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Curso 12230
Curso 12230
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................. 4
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Direito Administrativo p/ UFPE Adm. Pública e agentes públicos
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................... 125
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Direito Administrativo p/ UFPE Adm. Pública e agentes públicos
Apresentação
Fala, meu querido aluno, minha querida aluna! Que alegria ver você por aqui!
Quem escreve aqui é o professor Sérgio Machado. O professor Erick Alves ficará responsável pelas aulas em vídeo.
Beleza?
Hoje vamos conversar e aprender bastante sobre agentes públicos, com base nas disposições constitucionais
acerca desse tema.
Então deixa eu explicar como vai funcionar a aula: vou apresentar os artigos 37 a 41 da Constituição Federal (CF)
praticamente na ordem em que eles aparecem, com os devidos comentários.
Assim você terá a oportunidade de ver toda a “lei seca” juntamente com os nossos melhores comentários e
esquemas! Não vamos deixar passar nada!
Mas olha só: nesta aula, serei objetivo na medida certa. Não vou escrever nem tão pouco e nem demais. Não quero
prejudicar a sua compressão. Por outro lado, também não quero que você não perca seu tempo estudando coisa
que não vão cair na sua prova.
Beleza?
ProfErickAlves
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ProfErickAlves
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ProfSergioMachado
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Princípios expressos
A Constituição Federal, no caput do art. 37, estabelece de forma expressa alguns princípios básicos que devem
pautar a atuação da Administração Pública.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Importante perceber que tais princípios devem ser observados por toda a Administração Pública, direta e indireta,
de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Não existe exceção em relação à observância dos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência por parte da Administração Pública (famoso mnemônico: LIMPE). Segundo Carvalho
Filho, esses princípios revelam as diretrizes fundamentais da Administração, de modo que só se poderá considerar
válida a conduta administrativa que estiver compatível com eles.
L Legalidade
Princípios I Impessoalidade
Expressos
M Moralidade
Aplicáveis a: P Publicidade
- Administração direta e indireta
- Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
E Eficiência
- União, Estados, DF, Municípios
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A) harmonia e independência entre poderes, redução das desigualdades sociais, soberania, igualdade e fraternidade.
Comentários:
Princípios da Administração Pública expressamente previstos no artigo 37 da Constituição Federal compõem o famoso
mnemônico LIMPE: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
Gabarito: C
Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma
função estatal atribuída a órgão ou a entidade da Administração Pública (conforme Hely Lopes Meirelles).
No âmbito da Administração Pública, os agentes públicos ocupam cargos ou empregos ou exercem função.
Por meio do inciso I do art. 37, a Constituição da República garante o direito de amplo acesso aos cargos,
empregos e funções públicas:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Esse inciso foi modificado pela Emenda Constitucional 19/98, estendendo o direito de acesso aos cargos, empregos e funções
a estrangeiros, na forma da lei.
Cargo público é o lugar ou posição jurídica a ser ocupado pelo agente na estrutura da Administração (Lucas
Furtado, 2014, p. 715). Quando um indivíduo é aprovado no concurso da Receita Federal, por exemplo, ele passa a
ocupar um dos respectivos cargos do órgão, como o cargo de Auditor-Fiscal ou o de Analista Tributário.
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A existência do cargo público remete à adoção de regime jurídico estatutário, vale dizer, a relação jurídica entre
o agente e o Estado é definida diretamente por uma lei, de que seriam exemplos os servidores públicos regidos
pela Lei 8.112/1990.
O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação
e exoneração (natureza “ad nutum”). Ressalte-se que mesmo os cargos em comissão são estatutários, muito
embora seu regime de previdência seja o regime geral aplicável aos empregados celetistas.
Concurso público
Efetivo Estabilidade
Estatutários
Cargo público
Livre nomeação e
exoneração
Em comissão
Estatutários, mas
vinculados ao RGPS
Preste atenção!
Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos dos órgãos e entidades de direito público, isto é, administração
direta, autarquias e fundações públicas.
O emprego público, por sua vez, também designa um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da
Administração. Diferencia-se do cargo público em razão do regime jurídico aplicável: o ocupante de emprego
público tem um vínculo contratual, sob a regência da CLT, enquanto o ocupante do cargo público, como visto,
tem um vínculo estatutário, disciplinado diretamente por uma lei específica.
Preste atenção!
Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos da Administração direta e indireta; são mais comuns nas
entidades administrativas de direito privado, isto é, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas
de direito privado.
Já a função pública constitui o conjunto de atribuições às quais não necessariamente corresponde um cargo ou
emprego. Trata-se, portanto, de um conceito residual. Na Constituição Federal, abrange apenas duas situações:
i. as funções exercidas por servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX);
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ii. as funções de natureza permanente, correspondentes a chefia, direção, assessoramento ou outro tipo de
atividade para a qual o legislador não crie cargo respectivo; em geral, são funções de confiança, de livre
provimento e exoneração (art. 37, V).
Esquematizando
Pois bem...
Apesar de garantir o direito de amplo acesso aos cargos, empregos e funções públicas, ao condicionar o acesso à
satisfação dos “requisitos estabelecidos em lei”, a Carta Magna permite que se imponham certas restrições a esse
acesso, como requisitos de idade, altura e sexo, de acordo com a natureza do cargo (art. 39, § 3º). A restrição
eventualmente imposta ao acesso a determinado cargo público deve sempre guardar correspondência com a real
necessidade para o exercício da função: devem ser observados os princípios da isonomia, razoabilidade e
impessoalidade.
Art. 39, § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
exigir.
O exercício da função pública, que é cometida ao órgão ou à própria entidade, é realizado por pessoas físicas: agentes
públicos. Assim, considera-se ______ toda __________vinculada, ________, ao exercício de função pública.
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Comentários:
Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função
estatal atribuída a órgão ou a entidade da Administração Pública (conforme Hely Lopes Meirelles).
Gabarito: C
Os conceitos de agentes públicos e servidores públicos se confundem, sendo tratados na doutrina como sinônimos.
Comentários:
Gabarito: Errado
Função pública é o lugar, dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações
públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela
equivalente.
Comentários:
a) ERRADA. No âmbito da Administração Pública, os agentes públicos ocupam cargos ou empregos ou exercem função,
onde:
- cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser
cometidas a um servidor (Art. 3º da Lei 8.112/90);
- emprego público também designa um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da Administração, mas regido
pela CLT, enquanto o cargo diz respeito ao regime estatutário;
- função pública constitui o conjunto de atribuições às quais não necessariamente corresponde um cargo ou emprego. Trata-
se, portanto, de um conceito residual. Na Constituição Federal, abrange apenas duas situações:
i. as funções exercidas por servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público (Art. 37, IX);
ii. as funções de natureza permanente, correspondentes a chefia, direção, assessoramento ou outro tipo de atividade para a
qual o legislador não crie cargo respectivo; em geral, são funções de confiança, de livre provimento e exoneração (art. 37, V).
Logo, o enunciado tanto não tem relação com função pública, como não descreve com precisão cargo ou emprego público.
Gabarito: Errado
Servidor público estatutário é aquele submetido a um diploma legal específico e que ocupa cargo público da
administração direta e indireta, como autarquias, fundações e empresas públicas.
Comentários:
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O servidor público estatutário é aquele submetido a um diploma legal específico e que ocupa cargo público da administração
direta e indireta; na indireta, os servidores estatutários encontram-se, especificamente, nas entidades de direito público
(autarquias e fundações públicas), e não nas de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
públicas de direito privado), as quais são constituídas por empregados públicos celetistas.
Gabarito: Errado
Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, não existem cargos públicos, mas somente empregos públicos.
Comentários:
O quesito está correto. Os cargos públicos, de provimento efetivo ou em comissão, ocupados por servidores públicos
estatutários, estão presentes nos órgãos e entidades de direito público (administração direta, autarquias e fundações
públicas). Já os empregos públicos, ocupados por empregados públicos celetistas, estão presentes nas entidades
administrativas de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito
privado).
Por oportuno, saliente-se que os dirigentes das empresas estatais (diretores e membros do conselho de administração) não
são empregados públicos celetistas. Eles constituem uma categoria à parte, regidos por leis específicas, como o Código Civil
e a Lei 6.404/1976 (Lei das S/A).
Gabarito: Certo
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Concurso público
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração;
Para ocupar cargos e empregos públicos efetivos é obrigatória a aprovação prévia em concurso público.
O concurso público é o mecanismo utilizado para se concretizar o princípio da isonomia no acesso ao serviço
público. Por essa razão, ele deve ser acessível ao público em geral, deve ser amplamente divulgado e os critérios
de escolha devem ser claros, objetivos e previamente definidos.
O concurso público deve ser sempre de “provas” ou de “provas e títulos”. Portanto, não se admite concurso
público em que não se realize provas. Você vai fazer uma prova, não é mesmo?
A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!) de
provimento efetivo, abrangendo tanto os cargos das entidades de direito público como os empregos públicos das
entidades administrativas de direito privado, integrantes da administração indireta.
Em outras palavras: a aprovação prévia em concurso público é princípio constitucional cuja obediência é
obrigatória para a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
• Nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em
critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II).
• Contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público (CF, art. 37, IX).
• Contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, os quais devem ser admitidos
por meio de “processo seletivo simplificado”, que não se confunde com concurso público (CF, art. 198, §4º).
Preste atenção!
A investidura em cargos em comissão não depende de aprovação prévia em concurso público
Continuando...
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
O prazo de validade de um concurso público é definido de forma discricionária pela Administração, podendo ser
de até dois anos (pode ser menos, mas no máximo dois). Igualmente, a decisão de prorrogar ou não o prazo inicial
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de validade constitui ato discricionário da Administração. No final das contas, o prazo de validade de um concurso
público pode chegar a até quatro anos: 2 anos + 2 anos de prorrogação = 4 anos.
A Constituição Federal (art. 37, §2º) também estabelece que a não observância da exigência de concurso público
ou do seu prazo de validade “implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da
lei”. Sendo assim, os atos administrativos de nomeação ou contratação para cargos ou empregos efetivos que não
tenham sido precedidos de concurso público, ou que tenham ocorrido após o transcurso do prazo de validade do
certame, são eivados de ilegalidade e, assim, poderão ser anulados pela própria Administração ou pelo Poder
Judiciário, implicando o desligamento das pessoas ilegalmente admitidas. Saliente-se, contudo, que a
remuneração recebida por essas pessoas em razão do serviço efetivamente prestado não precisará ser devolvida,
sob pena de enriquecimento sem causa do Estado.
Art. 37, § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
responsável, nos termos da lei.
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira;
Conforme ensinam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, tal dispositivo deve ser lido assim: “durante o prazo de
validade de um determinado concurso, aqueles nele aprovados devem ser convocados para assumir o respectivo
cargo ou emprego antes que se convoque qualquer candidato aprovado em um novo concurso realizado para o
mesmo cargo ou emprego. Frise-se que essa regra só se aplica enquanto o primeiro concurso estiver dentro do seu
prazo de validade”.
Em outras palavras: nada impede que se abra um novo concurso durante o prazo de validade não expirado de um
concurso anterior. Porém, a Administração só poderá convocar novos aprovados após esgotarem-se os aprovados
do primeiro concurso.
Finalmente, a Constituição Federal prevê que, nos concursos públicos, um percentual de vagas deve ser reservado
para candidatos portadores de deficiência:
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência
e definirá os critérios de sua admissão;
Essa norma constitucional não dispensa as pessoas portadoras de deficiência da realização de concurso público,
mas apenas determina que a Administração reserve um percentual de vagas a essas pessoas, conforme definido
em lei.
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Para que ocorra provimento de vagas em qualquer cargo público, é necessária a prévia aprovação em concurso público.
Comentários:
Os cargos públicos podem ser de provimento efetivo ou em comissão. Exige-se aprovação prévia em concurso público
apenas para acesso aos cargos públicos de provimento efetivo. Já os cargos de provimento em comissão são de livre
nomeação e exoneração. A expressão “qualquer cargo”, portanto, macula o quesito.
Gabarito: Errado
A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada mediante prévia habilitação em concurso público de provas ou
de provas e títulos ou, em algumas situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente.
Comentários:
O quesito está errado. A nomeação para cargo de provimento efetivo sempre requer a aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos. O provimento efetuado por livre escolha da autoridade competente refere-se aos cargos em
comissão.
Gabarito: Errado
Segundo a Carta Magna brasileira, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvadas as nomeações para
Comentários:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Gabarito: D
Nos termos da Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que o prazo de validade do concurso público será de até três
anos, prorrogável uma vez, por igual período.
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Comentários:
Na verdade, o prazo de validade do concurso público será de até dois anos (e não três), prorrogável uma vez, por igual período
(CF, art. 37, III).
Gabarito: Errado
A investidura em cargo ou emprego público se dá exclusivamente por aprovação prévia em concursos públicos de provas ou
de provas e títulos.
Comentários:
O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e exoneração
(natureza “ad nutum”).
A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!) de provimento
efetivo. Isso significa que a aprovação em concurso público não é exigida para a nomeação para cargos em comissão, os quais,
por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente.
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Portanto, corrigindo a questão, a investidura em cargo ou emprego público não se dá exclusivamente por aprovação prévia
em concursos públicos de provas ou de provas e títulos.
Gabarito: Errado
O prazo de validade do concurso público é de dois anos, podendo ser prorrogado, pelo mesmo período, por duas vezes.
Comentários:
O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, e só pode ser prorrogado uma única vez, por igual período (CF,
art. 37, III). No final das contas, o prazo de validade de um concurso público pode chegar a até quatro anos: 2 anos + 2 anos de
prorrogação = 4 anos.
Gabarito: Errado
A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
sua admissão.
Comentários:
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios
de sua admissão;
Gabarito: Certo
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Os cargos em comissão distinguem-se dos cargos efetivos em razão dos requisitos necessários à investidura do
agente. No caso do cargo efetivo, como vimos, a investidura pressupõe aprovação em concurso público, ao passo
que no provimento em comissão a escolha do servidor é feita a partir de livre nomeação e de livre exoneração.
Qualquer pessoa, mesmo que não seja servidor público efetivo, pode ser nomeada para exercer um cargo em
comissão.
A Constituição, contudo, exige que a lei estabeleça os percentuais mínimos de cargos em comissão a serem
preenchidos por servidores de carreira concursados, além de casos e condições em que obrigatoriamente isso deva
ocorrer.
Nesse momento, é interessante lembrar da famosa Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal (STF),
que veda a prática do nepotismo na nomeação para cargos em comissão ou funções de confiança. Confira:
Jurisprudência
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Esquematizando
Função de confiança
Retorn
o de
Chefia despes
as aos Qualquer pessoa (lei estabelecerá %
limites mínimo para servidores de carreira)
Assessoramento
Cargo em Nomeação e exoneração
comissão
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As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-
se apenas
Comentários:
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;
Repare que a questão praticamente copiou o dispositivo constitucional, omitindo somente a última parte.
Gabarito: B
Veja só: o direito à livre associação sindical é garantido ao servidor civil! Os militares não têm esse direito! Aliás,
a própria CF dispõe que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve” (art. 142, § 3º, IV).
Diferentemente do dispositivo constitucional que assegura o direito à associação sindical (que é autoaplicável), a
norma que trata do direito de greve dos servidores públicos possui eficácia limitada, ou seja, requer a edição de
uma lei (ordinária) para que produza efeitos.
Contudo, a lei requerida pela Constituição até hoje não foi editada. Diante da inércia do legislador, o Supremo
Tribunal Federal, em sede de mandado de injunção, determinou a aplicação temporária, ao setor público, no que
couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei 7.783/1989), até que o Congresso Nacional edite a
mencionada norma regulamentadora.
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A doutrina ressalta que o art. 37, VII da CF não se aplica aos empregados públicos, mas apenas aos servidores
públicos estatutários. O direito de greve dos empregados públicos é assegurado pelo art. 9º da CF, norma
autoaplicável que trata do direito de greve da iniciativa privada.
Aos militares é assegurado o direito à livre associação sindical, porém é vedado o direito à greve.
Comentários:
Tanto a sindicalização quanto o direito de greve são vedados aos militares. A CF dispõe que “ao militar são proibidas a
sindicalização e a greve” (art. 142, § 3º, IV).
Gabarito: Errado
O direito à livre associação sindical é aplicável ao servidor público civil, mas não abrange o servidor militar, já que existe
norma constitucional expressa que veda aos militares a sindicalização e a greve.
Comentários:
O servidor público civil possui direito à livre associação sindical e à greve, nos termos do art. 37, VI e VII da CF. Contudo, tais
direitos não são estendidos aos militares, uma vez que, nos termos do art. 142, §3º, IV da CF, os militares são proibidos de se
sindicalizar e de fazer greve.
Gabarito: Certo
O direito de greve dos servidores públicos será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar federal.
Comentários:
Nos termos do art. 37, VII da CF, “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”, o que nos
remete a uma lei ordinária, e não a uma lei complementar, daí o erro. Ressalte-se que tal lei ainda não editada, razão pela
qual o STF deixou assente que, enquanto perdurar a omissão do legislador, as greves dos servidores públicos serão
disciplinadas pela legislação que regulamenta a matéria na iniciativa privada.
Gabarito: Errado
Contratação temporária
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)
Como já foi dito, a contratação de agentes públicos temporários constitui exceção à regra do concurso público
como meio de ingresso no serviço público.
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Cada ente federado deve regular em lei própria como se dará a contratação dos agentes públicos temporários na
respectiva esfera de governo. Não é, portanto, uma norma geral que irá regular o assunto em âmbito nacional; no
caso, deve haver respeito à autonomia administrativa dos entes.
Os agentes temporários não ocupam cargo ou emprego público, não estando sujeitos a regime estatuário nem
a regime celetista. Diz-se que os contratados por tempo determinado apenas exercem função pública
remunerada temporária (função autônoma, justamente por não estar vinculada a cargo ou emprego). O contrato
que firmam com a Administração é um contrato de direito público, e não um contrato de trabalho regido pela
CLT.
Comentários:
Os agentes temporários não ocupam cargo ou emprego público, não estando sujeitos a regime estatuário nem a regime
celetista. O contrato que firmam com a Administração é um contrato de direito público, e não um contrato de trabalho regido
pela CLT.
Gabarito: Errado
A contratação temporária de servidores sem concurso público bem como a prorrogação desse ato amparadas em
legislação local são consideradas atos de improbidade administrativa.
Comentários:
O quesito está errado. Nos termos do art. 39, IX da CF, “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”. Portanto, cada ente da federação deverá
estabelecer, mediante lei, as hipóteses em que poderá haver contratação de servidores sem concurso para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público. Por essa razão, a jurisprudência do STJ já decidiu que a nomeação
de servidores por período temporário com base em lei local não se traduz, por si só, em ato de improbidade administrativa
(AREsp 166766/SE).
Gabarito: Errado
Dispositivo que trata da fixação e da revisão geral anual (RGA) da remuneração e dos subsídios dos servidores
públicos.
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De se destacar, primeiramente, que o dispositivo se refere apenas às espécies remuneratórias que os servidores
estatutários podem receber. Não engloba, portanto, os salários dos empregados públicos. O dispositivo também
não abrange os vencimentos dos militares, mas apenas dos servidores públicos civis.
Os vencimentos e os subsídios dos servidores públicos, em regra, só podem ser fixados ou alterados por lei
específica, vale dizer, toda vez que se pretender alterar a remuneração de qualquer cargo público deve ser editada
uma lei ordinária que somente trate do assunto “revisão da remuneração de cargos públicos”. Portanto, para cada
revisão, em cada ano, deverá ser aprovada lei específica. Tal lei até poderá abranger mais de um cargo; o que não
pode variar é o assunto.
Acerca do trecho do dispositivo que se refere à necessidade de ser observada a iniciativa privativa, a regra é que
tal iniciativa não pode extrapolar o âmbito do respectivo Poder. Assim, a iniciativa das leis é repartida entre o chefe
do Executivo (CF, art. 61, §1º, II, “a”), Tribunais do Judiciário (CF, art. 96, II, “b”), Câmara dos Deputados e Senado
Federal (CF, art. 51, IV; e art. 52, XIII, respectivamente), Ministério Público (CF, art. 127, §2º) e Tribunal de Contas
(CF, art. 73 c/c art. 96).
Não seria legítimo ao chefe do Executivo, por exemplo, propor projeto de lei para definir a revisão em outro poder;
assim como parlamentar não pode propor idêntica solução para os servidores do Executivo.
Preste atenção!
No caso dos deputados federais, dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estados,
a competência para fixação dos respectivos subsídios é exclusiva do Congresso Nacional, que o faz por decreto legislativo e
não por lei, nos termos do art. 49, VII e VIII da CF. Portanto, constituem exceções à regra do art. 37, X, que exige a edição de
lei específica.
Nesse momento, é oportuno esclarecer que o sistema remuneratório dos agentes públicos em geral passou a ser
composto por três distintas categorias jurídicas: subsídio, vencimentos e salário. A CF dá atenção especial ao
subsídio.
Conforme indica o art. 39, §4º da CF, o subsídio se caracteriza por ser “fixado em parcela única, vedado o
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória”. Nos termos da Constituição Federal, o sistema de remuneração por subsídio se aplica:
• Obrigatoriamente, para os agentes políticos: chefes dos Executivos, deputados, senadores, vereadores,
ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, membros da magistratura, membros do
Ministério Público, ministros do Tribunal de Contas.
• Obrigatoriamente, para alguns servidores públicos: integrantes da Advocacia Geral da União, da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, os Procuradores dos Estados e do DF, os Defensores Públicos,
servidores da Polícia Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpos de
bombeiros militares;
• Facultativamente, para os servidores públicos organizados em carreira, conforme previsto em lei (ex: os
servidores do Banco Central são remunerados por subsídio).
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Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso,
o disposto no art. 37, X e XI.
Art. 39, § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
A parte final do art. 37, inciso X, assegura revisão geral anual da remuneração e do subsídio dos servidores
públicos, sempre na mesma data e sem distinção de índices. Mas para isso é necessária uma lei.
A doutrina informa que essa revisão anual serve para assegurar a manutenção do poder de compra dos
vencimentos ou do subsídio face aos efeitos da inflação do período. Todavia, não se trata de aumento real, mas
apenas de aumento nominal, pois o reajuste anual apenas compensa a inflação, mas não gera ganhos acima dela.
Esse reajuste anual da remuneração para compensar a inflação é chamado pela doutrina de aumento impróprio.
Ressalte-se, por fim, que a revisão geral e anual não se equipara à reestruturação de carreiras, realizada
esporadicamente (e não necessariamente “anualmente”) para corrigir eventuais distorções remuneratórias em
determinadas carreiras (e não de caráter “geral”), distorções estas não necessariamente relacionadas à perda do
poder aquisitivo da moeda. Tais reestruturações, ao contrário da revisão geral e anual, podem até gerar aumento
real da remuneração.
A CF, ao indicar o rol de agentes públicos remunerados por subsídio, veda que a remuneração de servidores organizados
em carreira seja fixada por meio dessa espécie remuneratória.
Comentários:
A CF impõe o pagamento na forma de subsídio aos membros de Poder, detentores de mandato eletivo, Ministros de Estado
e Secretários Estaduais e Municipais, mas faculta esse regime remuneratório aos servidores públicos organizados em carreira.
Portanto, ao contrário do que afirmou a questão, a CF não veda que a remuneração de servidores organizados em carreira
seja fixada por meio dessa espécie remuneratória.
Confira:
Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
37, X e XI.
Art. 39, § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
Gabarito: Errado
Somente os servidores organizados em carreira deverão ter remuneração fixada exclusivamente por subsídio em
parcela única, vedado acréscimo de qualquer natureza.
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Comentários:
Nada disso. Outros agentes públicos também podem ser remunerados por meio de subsídio. E os servidores públicos
organizados em carreira não devem remuneração fixada exclusivamente por subsídio. A remuneração desses poderá (e não
deverá) ser fixada por subsídio (CF, art. 39, § 8º).
Gabarito: Errado
A remuneração dos servidores públicos e o subsídio somente poderão ser alterados por decreto da autoridade
competente.
Comentários:
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices;
Portanto, exige-se lei específica (e não decreto da autoridade competente) para que se fixe ou altere a remuneração dos
servidores públicos. Isso quer dizer que cada alteração de remuneração de qualquer cargo público deverá ser feita por meio
da edição de uma lei ordinária que somente trate desse assunto.
Gabarito: Errado
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Teto remuneratório
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Desse texto, as principais conclusões a que se pode chegar são no sentido de que:
§ O teto remuneratório geral corresponde ao subsídio mensal dos ministros do STF, havendo outros
limites ou “subtetos” aplicáveis aos Estados, DF e Municípios, cujos valores não podem ultrapassar o teto
geral.
§ Todas as categorias, ocupantes de cargos, empregos ou funções públicas, da Administração direta,
autárquica ou fundacional, de todos os poderes e esferas de governo, estão sujeitas ao teto;
§ Quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista e subsidiárias, somente são alcançadas
pelo teto se receberem recursos do ente federado para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
em geral, ou seja, se forem estatais dependentes (CF, art. 37, § 9º). As estatais não dependentes, por
sua vez, não precisam observar o teto;
Art. 37, § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal
ou de custeio em geral.
§ Em regra, nenhuma vantagem, qualquer que seja sua natureza, poderá exceder ou ser excluída da
incidência do teto;
§ Excluem-se do teto somente as parcelas de natureza indenizatória previstas em lei (ajuda de custo,
diárias, auxílio transporte e auxílio moradia). Conforme § 11 do artigo 37 da CF:
Art. 37, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
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Além do limite geral representado pelo subsídio dos ministros do STF, o texto constitucional estabelece limites
para os Estados, o DF e os Municípios, os chamados subtetos.
Nos Municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos.
Noutras palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos.
No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, são instituídos três subtetos distintos:
Esses três subtetos impostos pela Constituição Federal aos Estados e ao Distrito Federal podem ser substituídos
por um limite único, análogo ao subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça. O
referido limite único, caso seja instituído, não poderá ultrapassar o valor correspondente a 90,25% do subsídio
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 37, §12).
Ademais, caso seja adotado esse sistema de limite único para definir o subteto dos Estados ou do Distrito Federal,
ele não se aplicará “aos subsídios dos deputados estaduais e distritais e dos vereadores” (CF, art. 37, §12, parte
final).
Art. 37, § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
Com efeito, o subsídio dos deputados estaduais e distritais está limitado a 75% do subsídio dos deputados
federais (CF, art. 27, §2º c/c art. 32, §3º).
Art. 27, § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no
máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem
os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Art. 32, § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
Já o subsídio dos vereadores pode variar de no máximo 20% a 75% do subsídio dos deputados estaduais, caso se
trate de Município com menos de dez mil ou com mais de quinhentos mil habitantes, respectivamente (CF, art. 29,
VI).
Por sua vez, os subsídios dos deputados federais, assim como dos Governadores e dos Prefeitos, se submetem
ao teto geral, isto é, não podem ser superiores ao subsídio dos ministros do STF, mas nada impede que sejam
iguais a este.
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Agora, em relação ao subsídio dos desembargadores estaduais, o art. 37, XI da Constituição estabelece
expressamente que ele será “limitado a 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal”.
Ocorre que o STF, no julgamento da ADI 3.854/DF, decidiu excluir os membros da magistratura estadual,
inclusive os Desembargadores do Tribunal de Justiça, da submissão ao subteto remuneratório de 90,25% do
subsídio dos ministros do STF, aplicando-lhes o teto geral, ao entendimento de que o Poder Judiciário possui
caráter nacional e unitário, de sorte que não poderia haver tratamento discriminatório entre magistrados federais
e estaduais que desempenham iguais funções e se submetem a um só estatuo de âmbito nacional, a Lei Orgânica
da Magistratura (LC 35/1979). Isso significa que o teto dos magistrados estaduais e dos magistrados federais é o
mesmo: 100% do subsídio dos Ministros do STF.
Os membros da magistratura estadual – desembargadores do Tribunal de Justiça e demais juízes estaduais – não se
submetem ao subteto remuneratório de 90,25%, e sim ao teto geral.
Por fim, no que tange às empresas estatais ressalta-se que somente estão sujeitas ao teto as entidades estatais
dependentes. Assim, para a aplicação do teto remuneratório, é indiferente se a empresa estatal é prestadora de
serviço público ou exploradora de atividade empresarial. Importa, tão somente, verificar se ela recebe repasse de
recursos públicos para pagamento de pessoal ou para custeio em geral. Se houver esse repasse (o que ocorre,
por exemplo, com o Serpro, empresa pública federal), os salários de seus empregados devem observar o teto geral,
ou seja, não poderão exceder ao subsídio dos membros do STF; se não houver esse repasse (como é o caso do Banco
do Brasil e da Caixa Econômica Federal), não haverá a aplicação do teto.
Esquematizando
ESFERA PODER TETO
Federal Executivo, Legislativo e Judiciário Subsídio dos Ministros do STF (teto único)
Subsídio do Prefeito
Municipal Executivo e Legislativo
(teto único)
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O teto do funcionalismo tem como base parâmetros distintos a depender do ente federativo e da esfera de Poder. Assim,
conforme previsão constitucional,
A) no âmbito do Poder Judiciário Estadual, o teto equivale ao subsídio mensal dos Desembargadores do TJ, limitado a 85,75%
do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
B) no âmbito do Município, tanto na esfera legislativa como na executiva, o teto equivale ao subsídio do Prefeito.
C) no âmbito do Poder Legislativo estadual, o teto equivale ao subsídio mensal do Governador de Estado.
D) os tetos da Magistratura federal e estadual são idênticos, equivalendo a 85,75% do subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal.
E) no âmbito do Poder Legislativo Municipal, o teto equivale ao subsídio mensal dos Vereadores.
Comentários:
a) Errada. No âmbito do Poder Judiciário Estadual, o teto realmente equivale ao subsídio mensal dos Desembargadores do
TJ, mas ele é limitado a 90,25% (e não 85,75%) do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
b) Correta. O teto remuneratório nos Municípios, tanto na esfera legislativa como na executiva, é o subsídio dos respectivos
prefeitos.
c) Errada. No âmbito do Poder Legislativo estadual, o subteto corresponde ao subsídio dos deputados estaduais e distritais.
d) Errada. O teto dos magistrados estaduais e dos magistrados federais é o mesmo: 100% do subsídio dos Ministros do STF.
e) Errada. Nos Municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos. Noutras
palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos.
Gabarito: B
A regra constitucional do teto remuneratório se aplica às empresas públicas federais e suas subsidiárias, mesmo na hipótese
de não receberem recursos da União para pagamento de despesas de pessoal.
Comentários:
O quesito está errado. Em regra, os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista, e suas subsidiárias,
não se sujeitam ao teto remuneratório, exceto se a entidade receber recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, §9º).
Gabarito: Errado
Integram o universo de agentes alcançados pelo teto remuneratório constitucional, previsto no artigo 37, XI, da Constituição
Federal, os servidores públicos ocupantes de cargos funções e empregos públicos na Administração direta, autárquica e
fundacional, os membros de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios, os detentores
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de mandato eletivo e os demais agentes políticos, assim como os empregados de empresas públicas e sociedades de
economia mista e subsidiárias dependentes.
Comentários:
Lembre-se do seguinte:
• Todas as categorias, ocupantes de cargos, empregos ou funções públicas, da Administração direta, autárquica ou
fundacional, de todos os poderes e esferas de governo, estão sujeitas ao teto;
• Os membros de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios, os detentores de
mandato eletivo e os demais agentes políticos também estão sujeitos ao teto, pois, conforme a CF:
Art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta,
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória (...)
• Quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista e subsidiárias, somente são alcançadas pelo teto se
receberem recursos do ente federado para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral, ou seja, se forem
estatais dependentes (CF, art. 37, § 9º). As estatais não dependentes, por sua vez, não precisam observar o teto;
Repare que a questão foi clara ao destacar que estava falando de empregados de empresas públicas e sociedades de economia
mista e subsidiárias dependentes. Esses empregados estão mesmo sujeitos ao teto remuneratório.
Gabarito: Certo
Na acumulação lícita de cargos públicos, o teto remuneratório do serviço público deve incidir isoladamente sobre cada uma
das remunerações correspondentes, e não sobre sua soma.
Comentários:
Segundo o entendimento do STF (RE 602043), o teto deve ser observado de forma isolada em cada cargo, e não considerando
a soma das remunerações dos cargos acumulados. Em outras palavras, a soma das remunerações dos cargos acumulados
pode ultrapassar o teto, desde que o limite seja respeitado em cada cargo isolado.
Gabarito: Certo
Logicamente, essa regra constitucional somente pode se aplicar a cargos iguais ou assemelhados nos três Poderes.
Assim, os vencimentos pagos pelo Poder Executivo constituem o limite máximo para a remuneração dos
servidores que exercem funções iguais ou assemelhadas no Legislativo e no Judiciário. Ocorre que, na prática, os
cargos dos Poderes Legislativo e Judiciário são distintos daqueles existentes no âmbito do Executivo; portanto,
não existe muita margem prática para comparação. Ademais, distorções históricas fazem com que, atualmente, a
remuneração dos servidores seja bastante discrepante entre os Poderes, principalmente quando se compara o
Poder Executivo de um lado e os Poderes Legislativo e Judiciário de outro, o que acaba por inviabilizar qualquer
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tentativa de equalização. Por essa razão, o aludido comando constitucional praticamente tem sido letra morta,
em todas as esferas de governo.
Independente disso, esses três poderes, em atenção ao princípio da transparência, deverão publicar, anualmente,
os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos (CF, art. 39, § 6º).
Art. 39, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração
dos cargos e empregos públicos.
Os vencimentos dos cargos do Poder Executivo e Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Legislativo.
Comentários:
Na verdade, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário é que não poderão ser superiores aos
pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII).
Gabarito: Errado
Os vencimentos pagos aos ocupantes dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser inferiores aos
pagos aos ocupantes dos cargos do Poder Executivo.
Comentários:
Na verdade, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Executivo (CF, art. 37, XII). A banca só substituiu a palavra “superiores” por “inferiores”.
Gabarito: Errado
Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário podem ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
Comentários:
Mais um jogo de palavras da banca. O certo é que: os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII). A banca omitiu a palavra “não”.
Gabarito: Errado
O Poder Executivo publicará anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos da sua
estrutura de cargos e salários, sendo facultado ao Poder Legislativo e Judiciário procederem de igual forma.
Comentários:
Na verdade, os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), em atenção ao princípio da transparência, deverão publicar,
anualmente, os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos, conforme mandamento do artigo 39,
§ 6º, da CF:
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Art. 39, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos
cargos e empregos públicos.
Gabarito: Errado
Vincular ou equiparar remunerações significa estabelecer mecanismos que impliquem alteração automática da
remuneração de um cargo toda vez que ocorra alteração de algum parâmetro preestabelecido.
Vincular significa subordinar a remuneração de um cargo a outro, dentro ou fora do mesmo Poder ou, ainda,
definir índices, fórmulas ou critérios de reajustamento automático, que retire a iniciativa do Poder competente
para a fixação da remuneração. Equiparar, por sua vez, significa a previsão, em lei, de remuneração igual à de
outro cargo, originalmente distinto.
Ocorrerá a vinculação remuneratória se, por exemplo, uma lei determinar que o vencimento de auditor-fiscal da
receita estadual corresponderá a 90% daquele fixado em lei para auditor da receita federal; ou que o vencimento
do auditor corresponderá a determinado número de salários mínimos; ou, ainda, que o vencimento do auditor será
vinculado ao incremento da arrecadação tributária. Haveria equiparação, ao contrário, se lei determinasse que a
remuneração dos auditores fosse a mesma aplicável aos promotores de justiça.
Art. 39, § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto
no art. 37, XI.
Vale ressaltar que a proibição de equiparação e de vinculação se estende a quaisquer espécies remuneratórias –
vencimentos, subsídios, salários ou outras.
É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público.
Comentários:
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público;
Gabarito: Certo
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É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público.
Comentários:
Outra questão literal, que pode ser respondida com base no artigo 37, inciso XIII, da CF:
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público;
Gabarito: Certo
VUNESP - ARSESP - Especialista em Regulação e Fiscalização de Serviços Públicos I - Relações Institucionais – 2018 –
adaptada
Salvo disposição expressa em lei, é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público.
Comentários:
Essa exceção não existe. Disposição expressa em lei não pode permitir a vinculação ou equiparação de espécies
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. Confira novamente o artigo 37, inciso XIII, da CF:
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público;
Gabarito: Errado
Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo,
sendo também permitida a vinculação ou a equiparação remuneratória para efeito de remuneração de pessoal do serviço
público.
Comentários:
Primeiro erro: os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, na verdade, não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII).
Segundo erro: é vedada (e não “permitida”) a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público (CF, art. 37, XIII).
Gabarito: Errado
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Pelo dispositivo, é vedado o cálculo cumulativo de uma vantagem pecuniária sobre outra, qualquer que seja o
título ou fundamento sob os quais sejam pagas.
Vamos explicar o alcance dessa regra com um exemplo: imagine um servidor que receba vencimento básico no
valor de R$ 1.000,00 e mais R$ 500,00 a título de gratificação pelo exercício de função de confiança, totalizando
R$ 1.500,00 de remuneração. Agora, suponha que uma lei conceda a todos os ocupantes desse cargo uma
vantagem pecuniária qualquer, no percentual fixo de 20%. Segundo o art. 37, XIV da CF, esse percentual adicional
deve incidir apenas sobre o vencimento básico do servidor, e não sobre os “vencimentos”, vale dizer, as vantagens
já auferidas pelo servidor não devem compor a base de cálculo do novo acréscimo. Dessa forma, o valor da nova
vantagem seria de R$ 200,00 (R$ 1.000,00 x 20%), e a remuneração do servidor passaria a ser de R$ 1.700,00 (R$
1.500,00 + R$ 200,00).
O que o art. 37, XIV da CF proíbe, portanto, é o chamado “repique”, ou incidência “em cascata” de acréscimos
pecuniários. No nosso exemplo, caso fosse aplicado o efeito em cascata vedado pelo texto constitucional, o valor
da nova vantagem pecuniária seria de R$ 300,00 [= (R$ 1.000,00 + R$ 500,00) x 20%], e a remuneração do servidor
seria indevidamente majorada para R$ 1.800,00 (=R$ 1.500,00 + R$ 300,00).
Primeiramente, cumpre destacar que, face à ressalva em relação aos incisos XI e XIV contida na parte final do
dispositivo, a irredutibilidade de vencimentos e subsídios não impede a observância do teto constitucional e da
vedação à incidência cumulativa de acréscimos pecuniários; vale dizer que não se poderá invocar a
irredutibilidade para manter remunerações pagas com infração a essas regras.
Por exemplo: o teto constitucional é de R$ 39.293,32. Ricardinho, que já é servidor público há 30 anos, tem remuneração bruta
de R$ 45.293,32 e acha um absurdo o fato de que todo mês R$ 6.000,00 são deduzidos da sua remuneração a título de
adequação ao teto constitucional. Ricardinho pretende “entrar na justiça”, ir em busca dos “seus direitos”, invocando a
irredutibilidade dos vencimentos. Parece que ele esqueceu de ler a ressalva desse dispositivo constitucional: a redução para
adequação ao teto constitucional não fere o princípio da irredutibilidade dos vencimentos.
Acrescenta-se ainda que, por ser de norma de eficácia plena, o inciso XV permite a imediata redução das parcelas
remuneratórias indevidamente concedidas, respeitado, óbvio, o devido processo legal.
A redução a que se refere o texto constitucional corresponde ao valor nominal dos vencimentos ou do subsídio,
ou seja, não contempla as perdas do poder de compra por conta dos efeitos da inflação. Assim, o princípio da
irredutibilidade é respeitado apenas com a manutenção do valor numérico dos vencimentos ou subsídios,
independentemente dos índices de inflação.
Na prática, isso significa que servidores que não recebem reajuste salarial há anos e, por isso, estão com salários defasados,
não podem alegar que a Administração está infringindo a regra da irredutibilidade dos vencimentos.
Também fogem dessa regra algumas gratificações de natureza variável, de que seriam exemplo as gratificações
de desempenho, que podem oscilar periodicamente em função da avaliação de desempenho do servidor. Assim,
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O respeito ao denominado teto constitucional constitui uma exceção ao princípio da irredutibilidade de vencimentos.
Comentários:
A irredutibilidade de vencimentos e subsídios não impede a observância do teto constitucional, pois o inciso XV do artigo 37
da CF (que trata da irredutibilidade de vencimentos) faz uma ressalva em relação ao inciso XI do artigo 37 da CF (que trata do
teto constitucional).
Gabarito: Certo
No que tange à remuneração dos servidores públicos, a CF assegura irredutibilidade de subsídios e vencimentos, como regra
geral, aos ocupantes de cargos e empregos públicos.
Comentários:
Sim, a CF assegura mesmo irredutibilidade de subsídios e vencimentos, como regra geral, aos ocupantes de cargos e
empregos públicos. Confira no artigo 37, inciso XV, da CF:
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Gabarito: Certo
A vedação de acumular é bastante abrangente: salvo as exceções previstas, atinge todas as esferas de governo,
todos os Poderes e toda a Administração Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.
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Se determinada pessoa ocupa cargo, emprego ou função pública em Município, por exemplo, não poderá ocupar
outro cargo, emprego ou função pública em qualquer esfera de governo (federal, estadual ou municipal), nem em
outro Poder, quer se trate de Administração Pública direta ou indireta.
Perceba que o texto constitucional veda a acumulação de atribuições públicas, por consequência, a presente regra
não impede o exercício de atividades privadas por parte do servidor público, desde que, obviamente, tais
ocupações não sejam incompatíveis com o cargo exercido pelo servidor (ex: a Lei 8.112/1990 veda a gerência de
sociedades empresariais).
A regra, contudo, não é absoluta. O próprio texto constitucional admite hipóteses em que a acumulação de
cargos públicos é possível, sendo, para tanto, estabelecidos três requisitos cumulativos:
Preste atenção!
Requisitos para a acumulação de cargos públicos:
De acordo com a Constituição Federal de 1988, é vedada a acumulação remunerada de dois cargos públicos, sendo uma
das exceções a acumulação do cargo de professor com um cargo técnico científico, quando houver compatibilidade de
horário.
Comentários:
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado
em qualquer caso o disposto no inciso XI:
Repare que a questão teve o cuidado de esclarecer que havia compatibilidade de horários.
Gabarito: Certo
Julgue o seguinte item de acordo com as disposições constitucionais e legais acerca dos agentes públicos.
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A acumulação remunerada de cargos públicos é vedada, exceto quando houver compatibilidade de horários, caso em
que será possível, por exemplo, acumular até três cargos de profissionais de saúde.
Comentários:
Nos termos do artigo 37, XVI, “C” da CF, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, a de dois (e não “três”) cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas. Por isso que a questão ficou errada.
Gabarito: Errado
Será incompatível com a disciplina constitucional da Administração pública e seus servidores a situação em que servidor
ocupante de cargo técnico em autarquia federal acumule cargo de professor da rede pública estadual, ainda que haja
compatibilidade de horários.
Comentários:
Havendo compatibilidade de horários, a CF permite a acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou científico.
Observe no artigo 37, XVI, “b” da CF:
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado
em qualquer caso o disposto no inciso XI:
Por isso, essa situação seria compatível (e não “incompatível”) com a disciplina constitucional.
Gabarito: Errado
A vedação de acumulação de cargo público, bem como suas exceções, estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas,
direta e indiretamente, pelo poder público.
Comentários:
A vedação de acumular é bastante abrangente: salvo as exceções previstas, atinge todas as esferas de governo, todos os
Poderes e toda a Administração Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.
Confira na CF:
Art. 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
Gabarito: Certo
Assinale a alternativa que contempla hipótese de acumulação de cargos públicos permitida pela Constituição Federal.
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Comentários:
De acordo com o artigo 37, inciso XVI, alínea “b”, é possível acumular um cargo de professor com outro técnico ou científico.
Gabarito: A
A Constituição Federal de 1988 veda a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado o teto remuneratório, para a hipótese de
B) três cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com ou sem profissão regulamentada.
Comentários:
De acordo com o artigo 37, inciso XVI, alínea “c”, é possível acumular dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentadas.
Gabarito: C
Art. 37, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
de livre nomeação e exoneração.
Esse dispositivo trata da possibilidade de o agente receber simultaneamente remuneração de cargo ativo e
proventos de aposentadoria.
Preste atenção!
Como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No entanto, é permitida a acumulação de proventos
com remunerações de:
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§ cargos em comissão.
Por exemplo, um servidor que tenha se aposentado em cargo de natureza técnica ou científica e que preste concurso público
para o cargo de professor universitário, poderá acumular os proventos da aposentadoria e a remuneração do cargo efetivo,
observado o teto constitucional, pois o cargo em que se deu a aposentadoria e o cargo de professor são acumuláveis, nos
termos do art. 37, XVI da CF. Da mesma forma, o servidor aposentado poderia retornar ao serviço público, acumulando
proventos e remuneração, caso fosse convidado a exercer cargo em comissão ou caso se candidatasse para mandato eletivo.
Nessas hipóteses, a natureza do cargo em que se deu a aposentadoria seria irrelevante.
Para quem gosta de mnemônicos, a gente costuma dizer que: “aposentado só pode acumular na C&A”:
• Comissionado
• eletivo
• Acumulável
Importante destacar que, ao fazer menção aos artigos 40, 42 e 142, a vedação de percepção simultânea de
proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública alcança somente os
regimes próprios dos servidores públicos estatuários e dos militares. Não abrange, portanto, o Regime Geral de
Previdência Social (RGPS), previsto no art. 201 da CF.
Logo, os aposentados pelo RGPS, como é o caso dos empregados públicos das empresas estatais, podem
retornar à ativa, e, por conseguinte, acumularem, regularmente, os proventos com a remuneração do novo cargo,
emprego ou função.
professor + professor
Cargos públicos,
professor + cargo técnico ou científico
exceto...
Proventos de
aposentadoria
e Cargos eletivos
remuneração de cargo
ativo, exceto...
Cargos em comissão
Aqui também vale ressaltar que é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio
de previdência, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição.
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Ademais, aplicam-se ao regime próprio as outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários estabelecidas no RGPS (CF, art. 40, §6º).
Art. 40, § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a
percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações,
regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Por exemplo: Ricardinho não pode receber, ao mesmo tempo, a aposentadoria do cargo de Escrevente do TJ-SP e a
aposentadoria do cargo de Auxiliar Técnico da Fiscalização do TCE-SP, pois não são cargos acumuláveis e que estão
sujeitos ao mesmo regime próprio de previdência social (SP Prev).
Por outro lado, Joãozinho pode receber, ao mesmo tempo, a aposentadoria do cargo de Escrevente do TJ-SP e de
professor de escola pública do Estado de São Paulo, pois são cargos acumuláveis (professor + cargo técnico ou
científico).
Ainda no âmbito das considerações gerais sobre o regime de previdência dos servidores públicos, é importante
destacar teor do §14 do art. 37, dispositivo incluído pela Emenda Constitucional 103/2019. Segue:
O referido dispositivo possui como alvo principal os empregados das empresas estatais que, como vimos, não se
sujeitam ao regime próprio, e sim ao RGPS. Assim, por exemplo, um empregado da Petrobras que utilize o tempo
de contribuição decorrente do exercício do seu emprego na entidade para solicitar aposentadoria deverá,
necessariamente, ter seu contrato de trabalho extinto.
Comentários:
De acordo com o § 10 do artigo 37 da CF, como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No entanto, é permitida
a acumulação de proventos com remunerações de:
• cargos eletivos; e
• cargos em comissão.
Gabarito: Certo
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Comentários:
De acordo com o § 10 do artigo 37 da CF, como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No entanto, é permitida
a acumulação de proventos com remunerações de:
• cargos eletivos; e
• cargos em comissão.
Lembre-se: “aposentado só pode acumular na C&A”. Esse “& representa a letra “E” de “eletivo”.
Gabarito: Certo
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
Por esse inciso, nenhum setor da Administração poderá impedir ou dificultar o desempenho das atividades
finalísticas dos servidores fiscais, pois eventual obstrução dessa monta poderia frustrar a arrecadação de receitas
indispensáveis ao custeio das atividades estatais. Entretanto, a norma constitucional não é autoaplicável (“na
forma da lei”), dependendo de lei para determinar a forma como será respeitada essa precedência.
Outro inciso que trata especificamente dos servidores da área fiscal é o seguinte:
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos
prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Esse dispositivo alça a administração tributária ao patamar de atividade exclusiva de Estado, devendo contar
com recursos prioritários para a realização de suas atividades. Inclusive, o art. 167, IV da CF, a fim de possibilitar
essa alocação prioritária, permite a vinculação de receita de impostos às atividades da administração tributária.
O inciso XXII também determina que as receitas federal, estadual e municipal deverão atuar de forma integrada,
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, o que inclui informações protegidas pelo
sigilo fiscal.
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A administração fazendária possui, em sua competência, precedência sobre os demais setores da Administração.
Comentários:
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
Gabarito: Certo
Administração indireta
Nos termos do art. 4º do Decreto Lei 200/1967 (que dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal,
mas sua forma de organização também é aplicável aos Estados, DF e Municípios), a Administração Indireta
compreende as seguintes categorias de entidades, todas dotadas de personalidade jurídica própria:
Princípio da especialidade
Sem subordinação Administração Indireta
Tutela ou supervisão ministerial
Os procedimentos de criação e autorização dessas entidades estão descritos nos incisos XIX e XX do artigo 37 da
CF:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação;
Quando o inciso XIX fala em “lei específica”, o texto constitucional exige a edição de uma lei ordinária cujo
conteúdo específico seja a criação de determinada autarquia ou a autorização da instituição de determinada
empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação. Isso, porém, não significa a necessidade de que a lei
autorizadora da criação da entidade seja específica e limitada a dispor sobre isso. É perfeitamente possível que
uma lei disponha sobre vários assuntos, dentro de uma mesma temática, e, no seu bojo, veicule autorização para a
criação de uma entidade descentralizada. O que se impede é a autorização genérica e indeterminada para que
a Administração crie quantas entidades desejar e quando quiser.
A criação de subsidiárias das entidades da administração indireta também deve ser feita mediante lei, conforme
se depreende do inciso XX do art. 37 da CF, acima transcrito. Com efeito, deve-se entender “autorização
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legislativa” como sinônimo de “autorização em lei”. Assim, por exemplo, caso a União deseje criar uma subsidiária
de determinada sociedade de economia mista federal, o Congresso Nacional deverá editar uma lei ordinária
específica, de iniciativa do Presidente da República, autorizando a criação.
Um exemplo de autorização legislativa para a constituição de subsidiárias é a Lei 11.908/2009, cujo art. 1º dispõe “O Banco do
Brasil S.A. e a Caixa Econômica Federal ficam autorizados a constituir subsidiárias integrais ou controladas, com vistas no
cumprimento de atividades de seu objeto social”.
Não obstante o inciso XX exigir autorização legislativa “em cada caso”, a jurisprudência do STF firmou o
entendimento de que isso não significa necessidade de uma lei para cada subsidiária a ser criada. Segundo o
Supremo, para satisfazer a exigência do inciso XX do art. 37 da CF, é suficiente que haja um dispositivo genérico
autorizando a instituição de subsidiárias na própria lei que criou a entidade da administração indireta matriz. A
mesma interpretação deve ser dada à parte final do dispositivo, referente à participação no capital de empresas
privadas (ADI 1.649/DF).
Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação.
Comentários:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Gabarito: Certo
[Q847068] CEBRASPE - TRT - 7ª Região (CE) - Técnico Judiciário - Área Administrativa – 2017
A União, por intermédio do Ministério do Trabalho e Emprego, pretende criar uma autarquia para a execução de
determinadas atividades administrativas típicas.
A) lei complementar.
B) portaria ministerial.
C) decreto presidencial.
D) lei ordinária específica.
Comentários:
Nos termos do inciso XIX, do artigo 37, da CF, “somente por lei específica poderá ser criada autarquia”. E quando esse inciso
fala em “lei específica”, o texto constitucional exige a edição de uma lei ordinária cujo conteúdo específico seja a criação de
determinada autarquia.
Gabarito: D
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[Q894885] VUNESP - Câmara Municipal de São José dos Campos - SP - Técnico Legislativo – 2018
Se a Prefeitura do Município de São José dos Campos desejasse criar uma autarquia prestadora de serviços públicos de
água, esgoto e saneamento básico, seria necessário
A) aprovar uma lei específica na Câmara Municipal para criar a autarquia, que passaria a integrar a Administração
Indireta do Município.
B) aprovar uma lei específica na Câmara Municipal para autorizar o Poder Executivo a criar a autarquia, que passaria a
integrar a Administração Indireta do Município.
C) editar um Decreto Municipal para criar a autarquia, que passaria a integrar a Administração Direta do Município.
D) aprovar uma lei específica na Câmara Municipal para autorizar o Poder Executivo a criar a autarquia, que passaria a
integrar a Administração Direta do Município.
E) editar um Decreto Municipal para criar a autarquia, que passaria a integrar a Administração Indireta do Município.
Comentários:
O inciso XIX do artigo 37, da CF, determina que as autarquias somente podem ser criadas por leis específicas:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
A lei específica deve ser aprovada pelo Poder Legislativo do respectivo ente. Assim, por se tratar de uma ação de uma
Prefeitura, a referida lei deve ser aprovada pela Câmara Municipal (ou Câmara de Vereadores).
As autarquias integram a Administração Indireta do ente, no caso, do município de São José dos Campos.
Gabarito: A
Licitação pública
A Administração Pública não possui a mesma liberdade que os particulares na condução de seus negócios. Afinal,
em vista da indisponibilidade do interesse público, ela deve estrita observância ao princípio da legalidade.
Uma das atividades nas quais essa diferença se torna mais evidente é na celebração de contratos administrativos.
Isso porque a Administração, ao contrário do particular, não pode firmar contratos com quem ela quiser, baseada
apenas no julgamento subjetivo do agente público. Está em jogo o dispêndio de recursos públicos, ou seja, ao
final, quem paga a conta é a sociedade.
Como regra, para a escolha da pessoa a ser contratada, a Administração deve abrir um procedimento licitatório,
com vistas a assegurar ao maior número de interessados possível a oportunidade de apresentar propostas e de ser
escolhido para firmar o contrato. É o que dispõe o art. 37, XXI da CF, fundamento constitucional da licitação:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento)
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A competência para legislar sobre licitações e contratos administrativos é privativa da União. Trata-se de
competência para editar leis de caráter nacional, isto é, normas que obrigam a todos os entes federados. A
competência da União, contudo, se restringe a editar normas gerais. Assim, é possível que os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, independentemente de autorização, legislem sobre questões específicas relacionadas a
licitações e contratos, desde que, é claro, não contrariem as normas gerais editadas pela União (a própria União
também pode legislar sobre questões específicas, mas tais leis serão normas federais, ou seja, irão obrigar apenas
a União).
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.
(...)
A lei editada pela União para atender a esse comando constitucional é a nossa já conhecida Lei 8.666/1993, que é
complementada pela Lei 10.520/2002, que instituiu a modalidade pregão. Ambas – Lei 8.666/1993 e Lei
10.520/2002 – têm caráter nacional, isto é, são de observância obrigatória para todos os entes da Federação. Mas
essas duas leis (juntamente com a Lei 12.462/2011, que instituiu o Regime Diferenciado de Contratações Públicas
– RDC), estão sendo substituídas pela Lei 14.133/21: a Nova Lei de Licitações e Contratos, que também tem
caráter nacional.
A regra geral para as contratações da Administração Pública obedece ao processo de licitação para assegurar igualdade
de condições a todos os concorrentes, vedadas exigências específicas de qualificação técnica e econômica.
Comentários:
Sim. Como regra, para a escolha da pessoa a ser contratada, a Administração deve abrir um procedimento licitatório, com
vistas a assegurar ao maior número de interessados possível a oportunidade de apresentar propostas e de ser escolhido para
firmar o contrato. O processo de licitação pública somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Portanto, está errado dizer que "exigências específicas de qualificação técnica e econômica" são vedadas. Aquelas que foram
indispensáveis para a garantia do cumprimento das obrigações serão permitidas.
É o que dispõe o art. 37, XXI da CF, fundamento constitucional da licitação. Observe:
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XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Gabarito: Errado
Prevê expressamente a Constituição Federal de 1988 que, ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
Comentários:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
A igualdade de condições a todos os concorrentes é um dos princípios das licitações públicos, previsto tanto na Lei 8.666/93
quanto na Lei 14.133/21 (Nova Lei de Licitações e Contratos).
Gabarito: C
De acordo com a doutrina majoritária, essa é uma consequência direta do princípio da impessoalidade, expresso
no caput do artigo 37 (lembra do mnemônico LIMPE?). Esse princípio é tratado tanto como determinante da
finalidade de toda a atuação administrativa quanto como vedação a que o agente público se promova às custas
das realizações da administração pública. Em outras palavras: uma das vertentes do princípio da impessoalidade
é a que veda a promoção pessoal do agente público às custas das suas realizações na Administração Pública.
A proibição existe, portanto, para inibir a promoção pessoal do agente público à custa do dinheiro público. Sendo
assim, em regra, é vedado atribuir a obras e ruas o nome de autoridades públicas. Ressalte-se que essa vedação
incide apenas sobre o nome de pessoas vivas, afinal, em tese, pessoas já falecidas não precisam se autopromover.
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Por exemplo: se Ricardinho, prefeito do município de Coxixola – PB, criar um programa de governo chamado
“Ricardinho mata a sua fome”, estará claramente caracterizada a promoção pessoal e haverá a violação de preceito
relacionado ao princípio da impessoalidade.
Não existe restrição para que as autoridades ou os servidores façam uso de nome, símbolos ou imagens que os
promovam em atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos.
Comentários:
Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Gabarito: Errado
A publicidade dos programas, dos serviços e das campanhas dos órgãos públicos deve ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, não podendo conter nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
servidores públicos.
Comentários:
Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Gabarito: Certo
O tribunal de contas de um estado, ao analisar as contas de determinado prefeito, verificou que houve gasto de recursos
públicos com a elaboração de cartilhas escolares com nomes, símbolos e imagens que caracterizavam a promoção
pessoal de autoridades públicas do município.
A) razoabilidade.
B) impessoalidade.
C) economicidade.
D) eficiência.
E) boa-fé.
Comentários:
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A situação observada pelo tribunal de contas está em desacordo com o art. 37, § 1º, da CF, pois:
Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
E, de acordo com a doutrina majoritária, essa é uma consequência direta do princípio da impessoalidade.
Gabarito: B
[Q1004387] VUNESP - Prefeitura de Guarulhos - SP - Inspetor Fiscal de Rendas - Conhecimentos Específicos - 2019
A Constituição Federal, ao tratar “Da Administração Pública”, estabelece no § 1° do art. 37, a proibição de promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos por meio de símbolos ou imagens na publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas de órgãos públicos. Nos termos da doutrina majoritária, essa é uma consequência direta
do princípio constitucional da
B) publicidade.
C) eficiência.
D) impessoalidade.
E) presunção de legitimidade.
Comentários:
De acordo com a doutrina majoritária, essa é uma consequência direta do princípio da impessoalidade.
Gabarito: D
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo ou
informativo, dela podendo constar nomes, símbolos ou imagens, ainda que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.
Comentários:
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.
Gabarito: Errado
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II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado
o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
Art. 5º (...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função
na administração pública.
O inciso I é um desdobramento do princípio da eficiência e trata da defesa dos direitos do usuário do serviço público
(assunto regulado pela Lei 13.460/2017, também denominada Lei de Defesa do Usuário do Serviço Público). Já o
inciso II e os mencionados incisos do artigo 5º dão forma ao princípio da publicidade e tratam do acesso à
informação (assunto regulado pela Lei 12.527/2011, denominada Lei de Acesso à Informação). E o inciso III refere-
se à representação contra os abusos praticados por agentes públicos (assunto regulado pela Lei 4.898/1965,
denominada Lei de Abuso de Autoridade).
Nos termos da Constituição Federal, a respeito da Administração Pública é correto afirmar que a lei disciplinará as
formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando, dentre outras, as reclamações
relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário
e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços.
Comentários:
Gabarito: Certo
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Improbidade Administrativa
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Esse dispositivo constitucional não define improbidade administrativa, nem aponta os possíveis sujeitos ativos e
passivos desses atos. Limita-se a enumerar, imperativamente, um núcleo mínimo de sanções que devem ser
aplicadas, "na forma e gradação previstas em lei", àqueles que praticarem atos de improbidade administrativa.
Nem mesmo a Lei 8.429/92 se preocupou em definir improbidade administrativa, mas apresenta descrições
genéricas, acompanhadas de extensas listas exemplificativas, de condutas (inclusive omissivas) que se enquadram
como "atos de improbidade administrativa" e estabelece as sanções aplicáveis.
Ressalte-se que essa norma alcança a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes, em todos
os entes da Federação.
Esquematizando
ressarcimento ao erário
As questões adoram confundir essas duas primeiras sanções. Elas falam em cassação dos direitos políticos e
suspensão da função pública! Isso está errado! Até porque a cassação dos direitos políticos é expressamente
vedada pela Constituição Federal, no seu art. 15.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...)
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SU.PER_I.RES.ponsável
Os atos de improbidade administrativa importarão a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível.
Comentários:
Viu só? Essa é a velha pegadinha de dizer confundir as sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa. A
pegadinha é dizer que haverá cassação dos direitos políticos e a suspensão da função pública, quando, na verdade, Os atos de
improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública (conforme artigo 37, §
4º, da CF).
Gabarito: Errado
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A improbidade administrativa pode acarretar a suspensão dos direitos políticos, entre outras sanções.
Comentários:
Correto. Nos termos do artigo 37, § 4º, da CF, a suspensão dos direitos políticos é mesmo uma das sanções impostas a quem
praticar improbidade administrativa. Confira:
Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública,
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível.
Gabarito: Certo
A condenação pela prática de ato de improbidade administrativa é hipótese de que resulta perda dos direitos políticos.
Comentários:
Novamente, essa é a velha pegadinha de dizer confundir as sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa. A
pena aplicável por ato de improbidade administrativa é a suspensão dos direitos políticos, e não a perda ou cassação.
Confira na CF:
Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Gabarito: Errado
Esse dispositivo constitucional atribui ao Estado responsabilidade civil objetiva (não é “subjetiva”), na
modalidade "risco administrativo", pelos danos causados a terceiros por atuação de seus agentes.
Um exemplo simples é o do motorista servidor público que, dirigindo a serviço um veículo oficial, colide com um carro
particular, sem que seja possível averiguar de quem seria a culpa. Em uma situação como essa, a responsabilidade civil
será regulada pelo art. 37, § 6° - a administração terá de indenizar o particular pelo prejuízo decorrente da colisão, a
menos que consiga provar a ocorrência de alguma excludente, como culpa da vítima (exclusiva ou concorrente), a força
maior e o caso fortuito.
Para restar configurada a responsabilidade civil objetiva da pessoa jurídica, é imprescindível que, ao praticar o ato
lesivo, o seu agente estivesse atuando, corretamente ou não, na condição de agente público, no desempenho
das atribuições próprias de sua função pública, ou a pretexto de exercê-las.
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Dessa forma, se um policial fardado, agindo em nome do Estado - o que, no caso, presume-se pelo só fato de o agente
estar fardado e integrar efetivamente os quadros da corporação policial -, ainda que fora de seu horário de expediente,
causar dano ao particular, a obrigação de indenizar compete ao poder público, independentemente da existência de
irregularidade na conduta do agente.
Detalhe importante é que, conforme previsto na Lei 9.494/97, a ação de reparação contra a Administração
se sujeita a prazo de prescrição de cinco anos.
Em outras palavras, o particular tem cinco anos para mover a ação judicial de reparação contra as pessoas
jurídicas cujos agentes tenham lhe provocado algum prejuízo. Passado esse prazo, o particular perde o direito à
indenização. O prazo prescricional de cinco anos se aplica, inclusive, para os danos provocados pelos agentes das
delegatárias de serviços públicos, não integrantes da Administração.
Outro ponto relevante a examinar diz respeito às pessoas que estão abrangidas pela regra de responsabilidade
objetiva contida no § 6° do art. 37 da Carta Política: ela alcança todas as pessoas jurídicas de direito público -
administração direta, autarquias e fundações de direito público -, independentemente das atividades que
exerçam, e, também, todas as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos - o que inclui
as empresas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, as fundações públicas
com personalidade jurídica de direito privado que prestem serviços públicos e, ainda, as pessoas privadas, não
integrantes da administração pública, delegatárias de serviços públicos (concessionárias, permissionárias e
detentoras de autorização de serviços públicos).
Isso significa que essa norma não alcança as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de
atividade econômica em sentido estrito.
Esquematizando
PJ de direito
público responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o
PJ de direito privado responsável nos casos de dolo ou culpa.
prestadoras de
serviços públicos
O § 6° do art. 37 da Constituição também estabelece que a administração pública (ou a delegatária de serviços
públicos), depois de condenada a indenizar o dano que o seu agente causou a terceiros, tem direito de promover
ação regressiva contra esse agente, desde que comprove que houve dolo ou culpa na atuação dele.
Em suma, a administração pública (ou a delegatária de serviços públicos) que causou o dano indeniza o particular
independentemente de comprovação de culpa ou dolo dela, mas o agente só será condenado a ressarcir a
administração (ou a delegatária), em ação regressiva.
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Todavia, o agente somente será responsabilizado se for comprovado que ele atuou com dolo ou culpa, ou seja, a
responsabilidade do agente é subjetiva, na modalidade culpa comum. O ônus da prova da culpa do agente é da
pessoa jurídica em nome da qual ele atuou e que já foi condenada a indenizar o terceiro lesado.
Esquematizando
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos não responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, mas fica assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Comentários:
Não responderão? Responderão sim! E o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa é assegurado
mesmo. Confira na CF:
Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
Gabarito: Errado
As empresas prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável exclusivamente no caso de dolo.
Comentários:
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Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.
Repare que o § 6° do art. 37 da CF alcança todas as pessoas jurídicas de direito público, e, também, todas as pessoas jurídicas
de direito privado prestadoras de serviços públicos. A questão disse que a regra não se aplica a estas últimas, o que está
errado.
Gabarito: Errado
As empresas prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável exclusivamente no caso de dolo.
Comentários:
Primeiramente: o § 6° do art. 37 da CF alcança todas as pessoas jurídicas de direito público, e, também, todas as pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.
Portanto, empresas prestadoras de serviços públicos estão abrangidas pelo art. 37, § 6º, da CF.
Em segundo lugar: o direito de regresso contra o responsável é mesmo assegurado, porém é exclusivamente no caso de dolo,
mas sim nos casos de dolo ou culpa. Esse é o erro da questão.
Gabarito: Errado
Veja que os ilícitos terão seus prazos de prescrição disciplinados em lei, não podendo o Estado, após estes prazos,
punir o infrator.
Porém, a Constituição não prevê a possibilidade para prescrição das ações de ressarcimento. Assim, ainda que o
infrator não possa mais ser punido pelo Estado, ele deverá ressarcir os danos causados ao erário.
Como vimos, a ação de reparação contra a Administração se sujeita a prazo de prescrição de cinco anos.
Mas as ações regressivas movidas pelo Estado em face de seus agentes são imprescritíveis, por conta da regra do
art. 37, §5º da CF.
A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Comentários:
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Gabarito: Certo
A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
prejuízos ao erário, incluídas as respectivas ações de ressarcimento.
Comentários:
Art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Gabarito: Errado
Contrato de gestão
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
dispor sobre:
O contrato de gestão consiste em um ajuste realizado entre, de um lado, a Administração Direta e, de outro,
órgãos da própria Administração Direta ou entidades da Administração Indireta ou, ainda, entidades do chamado
Terceiro Setor.
O contrato de gestão possibilita a qualificação como agência executiva. Agências executivas não são uma
entidade paraestatal. Tampouco são uma nova espécie de entidade administrativa. Trata-se, na verdade, de
uma qualificação que poderá ser conferida pelo Poder Público às autarquias e às fundações públicas que com ele
celebrem contrato de gestão e atendam aos demais requisitos fixados na Lei 9.649/1998.
No entanto, um contrato de gestão também pode ser firmado com entidade privadas: as chamadas Organizações
Sociais (OS). Só que, para tais entidades, o contrato de gestão não representa uma ampliação da autonomia e sim
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uma restrição, pois, em contrapartida ao recebimento de incentivos do Poder Público, essas entidades privadas
serão obrigadas a responder por certas responsabilidades inerentes ao setor públicos, como prestação de contas.
Os contratos de gestão são instrumentos que, restritos à administração direta, conferem maior autonomia
orçamentária e gerencial a órgãos mediante fixação de metas de desempenho, bem em linha com o princípio
constitucional da eficiência.
Comentários:
O contrato de gestão consiste em um ajuste realizado entre, de um lado, a Administração Direta e, de outro, órgãos da própria
Administração Direta ou entidades da Administração Indireta ou, ainda, entidades do chamado Terceiro Setor.
O contrato de gestão possibilita a qualificação como agência executiva, que poderá ser conferida pelo Poder Público às
autarquias e às fundações públicas que com ele celebrem contrato de gestão e atendam aos demais requisitos fixados na
Lei 9.649/1998. Autarquias e fundações públicas integram a Administração Indireta.
Ademais, note como o art. 37, § 8º, da CF, fala que a autonomia de entidades da administração direta e indireta pode ser
ampliada:
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
Gabarito: Errado
Uma autarquia federal pode firmar contrato com o poder público com a finalidade de ampliar sua autonomia financeira
e gerencial.
Comentários:
Certamente. Pode sim. Considerando que uma das partes de um contrato de gestão pode ser uma entidade da Administração
Indireta, uma autarquia (que integra a Administração Indireta) pode firmar contrato com o poder público com a finalidade de
ampliar sua autonomia financeira e gerencial, nos termos do art. 37, § 8º, da CF:
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
Gabarito: Certo
A Quando autarquias e fundações celebram contrato de gestão com o respectivo Ministério Supervisor e têm um plano
estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade de gestão e para a
redução de custos, estas recebem a qualificação de
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A) Parceria público-privada.
B) Agências executivas.
C) Concessão patrocinada.
D) Concessão administrativa.
E) Concessão de uso.
Comentários:
Quando o contrato de gestão de que trata o art. 37, §8º da CF for firmado entre uma autarquia ou uma fundação pública e o
respectivo Ministério supervisor, esta autarquia ou fundação poderá ser qualificada como agência executiva.
Gabarito: B
A avaliação das políticas públicas é parte integrante de uma estrutura de decisão baseada em evidências, uma das
boas práticas de Governança do Setor Público. A avaliação de políticas públicas, executada como um processo
sistemático, integrado e institucionalizado, tem como premissa básica verificar a eficiência dos recursos públicos
e, quando necessário, identificar possibilidades de aperfeiçoamento da ação estatal, com vistas à melhoria dos
processos, dos resultados e da gestão.
Seguindo as melhores referências internacionais, as avaliações de políticas públicas devem ser executadas em
caráter permanente e integradas ao ciclo de políticas públicas, que envolve também o planejamento, a execução
e o controle orçamentário e financeiro. Só com a efetiva utilização dos resultados das avaliações na adoção de
medidas de melhoria na execução das políticas públicas e no processo orçamentário e financeiro, que os princípios
de eficiência, efetividade e eficácia serão aplicados.
Estudaremos os §§ 13 e 16 do artigo 37 quando estudarmos o regime de previdência dos servidores públicos estatutários (art.
40).
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Mandatos eletivos
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Assim, o servidor público que seja eleito para exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital (Presidente
da República, deputado federal, senador, Governador, deputado estadual ou distrital) será, obrigatoriamente,
afastado do seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função. Nessa hipótese, o servidor deverá receber
apenas a remuneração do cargo eletivo, obrigatoriamente.
Caso o servidor público seja eleito para o mandato de prefeito, ele também será obrigatoriamente afastado do
seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função. Porém, poderá optar por receber a remuneração de
prefeito ou a remuneração do cargo, emprego ou função de que foi afastado. Segundo a jurisprudência do
Supremo, essas regras igualmente se aplicam, por analogia, ao servidor público investido no mandato de vice-
prefeito (RE 451.267/RS).
Já o servidor público eleito para o cargo de vereador está no melhor dos mundos:
Repare que o caso do servidor investido em mandato de Vereador é o único caso em que, havendo
compatibilidade de horários, não requer o afastamento do cargo, emprego ou função (art. 38, III).
Por fim, o art. 38 preceitua que, nas hipóteses em ocorra o afastamento do servidor de seu cargo, emprego ou
função, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
Ademais, o servidor permanece vinculado ao seu regime próprio de previdência social de origem.
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Por exemplo: se eu, professor Sérgio, que sou servidor segurado pela PB Prev, RPPS do Estado da Paraíba, for eleito
Presidente da República, eu serei afastado do meu cargo, vou morar em Brasília e vou ter todos os privilégios e atribuições
desse altíssimo cargo. Mas eu vou permanecer filiado ao meu RPPS (no caso, a PB Prev), no ente federativo de origem
(Paraíba).
Servidor público investido em mandato de vice-prefeito exercerá as funções e perceberá as vantagens de ambos os
cargos, desde que haja compatibilidade de horários.
Comentários:
Caso o servidor público seja eleito para o mandato de prefeito, ele será obrigatoriamente afastado do seu cargo (efetivo ou
em comissão), emprego ou função. Porém, poderá optar por receber a remuneração de prefeito ou a remuneração do cargo,
emprego ou função de que foi afastado. Segundo a jurisprudência do Supremo, essas regras igualmente se aplicam, por
analogia, ao servidor público investido no mandato de vice-prefeito (RE 451.267/RS).
Já quando o servidor público é eleito para o cargo de vereador, ele está no melhor dos mundos: se houver compatibilidade
de horários, poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função juntamente com a
remuneração de vereador. Portanto, ele não precisa escolher entre a remuneração do seu cargo efetivo e a remuneração do
cargo de Vereador.
Gabarito: Errado
João, servidor público estável ocupante de cargo efetivo no Município de Salvador, acaba de se eleger Vereador no
mesmo Município.
De acordo com as normas constitucionais aplicáveis, se houver compatibilidade de horários, João poderá acumular os
dois cargos, mas perceberá apenas a remuneração de um dos cargos, facultando-lhe a escolha.
Comentários:
O servidor público eleito para o cargo de vereador está no melhor dos mundos: se houver compatibilidade de horários,
poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função juntamente com a remuneração
de vereador. Portanto, ele não precisa escolher entre a remuneração do seu cargo efetivo e a remuneração do cargo de
Vereador.
Por outro lado, caso não houvesse compatibilidade de horários, aí sim João teria que fazer essa escolha, até porque ele seria
afastado do seu cargo efetivo (essa é a regra para o servidor público eleito Prefeito). Vamos conferir na CF:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições:
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
anterior;
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Gabarito: Errado
Sérgio é servidor público da Administração direta e candidatar-se-á, nas próximas eleições municipais, para o cargo de
Prefeito. Investido no mandato de Prefeito, Sérgio
A) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.
B) perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, havendo compatibilidade de horários, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo e, não havendo compatibilidade, não poderá perceber sua remuneração.
C) não será afastado do seu cargo, emprego ou função, mas não receberá sua remuneração, sendo que seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.
D) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
E) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe vedado optar pela sua remuneração, e seu tempo de
serviço não será contado durante o período do afastamento para nenhum efeito.
Comentários:
Caso o servidor público seja eleito para o mandato de prefeito, ele será obrigatoriamente afastado do seu cargo (efetivo ou
em comissão), emprego ou função. Porém, poderá optar por receber a remuneração de prefeito ou a remuneração do cargo,
emprego ou função de que foi afastado. Como foi exigido afastamento, o tempo de serviço será contado para todos os efeitos
legais, exceto para promoção por merecimento.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições:
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
Gabarito: D
Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, poderá continuar no exercício de seu cargo, emprego ou
função.
Comentários:
Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital ficará afastado de seu cargo, emprego ou função.
Gabarito: Errado
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Investido no mandato de Vereador, havendo ou não compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.
Comentários:
Investido no mandato de Vereador o agente público só perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo, ou seja, só poderá acumular a remuneração do seu cargo, emprego ou função com a
remuneração do cargo de Vereador quando houver compatibilidade de horários. Confira:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições:
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
Gabarito: Errado
É vedada a acumulação de cargo, emprego ou função pública com mandatos de Prefeito ou Vereador, sem exceções.
Comentários:
A CF admite a acumulação de cargo, emprego ou função pública com mandatos de Vereador, desde que haja compatibilidade
de horários.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições: (...)
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
anterior;
Gabarito: Errado
[Q392494] VUNESP - Câmara Municipal de São José dos Campos - SP - Analista Legislativo – Advogado – 2014
Berlamino Fontes, servidor público, exerce suas funções numa autarquia estadual e foi eleito para o cargo de vereador.
Nessa situação, ao entrar em exercício no mandato eletivo, é correto afirmar que Berlamino
B) poderá manter as vantagens do seu cargo, mas com prejuízo da remuneração do cargo eletivo, independentemente
se há ou não compatibilidade de horários.
C) poderá manter as vantagens do seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, independentemente se há
ou não compatibilidade de horários.
D) será afastado do cargo se não houver compatibilidade de horários, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
E) não poderá manter o seu cargo, mesmo havendo compatibilidade de horários, em razão de ser funcionário da
administração indireta estadual.
Comentários:
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Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições: (...)
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
anterior;
Isso significa que se houver compatibilidade de horários, poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em
comissão), emprego ou função juntamente com a remuneração de vereador. Por outro lado, se não houver
compatibilidade, o servidor será enquadrado na mesma regra aplicável ao servidor investido no mandato da Prefeito: ele
será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração de origem ou pelo subsídio
correspondente ao cargo de vereador.
Gabarito: D
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Servidores públicos
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
O dispositivo determina, portanto, que cada esfera de governo deve instituir um regime jurídico único e planos
de carreira a todos os servidores das respectivas Administração direta, das autarquias e das fundações públicas,
vale dizer, aos órgãos e entidades de direito público.
A Constituição, contudo, não define qual o regime a ser adotado, se estatutário, contratual celetista ou outro
qualquer. O que o texto constitucional impõe, tão-somente, é que seja instituído um regime jurídico único
aplicável a todos servidores da Administração direta, autárquica e fundacional.
Na esfera federal, a União, por intermédio da Lei 8.112/1990, instituiu o regime jurídico dos servidores públicos
civis da União (administração direta), das autarquias e das fundações públicas federais, estabelecendo, assim, que
os servidores desses órgãos e entidades estão submetidos a regime estatutário. Todavia, em tese, a União
poderia ter estabelecido um regime contratual ou mesmo um regime misto.
Para a fixação dos padrões de vencimento dos servidores públicos, há de se observar a peculiaridade do cargo e os
requisitos para a investidura, bem como a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
componentes de cada carreira.
Comentários:
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Gabarito: Certo
O artigo 39 da Constituição Federal estabelece que a União e os Estados, ao fixarem os padrões de vencimento do
sistema remuneratório, não levarão em conta os requisitos para a investidura do cargo.
Comentários:
Ao fixarem os padrões de vencimento do sistema remuneratório, os requisitos para a investidura deverão ser levados em
conta, conforme artigo 39, § 1º, inciso II, da CF.
Gabarito: Errado
Incentivos à eficiência
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para
a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados.
Preste atenção!
Os Municípios não são obrigados a manter essas escolas de governo!
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação,
para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob
a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
Um dos requisitos utilizados para a promoção de servidores públicos na carreira consiste na participação em cursos de
formação e de aperfeiçoamento nas escolas de governo mantidas pela União, pelos estados e pelo DF.
Comentários:
Sim. A participação nos cursos constitui um dos requisitos para a promoção na carreira, conforme artigo 39, § 2º, da CF:
Art. 39, § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para
isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
Gabarito: Certo
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A União, os Estados e os Municípios manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira.
Comentários:
Os Municípios não são obrigados a manter essas escolas de governo, de acordo com o artigo 39, § 2º, da CF:
Art. 39, § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso,
a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
Gabarito: Errado
Lei da União disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em
cada órgão para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, vedado o pagamento de
adicional ou prêmio de produtividade.
Comentários:
O pagamento de adicional ou prêmio de produtividade é permitido, nos termos do artigo 39, § 7º:
Art. 39, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de
programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
Gabarito: Errado
Além dos direitos à sindicalização e à greve (CF, art. 37, VI e VII), o art. 39, § 3º, da CF estende aos servidores
ocupantes de cargo público, ou seja, aos servidores estatutários, uma série de outros direitos assegurados aos
trabalhadores urbanos e rurais da iniciativa privada, previstos em determinados incisos do art. 7º da Carta Magna.
São eles:
Art. 7º (...)
IV - salário mínimo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XIX - licença-paternidade;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil;
• Os servidores públicos possuem estabilidade. Portanto, não precisam de proteção ao emprego (art.
7º, I), seguro-desemprego (art. 7º, II), FGTS (art. 7º, III), proteção contra automação (art. 7º, XXVII) e
aviso prévio (art. 7º, XXI).
• Os servidores públicos trabalham para o Governo (e não para a iniciativa privada). Assim, não há
que se falar em: participação nos lucros (art. 7º, XI), reconhecimento de acordo coletivo e convenção
(art. 7º, XXVI), proteção contra a retenção dolosa do salário (art. 7º, X).
Com o advento da Emenda Constitucional 103/19, algumas parcelas remuneratórias não podem mais ser
incorporadas à remuneração do cargo efetivo. São elas:
Essa regra é aplicável a todos os servidores públicos, de todas as esferas (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios).
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Exemplo: Ricardinho era chefe de seu departamento, por isso recebia uma vantagem vinculadas ao exercício dessa
função de confiança. Ao se aposentar, Ricardinho não mais poderá “levar essa vantagem para a aposentadoria”, ou seja,
sua contribuição previdenciária e consequentemente os seus proventos da aposentadoria não levarão em consideração
essa vantagem.
Comentários:
Gabarito: Certo
Considerações gerais
O primeiro compreende o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), disciplinado pelos art. 201 e 202 da CF, e
alcança todos os trabalhadores do setor privado, além dos agentes públicos ocupantes, exclusivamente, de
cargo em comissão, função temporária, mandato eletivo e emprego público (conforme lição do artigo 40, §13,
da CF).
Art. 40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência
Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Já o art. 40 da CF cuida do regime de previdência social aplicável aos servidores titulares de cargos efetivos
(chamado de Regime Próprio de Previdência Social – RPPS ou de regime especial):
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de
aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Como se nota na redação do art. 40, caput da CF, o regime de previdência dos servidores públicos possui caráter
contributivo e solidário.
“Contributivo” significa que, para fazer jus à aposentadoria, será computado o tempo de efetiva contribuição do
servidor, e não apenas o seu tempo de serviço.
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Por sua vez, o regime é “solidário” porque as contribuições à previdência são pagas pelo ente público (União,
Estados, DF e Municípios), pelos servidores ativos, pelos servidores inativos e pelos pensionistas. As
contribuições devem observar critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.
Pensionista: dependente do servidor que recebe benefícios previdenciários, como pensão por morte.
O percentual utilizado no cálculo das contribuições dos servidores ativos, inativos e pensionistas será o mesmo.
Porém, no caso dos inativos e pensionistas, esse percentual incidirá apenas sobre as parcelas dos proventos e
pensões que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS (CF, art. 40, §18).
Art. 40, § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este
artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003) (Vide ADIN 3133) (Vide ADIN 3143) (Vide ADIN 3184)
Art. 40, § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no
que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Modalidades de aposentadoria
No regime próprio são previstas três diferentes modalidades de aposentadoria (CF, art. 40, §1º):
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei
do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco)
anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade
mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o
tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente
federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
A aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho (antiga aposentadoria por invalidez) é aplicável
ao servidor que tenha sofrido alguma limitação em sua capacidade física ou mental que o impeça de exercer as
atribuições do cargo em que estiver investido. A Constituição, com a redação dada pela EC 103/2019 (Reforma da
Previdência), destaca que essa modalidade de aposentadoria somente será concedida “quando insuscetível de
readaptação”, ou seja, nos casos em que seja impossível alocar o servidor em outro cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido.
Assim, a primeira alternativa para o servidor que tenha sofrido algum acidente ou que tenha sido acometido por
alguma doença incapacitante é a readaptação em outro cargo, para que ele possa permanecer trabalhando.
Art. 37, § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Por exemplo, imagine um agente de polícia que tenha ficado sem os movimentos da perna após um acidente.
Certamente, esse servidor ficará incapaz de exercer as atribuições operacionais do cargo de agente. Porém, é provável
que ele consiga exercer atividades administrativas e outras tarefas internas que não dependam do movimento das
pernas. Assim, ao invés de ser aposentado por incapacidade para o trabalho, o servidor deveria ser readaptado para um
cargo com atribuições administrativas, como um cargo de Técnico. Somente se tal opção for inviável (por exemplo, por
inexistir um cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a limitação sofrida), aí sim é que o servidor será aposentado
por incapacidade permanente para o trabalho.
Quanto à aposentadoria compulsória, se caracteriza por um limite de idade que, quando atingido, obriga o
servidor a se aposentar. Como regra, a aposentadoria compulsória ocorre aos 70 anos de idade, conforme art. 40,
§1º, II da CF. Porém, após a edição da EC 88/2015 (a chamada “PEC da Bengala”), a CF passou a admitir que a
aposentadoria compulsória se dê aos 75 anos de idade, desde que haja a edição de uma lei complementar
alterando o limite de idade.
Tal lei foi editada em dezembro de 2015. Trata-se da Lei Complementar 152/2015. Assim, atualmente, pode-se
dizer que a aposentadoria compulsória aos 75 anos vale para todo o funcionalismo público (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios).
No que tange à aposentadoria voluntária, a reforma da previdência instituída pela EC 103/2019 promoveu
mudanças significativas. Agora, a CF estabelece apenas os requisitos de idade mínima para a aposentadoria
voluntária dos servidores da União, delegando para os demais entes federativos a tarefa de promover emendas
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às respectivas Constituições e Leis Orgânicas e de editar leis complementares para estabelecer critérios que antes
estavam previstos na própria CF, a exemplo do tempo de contribuição mínimo.
Assim, atualmente, para fazer jus à aposentadoria voluntária, o servidor deverá preencher as seguintes condições
(CF, art. 40, §1º, III):
Ø No âmbito da União:
§ Homem: aos 65 anos de idade.
§ Mulher: aos 62 anos de idade.
Vale lembrar que o artigo 40, §10, veda expressamente que a lei estabeleça qualquer forma de contagem fictícia
de tempo de contribuição. Por exemplo, não pode a lei permitir que determinadas licenças não gozadas ou o
tempo de advocacia, sem comprovação de contribuição, possam ser utilizados para completar o tempo necessário
para a aposentadoria.
Art. 40, § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Por outro lado, a Constituição permite a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral e
os regimes próprios da União, dos Estados, DF ou dos Municípios, e destes entre si, assim como a contagem do
tempo de serviço militar, tudo para fins de aposentadoria, observada a compensação financeira (CF, art. 40, §9º).
Já o tempo de serviço correspondente será contado apenas para fins de disponibilidade.
Por exemplo: um servidor que, antes de entrar no serviço público federal, tenha trabalhado na iniciativa privada e, ainda,
tenha sido servidor municipal, poderá contar todo esse tempo de contribuição, tanto ao RGPS como ao regime próprio
do Município, para obter sua aposentadoria no regime próprio de previdência da União. Se em algum momento nesses
vínculos anteriores ele tiver deixado de contribuir, o tempo de serviço correspondente já não poderá ser contado para
a obtenção de aposentadoria, mas apenas para a definição da remuneração proporcional na hipótese de ele ser colocado
em disponibilidade.
Art. 40, § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria,
observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de
disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O §19 do art. 40 prevê a figura do abono de permanência, devido ao servidor que tenha completado as exigências
para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade. O valor do abono será equivalente ao
valor da contribuição previdenciária do servidor (na prática, portanto, o efeito financeiro do abano é o mesmo que
o servidor deixar de recolher a contribuição), e será pago ao servidor até ele completar 75 anos de idade, quando
então deverá se aposentar compulsoriamente.
Art. 40, § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo
efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá
fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a
idade para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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As regras para cálculo de proventos de aposentadoria e da pensão por morte serão disciplinadas em lei do
respectivo ente federativo (CF, art. 40, §3º e §7º). Trata-se de mais uma definição delegada aos entes federativos
por meio da EC 103/2019. A diferença é que os critérios para definição do valor devem ser estabelecidos por
intermédio de lei ordinária, e não de lei complementar.
Art. 40, § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 40, § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo
dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual
tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no
exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Não obstante, a Constituição estabelece limites - inferior e superior - ao valor das aposentadorias e pensões, os
quais deverão ser observados pelos entes federativos ao editarem a respectiva lei estabelecendo as regras de
cálculo (CF, art. 40, §2º):
Art. 40, § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou
superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Dessa forma, a partir da reforma introduzida pela EC 103/2019, os proventos da aposentadoria não mais serão
calculados da forma tradicional, pela média das maiores remunerações, que gerava valor final próximo ao do
serviço ativo. Ao contrário, no novo sistema será estabelecido um teto para o regime próprio, que não poderá
ultrapassar o valor máximo dos benefícios do RGPS (atualmente, na casa dos R$ 6 mil).
Detalhe é que os valores de remuneração considerados para o cálculo dos proventos de aposentadoria serão
devidamente atualizados, na forma da lei.
Art. 40, § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente
atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Ademais, o teto constitucional de remuneração dos servidores públicos deve ser sempre respeitado, inclusive na
hipótese de soma dos proventos da aposentadoria com a remuneração de cargo acumulável, cargo em comissão
ou cargo eletivo (CF, art. 40, §11).
Art. 40, § 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral
de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Interessante ressaltar que, de acordo com o art. 40, §8º, é assegurado o reajustamento dos benefícios para
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. Essa norma, inserida
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pela EC 41/2003, acabou com a chamada regra de paridade, a qual garantia que os proventos de aposentadoria
e as pensões fossem reajustados pelos mesmos índices e na mesma data que as remunerações dos servidores
ativos do mesmo cargo. Não há mais vínculo com os reajustes e aumentos concedidos para os servidores ativos do
cargo.
Art. 40, § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Se por um lado o valor dos proventos de aposentadoria agora está limitado ao teto do RGPS, por outro, a base de
cálculo das contribuições que o servidor deve fazer para o regime próprio também não pode superar esse mesmo
teto. Assim, na prática, considerando apenas o regime próprio, após a EC 103/2019 o servidor irá receber menos
do que se estivesse na regra antiga, mas também contribuirá sobre uma base menor.
Porém, há uma possibilidade de o servidor auferir proventos de aposentadoria superiores ao teto do RGPS. Para
tanto, ele terá que aderir a um regime de previdência complementar, pagando as respectivas contribuições. É o
mesmo sistema, portanto, que sempre foi adotado para os trabalhadores sujeitos ao regime geral.
O regime de previdência complementar dos servidores públicos estatutários está previsto no art. 40, §§ 14 a 16 da
CF, nos seguintes termos:
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo
Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo
efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor
das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na
modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de
entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
Como se vê, cada ente federativo deve instituir seu próprio regime de previdência complementar, mediante lei
ordinária de iniciativa do respectivo chefe do Poder Executivo. O regime de previdência complementar deve
observar o art. 202 da CF, que trata do regime de previdência privada, de caráter complementar e facultativo,
aplicável aos trabalhadores da iniciativa privada em geral e, também, aos empregados públicos, servidores
temporários e aos ocupantes exclusivamente de cargos em comissão.
O servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente
regime de previdência complementar somente será enquadrado no novo sistema se houver sua prévia e expressa
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opção. Para ser expressa, a opção deverá ser formalizada; e para ser prévia, a opção deve ser feita antes da inclusão
do servidor no sistema, e não antes da implantação do regime.
Por fim, vale ressaltar que é vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões
por morte a seus dependentes que não seja decorrente do regime de previdência complementar previsto nos
§§ 14 a 16 do art. 40 da CF, ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social (CF,
art. 37, §15).
Art. 37, § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a seus
dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga regime
próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Aposentadorias especiais
A Constituição Federal prevê algumas hipóteses de aposentadorias que seguem requisitos ou critérios
diferenciados daqueles acima indicados, aplicáveis aos servidores públicos em geral. Vejamos.
Art. 40, § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em
relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
No caso de professor ou professora que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio, o limite de idade será reduzido em 5 anos para a concessão
de aposentadoria voluntária por idade. O tempo de efetivo a ser comprovado para que o professor(a) faça jus à
redução do limite de idade será fixado em lei complementar do respectivo ente federativo (CF, art. 40, §5º).
Assim, por exemplo, no âmbito da União, o professor pode aposentar-se por idade aos 60 anos e a professora aos
57 anos, desde que cumpram os demais requisitos que venham a ser estabelecidos.
Preste atenção!
A Constituição assegura a aposentadoria especial para os professores da educação infantil e do ensino
fundamental e médio, mas não do ensino superior.
Além da aposentadoria dos professores do ensino infantil, fundamental e médio, a Constituição Federal prevê a
possibilidade de que leis complementares possam assegurar aposentadorias especiais, com requisitos
diferenciados, aos servidores:
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• cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria
profissional ou ocupação (CF, art. 40, §4º-C).
Art. 40, § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 40, § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial
dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 40, § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou
ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Há ainda o regime de previdência dos militares, que deve ser disciplinado em lei própria (CF, art. 142, §3º, X), ou
seja, aos militares não se aplica o regime próprio do art. 40.
Fora dessas situações (professores, servidores com deficiência, agentes penitenciários, socioeducativos, policiais
e militares) não podem ser criadas aposentadorias especiais para categorias específicas de servidores públicos,
com critérios diferenciados em relação aos previstos para o regime próprio dos servidores efetivos em geral.
Art. 40, § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio de
previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
Ademais, é vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência para os servidores titulares de
cargos efetivos. Ademais, não pode haver mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais (CF, art. 40, §20).
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora
desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão
responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei
complementar de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
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I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social;
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para
vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer
natureza;
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com
governança, controle interno e transparência;
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas,
direta ou indiretamente, com a gestão do regime;
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Estabilidade
A estabilidade no cargo é uma garantia constitucional que protege o servidor de ser livremente exonerado ou
demitido do cargo. As regras acerca da estabilidade dos servidores públicos estão no artigo 41 da CF:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
(...)
Pode-se dizer que estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao
servidor que preencha os seguintes requisitos:
Em relação ao primeiro requisito, em que se requer a investidura em cargo de provimento efetivo, afasta-se a
possibilidade de empregados públicos, servidores temporários ou ocupantes de cargos em comissão sem
vínculo efetivo adquirirem estabilidade.
Veja que não basta ao agente público ser aprovado em concurso público para adquirir estabilidade. É necessário
que ele tenha siso aprovado em concurso público para provimento de cargo efetivo, e não de emprego público.
Lembre-se de que o concurso público não é exigência exclusiva para o provimento dos cargos efetivos. A
investidura em empregos públicos também requer a realização de concurso, o que não garante estabilidade aos
aprovados.
Quanto ao segundo requisito, a expressão “efetivo exercício” indica que não serão contados eventuais períodos
de licenças ou afastamentos do serviço para fins de aquisição de estabilidade.
O terceiro requisito, aprovação em avaliação especial de desempenho feita por comissão instituída para esse fim,
tem o objetivo de impedir que o simples decurso de tempo seja condição suficiente para conferir estabilidade ao
servidor. Vale dizer, o fato de o servidor ter completado o período de efetivo exercício exigido para a aquisição da
estabilidade não o torna automaticamente estável; a avaliação especial de desempenho passa a ser condição
cumulativa, obrigatória para a aquisição do direito.
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A primeira hipótese refere-se ao trânsito em julgado de sentença judicial, que pode ser sentença penal ou
sentença decorrente da prática de ato de improbidade administrativa.
A segunda hipótese está relacionada à prática de infração funcional grave, que pode motivar a instauração de
procedimento administrativo com aplicação da pena de demissão, assegurado, é claro, o direito à ampla defesa.
Já a terceira situação em que o servidor estável poderá perder o cargo decorre de insuficiência de desempenho,
verificada mediante avaliação periódica. Não se trata de norma autoaplicável, eis que a Constituição determina
que a avaliação periódica deve ser feita na forma de lei complementar, a qual, diga-se de passagem, ainda não foi
editada, razão pela qual esse requisito constitucional permanece sem aplicação prática.
Além das hipóteses previstas no art. 41, §1º, o art. 169, §4º da CF acrescenta que o servidor estável poderá perder
o cargo quando o excesso de gastos com pessoal impedir o cumprimento dos limites prudenciais da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Com efeito, nos termos do art. 169, se os limites previstos na LRF não forem observados, devem ser adotadas,
sucessivamente, as seguintes providências:
1. Redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
2. Exoneração dos servidores não estáveis.
3. Exoneração dos servidores estáveis.
Portanto, a exoneração dos servidores estáveis só poderá ser empreendida caso as duas medidas anteriores não
forem suficientes para adequar os gastos com pessoal aos limites da LRF.
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administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens a que teria direito o servidor
a partir da data de afastamento do cargo, inclusive as promoções (Lei 8.112/90, art. 28);
• Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de
inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou de reintegração do anterior ocupante.
A recondução se aplica exclusivamente ao servidor estável (Lei 8.112/90, art. 29);
• Aproveitamento é o retorno do servidor que havia sido posto em disponibilidade (Lei 8.112/90, art.
30).
Portanto, se o servidor estável foi demitido, mas a demissão foi invalidada por sentença judicial, ele será
reintegrado ao cargo que ocupava, e o eventual ocupante da vaga, se estável, será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade (neste caso, terá
remuneração proporcional ao tempo de serviço).
Exemplo: Ricardinho ocupava o cargo de Auditor Federal de Controle Externo no Tribunal de Contas da União, mas foi
demitido. Por isso, Letícia, que ocupava o cargo de Técnico de Controle Externo, agora foi ocupar o cargo de Ricardinho.
Acontece que a demissão de Ricardinho foi invalidada por sentença judicial. E agora, o que acontece?
Agora Ricardinho será reintegrado ao cargo de Auditor Federal de Controle Externo e Letícia será reconduzida ao cargo
de origem (Técnico de Controle Externo), se ela for estável. E o que acontece se o cargo de Letícia já estiver sendo
ocupado por Thiago, que entrou lá enquanto Letícia ocupava o cargo de Ricardinho?
Nesse caso, Letícia será posta em disponibilidade até que ocorra seu aproveitamento em outro cargo.
Outra situação em que o servidor ficará em disponibilidade será quando o seu cargo for extinto ou quando for
declarada a sua desnecessidade:
Assim, caso ocorra a extinção do cargo público por lei, o servidor estável ocupante do cargo extinto ficará em
disponibilidade, recebendo remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo (a CF não fixa prazo para que haja o reaproveitamento); se não for estável, o servidor perderá o
cargo e será afastado do serviço público, pois, de acordo com a Súmula 22 do STF: “o estágio probatório não
protege o funcionário contra a extinção do cargo”.
Comentários:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público.
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Assim, um dos requisitos para aquisição da estabilidade é a investidura em cargo de provimento efetivo, o que afasta a
possibilidade de empregados públicos, servidores temporários ou ocupantes de cargos em comissão sem vínculo efetivo
adquirirem estabilidade.
Gabarito: Certo
São estáveis após dois anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público, os quais só podem ser exonerados em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
Comentários:
São estáveis após três (e não “dois”) anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público. Ademais, existem outras hipóteses de perda do cargo público, pelo servidor estável, além da
decisão judicial transitada em julgado (conforme art. 41, § 1º, da CF).
Gabarito: Errado
São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo, sendo
obrigatória a avaliação especial de desempenho.
Comentários:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público.
(...)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
para essa finalidade.
Gabarito: Certo
São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público e o servidor estável só perderá o cargo por meio de sentença judicial transitada em julgado.
Comentários:
Existem outras hipóteses de perda do cargo público, pelo servidor estável, além da decisão judicial transitada em julgado. Nos
termos do artigo 41, § 1º, da CF:
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Gabarito: Errado
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Os empregados públicos comissionados podem ser demitidos ad nutum, não possuindo a garantia da estabilidade.
Comentários:
O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e
exoneração (natureza “ad nutum”).
Um dos requisitos para aquisição da estabilidade é a investidura em cargo de provimento efetivo. Isso afasta a possibilidade
de ocupantes de cargos em comissão sem vínculo efetivo adquirirem estabilidade. Ou seja: os ocupantes de cargos
comissionados não possuem a garantia da estabilidade.
Gabarito: Certo
A estabilidade garante ao agente público a permanência no serviço público, de modo que o vínculo somente poderá ser
desconstituído por decisão judicial com trânsito em julgado.
Comentários:
Existem outras hipóteses de perda do cargo público, pelo servidor estável, além da decisão judicial transitada em julgado. Nos
termos do artigo 41, § 1º, da CF:
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Gabarito: Errado
O servidor estável só pode ser desligado por decisão judicial definitiva que reconheça a prática de infração disciplinar de
natureza grave.
Comentários:
Existem outras hipóteses de perda do cargo público pelo servidor estável, conforme art. 41, §1º, da CF.
Gabarito: Errado
B) reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
C) reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, com direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
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D) indenizado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Comentários:
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade
com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Gabarito: B
Nos termos da Constituição Federal, invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,
A) ele não será reintegrado e deverá aguardar decisão sobre as providências que serão adotadas em relação ao eventual
ocupante da vaga, o qual necessitará ser dispensado após a conclusão do devido processo administrativo, assegurando-
se a ampla defesa e o contraditório.
B) ele não será reintegrado e deverá aguardar decisão sobre as providências que serão adotadas em relação ao eventual
ocupante da vaga, o qual necessitará ser exonerado, dispensando-se a instauração de processo administrativo.
C) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem com direito à
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço.
D) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem sem direito à
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço.
E) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, não poderá ser reconduzido ao cargo de origem,
devendo permanecer em situação de disponibilidade até o surgimento de novo cargo, assegurando-se o direito à
indenização.
Comentários:
A banca tenta inventar, mas não adianta. A verdade é que, nos termos do artigo 41, § 2º da CF:
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade
com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Gabarito: D
Nos termos da Constituição Federal, extinto o cargo, o servidor público estável ficará em disponibilidade
C) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até serem preenchidas as condições necessárias para sua
aposentadoria.
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D) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
E) com remuneração integral, até serem preenchidas as condições necessárias para sua aposentadoria.
Comentários:
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Gabarito: D
Por força das normas constitucionais a respeito da estabilidade dos servidores públicos, o servidor público titular de
cargo público de provimento efetivo em virtude de concurso público, que já tenha adquirido estabilidade após três anos
de efetivo exercício, poderá ser posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço, caso seu
cargo seja extinto ou declarada sua desnecessidade.
Comentários:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Gabarito: Certo
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Comentários:
Nos termos do art. 37, II, da CF, a investidura em cargo ou emprego público depende de prévia aprovação em
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração.
Portanto, é possível investir em função pública sem aprovação em concurso público: basta que seja um cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Porque se for um cargo efetivo, aí o concurso público
é necessário.
Ademais, a exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções
não!). E repare que a questão falou em “função pública”.
Lembre-se: para ocupar cargos e empregos públicos efetivos é obrigatória a aprovação prévia em concurso
público.
Gabarito: Errado
Comentários:
A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!) de
provimento efetivo, abrangendo tanto os cargos das entidades de direito público como os empregos públicos das
entidades administrativas de direito privado, integrantes da administração indireta.
Em outras palavras: a aprovação prévia em concurso público é princípio constitucional cuja obediência é
obrigatória para a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Portanto, a questão está correta: o provimento de vagas tanto na administração direta quanto na indireta deve ser
feito por concurso público.
Gabarito: Certo
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Comentários:
Nos termos do art. 37, I, da CF, os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Gabarito: Errado
O concurso público seria desnecessário se a investidura se destinasse a emprego público na administração indireta
federal.
Comentários:
O artigo 37, II, da Constituição Federal determina que a investidura em cargo ou emprego público se dará por meio
de aprovação em concurso público, excetuados apenas os cargos e funções de direção, chefia e assessoramento
que são de livre nomeação e exoneração.
A aprovação prévia em concurso público é princípio constitucional cuja obediência é obrigatória para a
Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
Portanto, mesmo sendo um emprego público na administração indireta federal, ainda assim é exigida a aprovação
em concurso público. Ele é necessário (e não “desnecessário”, como afirmou a questão).
Gabarito: Errado
Comentários:
Efetividade é a situação jurídica do servidor que ocupa cargo público efetivo. São cargos públicos efetivos aqueles
que só podem ser providos por meio de concurso público, na forma do artigo 37, II, da Constituição Federal e que
estão sujeitos a regime jurídico estatutário. A efetividade, portanto, é atributo do cargo que se estabelece no
momento que o servidor é nomeado para o cargo público.
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estabilidade é adquirida após três anos de efetivo exercício no cargo e a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade.
Portanto, é possível que haja servidores com estabilidade e sem efetividade, bem como é possível que haja
servidores com efetividade, adquirida no momento da nomeação para o cargo, mas sem estabilidade por ainda
não terem completado as condições legais e constitucionais para aquisição de estabilidade.
Gabarito: Certo
Comentários:
De acordo com o art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, "a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público", sendo que esses servidores
públicos, apesar de temporários, possuem sim vínculo com a Administração Pública. Esse é o erro da questão.
Gabarito: Errado
Comentários:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Um dos requisitos para adquirir a estabilidade é ter três anos de efetivo exercício no cargo.
Gabarito: Certo
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Comentários:
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira;
Portanto, é possível a realização de processo seletivo novo, mas a prioridade de convocação deve ser mantida em
relação aos candidatos que aguardavam a nomeação em certame realizado previamente.
Em outras palavras: nada impede que se abra um novo concurso durante o prazo de validade não expirado de um
concurso anterior. Porém, a Administração só poderá convocar novos aprovados após esgotarem-se os aprovados
do primeiro concurso.
Gabarito: Certo
Comentários:
Gabarito: Errado
Comentários:
A garantia constitucional de permanecer no cargo público após três anos de efetivo exercício denomina-se
estabilidade, e não “efetividade”, conforme art. 41 da CF:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
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Gabarito: Errado
Comentários:
Gabarito: Errado
Comentários:
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)
Assim, está incorreto afirmar que a contratação temporária de pessoal por tempo determinado é possível, ainda
que a excepcionalidade dos casos não esteja prevista em lei, pois é a lei que estabelecerá os casos de contratação
por tempo determinado.
Gabarito: Errado
Comentários:
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Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Gabarito: Certo
Comentários:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Ou seja: para adquirir a estabilidade, exige-se três anos de efetivo exercício no cargo.
Assim, o período anterior, em que o servidor exerceu cargo em comissão, não pode ser computado para efeito de
aquisição de estabilidade, de modo que o hipotético servidor somente adquiriria tal condição após cumprir três
anos de exercício no novo cargo, de natureza efetiva, para o qual prestou regular concurso público.
Gabarito: Certo
Comentários:
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Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
(...)
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
Nessas questões você tem que prestar atenção em qual cargo o servidor foi eleito. Essa questão disse que o
servidor foi eleito para o cargo de Governador. Portanto, ele não se encaixa nas regras do art. 38, incisos II e III, que
tratam, respectivamente, de servidores investidos no mandato de Prefeito e Vereador.
Ressalte-se que o caso do servidor investido em mandato de Vereador é o único caso em que, havendo
compatibilidade de horários, não requer o afastamento do cargo, emprego ou função (art. 38, III).
Gabarito: Certo
Comentários:
Nos termos do artigo 37, XVI, “C” da CF, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, a de dois (e não “três”) cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentadas. Por isso que a questão ficou errada.
Gabarito: Errado
Comentários:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
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(...)
Gabarito: Certo
Comentários:
Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
De acordo com a doutrina majoritária, essa é uma consequência direta do princípio da impessoalidade.
Gabarito: Certo
Comentários:
Nos termos do art. 41, §1º, II, da CF, o servidor público estável poderá perder o cargo mediante processo
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Confira:
Gabarito: Certo
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20. (FCC – TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016 – Adaptada)
A estabilidade do servidor público nomeado por concurso público é imediata à posse e efetivo exercício.
Comentários:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Gabarito: Errado
De acordo com as disposições constitucionais sobre a administração pública e os agentes públicos, é correto
afirmar que Maria é necessariamente servidora pública ocupante de cargo efetivo.
Comentários:
Nos termos do art. 37, V, da CF, as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo. Assim, Maria é necessariamente servidora pública ocupante de cargo efetivo.
Gabarito: Certo
À luz da sistemática constitucional e da narrativa acima, João, a partir da posse será afastado do cargo que ocupa
no Estado e poderá optar entre esta remuneração e o subsídio correspondente ao exercício das funções de
vereador.
Comentários:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (...)
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II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
Como não havia compatibilidade de horários nas funções de João, ele será afastado do seu cargo e optará pela
remuneração do cargo público ou subsídio correspondente ao exercício das funções de vereador (mesma regra
para o servidor investido no mandato de Prefeito).
Gabarito: Certo
Comentários:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
Logo, considerando que Maria ocupará cargo eletivo federal, deverá se afastar do seu cargo do Município.
Gabarito: Errado
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Júlio passou em concurso público e está em período de estágio probatório há 01 (um) ano. Júlio adquirirá
estabilidade no cargo dentro de 01 (um) ano, podendo, em sequência, ser nomeado para exercício de cargo em
comissão.
Comentários:
O prazo necessário para aquisição da estabilidade no serviço público é de 3 anos, e não de 1 ano, por força do art.
41 da CF.
Ademais, de acordo com o art. 20, § 3º, da Lei 8.112/90 (essa questão trata de um órgão federal, que está, portanto,
sujeito à Lei 8.112/90), mesmo não tendo adquirido a estabilidade no serviço público, ainda estando em estágio
probatório, Júlio poderá sim ser nomeado para cargo em comissão ou designado para função de confiança.
Gabarito: Errado
Comentários:
No caso, o ingresso de Augusto somente seria possível, sem a prévia realização de concurso público, com a
nomeação direta para um cargo em comissão.
Gabarito: Certo
26. (FGV – IBGE – Analista – Recursos Humanos – Administração de Pessoal – 2016 - Adaptada)
O responsável pelo Departamento de gestão de recursos humanos de determinada Autarquia Federal, durante um
processo de rotina de análise de documentos, percebe que Bruna, ocupante do cargo efetivo de Tecnologista,
ocupa, igualmente, cargo de Professora de Estatística em Universidade Estadual, em regime de jornada de 20
horas semanais. Nessa hipótese, a situação da servidora configura acumulação lícita de cargo público, desde que
comprovada a compatibilidade de horários.
Comentários:
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A Constituição permite a acumulação de um cargo público de professor com outro cargo público técnico ou
científico, desde que haja compatibilidade de horários (CF, art. 37, XVI):
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
Portanto, o cargo de Tecnologista pode ser considerado um cargo “técnico ou científico”, uma vez que, pelo nome,
não se trata de cargo meramente administrativo. Assim, Bruna pode exercer os dois cargos simultaneamente,
percebendo as respectivas remunerações, desde que comprovada a compatibilidade de horários.
Gabarito: Certo
Comentários:
Os servidores remunerados por subsídio não podem receber acréscimo de qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. Mas a Constituição não veda o
acréscimo de benefício de natureza comprovadamente indenizatória.
Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
O inciso XI do artigo 37 é o que trata do teto constitucional. E, como vimos, excluem-se do teto somente as parcelas
de natureza indenizatória previstas em lei (ajuda de custo, diárias, auxílio transporte e auxílio moradia). Conforme
§ 11 do artigo 37 da CF:
Art. 37, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
Assim, é possível que servidores que sejam remunerados por subsídio fixado em parcela única recebam benefício
de natureza comprovadamente indenizatória. A Constituição Federal não veda que servidores que sejam
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remunerados por subsídio fixado em parcela única recebam benefício de natureza comprovadamente
indenizatória.
Gabarito: Errado
Comentários:
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
Assim, a parte final do art. 37, inciso X, assegura revisão geral anual da remuneração e do subsídio dos servidores
públicos, sempre na mesma data e sem distinção de índices. Mas para isso é necessária uma lei.
Gabarito: Errado
Comentários:
A estabilidade só é admitida para pessoas que sejam servidoras ocupantes de cargos públicos efetivos, não
abarcando o emprego público. Empregados públicos não dispõem de estabilidade no serviço público!
Gabarito: Errado
a) a tríplice acumulação.
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Comentários:
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
Portanto, não é permitida a tríplice acumulação (alternativa A). Não é permitida a acumulação entre o cargo de
professor e profissional da saúde (alternativa B). Não é permitida a acumulação entre o cargo de profissional da
saúde com outro técnico ou científico (alternativa C).
Por outro lado, a acumulação de cargo de professor com outro técnico ou científico (alternativa D) é permitida,
nos termos do artigo 37, XVI, “b”.
E em qualquer das exceções é necessário que haja compatibilidade de horários, por isso que a alternativa E está
errada.
Gabarito: D
a) as exigências técnicas e de tempo para a função, o grau de complexidade das tarefas e desempenho alcançado.
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c) o nível de senioridade do cargo, o grau de exigência técnica e complexidade das tarefas e as atribuições
referentes à função.
d) a complexidade e o grau da função, posicionamento vis a vis das demais carreiras do setor público.
e) a compatibilidade entre o cargo, função e tarefas, as exigências inerentes à função e ao cargo ocupado e
resultados alcançados.
Comentários:
Art. 39, § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório
observará:
Gabarito: B
a) do Prefeito
b) dos Vereadores
c) do Governador
Comentários:
Nos Municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos.
Noutras palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos.
Art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
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Gabarito: A
a) o preenchimento dos cargos em comissão exigirá a aprovação em concurso público de provas e títulos.
b) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Executivo.
c) a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices entre servidores públicos civis
e militares, far-se-à sempre na mesma data.
d) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
e) os cargos em comissão serão exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira
técnica ou profissional.
Comentários:
a) Errada. O preenchimento dos cargos em comissão não exige a aprovação em concurso público, conforme
artigo 37, II, da CF:
• Nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com
base em critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II).
• Contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público (CF, art. 37, IX).
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b) Errada. Na verdade, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII).
c) Errada. Essa era a redação antiga do artigo 37, inciso X, da CF. Por isso que a questão está errada. A nova redação,
dada pela Emenda Constitucional 19/1998 não menciona os militares e trata da remuneração dos servidores
públicos e dos subsídios:
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Regulamento)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
e) Errada. Essa regra simplesmente não existe. Os cargos em comissão são de livre nomeação e de livre
exoneração. Qualquer pessoa, mesmo que não seja servidor público efetivo, pode ser nomeada para exercer um
cargo em comissão.
O que a CF estabelece é que os cargos em comissão serão preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei. Em outras palavras, os cargos em comissão devem ser
providos por servidor de carreira em um percentual mínimo previsto em lei, mas não existe regra estabelecendo
que esses cargos devem ser preferencialmente exercidos por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou
profissional.
Gabarito: D
a) João poderá ocupar cargo declarado por lei como de livre nomeação ou exoneração na mesma entidade,
hipótese em que deverá optar pelo recebimento dos proventos ou da remuneração do cargo, no período em que
estiver em exercício.
b) João poderá participar de concurso público e prover cargo público efetivo de professor, hipótese em que
cumulará a remuneração e os proventos.
c) Caso conte com mais de 75 (setenta e cinco) anos, João não poderá ocupar cargo de livre nomeação ou
exoneração na mesma autarquia.
d) João poderá cumular o seu benefício previdenciário com salário caso passe a ser empregado de sociedade de
economia mista, hipótese em que não se aplicarão as regras de controle relativas a cumulação entre remuneração
e proventos.
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e) Caso João passe a receber remuneração em função do exercício de cargo de confiança e a contribuir para o
sistema próprio de previdência, ele poderá utilizar as novas contribuições vertidas em favor do sistema para
majorar o seu benefício.
Comentários:
Como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No entanto, é permitida a acumulação de proventos
com remunerações de (CF, art. 37, § 10):
professor + professor
Cargos públicos,
professor + cargo técnico ou científico
exceto...
Proventos de
aposentadoria
e Cargos eletivos
remuneração de cargo
ativo, exceto...
Cargos em comissão
Repare que João ocupava cargo técnico em autarquia municipal. Isso é importante para resolver a questão.
a) Errada. João não precisa optar pelo recebimento dos proventos ou da remuneração do cargo. Ele pode
acumular os seus proventos de aposentadoria com a remuneração de um cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração.
b) Correta. Primeiro: Para ocupar cargos e empregos públicos efetivos é obrigatória a aprovação prévia em
concurso público (CF, art. 37, II). Segundo: João pode acumular os seus proventos de aposentadoria (que é de um
cargo técnico) com a remuneração de um cargo efetivo de professor, uma vez que esses dois cargos são
acumuláveis na forma desta Constituição. Vamos conferir a literalidade da norma constitucional para fixar:
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Art. 37, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
de livre nomeação e exoneração.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (...)
c) Errada. A aposentadoria compulsória não se aplica a cargos comissionados, somente aos servidores ocupantes
de cargo de provimento efetivo. Esse é um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), veja só:
“Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria compulsória
prevista no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo,
inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão; 2 - Ressalvados impedimentos de
ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo aposentado compulsoriamente permaneça no
cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que
não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração"
Por isso, mesmo com mais de 75 anos, João poderá ocupar cargo de livre nomeação ou exoneração.
d) Errada. A vedação de acumular é bastante abrangente: salvo as exceções previstas, atinge todas as esferas de
governo, todos os Poderes e toda a Administração Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.
Confira:
Art. 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
e) Errada, porque João não pode receber mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência
social. Se João fizer isso que a alternativa está propondo, ele estaria recebendo proventos de aposentadoria
decorrentes do seu cargo técnico na autarquia municipal e do exercício de cargo de confiança. Isso é vedado, nos
termos do artigo 40, § 6º:
Art. 40, § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
Gabarito: B
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a) A remuneração de servidores públicos organizados em carreira deverá ser realizada por subsídio.
b) A Constituição Federal não veda que servidores que sejam remunerados por subsídio fixado em parcela única
recebam benefício de natureza comprovadamente indenizatória.
c) Fica estendida aos servidores públicos a proteção da relação estatutária contra a despedida arbitrária ou sem
justa causa, nos termos da legislação, que preverá indenização compensatória.
d) Lei de cada ente federativo deverá estabelecer uma relação entre a maior e a menor remuneração recebida
entre os servidores públicos, a fim de viabilizar o controle de gastos com pessoal.
e) Os vencimentos dos cargos do Poder Judiciário poderão ser superiores aos cargos da mesma natureza pagos
pelo Poder Executivo.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
a) Errada. Na verdade, a remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá (e não deverá) ser
realizada por subsídio (CF, art. 39, § 8º).
b) Correta. Não veda mesmo. Os servidores remunerados por subsídio não podem receber acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. Mas a
Constituição não veda o acréscimo de benefício de natureza comprovadamente indenizatória.
Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
O inciso XI do artigo 37 é o que trata do teto constitucional. E, como vimos, excluem-se do teto somente as parcelas
de natureza indenizatória previstas em lei (ajuda de custo, diárias, auxílio transporte e auxílio moradia). Conforme
§ 11 do artigo 37 da CF:
Art. 37, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
Assim, é possível que servidores que sejam remunerados por subsídio fixado em parcela única recebam benefício
de natureza comprovadamente indenizatória.
c) Errada. A relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa (art. 7º, inciso I, da CF)
não é um dos direitos trabalhistas que se aplicam aos servidores ocupantes de cargo público (CF, art. 39, § 3º).
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Art. 39, § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
art. 37, XI.
e) Errada. Na verdade, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII).
Gabarito: B
a) não poderia ter sido considerado estável, pois a estabilidade apenas se adquire após 5 (cinco) anos de efetivo
exercício no serviço público.
c) ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, caso extinto o cargo, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.
d) não poderá perder seu cargo em virtude de processo administrativo, ainda que lhe seja assegurada ampla
defesa.
e) adquiriu a estabilidade automaticamente ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício, pois tal garantia
independe de avaliação especial de desempenho.
Comentários:
Boa, Tiago! Passou num concurso e agora já é estável! Show de bola! Agora vamos às alternativas:
a) Errada. Tiago poderia sim ter sido considerado estável, pois a estabilidade pode ser adquirida após 3 anos (e não
5 anos) de efetivo exercício no serviço público, nos termos do caput do artigo 41, da CF:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
b) Errada. Existem outras hipóteses de perda do cargo público, pelo servidor estável, além da decisão judicial
transitada em julgado. Confira na CF:
c) Correta. Se o cargo de Tiago for extinto, ele realmente ficará em disponibilidade até seu adequado
aproveitamento em outro cargo, porque Tiago já é estável. Observe a norma constitucional:
Art. 41, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.
d) Errada. Opa, poderá perder seu cargo em virtude de processo administrativo sim, de acordo com o artigo 41, §
1º, inciso II, da CF (visto nos comentários da alternativa B).
e) Errada. Primeiro: a estabilidade não é adquirida automaticamente com o decurso do tempo. Existem outros
requisitos para a aquisição da estabilidade. Segundo: a estabilidade pode ser adquirida após 3 anos (CF, art. 41) de
efetivo exercício. E terceiro: um dos requisitos para a aquisição da estabilidade é justamente a aprovação em
avaliação especial de desempenho. Confira:
Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Gabarito: C
a) a investidura em cargo, cargo em comissão, emprego público ou emprego público em comissão depende de
aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei.
b) o prazo de validade do concurso público para investidura em função pública será de até dois anos, prorrogável
por iguais e sucessivos períodos, até o limite de cinco anos.
c) durante o prazo prorrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas
ou de provas e títulos poderá ser convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir o cargo ou
emprego, na carreira.
d) a investidura em cargo ou emprego em comissão poderá ser autorizada em níveis não iniciais de carreira,
mediante justificativa que comprove a necessidade da medida, considerando a complexidade das atribuições e a
prévia experiência do candidato no Poder Público.
e) o ingresso em carreira pública será em nível inicial, mediante concurso público de provas e títulos, observando-
se a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.
Comentários:
a) Errada. A investidura em cargos em comissão não depende de aprovação prévia em concurso público,
conforme artigo 37, II, da CF:
b) Errada. O prazo de validade do concurso público será mesmo de até dois anos, mas ele é prorrogável apenas
uma vez, por igual período (CF, art. 37, III). Assim, no final das contas, o prazo de validade de um concurso público
pode chegar a até quatro anos: 2 anos + 2 anos de prorrogação = 4 anos.
c) Errada. O erro aqui é que não é durante o prazo prorrogável. É durante o prazo improrrogável. Confira na CF:
Art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira;
d) Errada. A alternativa viola a jurisprudência do STF, que em apertada síntese, afirma que “o ingresso nos cargos
estruturados em carreira deve dar-se na classe inicial da carreira” (ADI 1.240). Repare que a alternativa ainda fala
em cargo ou emprego em comissão. Servidores de carreira são concursados!
e) Correta, com base na jurisprudência apresentada no comentário da alternativa anterior e no inciso II do artigo
37, segundo o qual “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego”.
Observação: de acordo com a assertiva, “o ingresso em carreira pública será em nível inicial, mediante concurso
público de provas e títulos”. O ingresso em carreira pública também pode ocorrer mediante concurso público de
(somente) provas. Mas isso não invalida a questão, ok?
Gabarito: E
b) se eleito para o mandato de Prefeito, será afastado do seu cargo, mas terá a faculdade de optar pela sua
remuneração.
c) se eleito para o mandato de Vereador, perderá as vantagens de seu cargo, mas sem prejuízo da remuneração
do cargo eletivo.
d) ao pedir o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.
e) poderá acumular as vantagens do seu cargo com a remuneração do cargo eletivo, em se tratando de mandato
estadual ou municipal.
Comentários:
a) Errada. Emiliano não precisa pedir exoneração do cargo. Ele só deverá ficar afastado do seu cargo de provimento
efetivo, já que se trata de mandato eletivo federal. Confira no artigo 38, I, da CF:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
b) Correta. Essa é a regra para quem se elege para Prefeito: o servidor fica afastado do seu cargo efetivo, mas pode
optar pela sua remuneração (CF, art. 38, II).
Art. 38, II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
c) Errada. Na verdade, se eleito Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo (CF, art. 38, III).
d) Errada. O tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento
(CF, art. 38, IV).
e) Errada. Só é possível acumular as vantagens do seu cargo com a remuneração do cargo eletivo quando se tratar
de mandato de Vereador e houver compatibilidade de horários (CF, art. 38, III). Confira a literalidade da regra
constitucional:
Art. 38, III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
Gabarito: B
a) Somente por lei específica a poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, que poderão criar subsidiárias, independentemente de autorização
legislativa.
b) A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
c) Os atos de improbidade administrativa importarão a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
d) A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
causem prejuízos ao erário, incluídas as respectivas ações de ressarcimento.
Comentários:
a) Errada. A criação de subsidiárias depende de autorização legislativa! O restante está correto, confira comigo
(CF, art. 37):
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação;
c) Errada. Eu avisei sobre essa pegadinha, né? As questões adoram confundir as sanções aplicadas a atos de
improbidade administrativa. Elas falam em cassação dos direitos políticos e suspensão da função pública! Mas isso
está errado! Até porque a cassação dos direitos políticos é expressamente vedada pela Constituição Federal, no
seu art. 15.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...)
Na verdade, os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos e a perda da
função pública (além das outras sanções). Confira comigo no replay:
Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
e) Errada. Nos termos do artigo 37, § 10, da CF, como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No
entanto, é permitida a acumulação de proventos com remunerações de:
Gabarito: B
A próxima folha é para quem gosta de imprimir o material e resolver as questões como forma de se testar. Marque
suas respostas, e revise com muito carinho as questões em que você ficou com dúvida e as questões que você
errou.
Lista de questões
O concurso público seria desnecessário se a investidura se destinasse a emprego público na administração indireta
federal.
Paulo participou de processo seletivo para ingresso em carreira pública federal. O edital do concurso apresentava
o quantitativo de dezoito vagas, e Paulo foi aprovado na décima terceira posição. O prazo de validade da seleção
foi prorrogado uma vez e ele ainda não foi empossado. Paulo deverá ser convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir o cargo.
20. (FCC – TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016 – Adaptada)
A estabilidade do servidor público nomeado por concurso público é imediata à posse e efetivo exercício.
De acordo com as disposições constitucionais sobre a administração pública e os agentes públicos, é correto
afirmar que Maria é necessariamente servidora pública ocupante de cargo efetivo.
João, servidor público estadual, foi eleito vereador no Município em que reside. O horário de trabalho na repartição
em que exercia as suas funções se estendia, diariamente, das 8h00 às 18h00, enquanto as sessões na Câmara
Municipal eram realizadas, também diariamente, das 8h00 às 12h00.
À luz da sistemática constitucional e da narrativa acima, João, a partir da posse será afastado do cargo que ocupa
no Estado e poderá optar entre esta remuneração e o subsídio correspondente ao exercício das funções de
vereador..
26. (FGV – IBGE – Analista – Recursos Humanos – Administração de Pessoal – 2016 - Adaptada)
O responsável pelo Departamento de gestão de recursos humanos de determinada Autarquia Federal, durante um
processo de rotina de análise de documentos, percebe que Bruna, ocupante do cargo efetivo de Tecnologista,
ocupa, igualmente, cargo de Professora de Estatística em Universidade Estadual, em regime de jornada de 20
horas semanais. Nessa hipótese, a situação da servidora configura acumulação lícita de cargo público, desde que
comprovada a compatibilidade de horários.
A revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos se dá de forma automática, prescindindo de lei que
a preveja.
a) a tríplice acumulação.
a) as exigências técnicas e de tempo para a função, o grau de complexidade das tarefas e desempenho alcançado.
c) o nível de senioridade do cargo, o grau de exigência técnica e complexidade das tarefas e as atribuições
referentes à função.
d) a complexidade e o grau da função, posicionamento vis a vis das demais carreiras do setor público.
e) a compatibilidade entre o cargo, função e tarefas, as exigências inerentes à função e ao cargo ocupado e
resultados alcançados.
a) do Prefeito
b) dos Vereadores
c) do Governador
a) o preenchimento dos cargos em comissão exigirá a aprovação em concurso público de provas e títulos.
b) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Executivo.
c) a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices entre servidores públicos civis
e militares, far-se-à sempre na mesma data.
d) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
e) os cargos em comissão serão exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira
técnica ou profissional.
a) João poderá ocupar cargo declarado por lei como de livre nomeação ou exoneração na mesma entidade,
hipótese em que deverá optar pelo recebimento dos proventos ou da remuneração do cargo, no período em que
estiver em exercício.
b) João poderá participar de concurso público e prover cargo público efetivo de professor, hipótese em que
cumulará a remuneração e os proventos.
c) Caso conte com mais de 75 (setenta e cinco) anos, João não poderá ocupar cargo de livre nomeação ou
exoneração na mesma autarquia.
d) João poderá cumular o seu benefício previdenciário com salário caso passe a ser empregado de sociedade de
economia mista, hipótese em que não se aplicarão as regras de controle relativas a cumulação entre remuneração
e proventos.
e) Caso João passe a receber remuneração em função do exercício de cargo de confiança e a contribuir para o
sistema próprio de previdência, ele poderá utilizar as novas contribuições vertidas em favor do sistema para
majorar o seu benefício.
a) A remuneração de servidores públicos organizados em carreira deverá ser realizada por subsídio.
b) A Constituição Federal não veda que servidores que sejam remunerados por subsídio fixado em parcela única
recebam benefício de natureza comprovadamente indenizatória.
c) Fica estendida aos servidores públicos a proteção da relação estatutária contra a despedida arbitrária ou sem
justa causa, nos termos da legislação, que preverá indenização compensatória.
d) Lei de cada ente federativo deverá estabelecer uma relação entre a maior e a menor remuneração recebida
entre os servidores públicos, a fim de viabilizar o controle de gastos com pessoal.
e) Os vencimentos dos cargos do Poder Judiciário poderão ser superiores aos cargos da mesma natureza pagos
pelo Poder Executivo.
a) não poderia ter sido considerado estável, pois a estabilidade apenas se adquire após 5 (cinco) anos de efetivo
exercício no serviço público.
c) ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, caso extinto o cargo, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.
d) não poderá perder seu cargo em virtude de processo administrativo, ainda que lhe seja assegurada ampla
defesa.
e) adquiriu a estabilidade automaticamente ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício, pois tal garantia
independe de avaliação especial de desempenho.
a) a investidura em cargo, cargo em comissão, emprego público ou emprego público em comissão depende de
aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei.
b) o prazo de validade do concurso público para investidura em função pública será de até dois anos, prorrogável
por iguais e sucessivos períodos, até o limite de cinco anos.
c) durante o prazo prorrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas
ou de provas e títulos poderá ser convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir o cargo ou
emprego, na carreira.
d) a investidura em cargo ou emprego em comissão poderá ser autorizada em níveis não iniciais de carreira,
mediante justificativa que comprove a necessidade da medida, considerando a complexidade das atribuições e a
prévia experiência do candidato no Poder Público.
e) o ingresso em carreira pública será em nível inicial, mediante concurso público de provas e títulos, observando-
se a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.
b) se eleito para o mandato de Prefeito, será afastado do seu cargo, mas terá a faculdade de optar pela sua
remuneração.
c) se eleito para o mandato de Vereador, perderá as vantagens de seu cargo, mas sem prejuízo da remuneração
do cargo eletivo.
d) ao pedir o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.
e) poderá acumular as vantagens do seu cargo com a remuneração do cargo eletivo, em se tratando de mandato
estadual ou municipal.
a) Somente por lei específica a poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, que poderão criar subsidiárias, independentemente de autorização
legislativa.
b) A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
c) Os atos de improbidade administrativa importarão a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
d) A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
causem prejuízos ao erário, incluídas as respectivas ações de ressarcimento.
Gabarito
8. Certo 30. D
9. Errado 31. B
18. Certo
19. Certo
20. Errado
21. Certo
22. Certo
Resumo direcionado
1. Princípios expressos
L Legalidade
Princípios I Impessoalidade
Expressos
M Moralidade
Aplicáveis a: P Publicidade
- Administração direta e indireta
- Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
E Eficiência
- União, Estados, DF, Municípios
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação
e exoneração (natureza “ad nutum”). Ressalte-se que mesmo os cargos em comissão são estatutários, muito
embora seu regime de previdência seja o regime geral aplicável aos empregados celetistas.
Concurso público
Efetivo Estabilidade
Estatutários
Cargo público
Livre nomeação e
exoneração
Em comissão
Estatutários, mas
vinculados ao RGPS
3. Concurso público
• Nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em
critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II).
• Contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público (CF, art. 37, IX).
• (...)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência
e definirá os critérios de sua admissão;
Função de confiança
Retorn
o de
Chefia despes
as aos Qualquer pessoa (lei estabelecerá %
limites mínimo para servidores de carreira)
Assessoramento
Cargo em Nomeação e exoneração
comissão
5. Teto remuneratório
Federal Executivo, Legislativo e Judiciário Subsídio dos Ministros do STF (teto único)
Subsídio do Prefeito
Municipal Executivo e Legislativo
(teto único)
professor + professor
Cargos públicos,
professor + cargo técnico ou científico
exceto...
Proventos de
aposentadoria
e Cargos eletivos
remuneração de cargo
ativo, exceto...
Cargos em comissão
Também é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de previdência,
ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição.
7. Administração indireta
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação;
8. Licitação pública
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
9. Improbidade Administrativa
ressarcimento ao erário
O agente somente será responsabilizado se for comprovado que ele atuou com dolo ou culpa, ou seja, a
responsabilidade do agente é subjetiva, na modalidade culpa comum.
PJ de direito
público responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o
PJ de direito privado responsável nos casos de dolo ou culpa.
prestadoras de
serviços públicos
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O servidor público eleito para o cargo de vereador está no melhor dos mundos:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
No regime próprio são previstas três diferentes modalidades de aposentadoria (CF, art. 40, §1º):
Atualmente, pode-se dizer que a aposentadoria compulsória aos 75 anos vale para todo o funcionalismo
público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Para fazer jus à aposentadoria voluntária, o servidor deverá preencher as seguintes condições (CF, art. 40, §1º, III):
Ø No âmbito da União:
Há possibilidade de o servidor auferir proventos de aposentadoria superiores ao teto do RGPS. Para tanto, ele terá
que aderir a um regime de previdência complementar, pagando as respectivas contribuições. É o mesmo sistema,
portanto, que sempre foi adotado para os trabalhadores sujeitos ao regime geral.
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo
Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo
efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor
das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
No caso de professor ou professora que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio, o limite de idade será reduzido em 5 anos para a concessão
de aposentadoria voluntária por idade.
É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade
gestora desse regime em cada ente federativo (CF, art. 40, § 20). E está vedada a instituição de novos regimes
próprios de previdência social (CF, art. 40, § 22).
16. Estabilidade
Pode-se dizer que estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao
servidor que preencha os seguintes requisitos:
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Referências
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 28ª ed. São Paulo: Método, 2020.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/governanca/avaliacao-de-politicas