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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA

COMARCA DO MUNICIPIO DE PIRINOPÓLIS

ESPICULA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG nº... e


do CPF nº..., residente e domiciliado na rua..., nº..., bairro..., cidade..., nesta cidade,
vem, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa..., com escritório
na rua..., nº..., bairro..., cidade..., endereço eletrônico que indica para os fins do art... ,
com fundamento nos termos do art. 5º, LXIX da CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09,
impetrar o presente:

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR

Contra ato ilegal e arbitrado pelo Sr. SECRETÁRIO MUNICIPAL DE


EDUCAÇÃO, autoridade apontada aqui como coatora, cujo endereço para notificação
é ..., o que se faz com base nos fatos e fundamentos a seguir elencados:

I— DA TEMPESTIVIDADE

O prazo para ajuizamento do mandado de segurança é de 120 dias, de acordo


com o art. 23, da Lei nº 12.016/09

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-


se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência,
pelo interessado, do ato impugnado.

O Impetrante fora cientificado do ato impugnado no dia 11/09/2023, momento


em que ocorreu a efetiva lesão ao direito líquido e certo do Impetrante. Logo,
contabilizando-se 120 dias dessa data, tem-se o dia 11/03/2024 como prazo final para
a propositura do mandando de segurança. Assim, resta claro a tempestividade para a
propositura do presente remédio constitucional.

II – DOS FATOS

O Impetrante compareceu a Secretaria Municipal de Educação e requereu o


fornecimento de informações detalhadas a respeito das despesas dos servidores com
educação no exercício anterior, a discriminação dos valores gastos com pessoal e
custeio geral e os montantes direcionados a cada unidade escolar, já que as
contratações eram descentralizadas.Entretanto o pedido foi indeferido por escrito pelo
Secretário Municipal de Educação, conforme documento anexo, sob argumento de
que o Impetrante não residiria no Município Pirinópolis. Aduziu também que os gastos
com pessoal eram sigilosos, por dizerem respeito à intimidade dos servidores. E
informou que as demais informações seriam disponibilizadas para o Impetrante e para
o público em geral, via internet, no “portal da transparência”, quando terminasse a
estruturação do site, o que estimava ocorrer dentro de 2 anos.

III- CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA E DA PROVA PRÉ-


CONSTITUÍDA

Diante da inequívoca ilegalidade do ato administrativo, deveria a própria


Administração Púbica rever seus próprios atos (Súmula 473 do STF), o que, apesar de
ser lhe dada a oportunidade para tanto, negou o pedido do Impetrante.
Todavia, diante de sua inércia, por força do princípio da inafastabilidade da
jurisdição, cabe ao Judiciário a revisão do ato quando eivado de ilegalidade ou abuso
de poder. Nesse sentido o Artigo 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do
Brasil estabelece que: "LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público."
Para tanto, passa a demonstrar o pleno atendimento aos requisitos do
deferimento do presente mandamus.

IV- LEGITIMIDADE ATIVA

O autor está em dia com seus direitos politicos, conforme documentaão em


anexa, satisfazendo plenamente o requisito da cidadania, presente no art. 1° e 6° § 3°
da lei 12.016/09.

V- LEGITIMIDADE PASSIVA

O polo passivo do mandado de segurança é formado pela autoridade coatora,


a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce
atribuições com fulcro no caput. do art. 6° da lei 12.016/09.

VI- DO DIREITO: DA NULIDADE DO ATO ILEGAL COMETIDO PELA AUTORIDADE


COATORA

O Impetrante, requereu informações a respeito de gastos público. Porém teve


seu pedido indeferido pela autoridade coatora. Contudo, é assegurado a todos o
acesso à informação conforme o que se estabelece no art. 5º, inciso XIV, da CRFB/88.
Ademais, o art. 5º, inciso XXXIII, da CRFB/88 assegura a todos o direito de receber
dos órgãos públicos as informações de interesse coletivo ou geral.
A Constituição também assegura que os usuários têm direito a acesso ao teor
dos atos de governo, com fulcro no art.37 § 3º A lei disciplinará as formas de
participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando
especialmente:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
Nesse sentindo, eis a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do
Amazonas, in verbis:
REEXAME NECESSÁRIO. DIREITO CONSTITUCIONAL. PUBLICIDADE DOS ATOS
E NEGÓCIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE.
DEVER DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. REMESSA NECESSÁRIA CONHECIDA E
IMPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA. 1.Pelo Princípio da Publicidade, inserto no caput
do art. 37 da Lex Magna, os atos da Administração Pública devem ser de acesso geral
à todos que assim o desejem, ressalvado o direito a intimidade e à vida privada, bem
como informações que envolvam segurança de Estado, de modo a assegurar o
acesso as informações dos atos de governo. 2.A transparência na publicidade dos
atos públicos permite a sociedade verificar a legalidade e eficiência das ações
administrativas, de modo que possibilite a fiscalização, controle e legitimidade da
conduta dos agentes públicos. 3.Reexame necessário improvido.
(TJ-AM XXXXX20178040001 AM XXXXX-30.2017.8.04.0001, Relator: Maria do
Perpétuo Socorro Guedes Moura, Data de Julgamento: 25/07/2018, Câmaras
Reunidas)
Assim também, a Lei nº 12.527/11, que regula o acesso a informações em seu
artigo 11, determina que a informação deve ser fornecida de imediato, in verbis.
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou
conceder o acesso imediato à informação disponível.
Ressalte-se também, que essas informações devem ser fornecidas
independentemente de qualquer esclarecimento a respeito dos motivos da solicitação,
vejamos o que diz o art. 10, § 3º da Lei 12.527/11:
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
determinantes da solicitação de informações de interesse
público.
Frise-se também que as informações relativas aos gastos com o pessoal não
dizem respeito à intimidade dos servidores, pois essas refletem o modo de emprego
do dinheiro público, o que apresenta indiscutivelmente interesse público.
Em relação ao Impetrante residir em outro domicílio, isso é irrelevante, pois os
entes federados não podem criar distinções entre brasileiros, é o que determina o
artigo 19, III, da CRFB/88.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Assim, resta claro que autoridade coatora ao indeferir o pedido do Impetrante
violou a legislação e a Constituição, fazendo assim com que seu ato se tornasse
inconstitucional.

VII- DA LIMINAR
Demonstrada a grave violação ao direito líquido e certo do Impetrante,
evidencia-se, consequentemente, a presença inconteste dos requisitos necessários à
outorga da medida liminar, disciplinados no artigo 7º, III, da Lei do Mandado de
Segurança.A probabilidade do direito se releva através de uma simples análise ao
indeferimento por escrito, pois tal ato desrespeita a Constituição Federal em seu
art. 5º, XIV da CRFB, onde traz que é assegurado a todos o direito à informação. E o
fato do Impetrante residir em outro Município, também se torna irrelevante,
artigo 19, III da CRFB/88. Já o perigo de dano é evidenciado, pois, há risco de
ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista a urgência da
situação, já que as informações servirão para que a população interessada avalie o
desempenho do Prefeito Municipal, candidato à reeleição.

VIII - DOS PEDIDOS .

Ante todo o exposto, requer-se:

a) Que Vossa Excelência ordena liminarmente, a anulação do ato ilegal e que a


Autoridade coatora forneça as informações solicitadas;

b) Que Vossa Excelência conceda por sentença o presente Mandado de Segurança,


confirmando a liminar certamente deferida, para anular o ato ilegal e que as
informações sejam fornecidas pela autoridade coatora;

c) A notificação da autoridade coatora para que preste as informações que entender


pertinentes do caso;

d) Que seja dada ciência à pessoa jurídica Município Alfa do Estado...;

e) A intimação do Representante do Ministério Público;

Concedida a liminar, requer que a Autoridade coatora seja intimada a dar-lhe


cumprimento.
No mérito, requer:

a) a procedência dos pedidos, com a confirmação da tutela antecipada;

b) a condenação do Réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários


advocatícios.

Dá-se à causa o valor de R$ xxxx ( reais) para fins procedimentais.

Termos em que,

Pede deferimento.
Local... e data...

Advogado...

OAB n.º...

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