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W. Psicolinguistica-1
W. Psicolinguistica-1
Capitulo I: Introdução
A pesquisa sustenta a necessidade de reforçar a ideia de que a formação de leitores tem como
finalidade aproximar os alunos dos livros, oferecendo-lhes recursos para que possam interpretar e
compreender os textos lidos; ampliar a capacidade expressiva através de actividades literárias e
artísticas em que possam manifestar sentimentos e opiniões e desenvolver a capacidade crítica
estimulando-os a reflexão sobre o que lêem, confrontando diferentes pontos de vista,
principalmente quando estiverem envolvidos temas polémicos que expressem anseios e
preocupações da comunidade em que estão inseridos.
O presente trabalho está dividido em quatro partes, sendo na parte introdutória fez-se a
contextualização do tema em estudo e os objectivos. Na segunda parte estão desenvolvidos os
conteúdos que dizem respeito ao tema em estudo. Na terceira apresenta-se a conclusão e a ultima
parte, as referências bibliográficas onde são arroladas todas obras consultadas pelo autor do
trabalho.
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1.2. Objectivos
O trabalho foi norteado por um (1) objectivo geral, e três (03) objectivos específicos.
1.3. Metodologia
Definir “ler” não é fácil, as definições para o ato de ler têm sido alvo de muitas discussões,
perspetivas e teorias. Para Morais (1997), citado em Carvalho (2011),” ler é uma arte, pois tal
como todas as artes cognitivas, uma vez dominada é simples, é imediata e não exige um esforço
aparente; os leitores utilizam a arte de ler sem conhecerem conscientemente nem os meios nem os
processos “( p.23).
Segundo Carvalho (2011), ler é uma atividade complexa, que não pode ser definida de forma
simples, ou recorrendo apenas a um tipo de operações mentais. Ler implica a coordenação de
competências gerais (atenção, memória, conhecimentos gerais), e de competências específicas em
relação ao tratamento da informação escrita. A especificidade da leitura é a capacidade de
reconhecimento das palavras escritas, identificando a sua ortografia e associando-a ao significado
e pronúncia.
Este tipo de leitura ocorre em situações em que se pretende localizar, uma ou mais informações
precisas, etiquetar e classificar informação, por exemplo, quando num jornal se procuram
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informações referentes ao local e horário de um determinado filme. Este tipo de leitura incita a
utilização de critérios de ordenação de várias ordens, alfabéticos, temáticos e numéricos.
O modelo da clareza cognitiva, que data de 1967, é proposto por J. Downing numa abordagem
integrativa que considera, simultaneamente, o desenvolvimento da compreensão das finalidades e
das funções da leitura, e das características da linguagem falada que são representadas pelos
signos escritos. Segundo Viana & Teixeira (2002), sintetizam o modelo de Downing referindo
que, para a aprendizagem de qualquer competência existem três fases: a primeira denominada
pela fase cognitiva, caracterizada pela construção de uma representação global da tarefa e os
meios necessários para os atingir; a segunda é a fase de domínio, é uma fase de treino e
aperfeiçoamento das operações básicas que envolvem a tarefa; e a terceira e última fase é a da
automatização, em que o treino leva a uma sobre aprendizagem.
Para se tornar um leitor é necessário passar pelas três fases mencionadas anteriormente. Numa
perspetiva cognitiva, a leitura é considerada como uma competência na qual interagem um
conjunto de processos psicológicos de diferentes níveis que, começando, por um estímulo visual,
permitem, através de uma atuação global e coordenada alcançar a compreensão do texto.
Esta perspetiva, representada por Ferreiro e Teberosky (1984), baseia-se na teoria geral dos
processos de conhecimento de Piaget. Estas autoras, partiram de um dos postulados básicos da
teoria piagetiana - o sujeito é o construtor activo do conhecimento – e vieram a demonstrar que as
crianças começam a aquisição da linguagem escrita muito antes de entrarem para a escola. Viana
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& Teixeira (2002), consideram que as atividades de pré-leitura e leitura supõem uma interação
entre o sujeito que pensa (e formula hipóteses) e o objeto de conhecimento (neste caso a leitura),
sob a forma de um conflito a ser resolvido, e cuja resolução requer raciocínio. A lógica
subjacente é idêntica à da teoria piagetiana, na qual a dinâmica do funcionamento e evolução
intelectual, se baseia na interpretação da realidade externa em função de um qualquer esquema de
significados presentes no sistema cognitivo do sujeito (assimilação), e que, ao mesmo tempo, vai
adaptando esse sistema em função dos desafios que o mundo dos objetos lhe coloca
(acomodação).
Assim para Ferreiro & Teberosky (1984), "os estímulos não atuam diretamente mas são
transformados pelos sistemas de assimilação do sujeito: neste ato de transformação o sujeito
interpreta o estímulo (o objecto em termos gerais), e é somente em consequência dessa
interpretação que a conduta do sujeito se torna compreensível" (p. 27)
Do ponto de vista pedagógico, Silva (2003) refere que este modelo defende que a aquisição da
leitura implica a interligação de três dimensões de aprendizagem. Em primeiro lugar, a
aprendizagem requer a integração das crianças no universo das práticas culturais à volta do objeto
escrito e das suas utilizações num processo de aculturação. Em segundo lugar, a aprendizagem é
vista como uma aquisição social. Em terceiro lugar, aprender a ler requer compreender a natureza
do código escrito e da atividade de leitura, e nessa medida é uma aquisição conceptual.
No século passado, muitos educadores consideraram que o ensino formal da leituratinha início na
primeira série do Ensino Fundamental, fase esta em que a Educação enfantil já preparou o aluno
para a futura escolaridade. Hoje, porém, o enfoque denominado leitura emergente, valoriza as
actividades típicasda noção de preparação como, por exemplo, o desenvolvimento das funções
básicas. Talenfoque supõe que a aprendizagem da leitura não tem uma sequência definitiva,
assimcomo não possui um ponto real de partida (Alliende & Condemarín, 2005).
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Alliende & Condemarín (2005) afirmam que é importante envolver as crianças, desdecedo, em
um ambiente letrado, oportunizando à criança a possibilidade de abstrair alinguagem escrita de
seu contexto.
Alliende & Condemarín (2005) consideram que a utilização de textos autênticos da salade aula e
do ambiente próximo, estimula sensivelmente a habilidade natural das criançasde formular
perguntas relacionadas ao mundo que a cerca. Sendo assim, é recomendávelo uso de catálogos,
cartazes, anúncios comerciais, receitas, embalagens, cartas, entreoutros.Importante frisar que os
alunos precisam de um espaço para a selecção de suas leituras,considerando suas necessidades,
interesses pessoais e o nível de leitura.
Além disso,eles devem dispor de um horário onde possam realizar suas leituras sem
sereminterrompidos.Betts apud Alliende & Condemarín (2005) classifica a competência na
leitura do alunoem três níveis, com seus correspondentes critérios:
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Além disso, muitos consideram como sendo ao mesmo tempo sua obrigação e seu prazer “fazer
ler” seus filhos, à noite, em casa. Paralelamente, é preciso reconhecer que os docentes que tentam
transformar suas práticas às vezes não têm segurança e hesitam ao enfrentarem o que eles vivem
primeiramente como sendo as críticas dos pais, adoptando posturas tensas ou defensivas. Jolibert
et al. (1994) instruem que muito significativo que os pais leiam histórias para seus filhos ou
folheiem com eles um álbum de literatura infantil, levando-os a dizerem oque imaginam que irá
acontecer na página seguinte depois de virada.
No que diz respeito aos factores que inibem o desenvolvimento dos interesses de leitura,
Bamberger (1987) destaca que os factores que quase não se podem influenciar, como a
inteligência e o status social, não são considerados. A ênfase recai, especialmente,
a problemas cuja responsabilidade cabe a seres humanos, capazes de limitar odesenvolvimento na
tural e dificultar ou tornar ineficazes medidas destinadas a desenvolver o interesse pela leitura.
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Dessa forma, é preciso evitar qualquer influência que atalhe o desenvolvimento natural da leitura,
como suas motivações e interesses, atentando para alguns pontos relevantes, tais como:
As crianças não são “adultos em miniatura” e, por isso mesmo, as motivações baseadas na razão
são quase todas ineficazes. Entretanto, não se leva em consideração, muitas vezes, a
predominância do “impulso para brincar” nos primeiros anos de escola. Aqui se cometem erros
principalmente pela ênfase excessiva dada aos exercícios de habilidade na leitura.
Quanto aos métodos para determinar interesses individuais de leitura, Bamberger (1987)sugere:
Uma outra forma possível de se ler uma palavra é utilizando um procedimento fonético indireto.
As pessoas podem adquirir o acesso lexical a um estímulo impresso usando regras de conversão
grafema-fonema. A via indireta torna a compreensão da leitura dependente da compreensão da
língua falada e, ao mesmo tempo, possibilita que as pessoas sejam capazes de ler palavras que
nunca tinham visto impressas antes. De fato, acessar o significado através da via fonética
envolve os três seguintes principais passos (Ellis, 1984):
Capítulo V: Conclusões
Com a realização deste trabalho de pesquisa percebe-se que a leitura assume um papel decisivo
na aprendizagem e no sucesso escolar e profissional de qualquer indivíduo. Importa, por isso,
conhecer as teorias de aprendizagem, os modelos de processamento da leitura, os diferentes
métodos de leitura e por último, como é que métodos específicos influenciam o desenvolvimento
das competências de leitura. Para a aprendizagem de qualquer competência existem três fases: a
primeira denominada pela fase cognitiva, caracterizada pela construção de uma representação
global da tarefa e os meios necessários para os atingir; a segunda é a fase de domínio, é uma fase
de treino e aperfeiçoamento das operações básicas que envolvem a tarefa; e a terceira e última
fase é a da automatização, em que o treino leva a uma sobre aprendizagem.
Para se tornar um leitor é necessário passar pelas três fases mencionadas anteriormente. Numa
perspetiva cognitiva, a leitura é considerada como uma competência na qual interagem um
conjunto de processos psicológicos de diferentes níveis que, começando, por um estímulo visual,
permitem, através de uma atuação global e coordenada alcançar a compreensão do texto.
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Referencias Bibliográficas
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report of the Commission on Reading. Washington, DC: National Academy of Education,
Commission on Education and Public Policy.
Barros, M. A. (1998). A avaliação de leitura como chave para a intervenção pedagógica. Lisboa:
Escola Superior de Educação de Lisboa.
Bártolo, V. (2000). Estudo da motivação para a leitura em alunos do ensino básico. Braga:
Instituto de Educação e Psicologia (Tese de Mestrado).
Campagnolo, H. (1979). João de Deus – Pedagogo Moderno. Lisboa: Museu João de Deus.
Estanqueiro, A. (1990). Aprender a estudar - um guia para o sucesso na escola. Porto: Texto
Editora.
Ferreiro, E. & Teberosky, A. (1984). Psicogénese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas.
Ribeiro, M. F. A. (2005). Ler bem para aprender melhor: um estudo exploratório de intervenção
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Rosa, J. (1989). Paired Reading: a parents involvement project in the development of reading.
Tese de Mestrado, Instituto Superior de psicologia Aplicada, Lisboa.