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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

Direito
Ambiental
REVISÃO AV2
2º Módulo de aprendizagem - Unidades 6 a 8

Profª Juliana Monteiro


Espaços ambientalmente protegidos

Áreas que, devido às características ambientais especiais que


apresentam, merecem tutela especial do Poder Público e possuem
um regime especial de fruição.

Possibilidades de relevância ecológica: proteção da diversidade genética,


proteção das espécies ameaçadas de extinção, estímulo à economia ecológica,
estímulo à pesquisa científica, à educação ambiental, recuperação de espaços
ambientais, preservação de ecossistemas.

Base legal: Art. 225, §1º, III - biodiversidade como um bem jurídico
autônomo de estatura constitucional
Espaços ambientalmente protegidos

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e


seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração
e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
Espaços ambientalmente protegidos

Convenção-Quadro sobre Diversidade Biológica (CDB), firmada


durante a ECO-92:

Estabelece em seu art. 1º a conservação da diversidade


biológica como um de seus objetivos;
Estabelece o conceito de área protegida em seu art. 2º: “uma área definida
geograficamente que é destinada, ou regulamentada, e administrada para
alcançar objetivos específicos de conservação”.

Lei nº 6938/81, art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:


VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público
federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
Espaços ambientalmente protegidos

A Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da


Natureza – SNUC (Lei 9.985/2000) incorpora diversos conceitos e
instrumentos da CDB

Não utiliza a terminologia trazida pela CF/88: espaços territoriais


especialmente protegidos.

Não abrange todos os tipos de espaços ambientais: áreas de preservação


permanente, reserva legal, área de proteção especial, servidão florestal, reserva
indígena, reserva da biosfera, grandes ecossistemas nacionais, etc.

Adota a categorização das unidades de conservação como sendo de proteção


integral e as de uso sustentável, descartando a tradicional divisão em espaços de
conservação e de preservação.
Espaços ambientalmente protegidos

Lei 9.985/2000

Art. 2º: unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos


ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção;

Art. 4º - objetivos - proteção direta do meio ambiente natural (proteger as espécies


ameaçadas de extinção ou de forma reflexa (pesquisa científica).

VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica - proteção


de função cultural, pois o conceito de beleza é irrelevante para fins de preservação
ambiental.
Espaços ambientalmente protegidos
Lei 9.985/2000
Art. 5º - diretrizes
II - assegurem os mecanismos e procedimentos necessários ao
envolvimento da sociedade no estabelecimento e na revisão da política
nacional de unidades de conservação.

Art. 6º - gestão
Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama,
com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o
Sistema;
Órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os
órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as
propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e
municipais, nas respectivas esferas de atuação.
Espaços ambientalmente protegidos
Lei 9.985/2000
Art. 5º - diretrizes
II - assegurem os mecanismos e procedimentos necessários ao
envolvimento da sociedade no estabelecimento e na revisão da política
nacional de unidades de conservação.

Art. 6º - gestão
Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama,
com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o
Sistema;
Órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os
órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as
propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e
municipais, nas respectivas esferas de atuação.
Art. 7º ao 21, Lei 9.985/00

aquele que não envolve


consumo, coleta, dano ou
destruição dos recursos
naturais

Dica: ver quadro na página 99 do livro


Direito ambiental Esquematizado de
Marcelo Abelha Rodrigues
Espaços ambientalmente protegidos

Criadas por ato do Poder Público (lei ou decreto) após estudos


técnicos e consulta pública que permitam identificar a localização,
a dimensão e os limites mais adequados para a unidade (art. 22, §2º).
Atenção! A Estação Ecológica e a Reserva Biológica prescindem da
consulta pública.
As UC de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente em
unidades de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível
hierárquico que criou a unidade, obedecidos os procedimentos de consulta pública
(art. 22, §5º);
A ampliação dos limites pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível
hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de
consulta pública (art. 22, §6º);
A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser
feita mediante lei específica (art. 22, §7º).
Espaços ambientalmente protegidos

Implantação:
Zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação,
onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições
específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos
sobre a unidade. (art. 25) - todas as UCs devem ter exceto as APAs e as
Reservas Particulares do Patrimônio Natural.
Mosaico de unidades de conservação: conjunto de unidades de conservação de
categorias e outras áreas protegidas públicas ou privadas. A gestão do conjunto
deverá ser feita de forma integrada e participativa. (art. 26)
Plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos
objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e
as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais,
inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. Deve
ser criado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação.
Espaços ambientalmente protegidos

Qualquer unidade de conservação pode ser administrada por


entidade civil de direito privado, desde que tenha dentre seus objetivos
institucionais a proteção ambiental e o interesse público, mediante
instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão.
(art. 30).

Proibições:
> Quaisquer alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os
seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos (art. 28);
> A introdução de espécies não autóctones, exceto na APA, Floresta Nacional, Reserva
Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável; os animais e plantas necessários
à administração e às atividades das demais categorias de unidades de conservação;
criação de animais domésticos e cultivo de plantas no Refúgio da Vida Silvestre e
Monumento Natural considerados compatíveis com suas finalidades (art. 31).
Espaços ambientalmente protegidos

Os órgãos executores incentivarão o desenvolvimento de pesquisas


sobre a fauna, a flora e a ecologia das unidades de conservação e sobre
formas de uso sustentável dos recursos naturais, valorizando-se o
conhecimento das populações tradicionais.

As pesquisas científicas não podem colocar em risco a sobrevivência das espécies


integrantes dos ecossistemas protegidos.

A realização de pesquisas científicas depende de aprovação prévia e está sujeita à


fiscalização do órgão responsável por sua administração, exceto Área de Proteção
Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Os órgãos competentes podem transferir para as instituições de pesquisa nacionais,


mediante acordo, a atribuição de aprovar a realização de pesquisas científicas e de
credenciar pesquisadores para trabalharem nas unidades de conservação.
Espaços ambientalmente protegidos

Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de


significativo impacto ambiental o empreendedor é obrigado a apoiar a
implantação e manutenção de unidade de conservação de Proteção
Integral. (art. 36)
§ 1o O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para
esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a
implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental
licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento.
(ADIN nº 3.378-6, de 2008) - O valor da compensação-compartilhamento é de ser
fixado proporcionalmente ao impacto ambiental, após estudo em que se
assegurem o contraditório e a ampla defesa.
Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a
serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido
o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades
de conservação.
Dano ambiental

Dano ambiental: é a lesão a um bem ambiental, resultante de atividade


praticada por pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que direta ou
indiretamente ocasione prejuízo ao patrimônio ambiental.

O bem ambiental não se classifica como público ou privado, mas sim


como difuso, aquele que pertence a cada um e, ao mesmo tempo, a todos. A sua
titularidade não é determinada e é indivisível. Bem transindividual (metaindividual).

Característica do dano ambiental:


Pulverização de vítimas - pluralidade difusa de vítimas;
É de difícil reparação - jamais se reconstituirá a integridade ou a qualidade
ambiental do que foi afetado;
É de difícil valoração - é difícil mensurar as suas sequelas e extensão por possuir
valores intangíveis, imponderáveis e singulares que escapam às valorações
correntes.
Dano ambiental
A tutela do dano ambiental:
Coletiva - quando afeta interesses coletivos ou difusos (nos termos
do art. 81, II e II da Lei 8.078)
Individual - quando repercute de forma reflexa na esfera de
interesses patrimoniais ou extrapatrimoniais de uma pessoa
individualmente. Nesse caso, a reparação do dano se dá por meio de uma
ação indenizatória de cunho individual.

Formas de reparação:
Recuperação Natural ao status quo ante – é a reconstituição ou recuperação do meio
ambiente agredido, cessando-se a atividade lesiva e revertendo-se a degradação
ambiental. É a forma ideal e a primeira que deve ser tentada, mesmo que mais
onerosa - in situ
Indenização em dinheiro – ocorre quando a reconstituição não seja viável (fática ou
tecnicamente) - reparação econômica / forma indireta de sanar a lesão.
Dano ambiental
Formas de reparação:
Espontânea – o agente poluidor espontaneamente procura reparar o
dano por ele provocado.
Forçada – o agente poluidor é compelido por via administrativa ou
judicial a reparar o dano causado.
> Reparação forçada por via administrativa – se dá por meio do exercício
do poder de polícia da Administração Pública. Ex: aplicação de sanções administrativas
às condutas lesivas ao meio ambiente.
>Reparação forçada por via judicial – se dá por meios processuais clássicos em se
tratando de prejuízo individual, ou no caso de danos coletivos, pela Ação Civil Pública ou
Ação Popular.

No Direito Ambiental existe a responsabilização por danos ambientais nas três esferas
(administrativa, civil e penal)
Responsabilidade
Responsabilidade administrativa: - art. 70 ao 76 da Lei 9605/98
Infração administrativa é toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente. (art. 70)
Procedimento: auto de infração - defesa técnica - colheita de provas,
se for o caso - decisão administrativa - recurso, se for o caso. (art. 71)
Sanções: advertência; multa simples; multa diária; apreensão dos animais, produtos
e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos
de qualquer natureza utilizados na infração; destruição ou inutilização do produto;
suspensão de venda e fabricação do produto; embargo de obra ou atividade;
demolição de obra; suspensão parcial ou total de atividades.
Sanções restritivas de direito: suspensão ou cancelamento de registro, licença ou
autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda ou
suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais
de crédito; proibição de contratar com a Administração Pública, por até três anos.
Responsabilidade
Responsabilidade civil ambiental:
Sistema próprio e autônomo no âmbito da responsabilidade civil,
com regras especiais sobre a matéria, derrogatórias das normas gerais
do direito civil e administrativo.
Fundamentação na Constituição Federal, no art. 225, § 3º, e na
Lei nº 6.938/81, em seu art. 14, § 1º - responsabilidade objetiva
Sujeito responsável: poluidor (art. 3º IV, Lei 6.938/81) - a pessoa física ou jurídica, de
direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental.
Princípios:
> Prevenção: deve-se agir por antecipação de modo a evitar a ocorrência do dano.
> Poluidor-pagador: impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas de
prevenção e reparação da poluição e da degradação dos recursos naturais.
> Reparação integral: mensuração da extensão do dano de modo a impor sua
reparação integral.
Responsabilidade
Teorias da responsabilidade civil objetiva ambiental

Teoria do Risco Integral: quem exerce uma atividade e obtém


benefícios (bônus), tem que suportar os riscos de prejuízo (ônus),
independentemente de culpa. A licitude da atividade não impede que o
degradador seja compelido a reparar o dano causado. Esta teoria não admite
excludentes do dever de indenizar. Posicionamento do STJ

Teoria do Risco Administrativo ou Criado ou Proveito: toda pessoa que exerce


alguma atividade cria um risco de dano para terceiro e deve ser obrigado a repará-lo,
ainda que sua conduta seja isenta de culpa. Nesta seara, se admite excludentes do
dever de indenizar, caso haja força maior, fato de terceiros ou caso fortuito.
Responsabilidade
Responsabilidade civil objetiva ambiental do Estado

A pessoa jurídica de direito público interno também é responsável


pelos danos que causar ao meio ambiente através de suas funções
típicas. Em regra, adota-se a responsabilidade objetiva pelo risco integral.

Art. 37, § 6º, CF/88: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

A responsabilidade é solidária e reparado o dano pelo Poder Público, este poderá se


voltar contra o causador direto do dano por meio da ação regressiva nos termos do
art. 3º, parágrafo único e art. 3º, IV, da Lei nº 6.938/1981, associado ao art. 14, § 1º da
mesma lei.
Responsabilidade
Responsabilidade penal ambiental

Fundamentação na Constituição Federal, no art. 225, § 3º e na lei


nº 9.605/98.
Deve ser ultima ratio - só depois de se esgotarem os mecanismos
intimidatórios (civil e administrativo)
A Lei 9.605/98 prevê, dentre outras: a responsabilidade da PJ, a possibilidade de
desconsideração da PJ, o rito sumário, a ação penal pública incondicionada, crimes
contra a fauna, flora, de poluição, contra o ordenamento urbano e o patrimônio
cultural e contra a administração ambiental.
Penalidades: privativas de liberdade, restritivas de direito e multa. Penas para PJ e
pessoas físicas.
Responsabilidade
Responsabilidade penal ambiental - pessoa jurídica
Fundamentação legal: Art. 3º, Lei nº 9.605/98
Requisitos: a infração seja cometida por decisão de seu representante
legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado e em seu interesse ou
benefício da sua entidade.
Não exclui a responsabilidade das pessoas físicas autoras, coautoras
ou partícipes, seja por ação ou omissão.
Discussão doutrinária: há doutrinadores tradicionais que consideram a Teoria da
Ficção Legal de Savigny - a PJ é totalmente destituída de personalidade e incapaz de
expressar vontade, por isso não pode ser responsabilizada. Há doutrinadores que
reconhecem a teoria da realidade objetiva/organicista/orgânica de Gierke, que
reconhece a PJ como um organismo social composto por pessoas físicas que lhe dão
vida e vontade própria.
Penalidades: multa, restritiva de direitos e prestação de serviços à comunidade (art.
21 a 24, Lei 9605) - ATENÃO! Art. 24 - dissolução forçada da PJ
Jurisdição coletiva
Fundamentação legal: Ação Civil Pública - Lei nº 7347/85 e Código de
Defesa do Consumidor - Lei nº 8078/90 e subsidiariamente o CPC.
Princípios: acesso à Justiça - inafastabilidade do controle jurisdicional
(art. 5º, XXXIII, CF/88) e igualdade (material) - tratamento diferenciado
aos desiguais.
Ação Civil Pública ambiental
Fundamentação legal - art. 129, III, CF/88 - tutela as ações de responsabilidade por
danos morais e patrimoniais causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro
interesse difuso ou coletivo, por infração da ordem econômica, à ordem urbanística,
à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio público
e social.
Objeto: a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer.
Jurisdição coletiva
Ação Civil Pública ambiental:
Legitimados: Ministério Público, Defensoria Pública, entes federativos,
autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista,
associação constituída há pelo menos 1 ano e que inclua, entre suas
finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao
meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência,
aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico.
O MP se não for parte autora atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
Legitimidade passiva: agente poluidor (art. 3º, IV, Lei 6938/81)
Litisconsórcio: legitimidade ativa concorrente e disjuntiva, quando um legitimado
propuser a ação os demais poderão se habilitar como assistentes litisconsorciais e
em caso de desistência, qualquer dos assistentes poderá assumir a ação.
Foro: do local da ocorrência do dano - local, regional, nacional.
Jurisdição coletiva
Ação Civil Pública ambiental:
Inversão do ônus da prova: ope judicis - a critério do juiz. Requisitos:
hipossuficiência ou verossimilhança das alegações.
Compromisso de ajustamento de conduta - termo de ajustamento de
conduta (TAC): ato jurídico em que a pessoa assume o compromisso de
eliminar, mitigar ou prevenir uma ofensa ambiental. Pode ser firmado
extrajudicialmente (não carece de homologação judicial e é título executiva extrajudicial)
e judicialmente. É um acordo (transação) com vistas a prevenir ou por fim ao litígio.
Preferível que seja firmado antes da propositura da ação civil pública.
Provimentos: condenação em dinheiro, pagamento de indenização e cumprimento
de obrigação de fazer ou não fazer.
Ação cautelar: preparatórias ou incidentais. Requisitos: fumus boni iuris e periculum in
mora.
Multa diária: poderá ser fixada para que haja o cumprimento da obrigação de fazer
ou não fazer estabelecida. Poderá ser fixada ao final da ação ou de forma cautelar.
Jurisdição coletiva
Ação Civil Pública ambiental:
Sentença: coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá
intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
Execução: qualquer colegitimado poderá promover a execução da
decisão condenatória, caso não o façam, o MP é obrigado a promover a execução. Os
valores arrecadados nas ações em defesa de direitos coletivos e difusos serão revertidos
ao fundo de defesa de direitos difusos (Decreto 1306/94).
Ação popular ambiental:
Fundamentação legal: art. 5º LXXIII, CF/88 e Lei nº 4717/65
Objeto: proteção do patrimônio público, da moralidade administrativa, do meio
ambiente e do patrimônio histórico e cultural - dupla natureza: constitutiva e
condenatória - anular o ato lesivo (comissivo ou omissivo) e reparar o dano e
restituir os cofres públicos.
Jurisdição coletiva
Ação popular ambiental:
Legitimidade: qualquer cidadão que faça prova da cidadania (eleitor) -
Súmula 365 STF: PJ não tem legitimidade
Legitimidade passiva: qualquer pessoa responsável por ato lesivo ao
meio ambiente ou na eminência de praticar o ato.
Competência: juízo do local onde ocorreu ou deva ocorrer o dano,
independente de onde o ato se originou. Não há competência originária
por prerrogativa de função.
Mandado de Segurança coletivo ambiental:
Remédio constitucional para proteger direito líquido e certo (previsto em norma
legal e possuindo os requisitos necessários para ser exercido), não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.
Fundamentação: art. 5º, LXIX e LXX, CF/88, Lei 12016/09.
Jurisdição coletiva

Mandado de Segurança coletivo ambiental:

Legitimidade ativa: partido político com representação no Congresso


Nacional e organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,
em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Sujeito passivo: autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercícios de
atribuições do Poder Público que tenha cometido ato ilegal ou abuso de poder.
Entraves para seu uso: restrição de agentes que podem ocupar o polo passivo e a
necessidade da certeza e liquidez do direito atingido.

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