Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Documento 14
Documento 14
Mulheres no Haiti
Poções BA
2024
Abraão Oliveira e Marco Antônio
Mulheres no Haiti
2024
O Haiti, nos dias atuais, é o país mais pobre da América Latina. Isso se deve a
inúmeros motivos, desde a sua colonização e diversas ditaduras que existiram no
país. O Haiti, um país que sofre muito com a pobreza, vem enfrentando também
problemas de violência e corrupção, com tantos problemas principalmente de
violência, grande parte disso acaba sendo destinado às mulheres, assim vivenciado
mais brutalidade em um país no qual a vida não é muito fácil.
Alguns tipos de violência na qual mulheres haitianas convivem cotidianamente são
a doméstica e a violência sexual, sendo elas também as responsáveis por
manterem a família e criar os seus filhos sozinhas, neste país cujas taxas de
natalidade e a mortalidade materna são muito elevadas, com o acesso a saúde e
métodos contracetivos sendo praticamente inexistente.
Segundo pesquisas, 40% das famílias haitianas são sustentadas por mulheres, em
uma cultura onde os homens podem se casar à vontade com diversas mulheres,
não assumindo, na grande maioria das vezes, a responsabilidade pelo cuidado de
seus filhos. Dessa forma tudo recai sobre as costas das mulheres haitianas o
cuidado com as crianças, já que o Estado por sua vez também não garante
condições mínimas como o direito a creches. A falta de acesso à educação é um
dos principais problemas enfrentados por elas, cerca de 60% das mulheres haitiana
são analfabetas, assim como grande parte dos homens.
Sendo conhecidas como “Madam Sara”, diversas mulheres do Haiti saem de suas
casas de madrugada carregando em suas cabeças bacias de alimentos, então
caminham um longo trecho e trabalham extensas horas, para assim ganharem
menos de 2 dólares. Porém são elas que acabam movimentando o comércio de
alimentos e outros bens nas ruas, constituindo desta forma a espinha dorsal de uma
economia arrasada por anos de exploração imperialista.
Outro fato triste dessas mulheres é que muitas vezes devido a situação de extrema
pobreza acabam tendo que recorrer a prostituição como a única forma de garantir
algum alimento para seus familiares e de seu próprio sustento. Segundo uma
reportagem divulgada pelo jornal Estado de São Paulo, as tropas militares da ONU
trocaram assistência, alimentos e remédios por sexo, num caso que envolve cerca
de 230 mulheres e faz parte de um relatório interno da auditoria da ONU, apontando
que cerca de um terço desses casos envolvem menores de idade.
No Haiti foi aprovado uma emenda à constituição, para garantir ao menos 30% das
mulheres ocupassem postos seletivos e designados em âmbito nacional, algo que
foi uma grande evolução para o Haiti, já que em 2010, segundo a União
Interparlamentar, o Haiti foi um dos países com menos participação de mulheres na
política e nos processos de tomada de decisão. Porém o parlamento haitiano possui
apenas cinco mulheres e uma no senado, assim não cobrindo os 30% mínimos da
cota.
Com poucas presenças das mulheres na política do Haiti fica difícil ser atendido os
direitos e necessidades das haitianas, um grande exemplo de problema que nunca
foi resolvido é o assédio sexual, que não é explicitamente proibido. A organização
feminista do Haiti vem sempre buscando com o governo leis adequadas que
possam punir estes crimes contra as mulheres e meninas do Haiti, algo que viria
com as mulheres com presença na política, tendo assim instrumentos para
promover no país os direitos femininos na sociedade.
Bibliografia
https://www.metropoles.com/brasil/onu-alerta-que-mulheres-sofrem-violencia-sem-
precedentes-no-haiti
https://www.mulheressocialistas.org.br/mulheres-haitianas-ainda-lutam-por-espaco-politico/
https://www.opendemocracy.net/pt/haiti-feminismo-trans-mulheres/
https://www.esquerdadiario.com.br/A-dura-realidade-das-mulheres-no-Haiti