digitalizar. Antes, porém,
solicitei cópias à Globo, de 1985 e de
Acima, Mazzola e a Studer usada para mixagem do Rock in Rio de 1985.
Em seguida, caixa de fitas onde estavam as gravações originais 1991, para a gente ter esse material aqui
dentro, e comecei a digitalizar tudo.
Então temos tudo digitalizado, to-
dos os shows de 1985. Mas é muito
difícil você lançar, até por já ter pas-
sado muito tempo. Existe o direito
de imagem, algumas pessoas já até
faleceram. Alguns shows nacionais,
por exemplo, não tiveram condi-
ções de serem reproduzidos, como o
do Erasmo Carlos, que tocou num
dia que era dos “metaleiros”, o mes-
mo com o Carlinhos Brown. Então,
tem muitos shows que não dão para
Mazzola em uma das salas de gravação da MZA
ser aproveitados, mas servem como
história, como a vida do Rock in ras, e a forma de filmar, com as câme- Elba Ramalho. Então existem proble-
Rio, e isso eu pretendo fazer. Mon- ras voltadas para os canhões de luz, mas políticos também que a gente tem
tar uma historinha de 1985 pra cá deixava tudo estourado. Mandamos que respeitar, apesar de não concordar,
com as coisas que aconteceram. recuperar cores, porque hoje em dia porque fazem parte de uma história.
temos como fazer isso, mas aí vem o
Backstage – Mas esse material problema do áudio. Então é muito Backstage – Quais são os shows
não pode ser aproveitado por mais um registro da história. Lança- que você conseguiu recuperar?
causa da qualidade do áudio? mos o Paralamas e o Barão, porque Marco Mazzola - Não encontrei
Marco Mazzola - Na verdade, pela eram shows antológicos, mas não os áudios de forma alguma do se-
qualidade em si. Eram quatro câme- consegui relançar o Zé Ramalho e a gundo festival, e só tem esse regis-

47
CAPA | REPORTAGEM| www.backstage.com.br

pudemos aproveitar. Então no Palco


Mundo estamos lançando, neste
48

momento, Frejat, Titãs e Xutos &


Pontapés, Detonautas, Capital Ini-
cial, Skank, JQuest, e o concerto
sinfônico do Legião Urbana, que foi
um momento apoteótico.

Backstage – Onde foi realizado o


tratamento do material?
Marco Mazzola - Toda a recupera-
ção desse material foi aqui na MZA.
tro de tape. Então também ficou defici- Masterização dos equipamentos, tanto
Momentos memoráveis da história tário fazer qualquer coisa. Só há uma par- analógico quanto digital para fazer todo
do Rock in Rio emoldurados nas
paredes da MZA te de vídeo, que se pode fazer um do- esse trabalho de digitalização, e em to-
cumentário. Em 2001, foi feito um acor- das as mixagens, basicamente 45% fo-
do com a UOL e a Direct TV e esse áudio ram todas feitas aqui. A edição de ima-
passou a ser de propriedade da Artplan. gem também foi feita aqui dentro. O
Conseguimos resgatar e lancei então grande barato desses DVDs é o making
Cassia Eller, Ultraje. Tentamos Shakira, of, já que todos são exclusivos e ninguém
mas os internacionais são quase impos- tem isso. Fomos nós que fizemos. Grava-
síveis. Vamos ver se agora em 2013 con- mos depois contando a história e, quan-
seguimos fazer uma coisa mais amarrada do é coisa muito antiga, de 1985, a gente
para termos mais lançamentos. mostra como era, com imagens da época,
e mostra hoje em dia, eles falando deles
Backstage – O pacote de DVDs são os mesmos de 1985 pra cá. Então, o grande
shows de 2011 no Palco Sunset ou no momento do DVD são os making ofs, com
Palco Mundo? exceção do Skank e do JQuest.
Marco Mazzola – O Sunset foi um pal-
co que deu muito certo. Foram os en- Backstage - Quando você fez a capta-
contros inusitados, mas devido à quali- ção de 2011, já planejava lançar isso?
dade e a alguns direitos de imagem não Como foi a captação?
que passou; mas a gente vai ter uma
equipe de captação de imagens nos
dois palcos, independentes, justa-
mente para ganhar tempo tanto nes-
sa parte de direito de imagem de exe-
cução autoral, como na parte técnica
também. Vamos contatar os artistas
com antecedência para evitar que se
pague duas vezes pelos direitos, como
está acontecendo agora.
Backstage – E como surgiu esta parce-
ria da MZA com a Sony?
Marco Mazzola - Temos um contrato
com o Rock in Rio até 2020 para ser a
gravadora oficial do Rock in Rio e
como a Sony tem um poder de decisão
mais rápido e como a gente tem que
ser rápido, firmei a parceria de fazer os
lançamentos dos DVDs com eles,
como foi feito agora com JQuest,
Marco Mazzola - Já tinha em mente Skank e Capital Inicial. E vai dar
que ia lançar umas três coisas dali. E muito certo. Tenho certeza.
acabou a gente lançando seis e vai
lançar mais um. Estou também fazen- Backstage – O investimento foi alto?
do uma compilação com o melhor do Dá para recuperar?
Rock in Rio nacional dos dois palcos. Marco Mazzola - Passei por momen-
Era surpreendente, porque as pessoas tos em que eu disse: vou desistir, por-
vinham pedir, então foi contagiante. que ninguém queria dar autorização.
Para o ano que vem, já conversei até Aí vim para o estúdio e vi que a quali-
com o Sepultura para lançarmos esse dade era terrível, mas insisti mais por
show incrível no palco Sunset que idealismo, essa é a verdade, pela his-
eles fizeram em Lisboa. A ideia seria tória do Rock in Rio. E pretendo,
gravar ano que vem aqui no Rock in quem sabe um dia, vir a recuperar o
Rio para lançar depois. Então temos que a gente investiu, porque é muita
que articular com antecedência e se grana. Se você pensar em um concer-
antecipar, já ir conversando para to tributo ao Legião Urbana, que é um
quando o Roberto Medina fizer a gra- concerto sinfônico, além da orquestra
de do festival. sinfônica, você tem todos os grandes
artistas (Dinho, Flausino, Pitty), que
Backstage - Além dos direitos de têm o direito de imagem. Tem cenário,
imagem, vocês também têm que telão,... E tudo isso você tem que pagar,
pensar um pouco nessa questão da fora as autorizações e os royalties que
mixagem, da masterização. Há essa você paga a cada um. Então, quando
preocupação? você fecha a conta, não fecha. Tem
Marco Mazzola - Quando a gente vai todo um trabalho técnico, de arrumar
fazer a gravação em si, a gente contra- o vídeo, porque cortam muito rápido
ta algumas pessoas que são boas no e não dá certo, e tem que corrigir
estúdio, que vão fazer depois a mixa- aquilo tudo. Você tem que mixar tudo
gem, mas fazemos tudo com antece- em 5.1 e em 2.0, fazer a masterização,
dência para evitar problemas. Ano e aí manda fazer a autoração. Então é
que vem, queremos fazer uma equipe um trabalho grande. Mas estamos fa-
mesmo, igual a que tivemos nesse ano zendo história.

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EQUIPAMENTOS| www.backstage.com.br
50

Penta5witch
No meio de um
Rogério Leão
mar caótico de redacao@backstage.com.br
cabos e pedais Foto: Internet / Divulgação

surge um pouquinho
de lógica e ordem.
O Pedrone
Q uando muitos músicos, como eu,
começaram a tocar guitarra, a ex-
pectativa de uma pedaleira recheada
sicos amadores ou semiprofissionais. De
lá pra cá muita, mas muita coisa mu-
dou. Além das questões econômicas, o
Penta5witch é de pedais não era muito presente. grunge confinou os racks nos estúdios
um dos primeiros Não se esqueçam de que isso foi há e a cultura dos vintages abriu espaço
loopers de mais de vinte anos. As grandes estre- para os equipamentos de boutique e
las internacionais ainda estavam handmades. Nos dias de hoje, a maioria
efeitos 100% carregando seus enormes racks de dos guitarristas profissionais tem diver-
analógicos equipamentos, com dezenas de apa- sos pedais diferentes em seus arsenais.
relhos engaiolados em geladeiras gi- Distorções, modulações, delays, etc, di-
produzidos
gantescas. As grandes estrelas nacio- videm espaço em cases cada vez mais
no Brasil. nais se arrumavam como podiam - em super lotados e o sapateado nos pedais
uma época em que a importação de fica cada vez mais inevitável para cada
equipamentos de qualidade já era difí- apresentação musical. E esse sapateado
cil para eles, era muito mais para os mú- é o único problema dos pedais? A res-
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EQUIPAMENTOS| www.backstage.com.br

posta é, obviamente, não. Quan- do um Looper de efeitos. O Penta- todas as outras mandadas. É possí-
do você decide usar um novo pe- 5witch tem um preço acessível e é vel usar os outros canais para en-
dal você está escolhendo mais ca- construído como um pequeno trada de um novo sinal e deixar
bos, mais conectores, mais swit- tanque azul. Ele tem cinco pe- mandadas posicionadas antes do
ches e, dependendo da sua esco- dais, cada um selecionando o mesmo, funcionando ou não. Es-
lha, mais equipamentos deterio- preset a que está associado ou co- sas mandadas só afetariam o sinal
rando o seu timbre. A sombra da- locando o aparelho em true by- antes dele na cadeia, logo, o sinal
quela dificuldade financeira pode pass. Cada um desses presets vindo da primeira guitarra. É
ainda estar por aí, mas até para a pode ou não incluir no sinal da possível, também, transformar o
maioria de nós os pedais estão dis- guitarra qualquer uma, ou mais Penta5witch em um seletor para
poníveis e acessíveis. Era então de uma, das mandadas posici- seis instrumentos diferentes (1 em
inevitável que a ótima solução onadas na parte de trás do apare- cada preset e 1 em modo bypass).
que começou nas mãos de uma lho. O Penta5witch tem na parte Vale lembrar que nesse caso não
meia dúzia de engenheiros talen- superior cinco grupos de seletores haveria mais nenhuma mandada
tosos trabalhando para superes- em miniatura chamados Mini Dip disponível para outros usos, mas
trelas virasse um padrão. Switches. Cada um desses grupos esse tipo de escolha megalomanía-
Os loopers de efeitos surgiram tem seis seletores de duas posições ca não acontece todo dia mesmo!
ainda no final da década de seten- que controlam as já citadas man- De uma forma inversamente se-
ta. Pete Cornish e Bob Bradshaw dadas, além de controlar um con- melhante, é possível usar o Penta-
foram dois dos pioneiros na cons- tato para ser usado selecionando 5witch para selecionar mais de
52

trução dos loopers de efeitos. os canais de um amplificador de uma saída. Usando o Send de nú-
Seus aparelhos tinham algumas guitarra. É simples assim, se o mero cinco conectado a um segun-
do amplificador, esse estará funci-



onando toda vez que a mandada

Cada um desses presets pode ou número cinco estiver programada.


É possível, dessa maneira, selecio-
nar até seis amplificadores, mas as
não incluir no sinal da guitarra qualquer uma, combinações entre seletores de
instrumentos, amplificadores e
ou mais de uma, das mandadas posicionadas loops são a parte mais atraente do
aparelho. Para aqueles que nem
tem tantos pedais assim, mas usam
na parte de trás do aparelho mais de um amplificador e guitarra
não seria necessário ABboxes nem
para um nem para outro.
diferenças básicas, mas podiam seletor de número "1" estiver na Mas é obvio que todos esses recur-
ser descritos como controles re- posição "On" a mandada de núme- sos precisam de um pouco de ener-
motos de inclusão ou exclusão de ro "1" vai estar funcionando. gia pra funcionar. O Penta5witch
processadores dentro de uma ca- As mandadas estão todas organiza- funciona com qualquer fonte de 9
deia de sinal sonoro. das em série e podem ser usadas de volts, padrão Boss. Com uma fonte
Mas, e o Brasil, como fica a produ- algumas formas diferentes. Uma dessas e um pequeno exército de
ção nacional nessa história? No configuração básica seria compos- patch cables você pode testá-lo
ano de 2012 já temos bons amplifi- ta de uma guitarra, cinco pedais e com suas próprias mãos e, quem
cadores, pedais, guitarras e, isso um amplificador de dois canais, sabe, dar uma organizada na zona
mesmo, loopers de efeitos sendo mas é possível utilizar o retorno da que, eu poderia apostar, está na
produzidos totalmente no país! primeira mandada como a entrada frente do seu amplificador nesse
O construtor de amplificadores de um segundo instrumento. Ao exato momento.
Augusto Pedrone já se destacava ativar o funcionamento da primei-
no mercado de projeto e cons- ra mandada, o contato vindo da Rogério Leão é Produtor Musical,
trução de amplificadores val- entrada é cortado e o sinal do se- lançou o livro/DVD Guitarra: Efeitos e
seus efeitos e trabalha nas produtoras
vulados quando decidiu ampliar gundo instrumento segue adiante.
7Cordas e Big Foote Music+Sound.
sua linha de produtos, adicionan- Essa lógica pode ser utilizada para
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br
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Em prosseguimento à série
de reportagens sobre como
O som de
alguns dos mais
renomados profissionais
D a mesma maneira como acontece
na criação musical com os artistas,
também entre os profissionais de áudio
pressa em cada nova empreitada, seja ela
com quem for: a busca pela limpeza no
som, com a manutenção, tanto quanto
de áudio imprimem uma não existe uma única fórmula mágica, possível, dos timbres de cada instrumen-
que seja sinônimo de sucesso, especial- to, sem que uns atrapalhem os outros.
sonoridade própria ao seu
mente quando o assunto é a sonori- “Acredito que o técnico deve reproduzir
trabalho ao vivo, nessa zação ao vivo. Cada técnico tem a sua para o público o que está acontecendo
edição conversamos com maneira de trabalhar, sempre de acordo no palco, mas algumas vezes, para isso,
com as exigências do artista com o qual precisamos modificar levemente o tim-
os técnicos Alexandre
está lidando, e acaba fazendo desse bre de fontes que possuam característi-
Rabaço e Biggu. modus operandi a sua marca pessoal, que cas semelhantes”, revela.
se reflete no seu som. Essa adequação do jeito de atuar de Ale-
Alexandre Coelho O técnico Alexandre Rabaço, atual- xandre Rabaço às características sono-
redacao@backstage.com.br mente responsável pelo PA do cantor ras e estilísticas de cada artista ou gêne-
Revisão Técnica: Lulu Santos, por exemplo, diz que procu- ro musical requer, no entanto, que o téc-
José Anselmo “Paulista” ra moldar o seu estilo de mixagem ao do nico faça o velho conhecido “dever de
Fotos: Arquivo Pessoal / artista. Ainda assim, uma marca regis- casa”. Ele explica que, como cada gênero
Internet / Divulgação trada do seu trabalho acaba sendo im- musical tem seus instrumentos de des-
taque, costuma estudar previa-
mente o estilo com o qual vai tra-
balhar, a fim de estabelecer qual ou
quais instrumentos terá que res-
saltar na mixagem.
“Sabendo disso, procuro colocar os
demais instrumentos de forma que
não atrapalhem a sonoridade dos
principais, sempre com o objetivo
de manter a mixagem bem limpa e
inteligível, mas sem esconder ne-
nhum elemento. Nem sempre te-
nho sucesso nesta empreitada. O
Alexandre Rabaço
arranjo é de vital importância para
que o resultado seja bom”, observa. pequenas coisas que ele aprende a tra- xandre Rabaço entende que, em
balhar da melhor maneira possível algumas situações, é necessário,
FIDELIDADE com cada artista. sim, um esforço maior para ade-
Se Alexandre Rabaço molda o seu “Cada estilo musical tem uma ca- quar o seu som pessoal ao do con-
estilo ao do artista com quem está racterística própria, uma tendên- tratante. “Muitas vezes, alguns es-
trabalhando, o técnico Biggu, atu- cia ou instrumento de destaque, e é tilos musicais pedem mixagens
almente responsável pelo PA da isso que devemos observar. Não mais sujas, com menos definição
cantora Alcione e pelo monitor do tem nada a ver mixarmos uma gui- de alguns instrumentos. Já aconte-
ceu, sim, de eu ter que mudar a mi-
nha forma de atuar, mas foram

cada PA
poucas vezes”, admite.
Da mesma forma como citou o
gênero musical e os instrumen-
tos que devem ser destacados em
cada estilo como um detalhe que
faz toda a diferença, na hora de se
tirar o melhor som possível do
PARTE 2 PA, Rabaço lembra que, antes de
qualquer coisa, é preciso contar
com um sistema de qualidade e
cantor Lenine, garante que procura tarra alta no samba, mas ela tem o funcionando da melhor maneira
ser um reprodutor fiel do som que seu lugar na mix e precisa estar au- possível. “Um correto alinha-
está sendo executado pelo músico. dível”, exemplifica. mento do sistema de sonorização
“Eu cuido para amplificar exata- Se por um lado Biggu garante que é imprescindível para que eu al-
mente como a música foi criada, nunca precisou mudar seu estilo cance a sonoridade que busco.
apenas fazendo adaptações ao am- pessoal ao sonorizar um PA, Ale- Geralmente, passo um bom tem-
biente (equalização) e ao sistema de



sonorização que está sendo utiliza-
do. Quando é permitido, ou seja,
quando a música pede, eu gosto de Um correto alinhamento do
usar efeitos, tais como o reverb e o
delay”, ilustra. sistema de sonorização é imprescindível
Um detalhe, porém, faz com que a for-
ma de trabalhar dos dois profissionais
esteja em convergência: a observação
para que eu alcance a sonoridade que
do tal instrumento, ou instrumentos
de destaque de cada gênero musical. busco (Alexandre Rabaço)
Segundo Biggu, é na percepção dessas

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br
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Os técnicos indicam escolha de bons consoles, de preferência de marcas consagradas no mercado

po alinhando o sistema. De- cada instrumento. As ‘pontas da corren-


pois disso, a mixagem fica te’ são o que há de mais importante: o sis-
muito mais fácil”, ensina. tema de PA e os microfones”, sentencia.
O colega Biggu não hesita ao concordar
‘ALIADOS’ que uma boa sonorização começa com
Com o sistema devidamen- um sistema de qualidade. Por isso, ele
te alinhado, aí sim, o técni- garante que dá atenção especial à esco-
co pode se dar ao luxo de lha do material com o qual vai trabalhar.
imprimir a sua marca pes- O técnico salienta que, com bons equi-
soal ao trabalho, com a ga- pamentos à disposição da equipe, mais
rantia de que o equipa- rapidamente se chega ao resultado al-
mento vai responder ade- mejado e poupam-se frustrações, o que
quadamente, a ponto de acontece quando se trabalha com um
permitir que ele alcance material de qualidade sonora inferior.
os resultados desejados. Biggu não faz mistério ao apontar seus
O que, no caso de Ale- “equipamentos de confiança”, aqueles
xandre Rabaço, é a tal que o ajudam a tirar do PA o som que ele
limpeza no som que ca- procura. Na lista, ele garante não haver
racteriza sua trajetória erro quando se opta por marcas e mode-
como técnico de áudio. los conhecidos e com boa reputação no
Para isso, ele conta com meio musical.
alguns bons aliados. “Prefira sempre os consoles (mesas de
“Gosto de equipamen- som) e sistemas de som (PA) de qualidade,
tos mais transparentes: ou seja, as marcas consagradas no merca-
prés de microfone de do. Com elas, consegue-se facilmente um
boa qualidade, e equa- excelente resultado na amplificação dos
lizadores e compres- instrumentos e, em consequência, na re-
sores que não interfi- produção da música”, indica.
ram muito na carac- Equipamentos, marcas e modelos à par-
bom sistema
rização começa com terística do timbre de te, o importante mesmo, concordam
que boa sono
Biggu concorda
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Alexandre Rabaço e Biggu, é o profissional de áudio não


abrir mão do seu estilo próprio, o que, no fim das contas,
será, para aquele técnico, como uma espécie de cartão de
visitas e até mesmo servirá como currículo para futuros
trabalhos. “Os artistas, quando convidam um técnico para
algum trabalho, o fazem por conta de sua identidade sono-
ra”, garante Rabaço.
“É importante, sim, essa identidade no som, mas não deve-
mos ficar presos a critérios e ‘vícios’ no áudio. Algumas vezes,
precisamos esquecer do que gostamos ou de influências, e fa-
zermos o que a música ou som precisam”, acrescenta Biggu.

MENOS É MAIS
Para ilustrar essa sua maneira de trabalhar, Biggu recorda
uma situação profissional em que precisou até mesmo abrir
mão das modernas tecnologias para melhor servir à músi-
ca, ao áudio e, principalmente, ao cliente.
“Certa vez, fui convidado para trabalhar com uma banda
cover dos Beatles, no Rio de Janeiro. Antes do trabalho,
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conversei com os componentes, que logo perguntaram se


eu já tinha ouvido os Beatles. Prontamente, respondi que
sim e eles me disseram que queriam o som exatamente
igual. Esqueci os processamentos e muitos recursos exis-
tentes hoje e fiz o som o mais fiel possível, o som da época,
com algumas correções”, conta.
A busca da perfeição na sonorização de um show, no en-
tanto, pode ter seus efeitos colaterais. Alexandre Rabaço
destaca que nem sempre o excesso de cuidados que ele tem

“ Algumas vezes, precisamos


esquecer do que gostamos ou de
influências, e fazermos o que a
música ou som precisam
(Biggu)
durante o alinhamento de um PA é recebido de maneira

efusiva por todos os profissionais envolvidos no evento.
Mas, no fim, sempre acaba valendo a pena.
“Às vezes, eu ouço comentários sobre o tempo que ‘perco’
alinhando o sistema, ouvindo com atenção o som em todos
os lugares ou solicitando mudanças no posicionamento de
caixas, subs etc. Muitas vezes, algum funcionário de locado-
ra com mais pressa para ir embora fica de cara feia, mas, na
maioria das vezes, quando ele ouve a diferença do sistema
alinhado e bem distribuído, a feição muda”, assegura.
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Na matéria
publicada nesta
coluna na edição

Portáteis
de nº 162 (maio de
2008), intitulada
“Expandindo
Horizontes no
Áudio”, falamos
um pouco sobre
alguns padrões de
que falam como “Gente Grande”
60

interfaces de áudio
consolidados pelo
mercado, dando Luciano Freitas é técnico de
áudio da Pro Studio americana
destaque aos
com formação em ‘full mas-
modelos de pré- tering’ e piano erudito
amplificadores de
oito canais (outro
padrão) que
poderiam J á na matéria publicada em abril de
2009 (edição de nº 173), com o tí-
tulo “Estamos por um Fio”, retomamos
res”), mas que não abrem mão de obter a
melhor qualidade sonora disponível na
atualidade. Para essa parcela de consu-
complementar estes o mesmo assunto, no entanto, tratando midores, dedicamos esta matéria abor-
equipamentos. especificamente das interfaces com dois dando as principais características de
canais de entrada e dois canais de saída três, entre uma pequena quantidade de
de áudio (padrão 2x2 canais). equipamentos, que se destacam neste
Pouca coisa mudou desde a publicação novo segmento de mercado.
daquelas matérias até hoje no que se re-
fere à oferta (quantidade e diversidade) APOGEE – DUET 2
desses equipamentos. No entanto, po- Construída para ser o benchmarking das
demos perceber o surgimento de um interfaces de gravação portáteis, os en-
mercado emergente que busca por in- genheiros da Apogee utilizaram no de-
terfaces com número limitado de canais senvolvimento da Duet 2 a mais recen-
(geralmente com dois canais de entrada te tecnologia de conversão disponível
de áudio, aquelas que até pouco tempo em seus produtos, aplicando toda a expe-
eram taxadas como “interfaces popula- riência obtida na criação da sua inter-
face/conversor top de linha, a Symphony I/O, para oferecer ao seu usuário
dimensão e pureza sonora dificilmente encontrada nesta categoria de pro-
dutos. Seus pré-amplificadores utilizam componentes que garantem a cap-
tura de todos os detalhes das fontes sonoras com maior transparência e
menor nível de ruído de fundo, enquanto os seus conversores permitem
operar em amostragens de até 192kHz/24 Bits.
A comunicação com o computador é realizada por meio do protocolo USB2
(permitindo seu uso com praticamente qualquer laptop da Apple) e a comu-
nicação de áudio por meio de um breakout cable (cabo de áudio), o qual per-
mite a conexão de dois microfones ou dois instrumentos musicais elétricos
simultaneamente (conectores XLR combo) e duas saídas de áudio
(conectores P10 balanceados), sendo que, no corpo da interface, o usuário
ainda encontra-



rá uma saída de

Seus pré-amplificadores fones de ouvido


com fluxo de si-
nal independen-
utilizam componentes que te. Em resposta
aos pedidos dos
garantem a captura de todos os seus consumido-
res, a empresa dis-
ponibilizou, co-
detalhes das fontes mo acessório (ven-
dido separadamen-
te), o Breakout
Box, um elegante patch bay que permite a conexão dos mesmos dispositivos
possíveis no breakout cable, porém, em conectores separados (dois XLR para
microfones, dois P10 para instrumentos musicais elétricos e dois XLR para
saída do sinal de áudio), reduzindo aquele “conecta e desconecta” que, ao
longo do tempo, desgasta os conectores.
Na seção de controle, além do clássico knob multi-funções eternizado na
primeira geração da Duet, o usuário conta com dois botões touch pads (assi-
milam diferentes funções), os quais permitem ao usuário rápido acesso a re-
cursos como emudecer, diminuir níveis de sinal e somar canais para mono
nas saídas de áudio, e também com um visor colorido de OLED (diodo orgâ-
nico emissor de luz) com alta resolução que possibilita acompanhar a res-
posta instantânea de várias funções, entre elas a dos medidores de sinal de
entrada e saída (com valores gráficos e numéricos), agrupamento dos ca-
nais de entrada (link), inversor de polaridade, phantom power, entre outras,
sem ter que acessar seu software de controle. E por falar em seu software de
controle, no Maestro 2 o usuário encontrará um visual baseado em uma ja-
nela única que contém as principais funções da Duet 2 (demais funções es-

61
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entrada e quatro canais


de saída de áudio (2x4)
que fosse ao mesmo
tempo compacta e ro-
busta, capaz de per-
mitir ao seu usuário
capturar e monitorar
o sinal das fontes so-
noras (microfones,
instrumentos musi-


cais elétricos e si-
nais de linha) com o
máximo de integri-
dade possível.
As entradas de A qualidade sonora
da Forte é a mesma
áudio da Duet 2
encontrada nos in-
ainda contam tegrantes da família
com a RedNet (linha de
interfaces de áudio
ferramenta Soft
da Focusrite basea-
Limiter, o da na tecnologia
famoso limitador DanteTM, a qual u-
tiliza as redes digi-
de sinal
tão disponíveis em abas de fácil acesso). tais Internet Protocol - IP e componen-
analógico da As entradas de áudio da Duet 2 ainda tes como cabos Ethernet, roteadores e
62

Apogee que desde contam com a ferramenta Soft Limiter, o switches para transportar até 256 ca-
famoso limitador de sinal analógico da nais de áudio em alta resolução e baixa
a década de 1990 Apogee que desde a década de 1990 im- latência), oferecendo a melhor tec-
imprime suas prime suas características sonoras na nologia de conversão A/D e D/A pre-
características maioria dos hits produzidos pela indús- sente atualmente nos equipamentos da
tria do áudio profissional. Este dispositi- Focusrite: amostragens de áudio em até
sonoras na vo previne a saturação digital (distorção) 192kHz/24Bits, margem dinâmica do
maioria dos hits agindo nos picos dos transientes antes chipset de 120 dB (medição real de 117 dB
produzidos pela da etapa de conversão A/D, proporcio- no conversor A/D e 118 dB no conversor
nando o vital incremento de alguns D/A), Distorção Harmônica Total infe-
indústria do decibéis no sinal registrado. rior a 0,0008% nas entradas (microfone)
áudio e saídas de áudio (inclusive na dedicada
profissional FOCUSRITE - FORTE aos fones de ouvido) e tecnologia
O conceito adotado pela Focusrite na JetPLLTM de redução de jitter (distor-
concepção da Forte foi o de oferecer ao ções de fase decorrentes de erros ocor-


mercado uma interface de dois canais de ridos no momento da digitalização da
amostra de áudio, devido à rápida PRISM SOUND – LYRA 2
mudança de amplitude). Oferecendo a inconfundível so-
Seus dois pré-amplificadores de micro- noridade da Prism Sound em um
fones são remotamente controláveis, patamar de preços nunca antes
semelhantes aos utilizados na interface visto, a Lyra 2 entra neste seg-
RedNet 4, no entanto, possibilitam até mento de mercado oferecendo a
75dB de ganho. Com resposta de fre- mesma qualidade do seu big brother
quências de +/- 0.1 dB (entre 50 Hz e Orpheus (considerada o “Rolls-
42 kHz), a Forte disponibiliza ao usuá- Royce” entre as interfaces de áudio
rio um filtro de passagem de altas firewire 18x18 canais) em uma ver-
frequências (HPF de 12 dB por oitava são USB (USB Audio Class - UAC
abaixo de 75 Hz), alimentação phantom 2, com um processador “Xcore”
power (quando utilizada com o ali- ARM-Cortex que permite suporte
mentador AC, incluso no pacote), pad nativo em plataformas Mac, Win-
de -10 dB e inversor de polaridade, to- dows, Linux e Android) compacta
dos independentes para cada canal. com dois canais analógicos de en-
Já no quesito controle, a Forte ofere- trada e quatro canais analógicos de
ce quatro botões sensíveis ao toque saída de áudio (além da saída es-
(selecionam as seções de monito- téreo independente para os fones de
ração, entrada de sinal, fones de ouvi- ouvido). O equipamento também
do e controle remoto da DAW), um desfruta da mesma estabilidade de



Seus dois pré-amplificadores de
microfones são remotamente controláveis,
semelhantes aos utilizados na interface
RedNet 4
knob multifunções (atribui valores e clock (circuito CleverClox DPLL -
seleciona funções na seção seleciona- Dual Digital Phase-Locked Loop,
da) e um visor de OLED colorido permitindo amostragens de até
(permite verificar os níveis de sinal e 192kHz/24Bits), das mesmas bar-
as funções selecionadas pelos botões reiras de proteção contra possíveis
e pelo knob giratório). interferências (geradas pelos com-
Acompanham o equipamento um ponentes do computador) e da ar-
breakout cable (com conectores XLR e quitetura totalmente balanceada
TRS para entrada de sinal, sendo que que fizeram da Orpheus destaque
as saídas de áudio encontram-se no entre as melhores interfaces dispo-
corpo da interface), o software de níveis atualmente no mercado.
controle do equipamento (Forte Resultado de anos de pesquisa e
Control) e o pacote de plug-ins Mid- extensivo diálogo com seus clien-
night, versão digital dos lendários tes, a Prism Sound coloca na Lyra 2
módulos ISA 110 Eq e ISA 130 (de- o mesmo conceito que solidificou o
senvolvidos por Rupert Neve e utili- nome da empresa entre os profissi-
zados no console Forte, o qual empres- onais mais exigentes do mercado:
ta o nome para a interface). oferecer equipamentos que apre-

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sentam, além de expressivos valores téc- a comunicação de áudio de acordo com


nicos de distorção harmônica e ruído as normas AVB (Audio Video Bridging)
(THD + N), os quais, no mundo real, e IEEE 802.1.
nem sempre se correlacionam com A Lyra 2 ainda conta com um mixer vir-
uma qualidade sonora perceptível, um tual (controlável via software) que per-
espectro sonoro de distorção e ruído mite monitorar as fontes sonoras dire-


meticulosamente desenhado que pro- tamente na interface (monitoração sem
porciona uma experiência auditiva latência), garantindo uma mixagem
transparente e inigualável. com “qualidade de estúdio”, onde cada
Em cada canal de entrada analógico, a canal de entrada e cada canal de retorno
Lyra 2 oferece o mesmo pré-amplifica- do software (DAW) tem o seu próprio
64

A Lyra 2 ainda dor de microfones utilizado na interface circuito independente, formando um


conta com um Orpheus (com 65 dB de ganho, em pas- channel strips completo, com fader, pa-
mixer virtual sos de 1 dB, controlável via software), norâmico, solo, mute e medidores de si-
alimentação phantom power, pad de -20 nal individuais (são aplicados algo-
(controlável via dB e o exclusivo limitador analógico ritmos de dither e filtros coeficientes, se-
software) que “Overkiller”, um soft-clipping limiter que melhantes aos usados nos melhores
permite mantém o áudio transparente mesmo consoles digitais do mercado). Seu delay
com consideráveis sobrecargas de sinal residual (resultante dos filtros de inter-
monitorar as (ideal para materiais percussivos). polação aplicados nas etapas de conver-
fontes sonoras Complementando as conexões de áudio são A/D e D/A) é extremamente curto,
diretamente na analógico, a Lyra 2 traz conexões (en- mantendo-se, na pior das hipóteses,
tradas e saídas) digitais nos formatos igual ou inferior a 0,5 milissegundo (va-
interface coaxial (S/Pdif, comutável para o for- lores reduzidos de maneira significante
(monitoração mato AES3 por meio dos adaptadores à medida que se aumenta a taxa de
sem latência) inclusos) e óptico (toslink e ADAT-S/ amostragem da interface).
MUX) que oferecem conversão de taxa Talvez seu único problema seja o de estar
de amostragem e bit depht (algoritmo no mesmo patamar de preços do conversor/


Prism Sound SNS), permitindo ao usu- interface Symphony I/O (da Apogee) em
ário gerar cópias do sinal com configu- sua configuração de entrada (2x6), o
rações diferentes à do projeto aberto na qual se mostra mais flexível em termos
DAW (o equipamento também propor- de possibilidades de configuração e
ciona sincronismo via wordclock). O também proporciona uma qualidade
usuário ainda encontrará no painel tra- sonora impecável.
seiro da interface um conector RJ45
(rede Ethernet) que, por meio de atuali- Para saber mais
luciuspro@ig.com.br
zações futuras de firmware, possibilitará
65
MAIS SOBRE
TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br

PROGRAMAÇÃO DO

ES 2
66

Vera Medina é produtora, cantora,


compositora e professora de canto e
produção de áudio
O ES2, como já
vimos
anteriormente, se
mostrou um
sintetizador
virtual bem
S uas várias seções (osciladores, fil-
tros, modulação, saída geral), quan-
do bem compreendidas, possibilitam ao
ção, as quais podem atuar simultanea-
mente e onde podem ser atribuídos
roteamentos individuais que vão im-
produtor explorar os sons desejados de pactar na sonoridade final (vide figura
versátil, com um forma bem criativa. Nesta edição, vamos 2). Cada uma das partes do roteador
vasto campo para abordar as seções modulação e saída ge- possui alguns parâmetros: Target, Sour-
ral, finalizando, desta forma, a cobertura ce, Intensity e Via.
programação. de todas as funcionalidades do ES2. O Target representa o que será alterado
Com o conhecimento sobre os os- dinamicamente. O parâmetro Via defi-
ciladores e filtros já é possível produzir ne uma fonte para controlar a intensi-
um som inicial, porém, estático. As al- dade da modulação. As setas que estão à
terações dinâmicas podem ser obtidas direita de cada um dos grupos de pa-
com a modulação que é toda feita numa râmetros representam a intensidade do
seção específica (vide figura 1). Vamos efeito. A intensidade da modulação
começar pelo roteador de modulação também pode ser modulada através do
(modulation router), onde é feito o parâmetro Via que determina outra
“cabeamento” da entrada e saída, ou fonte de modulação.
seja, qualquer fonte de modulação pode Quando em off, a intensidade de modu-
ser conectada ao alvo da modulação. lação é constante. Para qualquer outra
Esta seção possui 10 partes para modula- configuração, as duas setas funcionam da
mas de onda. Existe uma série de
parâmetros que podem ser utiliza-
dos na modulação, desta forma,
além de procurar o significado de
cada um deles no manual do Logic,
teste o efeito em si, fica muito mais
fácil de trabalhar desta forma.
Já explicamos que para fazer uma
mix dos 3 osciladores podemos
contar com a área triangular pró-
xima aos osciladores. Temos tam-
bém do lado direito uma área qua-
drada que possibilita o movimento
dos eixos X e Y e maior controle
sobre a modulação. Os valores que
constam na área quadrada são po-
sitivos e negativos. Podem ser
atribuídos parâmetros para cada
eixo, sendo que a movimentação
Figura 1 - ES2 visão geral
permite a atuação dos dois parâ-
seguinte forma: a parte de baixo •OscWaves: afetam todos os os- metros simultaneamente.
define o mínimo de intensidade de ciladores. Dependendo das for- Na seção onde escolhemos o Rou-
modulação e a parte de cima a in- mas de onda escolhidas para os ter, agora podemos escolher o
tensidade máxima. Desta forma, a três osciladores, pode ser utiliza- modo Vetor (Vector Mode) que
faixa entre as setas significa a ex- do para modular: atuará sobre a área quadrada no
tensão que é controlada pelo parâ-
metro Via. Para inverter o efeito,
ative o parâmetro “inv” (via in-
vert) no roteador.
As letras b/p significam bypass.
Figura 3 - Vector
Desta forma, é possível “dar by-
pass” em algumas das partes sem -A largura do pulso de ondas pulse lado direito da tela (vide Figura 3).
perder a configuração. ou retangulares O menu do modo Vetor permite
-A quantidade de modulação de habilitar o controle do cursor da
Temos vários parâmetros disponí- frequência do oscilador 1 área quadrada pelo envelope do
veis para modulação em tempo -Noise para o oscilador 3 vetor. Este menu define se o mixer
real e é importante entender um -Posição das Digiwaves dos osciladores (a área triangular)
pouco sobre eles: Para apenas afetar um deles, deve deve também ser controlada pelo
•Pitch 123: este alvo permite uma ser escolhido Osc1Wave, Osc2- envelope do vetor.
modulação paralela das frequências Wave ou Osc3Wave. As opções de Temos as seguintes opções:
(tom) dos 3 osciladores do ES2. controle variam para cada um deles. -Off (desligado).
-Mix: permite o controle da área
triangular pelo envelope do vetor.
-XY: Controla a área quadrada
-Mix + XY: controla ambas as
áreas triangular (mixer dos os-
Figura 2 - Router
ciladores) e quadrada.
•Pitch 1, 2 ou 3: este alvo permi- Ainda existem as opções Osc1- A grande vantagem da combinação
te a modulação da frequência do WaveB, Osc2WaveB e Osc3WaveB. destas várias abordagens é que o
oscilador em questão (1, 2 ou 3). Estas estão relacionadas às Digi- som final acaba demonstrando uma
•Detune: controla a quantidade de waves para modular de forma mais dinâmica que não existe na maioria
desafinação entre os 3 osciladores. precisa as transições entre estas for- dos sintetizadores virtuais. A ex-

67


TECNOLOGIA| LOGIC 9.1 | www.backstage.com.br

Este processador
possui alguns efeitos padrão
que podem ser aplicados nos
sons gerados
tensão do uso do modo Vetor é muito abrangente e mais
complexa e talvez possamos abordar este assunto numa
matéria específica. Porém, quis deixar a mensagem sobre
sua importância para que você possa pesquisar seu uso.
Temos ainda uma área importante no ES2 que é o
processador de efeitos (vide figura 1 – Saídas e efeitos).
Este processador possui alguns efeitos padrão que po-
dem ser aplicados nos sons gerados e lembra um pouco
os pedais de efeito, uma vez que apresentam os básicos
Distorção, Chorus, Phaser e Flanger. Em alguns casos
eu não utilizo os efeitos do ES2 e acabo por utilizar ou-
tros efeitos semelhantes, como plug-ins.
68

O efeito distorção é autoexplicativo. Temos as configu-


rações soft e hard, sendo que a primeira “esquenta” o
som e a outra cria uma distorção mais pesada.
Os efeitos Chorus, Phaser e Flanger são os clássicos de
modulação. Seus principais parâmetros Intensidade e
Velocidade simulam os efeitos análogos.
Acredito que com base nos parâmetros explicados é
possível ir mais a fundo em cada uma das seções de for-
ma a tirar o maior proveito possível do ES2.
Até a próxima matéria!

Para saber online

vera.medina@uol.com.br
www.veramedina.com.br
69
TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br

Figura 1

REVERENCE
Olá, amigos.
Durante a última
70

Expomusic estive
com a equipe da
Steinberg, no
estande da O sucesso de reverb de convolução
Yamaha, seguindo nativo Steinberg continua no Cubase 6.5
nossa tradição de
levar informação Marcello Dalla é enge-
através de nossas nheiro, produtor mu-

palestras. Falamos sical e instrutor

sobre diversos
temas em criação
musical e áudio
com o Cubase. Bom
N uma das palestras voltei a abordar
o Reverence, reverb nativo do
Cubase. Detalhei a base teórica da
Na verdade, o uso no dia a dia de produ-
ção é que traz a experiência e as escolhas
de programação do reverb; mas, mesmo
tecnologia de convolução e também o assim, as possibilidades são muito gran-
público, boas
upgrade no algoritmo da versão 6.5. O des e conhecer em detalhes os parâ-
perguntas e muito interesse neste tema sempre é de todos. metros de programação e como o plug-in
interesse no aspecto A espacialização da música e a coloca- se comporta faz toda a diferença.
ção dentro de um ambiente virtual para
criativo e em
trazer a sensação de “palco” numa Vamos lá, então: a pedidos, um tutorial de
técnicas de mixagem é uma das principais funções visita aos recursos e controles do Reve-
finalização do reverb. Saber usar um bom reverb é rence, além de algumas dicas interessan-
prerrogativa presente em qualquer esti- tes para tirar o máximo desse plug-in que
(mixagem e lo musical. Existe pouca literatura a res- já valeria o software. Vou dar uma breve
masterização). peito para explorar as possibilidades. noção sobre o funcionamento e depois
partimos para os parâmetros de controle. Reverbs de microfones posicionados de forma a reproduzir a
convolução têm um princípio de funcionamento ba- espacialidade do ambiente.
seado na resposta real do ambiente. Um pulso de Quando a fonte sonora é deslocada pelo panorâmico
sample é gerado por alto-falantes em um ambiente e a surround, a resposta acontece no espectro “3D” com
resposta desse ambiente é captada por microfones de diferentes respostas de cada ponto de referência da
precisão em diferentes pontos e é “codificada” em mesma maneira que no ambiente original. Cabe aqui
vários parâmetros. Esta codificação é chamada de uma observação importante: no recém-lançado
“Respostas de impulso“ (Impulse Responses). Sabemos Nuendo 5, o Reverence vem com dois bancos de res-
que qualquer som gravado digitalmente é uma se- postas de impulsos, o banco original do Cubase 5 e
quência de samples (Impulsos) tomados em uma de- mais um banco repleto de ambientes voltados para o
terminada taxa de amostragem (48KHz, 44.1 KHz etc). desenho de som em filmes: interior de veículos, salas
Então, ao passarmos esta sequência de samples pelo nos- de recepção, salas de aula, quartos, corredores, gara-
so simulador codificado com as respostas do ambiente gens. Enfim tudo o que é necessário à ambientação de
para um sample, ele responderá com o mesmo resultado falas e sons em cinema. (Figuras 2 e 3).
em nossa sequência de samples.
Ou seja, estamos virtualmente levando
nossa sequência de samples (nosso
áudio) para o mesmo ambiente no qual
foi codificado o sample padrão. Essa
grande sacada resulta em um reverb
denso, rico, repleto de profundidade e
riquesa harmônica. Como é um proces-
samento elaborado, naturalmente de-
manda DSP, leia-se RAM, pois é execu-
tado em tempo real.
O Reverence de fato pede que você es-
teja atento ao DSP do seu projeto. Por
isso, vale a pena recordar as dicas que
passei nos artigos da série “Farinha
pouca seu pirão primeiro – Administre
seu DSP”, porque com essas dicas você
abre caminho para usar e abusar do
Reverence em projetos com muitos ca-
Figura 2 - Reverence Nuendo 5
nais. Obviamente, se você tem uma
máquina ultratop, com memória RAM
em baldes e processadores em cachos,
sua preocupação será menor. Mas mes-
mo assim, recomendo as dicas, pois
você poderá ter situações de uso de di-
ferentes algoritmos do Reverence, em
“racks” diferentes.
O Reverence traz uma diversidade mui-
to interessante de ambientes. Tanto em
aplicações musicais quanto em desenho
de som e simulação de ambientes, os
algoritmos originais são sempre muito
úteis. A referência pela foto do ambiente
ajuda muito. Na figura 1 vemos o al-
goritmo “Austrian Concert Hall”. Al-
guns dos algoritmos vêm nas versões
estéreo e surround. Isto mesmo, algumas
respostas de impulso foram obtidas com Figura 3 - Reverence Nuendo 5

71
TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br

Vamos aos parâmetros do Reverence. resultar em texturas variadas. Os efeitos são surpreen-
Podemos usar a figura 1 para visualizar. dentes. O número de canais desses arquivos vai de 1 a 5
(5.0) e o Reverence ajusta a resposta automaticamente.
Program Name – Nome da resposta de impulso fonte
do programa em uso. Quando você carrega o programa Program slots 1 to 36 – A lista de números de 1 a 36
é mostrado neste campo, por alguns segundos, o nú- permite que a troca de programa Reverence seja
mero de canais e o tempo de duração do reverb. automatizada. Este recurso é importante para que se
possam trocar os programas sem a necessidade de ter
Browse – Abre a lista de respostas de impulso disponí- diferentes “Reverences” carregados, o que consumiria
veis para carregar. memória RAM.

Import – Permite importar respostas de impulso diver- Smooth parameter changes – Entre o Program Slots e
sas nos formatos wav e aiff. Desde respostas de outros os botões Store, Recall, Erase, há um pequeno botão.
programas até arquivos de áudio da sua escolha que vão Quando ativado, ele promove uma transição suave en-
tre dois programas do Reverence evitan-
do ruídos digitais e transições bruscas.

Store, Recall, Erase – Respectivamente:


guarda, ativa e apaga o programa selecio-
nado na matriz de programas.
O Reverence também dispõe de um
equalizador próprio de três bandas que
atua em seu sinal de resposta, além dos
parâmetros de volume da saída (out) e
72

de mistura com o sinal original (mix).

Estão presentes também parâmetros já


conhecidos e comuns a unidades de
reverb como:
Pre delay – Controla o tempo entre o
sinal não processado e a chegada do si-
nal reverberado. Quanto maior o valor,
maior o tamanho do ambiente.
Figura 4 - Espectrograma

Time scaling – Controla o tempo de


reverberação.

Size – Determina o tamanho da sala


simulada.

Level – Controla o volume do reverb.

ER Tail split – Early Reflections tail


Split. Determina o ponto onde termi-
nam as primeiras reflexões do ambiente
e onde começa a “manutenção” e decai-
mento, ou seja, o corte do reverb. Um
valor de 60 significa que as reflexões se-
rão ouvidas por 60 milisegundos.

ER Tail Mix – Determina a relação entre


Figura 5 - Information Display as primeiras reflexões e o corte do reverb.
Valores acima de 50 atenuam as reflexões Spectrogram Display – Mostra a
e abaixo de 50 atenuam o corte do reverb. análise de espectro da resposta de
impulso. No eixo horizontal te-
No display do Reverence temos in- mos o tempo e no eixo vertical as
formações importantes: frequências. O volume é represen-
Play Button – Apertando o botão tado pelas cores. Figura 4.
Play o pulso de referência é tocado. É
um som de teste que permite que Information Display – Informa-
você ouça as características do reverb ções adicionais sobre o algoritmo
e dos parâmetros aplicados. selecionado. Tempo de duração do



O Reverence também dispõe de um
equalizador próprio de três bandas que atua
em seu sinal de resposta, além dos
parâmetros de volume da saída (out)
Time Scaling Wheel – O dial em vol- reverb original, características da
ta do botão Play permite ajustar o sala, número de canais, observa-
tempo de reverb. ções gerais. Muito útil. Vemos na
Figura 5.
Time domain display – Mostra a Abaixo do display do Reverence
waveform da resposta de impulso. temos uma linha horizontal que
Quando giramos o dial, a waveform termina em um botão. Esse botão
mostra as alterações. ativa o Trimmer para ajuste dos

Figura 6 - Trimming

73
TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br

“ Quando
adicionamos um
canal de FX, o
Cubase cria um
Figura 7 - Inserts

limites da resposta de impulso, ou seja,


onde ela começa e onde ela termina. Re-
o roteamento do canal de FX. Isso abre
uma quantidade enorme de possibilida-
74

canal dedicado pare que o ajuste é feito mediante corte des de mixagem e de criação de texturas
e coloca o abrupto, sem fade. Observe o efeito ou- sonoras. O que vem na sequência dos
vindo o resultado final. O “Impulse inserts é do gosto e da criatividade de
Reverence como Trimming Button” ativa o “Trimming cada um. Podemos processar o som do
Insert deste Slider” na barra e você pode usar a roda reverb com qualquer efeito desejado.
canal. A partir do mouse para fazer os ajustes (Figura 6). Experimentem, testem configura-
Tenho a dizer que o equalizador do ções diferentes, explorem as possibi-
deste momento, Reverence é bastante eficiente. Mas lidades desse plug-in sensacional.
o Reverence aqui vai uma dica para quem deseja Tenho feito isso desde o Cubase 5 e
passa a aparecer equalizar de uma forma refinada os agora no Cubase 6.5 e o que tenho a
sons que passam pelo reverb. Quando dizer é que as possibilidades são ain-
em todos os adicionamos um canal de FX, o Cubase da mais surpreendentes.
comandos Sends cria um canal dedicado e coloca o Grande abraço. Até a próxima
Reverence como Insert deste canal. A
dos canais de Para saber online
partir deste momento, o Reverence
áudio passa a aparecer em todos os comandos
Sends dos canais de áudio. Até ai tudo


bem. Bom, já que o Reverence ocupa
um dos inserts do seu canal dedicado,
nada impede que na sequência de in-
serts a gente use um equalizador mais
refinado como o GEQ 30, por exemplo,
para equalizar o som que passa pelo
Reverence. Dependendo do efeito que
se deseja, podemos ocupar o insert se- dalla@ateliedosom.com.br
guinte com um compressor e “apertar” www.ateliedosom.com.br
um pouco o som do reverb, indepen- Facebook: ateliedosom
Twitter:@ateliedosom
dente do som direto. Vemos na Figura 7
75
EXPLORE
SIBELIUS| www.backstage.com.br

O QUICK START
DO SIBELIUS 7
76

Cristiano Moura é produtor, en-


genheiro de som e ministra cur-
sos de Sibelius na ProClass-RJ

Assim que o
Sibelius 7 é
carregado, uma
L EARN
Logo na primeira aba, à esquerda, te-
mos a opção “Learn”, que foi uma opção
funcionamento básico do Sibelius 7. A
opção “Quick Tour” são vídeos voltados
aos usuários novos e apresenta de forma
dos desenvolvedores para que usuários muito clara a interface e também como
caixa de diálogo de todos os tipos pudessem entender o dar os primeiros passos no aplicativo.
chamada “Quick
Start” (fig.1) é
apresentada e
muitas vezes é
subestimada ou até
ignorada por
muitos usuários.
Porém, o “Quick
Start” é repleto de
opções para
acelerar diversos
procedimentos.
Neste artigo, vamos
explorar cada parte
desta tela inicial.

Figura 1
Logo abaixo, a opção “What’s New”
foi criada pensando nos usuários
mais antigos que, a princípio, iriam
se assustar e se desapontar com a
nova interface do Sibelius, pois nes-
ta versão, todo o sistema de menus e
funções foi reformulado e a primeira
impressão para um usuário antigo é
de estar num software completa-
mente diferente.
Por último, a opção “Sibelius for
Switchers” é a maneira que os
desenvolvedores encontraram pa-
ra estimular e agradecer usuários
de outros softwares como Finale,
Figura 2
Motion ou Encore pela iniciativa
de experimentar o Sibelius 7. celente maneira de começar a exer- tação. Estas pré-configurações são
Na direita, existem diversos docu- citar com projetos e exemplos reais. chamadas de “manuscript paper” e
mentos para ler e o meu destaque é opções como quarteto de cordas,
para o primeiro item “Sibelius 7 NEW SCORE grupo vocal, formação de big band
Tutorials”. Este documento é um A segunda aba é utilizada para cri- e até de orquestra completa estão
passo a passo para a criação de diver- ar uma nova partitura e seu grande disponíveis. Se nada interessar,
sas partituras, e, mesmo para quem atrativo é o fato de vir com muitas utilize a opção “blank” e selecione
tem apenas o inglês básico, é uma ex- pré-configurações de instrumen- os instrumentos à sua escolha.

77
SIBELIUS| www.backstage.com.br

ção musical como Finale,


Notion, Encore etc.

LATEST NEWS
A última opção não é nada
mais do que um agregador
de notícias dos posts do
www.sibeliusblog.com, que
é um excelente local para
aprender e discutir sobre
Sibelius, apesar de infeliz-
mente, ser em inglês.

CONCLUSÃO
Eu recomendo a todos a as-
sistirem os vídeos assim
que possível e, para se man-
Figura 3
terem atualizados, sempre
78

São muitas opções e o usuário pode até passar pelas últimas notícias na última
criar suas próprias pré-configurações e, aba. O Quick Start é uma ótima opção,


para facilitar a busca pelo que deseja, o mas demora um pouco para se acostumar,
Sibelius 7 incorporou duas funções que, principalmente para aqueles que viveram
apesar de simples, são extremamente anos e anos clicando nos labirintos de
úteis: um campo de busca no lado supe- menus e submenus dos softwares.
rior direito e um slider de zoom na parte Por último, sabemos como é difícil agra-
Photoscore e inferior (fig.2) dar a todos e, por isso, o pessoal do
Audioscore são Sibelius implementou funções para
RECENT desativar a apresentação do Quick Start.
softwares inclusos Não há muito que falar da aba Recent, No final da janela (fig. 3), se a opção
na compra do que apenas apresenta as últimas parti- “Show Quick Start when Sibelius 7
turas abertas, mas gostaria de reforçar o starts” for desmarcada, o Quick Start
Sibelius 7, e o
fato de também possuir o campo de bus- não será mais apresentado a cada vez que
primeiro possibilita ca e slider de zoom. se iniciar o Sibelius. A segunda opção
detectar e importar “Show Quick Start again after closing
partituras
IMPORT last score” também deve ser desmarcada
O Sibelius 7 pode receber e converter ar- para que, ao fechar uma partitura, o
scaneadas, enquanto quivos de outros formatos para seu forma- Quick Start não seja apresentado.
o segundo converte to nativo, e por esta aba, o usuário pode
realizar funções interessantes. Photos- Para saber online
um áudio gravado core e Audioscore são softwares inclusos
para partitura na compra do Sibelius 7, e o primeiro pos-
sibilita detectar e importar partituras
scaneadas, enquanto o segundo converte


um áudio gravado para partitura.
À direita, a opção MIDI File permite
importar arquivos no formato MIDI
que foram gerados num teclado se-
quenciador ou um software de produ-
ção musical como Pro Tools, Sonar,
Logic etc. Mais abaixo, a opção Mu-
sicXML File permite importar materi- cmoura@proclass.com.br
al gerado em outros softwares de nota- http://cristianomoura.com
79
PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br

O tamanho
do seu
Guitarras... Alguns
“concorrentes” já
me “elogiaram”
dizendo que eu sou
um especialista em
Estúdio
80

gravar guitarras... PARTE 7 Ricardo Mendes é produtor,


Morri de rir. professor e autor de ‘Guitarra:
harmonia, técnica e improvisação’
Primeiro, porque
não acho que eu
seja, e depois
porque percebia que
o elogio na verdade
era uma maneira
N a afirmação em que meu estúdio é
“especializado” em gravar guitar-
ras, vai também o significado subjetivo
diminuiu bastante. Pelo menos os am-
plificadores de guitarra ainda não sumi-
ram como os gravadores de fita.
e camuflado de que as outras coisas, sem Nada contra plug-ins. Eu os uso de vez
politicamente ser guitarra, meu estúdio não grava tão em quando, especialmente quando es-
correta – aliás, bem... Na verdade eu acho que eu não tou com pressa, sem paciência ou se
politicamente gravo nada bem, nem guitarras. Sem hi- quero um som específico que posso ter
pocrisias ou falsa modéstia. A vida in- alguma dificuldade de consegui-lo com
correto para mim é teira, nunca tive certeza se estava gra- um amplificador. Usei o pioneiro Amp-
uma maneira vando bem alguma coisa, por isso conti- Farm da Line 6, o Sans-Amp uso até
politicamente nuo experimentando até hoje. Se eu hoje. Uso também o Guitar-Rig e tam-
achasse que gravo bem, colocava um bém o da Waves. Entretanto tenho um
correta de se falar a microfone em uma posição e deixava-o entendimento dos plug-ins um pouco
palavra hipocrisia lá para o resto da vida... diferente do que eles se propõem a fazer.
– de me fazer uma Mas confesso que adoro gravar guitar- Quase todos os plug-ins para a guitarra
ras, mesmo na época dos plug-ins e si- são simuladores que emulam o som de
crítica. muladores. Ainda sinto saudade do amplificadores, caixas e microfones
tempo da fita, não pelo som, mas por clássicos usados para gravar guitarra.
certa mística que havia dentro do estú- Quem tem um amplificador, uma caixa
dio e que desapareceu com o advento da e microfone clássicos para gravar uma
gravação em computador. Não me per- guitarra, sabe que o plug-in não soa
gunte por que, mas que se não sumiu, igual ao setup físico. Mas não soar igual
drive” e o “hi-gain”. Dificilmente
um mesmo amplificador faz bem as
três funções. É claro que dá para ti-
rar um bom timbre nas três famíli-
as com o mesmo amplificador, mas
não será “O” timbre.
Da família “super-clean”, eu cos-
tumo gostar dos Fenders como os
Twin Reverb, o Cyber-Twin e tam-
bém dos transistorizados como os
ça no som do que da série Frontman, especialmente
o pré-amplificador que você esti- os R65 e que são bem baratinhos.
ver usando para gravar. O plug-in, Os Roland Jazz Chorus também
eu o enxergo como mais um ampli- são ótimos no “super-clean”. Um
não quer dizer que seja pior. Em mi- ficador no seu set, e não como um pouco menos conhecido, o Bogera
nha opinião, soa apenas diferente. substituto para todos os amplifica- também é muito bom. Mas, é claro,
Para mim o que faria um estúdio dores de guitarra. existem vários outros.
ficar “sério” em relação a gravar Para começar (estamos falando Na família “crunch-over-drive”,
guitarras, seria oferecer pelo me- nessa série de como construir um eu gosto dos Marshall JMP, os
nos uns dois amplificadores dife- estúdio de médio porte), o ideal se- Plexi, e o JCM 800. Gosto muito
rentes como opção para o cliente. ria ter três amplificadores de ca- também do Vox AC-30, do Fender
Se tiver guitarras também, melhor racterísticas diferentes. Eu os divi- Bass-Man, os Hi-Watt 100, o Me-
ainda, pois os amplificadores e as diria em três grupos básicos: o sa/Boogia Mark II, mas também
guitarras farão muito mais diferen- “super clean”, o “crunch-over- existem vários outros...

81

PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br

Outra coisa
interessante de se
ter em seu
“arsenal”
guitarrístico é uma
coleção de pedais,
em especial os de
“boost”, over-drive e
distortion. Estes
pedais podem ser
combinados com os
amplificadores que
você tem
82


Na família “hi-gain”, sou fã dos Mesa/ pressor e efeitos de phaser, flanger,
Boogie como os antigos Studio-Pre- detune e chorus.
amp e o Quad-Preamp e os mais novos Os pedais de boost são literalmente
Dual Rectifier. Gosto também dos inúmeros. Overdrive, Super-Over-
Peavey 5150. Da mesma maneira drive e Turbo -Overdrive, da Boss.
como os anteriores, também exis- Tube-Screamer, da Ibanez, O Rat, da
tem vários outros... ProCo, V-Twin da Mesa/Boogie, O
Outra coisa interessante de se Sans Amp GT2, da Tech 21. Dos wah-
ter em seu “arsenal” guitar- wah, os mais clássicos são o Crybaby e
rístico é uma coleção de pe- o Vox. Dos compressores, acho o CS2
dais, em especial os de da Boss imbatível. Todos os de pitch da
“boost”, over-drive e dis- Bosss são bons, mas os da TC Elec-
tortion. Estes pedais po- tronics são insuperáveis.
dem ser combinados Gravar guitarra é quase como que pintar
com os amplificado- um quadro, pois quanto mais opções de
res que você tem, cores o artista tiver na sua paleta, mais
aumentando em rico de possibilidades será o quadro. Com
muito a gama de um número razoável de tubos com dife-
som e opções para rentes cores de tinta, as combinações se-
você ou seu clien- rão infinitas. Uma vez montado o setup de
te. Se tiver outros guitarra, vamos ver como captar este som,
pedais de efeitos, mas isso fica para o próximo mês.
além dos de boost Abraços a todos os especialistas em gra-
e overdrive, me- var guitarra do planeta!!!
lhor ainda, pois alguns
efeitos ficam melhores quando Para saber mais
colocados na hora de tocar, antes do
redacao@backstage.com.br
amplificador, como wah-wah, com-
83
BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br

Jorge Pescara é baixista, artista da


Jazz Station e autor do ‘Dicionário
brasileiro de contrabaixo elétrico’

NEW
84

Esta é quente… com o perdão


do leitor ao trocadilho, mas
quer manter suas mãos quentes
com expressividade nos efeitos?
Então conheça um produto que
chama a atenção pelo
ineditismo e por possuir um ar
tecnológico que nos leva à
ficção científica pura.

O equipamento consiste de um anel


transmissor de ondas e um receiver
wireless para converter e enviar o sinal
para pedais de efeito que contenham
parâmetro para expression. Tudo muito
simples de entender, mas de uma cria-
tividade interessante, produzido pela
Source Audio, uma empresa especi-
alizada em pedais de efeitos. O sistema
já está causando um movimento inte-
ressante no que vem sendo chama-
do de “New Bass School”, ou seja, a
nova onda em que os
baixistas saem do lugar
comum e usam dispositi-
vos técnicos diversos, alia-
dos à novíssima tecnologia
para extrair sonoridades
variadas e diferenciadas.

Vamos ao que diz o release


do fabricante:
O Hot Hand 3 Universal
controlador de efeitos sem
fios, expande significativa-
mente a tecnologia de ponta
do Hot Hand original, ampli-
ando sua compatibilidade para

BASS SCHOOL
incluir pedais de outros fabrican-
tes. Um acelerômetro de 3 eixos de
100 metros e se encaixa conforta-
velmente na mão, pé ou headstock
Soundblox 2, Pro Soundblox e de-
mais pedais da Source Audio atra-
movimento traduz-se em um sinal do instrumento. vés da saída do sensor de 1/8". A
de expressão dinâmica e precisa, a O Hot Hand 3 conecta-se a todos estação base receptora também
qual pode ser aplicada a uma série os pedais modelos Soundblox ®, possui uma saída padrão de expres-
de parâmetros, incluindo o efeito são ¼” compatível com a maioria
de varreduras de filtro, os níveis de dos pedais de terceiros equipados
drive e de modulação e mix entre com uma entrada de expressão de
sinais wet/dry. O anel de luz, sem ¼”, tais como o PS-5 Pitch Shifter
fio, é capaz de transmitir mais de Chief, Eventide Space Reverb,
Line 6 DL4 e muitos mais.
O sistema consiste de um anel de
sensores sem fio, fonte de alimen-
tação anel carregador DC, estação
base, receptor e cabo do sensor. O
anel é alimentado por uma bateria
recarregável de íons/lítio subs-
tituível, com um tempo médio de
operação de 6 horas entre as cargas.
O que se percebe neste sistema é
uma total interação entre movi-
mento e música. O instrumentista
pode literalmente usar sua cria-
tividade musical desenhando on-

85
BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br

•Bateria de Íon Lítio recarregável e


substituível.
•Saída SENSOR de 1/8” e outra Ex-
pression de 1/4”.
•Controles de DEPTH e SMOO-
THING ajustam a quantidade de efei-
tos e a sensibilidade do anel.
•Todos os componentes são compatíveis
com o adaptador original Hot Hand.
86

das e movimentos que controlam os •Pode ser usada até quatro unidades
efeitos de formas distintas. Com isto, Hot Hand separadas, simultanea-
a consciência de que o movimento, mente, sem interferência no sinal.
assim como o silêncio, está intima- •Licença gratuita para uso wireless ao
mente relacionado à música, ultrapas- redor do Globo (ISM band).
sará os limites atuais. Se você é um gearcrazy ou mesmo
Com o que se pode verificar em vídeo ansioso por novidades tecnoló-
no Youtube, este tipo de equipamento gicas-musicais, se cansou do “mais
leva-nos a outro patamar sonoro. do mesmo” e quer experimentar
Claro, para tocar samba, choro, bossa novidades, este é um dos muitos
etc, isto pode não servir; mas para fu- dispositivos que esperam por sua
sões, world music, rock experimental criatividade.
e para não criarmos raízes no chão, aí Paz Profunda .:.
sim, esta é uma caixinha mágica!
Para saber online
ESPECIFICAÇÕES
•Compatível com todos os pedais
Soundblox, Soundblox 2, Soundblox
Pro e Hot Hand.
•Trabalha com diversos pedais e racks
de efeito equipados com entrada ¼”
Expression. Chave DIP facilita confi-
guração do efeito.
•Seleção entre 3 diferentes movi-
mentos (X, Y e Z).
•Transmissor RF capaz de atingir aci- jorgepescara@backstage.com.br
ma de 30 metros. http://jorgepescara.com.br
87
REPORTAGEM| www.backstage.com.br
88

Do dia 30 de abril de
1972, quando a
Orquestra Sinfônica
Brasileira tocou as
Os 40 anos
do Projeto Aquarius
primeiras notas da
Alvorada, de Carlos
Gomes, no Parque do
Flamengo, até os dias
J á faz quarenta anos que o Projeto
Aquarius traz espetáculos de músi-
ca clássica para o grande público. A co-
PRODUÇÃO
Pela grande quantidade de músicos e
as dimensões dos espetáculos, os con-
de hoje, muita coisa memoração foi no dia 15 de setembro, certos do Projeto Aquarius sempre re-
mudou. Mas, ainda com um show no palco montado em presentaram um grande desafio para
frente ao Hotel Copacabana Palace, em empresas de sonorização e para a pro-
hoje, o Projeto Copacabana, no Rio de Janeiro. dução em geral. Filho de Péricles de
Aquarius continua Dirigido pela diretora do Theatro Muni- Barros, criador do Projeto com Ro-
cipal, Carla Camurati, o show teve a par- berto Marinho, Luciano Costa, nasci-
desafiando os
ticipação, mais uma vez, da OSB, regida do no ano de fundação do Aquarius, é
profissionais de áudio. pelo maestro e diretor musical Roberto o diretor de produção. “Com certeza,
Minczuc. Além da orquestra, também hoje é mais simples que há 15, 20
Miguel Sá participaram o Coro Sinfônico do Rio de anos. Porém, ao mesmo tempo, pro-
redacao@backstage.com.br Janeiro e o Coro Infantil da OSB. A bai- curamos coisas novas, e aí criamos
Revisão Técnica: larina Ana Botafogo dançou coreografia também as dificuldades. Ou seja, eu
José Anselmo “Paulista” especialmente feita para a ocasião. A sou o próprio culpado da minha difi-
Fotos: Divulgação apresentação foi do jornalista Pedro Bial. culdade”, brinca o produtor.
Luciano ressalta o pioneirismo
tecnológico do Projeto Aquarius.
“A primeira vez que se usou raio
laser no Brasil, a primeira câmera
filmando sobre um balé e a primei-
ra vez que foi usado um line array
em concerto aberto, ao ar livre, no
Brasil, foi no Projeto Aquarius”,
enumera. O amplo uso de microfo-
nes DPA e de LED na iluminação e
no telão mostram que o evento
continua atualizado com relação
às tendências tecnológicas.
A pré-produção do evento dura
cerca de seis meses. O início é a
reunião com o realizador, que é o
Jornal O Globo. “Aí nós definimos
Monitores para o maestro
a pauta do ano e, em cima disso,
criamos uma série de situações. Hoje, a sonorização é feita pela tos que participam da festa. No
Depois, conversamos com o Abel Event Solutions (EVS) em parceria caso desse evento, para ter um som
Gomes para criar a cenografia. A com a Gabisom. Por conta de vento, o menos vulnerável possível às
partir dai, está criada a criança”, condições acústicas desfavoráveis e condições desfavoráveis, a opção
detalha Luciano. Após a ideali- da quantidade de pessoas no públi- foi microfonar cada instrumento
zação e a montagem da estrutura co, a sonorização de uma orquestra individualmente, e não por nai-
de palco, a colocação de som e luz se torna algo bastante complexo. pes, como é mais comum. “Aqui
demora uma semana. Para “domar” um som feito para tem microfone Neumann no co-
soar acusticamente, é necessário ro, DPAs diversos para cada tipo
CAPTANDO A ORQUESTRA investir em microfonação e canais, de instrumento, Isomax, SM- 57
Fernando Scholl começou a traba- muitos canais. Mais de 120 no caso na percussão, Sennheiser MD 421,
lhar no Projeto Aquarius ainda do Projeto Aquarius. Das percus- RE-20, Countrymans, Sennheiser
quando a empresa que sonorizada o sões às cordas, cada instrumento é ME66, AKG C3000. A maioria
evento era a MacAudio. “Aprendi microfonado individualmente. Isso dos microfones é condensador”,
muito com o Roldão”, diz o técnico. sem contar os coros infantis e adul- expõe Fernando.

Scholl em ação Rack com compressores e efeitos

89
REPORTAGEM| www.backstage.com.br

“ Se for estabelecer
90

Minczuc acompanha a passsagem de som

uma relação de estar perfeita. Uma equipe de oito pes-


ganho exata do soas ficou responsável apenas por isto
durante a passagem de som. “Qualquer
início ao fim, a
coisa fora do lugar gera uma pequena ca-
mixagem é do tástrofe na mixagem”, brinca Scholl.
maestro. Evidente No entanto, a mixagem pode ser menos
trabalhosa do que parece. “Se for esta-
que tem os solos, e belecer uma relação de ganho exata do
aí a gente puxa um início ao fim, a mixagem é do maestro.
Foram usados microfones de variados tipos
pouquinho para Evidente que tem os solos, e aí a gente
Entre os vários macetes aprendidos em puxa um pouquinho para cima. Se for
cima. Se for uma mais de 25 anos de Projeto Aquarius – uma orquestra nova, pouco ensaiada,
orquestra nova, desde a época em que o evento era feito para tocar em uma situação dessa, es-
pouco ensaiada, por Roldão, da MacÁudio – está a mi- quece. Barulho de mar, carro passando
crofonação das vozes do coro. “Os mi- na rua... É uma prova de fogo. O mais di-
para tocar em uma crofones femininos são mais direcionais,
situação dessa, os masculinos são mais abertos”, exem-
esquece (Scholl) plifica Fernando. Para minimizar os efei-
tos do vento, foi pedido à produção que


as laterais e a parte de trás do palco fos-
sem fechadas com panos e, é claro, ocor-
reu o farto uso de windscreens.

MIXAGEM
Fazer uma mixagem ao vivo com mais
de 100 canais pode parecer uma missão
impossível, mas uma orquestra é prati-
camente um organismo, com músicos
extremamente treinados e acostuma-
dos a tocar juntos, todos reproduzindo
uma dinâmica muito próxima. No en-
tanto, a posição dos microfones precisa Kako, da Gabisom
91
REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Luciano Costa, diretor de produção

das Heritage antes de ir para a


Amek, assim como foi feito com as
percussões na Yamaha M7CL. Fer-
nando Scholl ressaltou que as digi-
tais ainda não são a sua ferramenta
de trabalho preferida para mixar
uma orquestra, ainda que use uma
92

Amek Recall
para receber o sinal da percussão.
fícil é chegar no equilíbrio entre or- Evandro Kako foi o funcionário da
questra e coro. Tem que saber que Gabisom que trabalhou no evento,
hora é mais orquestra, mais coro. acompanhado por Alessander Bri-
Por isso, quando é estabelecido o to e Reinaldo Oliveira. Como não
programa, a produção me manda as foi feita microfonação do ambien-
trilhas, converso com o maestro, te para orquestra, foram usadas
ele diz o que é mais importante. São três máquinas Lexicon de reverbs:
dois meses de pré-produção comi- uma 300 e duas PCM 80. Os com-
go”, detalha o técnico. pressores Avalon foram usados
Bolinho, responsável pelo projeto de luz
A mesa master - que mandava o som para as madeiras (clarone, clarine-
para as 28 V-Dosc do PA (14 de cada nas para bailarinos e maestro, já que te, etc), que tem muito ataque, e
lado), os nove subs Meyer Sound 700 músicos de orquestra não gostam de para os coros.
HP e as oito CQ2 do front fill, tam- tocar com retorno – foi feita com
bém da Meyer Sound – foi uma caixas da Clair Brothers. As cordas COMEMORAÇÃO
Amek Recall. A monitoração – ape- foram mixadas em grupos na Mi- No decorrer destas quatro décadas,
foram 325 espetáculos realizados
em todo o Brasil. Muitos deles mo-
Iluminação numentais, como a reconstituição
do Grito do Ipiranga em São Paulo,
O projeto cenográfico de Abel Gomes Tem equipamento Grand MA que grava
foi montado em um palco de mil e du- (as programações) no estúdio, tem a
em 1981, assistido por 500 mil pes-
zentos metros quadrados. A cenografia 3D, então sobra mais tempo para cuidar soas. A procura pela popularização
foi feita de forma a integrar o painel de da programação, criação, tudo graças da música sinfônica também levou
LED e a iluminação. Valmor Neves, da à evolução da tecnologia. Eu já tinha a a encontros pouco comuns, como
Zuluz, conhecido como Bolinho, foi o planta do cenário e chego aqui com qua- o que aconteceu na inauguração do
responsável pelo projeto de iluminação. se toda a programação feita, mas tem Sambódromo, em 1984, quando as
Ele usou LEDs RGBW e moving lights sempre uma mudança de última hora”,
bandas de rock Blitz e Barão Ver-
pelas facilidades de cores e de progra- comenta o lighting designer.
mações. Foram 300 LED RGBW, 24 Valmor trabalhou com uma equipe de 20 melho tocaram com a OSB. “Es-
moving heads Vari-Lites 3000 e 12 DTS. pessoas, entre técnicos de dimmer, de tamos fazendo 40 anos de um con-
Valmor está há 28 anos no Projeto moving lights, operadores de canhões, certo que, apesar de ser com or-
Aquarius. “Todo ano tem uma evolução rack man, etc. “Fico muito feliz em fazer o questra sinfônica, é, sempre foi e
grande em equipamento de luz. Antes Aquarius nestes anos todos, fico sempre sempre será um show”, define
era mais lúdico, hoje é mais técnico. muito emocionado”, acrescenta. Luciano Costa.
93
REPORTAGEM| www.backstage.com.br
94

Lighting
Expositores e palestras
voltadas para o setor de
iluminação fizeram da
movimenta 20% do
terceira edição da Lighting
Week Brasil, entre os dias 19 e
23 de setembro, um local
perfeito para troca de
A feira mudou de local e a edição 2012
da Lighting Week Brasil, que este
ano ocorreu no Expo Center Norte, em
estimados em R$ 120 milhões. Mais de
três mil profissionais do setor de ilumina-
ção, entre projetistas, consultores, técni-
São Paulo, contou também com dois dias cos, arquitetos, engenheiros, designers, ci-
informações entre os de palestras com profissionais consagra- neastas, artistas e diretores, passaram pe-
profissionais. dos, além de expositores nacionais e es- los corredores do Expo Center Norte.
trangeiros. A estimativa da organização é Nomes como dos brasileiros Cesio
redacao@backstage.com.br que o evento tenha movimentado cerca Lima, Jamile Tormann, Joel Brito e do
Fotos: Divulgação de 20% do faturamento anual do setor, sueco Nicklas Arvidsson, que apresen-
Feira de iluminação estreia novo local em 2012

Profissionais de iluminação visitam os estandes Empresas também investiram na decoração

Week 2012
mercado
tou uma palestra sobre wireless e
DMX, foram uns dos destaques da
programação deste ano, totali-
zando mais de 10 horas de pales-
tras. Segundo Esteban Risso, dire-
tor da Gobos do Brasil e presidente
da Associação Brasileira de Ilumi-
nação Profissional (Abrip), o ob-
jetivo das palestras técnicas, por Césio Lima fala sobre a iluminação nas Olimpíadas de Londres

95
REPORTAGEM| www.backstage.com.br

“ Buscamos
palestrantes ícones
no mercado
96

Ciclo de palestras trouxe profisisonais nacionais e internacionais


para as palestras. exemplo, é alertar para as normas, que já entretenimento, como a beleza da ilu-
Temos desde são leis, sobre o cuidado do profissional minação”, completa.
palestras técnicas, no ambiente de trabalho. Uma das palestras que abordaram a so-
“A cada semana, por exemplo, perde- bre segurança foi a do engenheiro Joel
em que o mos um profissional de iluminação de- Brito, que falou sobre o tema “Em even-
profissional vai se vido a quedas ou choque elétrico”, fala. tos, instalações elétricas dentro da lei
preocupar com a “Buscamos palestrantes ícones no mer- garantem a vida”. Segundo Joel, muitas
cado para as palestras. Temos desde pa- pessoas acreditam que, quando estão fa-
questão da lestras técnicas, em que o profissional zendo o aterramento, por exemplo, es-
segurança no vai se preocupar com a questão da segu- tão seguras, o que nem sempre é verda-
ambiente de rança no ambiente de trabalho, até a de de. “Só porque você aterrou não signifi-

trabalho, até a de
entretenimento,
(Esteban)

” Joel Brito alertou sobre segurança nas instalações Daniel Ridano: novas tecnologias nas mesas grandMA
97
REPORTAGEM| www.backstage.com.br
98

Jamile Tormann encerrou o último dia de palestras com um bate-papo entre os profissionais

ca que está imune ao choque, pois a almente entregue ao prefeito do Rio


terra não é condutor; ela é um re- de Janeiro, Eduardo Paes, foi o tema
sistor”, ressaltou. O engenheiro ain- da palestra de Cesio Lima. Em Olim-
da alertou para a importância de se píadas. Quando a luz emociona a alma
contratar um profissional especi- humana, o lighting designer explicou
alizado ao realizar consertos elétricos como preparou a iluminação do show
ou novas instalações, tendo em vista de oito minutos. Ele falou como foi
que segurança na instalação elétrica trabalhar ao lado da diretora artística
não é “receita de bolo”. do espetáculo Daniela Thomas e con-
As vantagens do uso do sistema DMX tou que a parte mais difícil foi concili-
foi um dos pontos abordados na pales- ar os figurinos e a iluminação, de for-
tra do design de iluminação Nicklas ma que a luz não interferisse de forma
Avirdsson. Segundo o profissional, negativa nas fantasias. “Não dá para
que falou sobre o tema Wireless DMX. ser singelo em abertura de Olimpíada,
A iluminação interligada sem cabos de si- tem que ser algo feérico”, comentou.
nal, entre as vantagens estão econo- Entre as novidades do mercado de ilu-
mia de tempo, economia de energia e, minação, destaque para a palestra do es-
por consequência, economia de di- pecialista Daniel Ridano, que abordou
nheiro, além de favorecer a criati- a nova tecnologia usada nos consoles
vidade e a liberdade do profissional Grand MA Lighting. Ridano ressaltou
nos projetos. Em eventos corpora- que a mesa oferece a possibilidade de
tivos, por exemplo, a iluminação pre- até mesmo programar um show a partir
cisa ser alinhada nos quatro cantos de da própria residência. “Consigo orga-
um auditório”, ressaltou. Segundo nizar todo o show ainda em casa e, além
ele, a passagem de cabos em lugares disso, a grand MA Lighting oferece
em que há circulação de pessoas é mais recursos de hardware e mais saídas
complicada e um equipamento sem de DMX”, reforçou.
fio permite que o trabalho seja execu- Além da iluminação para entreteni-
tado em poucos minutos. mento e shows, a luz arquitetural foi
O show brasileiro durante o encerra- outro destaque na programação de
mento das Olimpíadas de Londres, palestras. Farlley Derze, por exemplo,
quando a bandeira olímpica foi ofici- que apresentou o tema Iluminação e
Entre as novidades trazidas pela Gobos estava o painel de LED de alta definição

arquitetura no espaço noturno da cidade, Como o caso da Lumikit, empresa de


além de falar sobre as diversas fases da Santa Catarina que produz software
iluminação e a sua influência na vida para o controle de sistemas de ilumina-
das pessoas ao longo da história, lem- ção DMX. Segundo Luis Spranger, pro-
brou que a percepção humana através prietário da empresa, ao participar da
da iluminação também evoluiu. feira, a empresa consegue focar mais no
cliente. “Como trabalhamos na área de
EXPOSITORES iluminação é bem mais legal expor aqui
Embora esteja na terceira edição, para porque o público é bem mais voltado
alguns expositores foi ano de estreia. para esta área. Na Expomusic, como tem
muito expositor, você acabando passan-
do despercebido”, fala.
Opinião parecida é a de Bruno Fonseca,
diretor da Lightop, empresa que fabrica
painéis de LED. “Eu visitei a feira no ano
passado e achei que este ano melhorou
muito. A minha loja na Avenida Ipi-
ranga “bombou”, então achei bem legal.
Estou trazendo um painel de LED de fa-
bricação própria da Lightop, modelos
P20 e P10. Somos a única empresa que
fabrica painel de LED no Brasil e essa é
nossa maior novidade”, afirma, acrescen-
tando ainda que também trouxe dois
modelos de consoles Pearl, da Avolites.
Daniel Ridano afirmou que já é a tercei-
ra vez que participa da Lighting Week.
Eteban Risso, terceiro da esquerda para a direita, um dos idealizadores da LWBR Para ele a ideia de compartilhar o mes-

99
REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Mais empresas participaram da edição 2012


100

Lumikit, de SC, estreiou na LWBR

mo espaço é bastante interessante,


porque dá a possibilidade de as pesso-
as não terem que se deslocar para par-
ticiparem das duas feiras. No entan-
to, sugere que deveria ter um isola-
mento maior por causa do barulho, havia sido apresentada em anos an-
“A feira deu supercerto como em to- teriores”, diz.
dos os outros anos e as pessoas do Diogo Dargosa, proprietário da AC
mercado têm vindo, mas acredito que Light, distribuidor oficial da linha de
faltou um pouco mais de divulgação, laser Spark, também apostou pela pri-
porque ano passado, apesar de ser me- meira vez na feira e aprovou o novo
nor e em um lugar diferente, tivemos local. “Ano passado viemos para a
outros tipos de clientes, aqueles que Expomusic, mas ter juntado as duas
vêm mais focados”, compara. feiras aqui ficou mais interessante”,
“Trouxemos a linha Clay Paky, uma fala. Entre as novidades, levou um
linha inteira de moving light, além moving beam de 200 watts e refleto-
da linha de MA Lighting, com os res PAR de 18 LEDs.
consoles com um produto novo que Outra empresa que apresentou novi-
é o comand wing, que dá a possibili- dades foi a Gobos do Brasil. A compa-
dade de atingir uma grand MA com nhia brasileira levou para a feira os pa-
um orçamento bem menor; um novo inéis da linha iLED, que apresentam a
produto que é o fader wing, que vai proposta de definição e brilho nunca
começar a produção em janeiro de vistos antes. Os modelos MEGA
2013, além de uma máquina de fu- SCREEN P9 IP65, ideal para uso ex-
maça que ainda não havia sido mos- terno, e o iLED MEGA SCREEN P9
trada, que produz ice fog, um efeito e iLED GIGA SCREEN P4.8, para uso
de gelo seco. Porém bem melhor é a interno, são ideais para uso em televi-
linha de wireless DMX (sem fio), que são, shows e eventos corporativos.
101
LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br

A capital de
NO RUMO
São Paulo foi palco
de mais uma edição
da Expocristã,
evento dedicado ao
segmento gospel e
CERTO
MERCADO GOSPEL SEGUE SE PROFISSIONALIZANDO
que reúne, em um
só local, editoras,
gravadoras e
produtos para
S egundo os organizadores, nos seis
dias de feira, foram movimentados
mais de R$ 100 milhões em negócios.
cristã, o Ecad (Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição) aproveitou
os cinco dias para divulgar dois traba-
102

Para o promotor da Expocristã, Eduardo lhos implantados recentemente pelo


igrejas. A 11ª Berzin Filho, a 11ª edição cumpriu o seu órgão: o Banco Digital do Ecad e o
versão da feira, que papel, que é o de promover o intercâm- Ecad.Tec Cia Radio, que é um sistema
bio entre a indústria e o canal de distri- próprio de captação, gravação e identifi-
aconteceu no buição. “Registramos novamente a pre- cação automáticas das músicas que to-
Anhembi entre os sença de lojistas, livreiros e distribuido- cam nas rádios em todo o país.
dias 25 e 30 de res e permitimos um contato maior com O público também pôde conferir as
a liderança. A Expocristã fomenta a campanhas desenvolvidas constante-
setembro, recebeu abertura de novas livrarias e auxilia os mente pelo Escritório, como a “Vozes
mais de 160 mil pastores na evangelização”, completou. em Defesa do Direito Autoral”, uma
pessoas e teve um Presente pela primeira vez na Expo- mobilização que conta com o apoio de
aumento de 15% no
número de pastores,
lojistas, livreiros e
distribuidores
presentes.
redacao@backstage.com.br
Fotos: Divulgação

Sistema Picollo foi um dos sucesso no estande da DB Tecnologia Acústica


12 mil pessoas”, ressalta. Outro
ponto que chamou a atenção de
Gordon foi o interesse de muitos
pastores em adquirir um sistema de
qualidade, ao contrário do que
acontecia no passado. “Muitos pas-
tores nos disseram que fizeram uma
compra inicial de um sistema de bai-
xo custo e agora estão olhando para
atualizar e investir em um sistema de
alta qualidade que eles possam usar
Pela primeira vez participando da Expo Cristã, Ecad apresentou as campanhas sobre o direito autoral para os próximos dez anos”. Ainda
de acordo com Gordon, os produtos
mais procurados foram o Line Pi-
collo 6" com Sub Picollo 8", Line
Ultra Compact 8" com Sub Scoop
12", Line Compact 254 e os Top
Picollo 8" e 10".
Já a Quanta Brasil apresentou solu-
ções para pequenas e grandes igrejas,
Gravadoras marcaram presença na Feira Público contou também com as editoras além de novidades para os artistas
gospel. A Quanta Music apresentou
grandes nomes da música em defesa conseguimos alcançar plenamente a linha Sennheiser XSW (microfo-
dos direitos dos compositores. Se- o nosso objetivo”, completa. nes), EW135 (microfones), diversos
gundo Bia Amaral, gerente executi- Para Gordon Gerstheimer, da DB modelos de fones de ouvido, além da
va de marketing do Ecad, a ideia de Tecnologia Acústica, este ano, a linha Presonus StudioLive. A Unida-
participar da Feira nasceu ao longo feira foi bem melhor do que em de Quanta AV-Pro apresentou solu-
de 2012. “Para o Ecad, foi ótimo, 2011. “Fizemos muitos contatos ções de projetos, integrando as linhas
porque entramos em contato com novos e já enviamos orçamentos EW345, EW500-945, Serie 2000 e
as gravadoras para o envio de áudio para muitas igrejas de tamanho va- SKM5200 (Sennheiser), Caixas FZ
para o nosso banco de áudio. Fize- riável entre 500 a 1.200 metros e Áudio e Mesas VENUE gravando no
mos contato com 14 gravadoras e até para uma com capacidade para Pro Tools (AVID). A empresa fez
questão de ter, no estande, todos os
equipamentos ligados para teste. “O
resultado nessa feira foi muito satis-
fatório”, garantiu Ricardo Coutinho,
da área de marketing.

Para saber online


Para saber mais sobre os lança-
mentos e novidades, acesse:
www.quanta.com.br/music?s=xsw
www.quanta.com.br/music?s=ew+135
www.quanta.com.br/music/produtos/
presonus-studiolive-16-0-2/
www.quanta.com.br/music/produtos/
presonus-studiolive-16-4-2/
www.ecad.org.br/viewcontroller/
publico/Home.aspx
www.dbtecnologiaacustica.com.br/
www.dbtecnologiaacustica.com.br/
PowerBy18Sound_LineArray_ULTRA-
COMPACT.php
Estande da Quanta levou diversas soluções para projetos que puderam ser testados na hora

103
SOM NAS IGREJAS | www.backstage.com.br

Um dos pontos mais


famosos do Rio de
Janeiro e símbolo da
nova fase da cidade, o
Santuário da Penha
começa a investir em um
novo sistema de som.
Miguel Sá
redacao@backstage.com.br
Revisão Técnica:
José Anselmo “Paulista”
Fotos: Internet / Divulgação

San
104

da
Igreja da Penha - Duas caixas na parte frontal da Igreja

A Igreja da Penha surgiu no sécu-


lo XVII, em 1635, quando o
capitão Baltazar de Abreu Cardoso
foi salvo de uma cobra após invocar
a Virgem Maria. Para agradecer,
mandou construir uma capela no
alto do penhasco onde aconteceu
o milagre. Daquela época até os
dias de hoje, foram construídas e
demolidas duas capelas até que,
por volta do início do século XX, a
igreja ganhou a configuração atual.
Hoje, além da Igreja, há uma loja e a
concha acústica onde acontecem
os grandes festejos da paróquia,
como a Festa de Nossa Senhora da
Penha. Todo o entorno da igreja faz
A concha acustica

parte do santuário.
tuário
Penha, RJ
O templo fica no alto de uma grande pedra e, para parte da zona norte do Rio de
subir até lá, o fiel pode usar o plano inclinado que Janeiro. É claro que não poderia
vem desde o portão de entrada do Santuário, ou subir faltar uma estrutura de sono-
os 382 degraus da tradicional escadaria, que foram
esculpidos diretamente na pedra em agradecimento a
Concha acústica: Sistema K-Array 400
uma graça alcançada no início do século XIX. Desde com um sub e duas caixas
então, o lugar já ganhou até música na voz de Luiz
Gonzaga, Baião da Penha, onde ele pede a bênção para
a “gente brasileira que quer paz para trabalhar”.

SONORIZAÇÃO
Desde que o complexo de favelas do Alemão – no
qual fica incrustada a igreja – foi ocupado pelo exérci-
to, em 2010, e depois ganhou uma Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP), o local vem sendo revitalizado e
recebe cada vez mais visitantes. Além dos fiéis que
vão assistir à missa e pagar promessas, o local também
recebe turistas em busca da vista panorâmica de boa Soundcraft SI Compact

105
SOM NAS IGREJAS | www.backstage.com.br

lhante ao da Igreja, com três caixas em cada


lado interno, além de caixas externas.

NOVO SISTEMA
PARA A CONCHA ACÚSTICA
Se no sistema regular não há novidades,
na concha acústica ocorreu um investi-
mento em novos equipamentos de sono-
rização da K-Array. A concha fica ao ar li-
vre, em um local com capacidade para até
30 mil pessoas. A decisão pela compra do
equipamento foi um processo lento, que
durou dois anos. “Devido ao custo do alu-
guel, padre Serafim (Serafim Fernandes,
reitor do Santuário) queria adquirir um
Padre Serafim Fernandes e Jucyer Falcão sistema de sonorização para a concha
rização. A gerência deste sistema é feita acústica”, relembra Jucyer Falcão.
por Jucyer Falcão. O técnico ofereceu três opções de sistema
Quando começou a trabalhar no local, ao padre. No fim das contas, ele escolheu
quatro anos atrás, havia um sistema mon- os sistemas da K- Array: o KR 400 para o
tado com linha de tensão constante de 70 PA frontal e o KR 200 para cobrir as late-
106

volts. Este tipo de sistema é usado quando rais do palco. Os testes definitivos para a
é necessário que o som chegue a longas compra do equipamento foram feitos em
distâncias com poucas perdas durante o parceria com a Gobos do Brasil, represen-
caminho por longos cabos, como é justa- tante da K-Array no país, durante os even-
mente o caso do santuário. “O som vem tos do Mês de Maria, em maio de 2012, que
aqui para a igreja, vai para as caixas da es- incluíram uma missa campal com Dom
cadaria e chega até a loja lá embaixo”, ex- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janei-
plica Falcão. O sistema tem três caixas em ro. “Eram mais de dez mil pessoas”, comen-
cada lado externo da igreja, três no lado ta Falcão. Além dos sistemas K-Array, fo-
interno mais um retorno para o padre, um ram adquiridas quatro caixas de retorno
para o coral, duas caixas na parte traseira e VRM 1550A da Attack e o console digital
na frontal, quatro caixas na escadaria e Soundcraft Si Compact. No feriado de 12
mais duas na loja, já na parte de baixo do de outubro, dia de Nossa Senhora de
santuário. Quando há missa, o som vem Aparecida, aconteceu a 377a Festa de Nos-
dos microfones Gooseneck da TSI que sa Senhora da Penha. O equipamento foi
captam a voz do padre e é emitido por novamente usado para a missa e no show
tfodas estas caixas, da igreja à loja. do cantor católico Izaías Carneiro, presi-
O coro que atua nas missas é captado dente da Comunidade Coração Novo.
por um pequeno microfone JTS CM
502, específico para coral. “O padrão po- Para saber online
lar dele é cardióide, com uma abertura de
mais ou menos 120 graus. Coloquei-o a
uma altura que pega todo o coral”, espe-
cifica o técnico de som. Em horários de-
terminados, são tocados CDs com a Ave
Maria e o Terço. “Tem que ser em um vo-
lume bem agradável, de som ambiente
mesmo”, explica Falcão.
Na capela Sagrado Coração de Jesus, na
www.santuariopenhario.org.br
parte de baixo do Santuário, também há
www.gobos.com.br
Caixa na escadaria um sistema de som de configuração seme-
107
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Rachel Malafaia
retoma produção de novo CD
Após período de maternidade com a da sem título definido. A sessão de fotos
LEANDRO chegada de seu segundo filho, a cantora realizada para seu álbum foi em um pon-
VINÍCIUS RECEBE Rachel Malafaia voltou à Central Gos- to turístico de Niterói (RJ), após Rachel
TROFÉU DE OURO pel Music para reunião com seus repre- descobrir sobre sua gravidez. O lança-
Aconteceu no último dia
04 de outubro a entrega sentantes a fim de selecionar as fotos mento do CD está previsto para o pri-
do “Troféu de Ouro”. A que irão ilustrar seu terceiro álbum, ain- meiro semestre de 2013.
celebração teve como
apresentadores os jura-

MK Music
dos do Programa Raul
Gil, José Messias e Si-
mony e a cantora Thais
Séliguer. Entre os premia-
dos, Jotta A, como melhor recebe três troféus na ExpoCristã
cantor, Leandro Vinícius,
como melhor cantor mirim, A MK Music recebeu três troféus na bém de Aline Barros e CIA 3 e o “Prê-
108

Cristina Mel, como melhor ExpoCristã, ocorrida no Anhembi, São mio Consumidor Cristão/EBF”. O CD
cantora, e Fat Family como Paulo. Os prêmios recebidos foram na Extraordinário Amor de Deus foi certifi-
melhor grupo. categoria “Mais Vendidos Consumidor cado com um Disco de Diamante por
Cristão” pelo álbum Extraordinário mais de 360 mil cópias vendidas, e o CD
Amor de Deus, de Aline Barros, catego- e DVD Aline Barros e Cia 3 já conquista-
ria “CD e DVD infanto-juvenil” tam- ram Discos de Ouro.

DIANTE DO TRONO CONCORRE AO GRAMMY LATINO 2012


O Ministério de Louvor Diante do Trono recebeu sua primeira indicação ao Grammy Latino
2012, considerado o Oscar da música latina. O Diante do Trono concorre na categoria
“Melhor Álbum de Música Cristã” (Língua Portuguesa), pelo álbum Sol da Justiça, lançado
pela Som Livre, em setembro de 2011. A 13ª Entrega Anual do Grammy Latino será realizada
no dia 15 de novembro de 2012.

ALIANÇA É Jotta A ganha prêmio


PREMIADA POR
DISTRIBUIÇÃO E de cantor revelação do ano
ATENDIMENTO O cantor Jotta A ganhou o “Prêmio
A Aliança acaba de ga- Consumidor Cristão/Anle” de cantor
nhar o “Prêmio Excelên-
revelação do ano, na entrega de prêmios
cia Anle/Expocristã 2012”
na categoria “Distribui- de destaque no ano, ocorrida em São
ção e Atendimento”. O Paulo. O “Prêmio Consumidor Cristão/
evento tem como objetivo Anle” é considerado um dos mais quali-
reconhecer as empresas ficados do segmento, onde reúne lojis-
que fazem a diferença no tas, lideranças e executivos do meio
setor fonográfico e edito- evangélico. O encontro reconhece os
rial cristão. Esta é a quinta
melhores produtos e executivos do
vez que a Aliança recebe
este troféu. meio, segundo o ranking nacional que a
revista Consumidor Cristão promove.
KARINA CARDOSO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

Sandro Nazireu recebe disco de ouro Cristo Vivo indicado ao Troféu Promessas

O ministério de louvor Cristo Vivo, liderado pelo pastor


Vinícius Zulato, foi um dos indicados na categoria “Pra Cur-
tir”, da premiação Troféu Promessas. O objetivo da catego-
O cantor Sandro Nazireu recebeu o Disco de Ouro pelo CD ria é possibilitar àqueles com menos abertura na mídia a
Misturado com Deus, que vendeu mais de 40 mil cópias. oportunidade de mostrarem o seu trabalho.
Este é o seu segundo trabalho pela Graça Music, sendo o A banda inscreveu a canção Teu Reino na premiação, que
primeiro com assinatura artística da gravadora. Durante a leva o nome do primeiro CD. A categoria “Pra Curtir” possi-
ExpoCristã, que ocorreu em São Paulo, Sandro Nazireu foi bilita apenas uma pessoa por perfil a votar através da rede
convidado a fazer uma participação musical no “Nosso Pro- social Facebook. Não é possível que uma mesma pessoa
grama”, que foi apresentado ao vivo. O artista, após cantar, vote várias vezes, como nas outras categorias, o que valori-
recebeu com surpresa o Disco de Ouro . za ainda mais cada voto.

109
Lançamentos
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Momento Certo Vou tocar o céu


Ministério Aliança de Adoração Mara Lima
O Ministério Aliança de A cantora Mara Lima lan-
Adoração é composto por çou, na ExpoCristã 2012,
brasileiros que moram atu- seu primeiro trabalho de-
almente em Londres, mas pois de três anos de trata-
que já planejam em breve mento e três cirurgias de-
residir e atuar no Brasil. correntes de um cisto nas
O primeiro CD, intitulado cordas vocais, o CD Vou To-
Momento Certo, possui 10 car o Céu. De acordo com a
faixas autorais, gravadas ao vivo na Sede Internacional gravadora Louvor Eterno, o trabalho virá para come-
do Ministério Aliança em Londres durante a III Con- morar a cura da cantora. A canção Lágrimas foi a esco-
ferência de Louvor e Adoração. lhida como o primeiro single, seguida das músicas Vou
Tocar o Céu, que dá nome ao álbum, e Eu acreditei.
110

Maior Idade Musical


Banda Catedral Código Secreto
Alex e Alex
A banda Catedral lança seu
primeiro álbum totalmente O terceiro CD Código Secre-
independente, o livro/CD to, de Alex & Alex, prome-
M.I.M - Maior Idade Musical. te mostrar aos fãs um ama-
Este é o primeiro trabalho durecimento musical maior
da banda composto por so- do que em outros CDs. Lan-
mente músicas inéditas. çado pela MK Music, a pro-
A Maior Idade Musical traz dução musical é assinado
todas as vertentes de estilo que formam o som da Ca- por Leandro Simões, que
tedral. Há rock progressivo, hard rock, baladas, folk, também foi responsável pelo álbum anterior da banda,
MPB e outras levadas características do trio. A primei- Até o Céu Te Ouvir. O diferencial do CD é a conquista
ra música de trabalho será a balada pop/rock românti- de ter reunido grandes nomes da música gospel para a
ca Dona do meu coração. versão em estúdio da música Caráter. Artistas como
Wilian Nascimento, Jairo Bonfim, Cristina Mel,
Ariely Bonatti, Bruna Karla, entre outros, participa-
Marcados pelo Amor ram desta faixa especial.
Anjos de Resgate
O 8º CD da banda Anjos de Esperando contra a esperança
Resgate, Marcados pelo amor, Casa de Davi
é o primeiro lançamento da
parceria entre as gravadoras O novo trabalho da Casa de
CODIMUC e Universal Mu- Davi é o CD Esperando contra
sic. O álbum traz 12 faixas a esperança. O trabalho pos-
inéditas e conta com a parti- sui várias participações espe-
cipação do grupo Cantores ciais, como Lucas Conslié, da
de Deus, Andréia Zanardi, Dalva Tenório e Karla Argentina, Fabian Zacarías,
Fioravante. O CD Marcados pelo amor já está disponí- do México, Nengo Vieira, do
vel nas melhores lojas do Brasil. Brasil, entre outros.
111
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