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Unidade 1 - Direito Tributario e Trabalhista
Unidade 1 - Direito Tributario e Trabalhista
Unidade 1 - Direito Tributario e Trabalhista
Trabalhista
Material Teórico
Conhecendo o Direito Tributário e os Tributos
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Conhecendo o Direito Tributário
e os Tributos
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer o Direito Tributário, seu conceito e os princípios que
permitem seu emprego e interpretação. Iremos saber quais são as
espécies de tributos e como eles são fundamentais para manter o
papel do Estado na satisfação do interesse público.
· Conhecer a forma pela qual os tributos são calculados, estudando as
hipóteses legais de criação e de aplicação. Esses conhecimentos são
fundamentais para uma compreensão detalhada do Direito Tributário.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Conhecendo o Direito Tributário e os Tributos
Diante desse conceito, podemos dizer que o Direito Tributário possui as seguintes
características:
• Ramo do Direito Público;
• Relação jurídica: Estado X Particulares;
• Receitas que correspondam ao conceito de tributo – Art. 3° do CTN.
Tributo
O principal objeto do Direito Tributário é o “tributo”. Vamos conhecê-lo melhor,
utilizando, para isso, o disposto no Artigo 3º do Código Tributário Nacional – CTN:
1 SOUZA, Rubens Gomes de. Espécies Tributárias - “Compêndio de Legislação Tributária”. 2ªed. Rio de Janeiro:
Edições Financeiras S. A., 1954. p. 13-4.
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[...] é toda prestação pecuniária [...]
Diante de nossa Legislação, o tributo é uma prestação de valor monetário, não
existindo em nosso ordenamento jurídico outra forma de sua satisfação (via de
regra), como por exemplo, em serviços.
(...)
Podemos dizer, por exemplo, que uma multa de trânsito, não é tributo, pois tem
origem numa conduta administrativa ilícita (ilícito administrativo).
2 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Obrigações (Parte Geral). São Paulo: Saraiva, 2008. p. 99.
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UNIDADE Conhecendo o Direito Tributário e os Tributos
Princípios Tributários
De modo geral, para o Direito, princípios são enunciados normativos, cuja
principal função é ser orientador da compressão da norma jurídica.
Assim, o Direito Tributário possui uma série de Princípios que são fundamentais
para esse importantíssimo Ramo do Direito.
Princípio da Legalidade
Por esse princípio, existe a necessária autorização do Poder Legislativo, por inter-
médio da Lei, para que o Estado possa criar, majorar, reduzir ou extinguir um tributo.
A Lei tem por incumbência definir todos os aspectos relevantes para que se
possa cobrar o tributo.
Em razão disso, a Lei deverá definir, de modo taxativo e completo, as situações
tributáveis, cuja ocorrência será necessária e suficiente para fazer surgir a obrigação
tributária, bem como a mesma Lei deverá indicar os critérios de sua quantificação.
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Princípio da Anterioridade
Esse princípio é fundamental, sobretudo, para garantir a segurança jurídica
dentro do país, vez que, em razão dele, somente se pode exigir um tributo ou
mesmo aumentá-lo quando a Lei que o criou ou o majorou tenha o início de
sua vigência em um exercício financeiro, mas sua cobrança somente se inicia no
exercício financeiro seguinte.
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
(...)
Princípio da Irretroatividade
Nas palavras de Hugo de Brito Machado3: “[...] irretroatividade quer dizer que a
lei há de ser anterior ao fato gerador do tributo por ela criado, ou majorado”.
Os efeitos da Lei Tributária são projetados para o futuro. Por essa razão, na
apuração do crédito tributário, sempre deve ser utilizada a Lei em vigor no momento
em que surge a obrigação tributária.
Princípio da Isonomia
O princípio da isonomia pode ser denominado, também, como princípio da
igualdade, tendo por objetivo propiciar um tratamento justo para os cidadãos.
A principal questão que envolve esta diferenciação, sem dúvida, pode ser
encontrada nas questões que se referem ao tratamento igualitário.
Isso não significa que essa igualdade possa ser vista de forma uniforme, mas, sim,
de forma a gerar efetivamente equilíbrio diante das diferentes qualidades pessoais
dos contribuintes, como muito bem se expressa Roque Carazza4:
[...] isto, não significa, por óbvio, que as leis tributárias devem tratar todas
as pessoas da mesma maneira, mas, tão somente, que precisam dispensar
o mesmo tratamento jurídico às que se encontrem em situações idênticas.
3 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 13.ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 29.
4 CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 28.ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
p. 477.
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UNIDADE Conhecendo o Direito Tributário e os Tributos
(...)
Obrigação Tributária
Obrigação é a relação jurídica que se estabelece entre um sujeito ativo (credor),
que pode exigir de um determinado sujeito passivo (devedor) uma prestação de
caráter patrimonial (objeto) em virtude de uma causa que pode ser a vontade da
parte (ex voluntate) ou a vontade da lei (ex-lege)5.
5 FABRETTI, Láudio Camargo. Código Tributário Nacional Comentado. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2005. p.148.
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Fato Gerador
Fato Gerador trata-se da incidência, no mundo real, do fato descrito na norma
hipotética (Lei), fazendo surgir a obrigação tributária:
CTN
Sujeito Ativo
O Sujeito Ativo, via de regra, é aquele que cria o tributo, podendo exigir seu
cumprimento.
CTN
Sujeito Passivo
O Sujeito Passivo é aquele que promove o fato gerador descrito na norma (Lei),
fazendo surgir a obrigação de pagar tributo.
6 MACHADO, Hugo de Brito. Fato gerador da obrigação acessória. Revista Dialética de Direito Tributário, São
Paulo, nº 96, p. 29, set. 2003.
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UNIDADE Conhecendo o Direito Tributário e os Tributos
Base de Cálculo
A Base de cálculo irá fornecer o critério para se definir o quantum (valor) da
obrigação tributário.
Alíquota
A alíquota, definida em percentual, incidindo sobra a base de cálculo irá definir
o quantum da obrigação tributária a ser pago pelo sujeito passivo.
Lançamento Tributário
A obrigação tributária, como visto, surge quando se pratica o comportamento
previsto na hipótese de incidência tributária (Lei). O quantum da obrigação será
definido diante de uma equação, que leve em conta a base de cálculo e a alíquota
a ser empregada.
Com o surgimento da obrigação tributária, seu devedor deverá solvê-la e, por via
de consequência, será gerado crédito tributário a determinado sujeito ativo.
7 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 11.ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 264.
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Quanto ao “Lançamento”, para Luciano Amaro8
A ocorrência do fato gerador dá nascimento à obrigação tributária. Em
diversas situações, porém, embora ocorrido o fato gerador, a lei tributária
não requer do sujeito passivo nenhum pagamento se e enquanto não
houver, por parte do sujeito ativo, a prática de um específico ato jurídico,
que se reflete num escrito formal (isto é, um documento escrito, na forma
prevista em lei), do qual se deve dar ciência ao sujeito passivo, a fim de
que este fique adstrito a, no prazo assinalado (no próprio documento ou
em lei), satisfazer o direito do credor, sob pena de serem desencadeados
os procedimentos tendentes à cobrança via constrição judicial.
Espécies Tributárias
A Constituição Federal, em seu Artigo 145, delimita três espécies de tributos:
impostos, taxas e contribuições de melhoria. Não obstante, a própria Constituição
prevê outras espécies, como a cobrança de empréstimos compulsórios, de compe-
tência legislativa exclusiva da União (Artigo 148 CF):
Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
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UNIDADE Conhecendo o Direito Tributário e os Tributos
Impostos
Trata-se de um tributo não vinculado, ou seja, não existe a ideia de uma específica
contraprestação estatal para que exista a obrigação tributária:
CTN
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
Taxas
Estamos diante de uma espécie tributária, diferentemente do imposto, que exige
a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Com relação à taxa de serviço, como se nota, poderá ser oriunda de um serviço,
cuja prestação pode ser efetiva ou potencial:
• Efetiva: quando o contribuinte de fato utiliza o serviço público;
• Potencial: mesmo não sendo de fato utilizado pelo contribuinte, é compulso-
riamente colocado à sua disposição.
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Além disso, o serviço pode ser:
• Serviço específico: o contribuinte sabe efetivamente por qual motivo está
pagando o serviço. Exemplo: fornecimento de energia elétrica;
• Serviço divisível: quando pode ser utilizado separadamente, individualmente,
por cada contribuinte. É possível se apurar individualmente quanto cada
contribuinte utiliza esse serviço. Exemplo: serviço de coleta de esgoto.
São exemplos:
• Taxa de Inspeção Sanitária: exigidas para verificação do órgão de saúde
pública de determinado município, para constatar que certo restaurante, bar
ou congênere cumpre as normas específicas para o exercício da atividade a
que se destinam;
• Taxa de Alvará: exigida pela municipalidade, para autorizar que determinado
estabelecimento comercial possa exercer suas atividades, pois cumpre as
normas locais.
Contribuição de Melhoria
Esta espécie tributária está vinculada à realização de uma obra pública que gera
valorização de imóvel privado, tendo como base de cálculo o total da despesa para
a realização da obra e o quantum foi valorizado o imóvel.
CF
(...)
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UNIDADE Conhecendo o Direito Tributário e os Tributos
Empréstimo Compulsório
Como espécie tributaria, o Empréstimo Compulsório terá como fato gerador a
ocorrência das hipóteses de incidência tributária descritas em uma Lei Complementar
que o instituir.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
O Tributo e suas Espécies
https://goo.gl/aTTH6A
Natureza Jurídica de Tributo
https://goo.gl/37LJbw
Constituição Federal de 1988
https://goo.gl/zaRrL
Obrigação Tributária e seus Aspectos Legais
https://goo.gl/v3usm3
Classificação dos Tributos em Espécie
https://goo.gl/jNqSTX
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UNIDADE Conhecendo o Direito Tributário e os Tributos
Referências
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 11.ed. São Paulo Saraiva, 2005.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Obrigações (Parte Geral). São Paulo:
Saraiva, 2008.
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