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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Teorias de Desenvolvimento da Leitura

Joana Faria Agostinho, Código:708210758

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Psicolinguística
Ano de frequência: 4o ano; Turma: Q
Docente: dr.

Quelimane, Maio de 2024


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problema)
Introdução  Descrição dos
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objectivos
 Metodologia adequada
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ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
Índice
Capitulo I: Introdução.......................................................................................................................3
1.2. Objectivos..................................................................................................................................4
1.2.1. Objectivo Geral......................................................................................................................4
1.2.2. Objectivos Específicos...........................................................................................................4
1.3. Metodologia...............................................................................................................................4
Capítulo II: Teorias de Desenvolvimento da Leitura.......................................................................5
2.1. Leitura: sua Conceptualização, Componentes e Aprendizagem...............................................5
2.2. Teorias/ Perspetiva sobre a aprendizagem da Leitura...............................................................5
2.2.1. A Teoria da Clareza Cognitiva...............................................................................................6
2.2.2. A perspetiva psicogenética.....................................................................................................6
2.2.3. A perspetiva cognitiva e cultural............................................................................................7
2.2.4. Principais aspectos do desenvolvimento da leitura................................................................7
2.3. Objectivos e Factores que Influenciam o Desenvolvimento da Leitura....................................8
2.3.1. Factores que Inibem o Desenvolvimento da Leitura..............................................................9
2.3.2. Métodos para despertar o interesse na leitura.......................................................................10
2.3.3.Observação Individual e Discussão em Todas as Oportunidades.........................................10
2.3.4.Notas Sobre o Curso Individual da Leitura...........................................................................10
2.3.5.Estudos Sobre a Recepção e/ou a Influência da Leitura........................................................10
2.4. O modelo teórico da dupla via.................................................................................................11
2.4.1. Via visual:.............................................................................................................................11
2.4.2. Via fonética..........................................................................................................................11
Capítulo V: Conclusões..................................................................................................................12
Referencias Bibliográficas..............................................................................................................13
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Capitulo I: Introdução

Este trabalho possui como tema‘’Teorias de Desenvolvimento da Leitura’’,considerando que a


leitura revelasse como uma condição essencial para que o cidadão participe efectivamente da
construção de uma sociedade mais justa, igualitária, crítica e solidária. Em sua delimitação, a
pesquisa discorre sobre a leitura nas séries iniciais. A realidade mostra que muitos leitores não se
interessarem pela leitura nas séries finais, comprometendo, assim, sua escrita ortográfica,
argumentação e vocabulário.

A pesquisa sustenta a necessidade de reforçar a ideia de que a formação de leitores tem como
finalidade aproximar os alunos dos livros, oferecendo-lhes recursos para que possam interpretar e
compreender os textos lidos; ampliar a capacidade expressiva através de actividades literárias e
artísticas em que possam manifestar sentimentos e opiniões e desenvolver a capacidade crítica
estimulando-os a reflexão sobre o que lêem, confrontando diferentes pontos de vista,
principalmente quando estiverem envolvidos temas polémicos que expressem anseios e
preocupações da comunidade em que estão inseridos.

O presente trabalho está dividido em quatro partes, sendo na parte introdutória fez-se a
contextualização do tema em estudo e os objectivos. Na segunda parte estão desenvolvidos os
conteúdos que dizem respeito ao tema em estudo. Na terceira apresenta-se a conclusão e a ultima
parte, as referências bibliográficas onde são arroladas todas obras consultadas pelo autor do
trabalho.
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1.2. Objectivos

O trabalho foi norteado por um (1) objectivo geral, e três (03) objectivos específicos.

1.2.1. Objectivo Geral

 Analisar as teorias de desenvolvimento da leitura.

1.2.2. Objectivos Específicos

 Mencionar as teorias de desenvolvimento da leitura;


 Descrever as teorias de desenvolvimento da leitura;
 Reconhecer a importância da leitura em sala de aula para desenvolver nas crianças o gosto
pela leitura.

1.3. Metodologia

A metodologia adoptada para a realização dste trabalho de campo, consta de amplo


levantamento bibliográfico, com consultas a materiais como livros, artigos e textos com
informações consideradas relevantes para a composição do trabalho.
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Capítulo II: Teorias de Desenvolvimento da Leitura


2.1. Leitura: sua Conceptualização, Componentes e Aprendizagem

Definir “ler” não é fácil, as definições para o ato de ler têm sido alvo de muitas discussões,
perspetivas e teorias. Para Morais (1997), citado em Carvalho (2011),” ler é uma arte, pois tal
como todas as artes cognitivas, uma vez dominada é simples, é imediata e não exige um esforço
aparente; os leitores utilizam a arte de ler sem conhecerem conscientemente nem os meios nem os
processos “( p.23).

Segundo Carvalho (2011), ler é uma atividade complexa, que não pode ser definida de forma
simples, ou recorrendo apenas a um tipo de operações mentais. Ler implica a coordenação de
competências gerais (atenção, memória, conhecimentos gerais), e de competências específicas em
relação ao tratamento da informação escrita. A especificidade da leitura é a capacidade de
reconhecimento das palavras escritas, identificando a sua ortografia e associando-a ao significado
e pronúncia.

2.2. Teorias/ Perspetiva sobre a aprendizagem da Leitura

Segundo Alves-Martins (1996), “a aprendizagem da leitura implica a descoberta das intenções


comunicativas da linguagem escrita e a descoberta do princípio alfabético do nosso sistema de
escrita por parte das crianças” (p.72). O desenvolvimento da consciência fonémica é essencial na
aprendizagem da leitura.

Alves-Martins & Niza (1998), apresentam as principais funções e objetivos da leitura. A


primeira, prende-se com a leitura realizada para obter uma informação de carácter geral. O
objetivo desta leitura é o de compreender as características principais de um tema, sem o
aprofundar, como por exemplo quando se procede à leitura de um jornal com o intuito de se
conhecer as notícias do dia. É um tipo de leitura que recorre a imagens, títulos e tipo de formato,
para antecipar o conteúdo dos textos. A segunda, aborda a leitura como fonte de informação
precisa.

Este tipo de leitura ocorre em situações em que se pretende localizar, uma ou mais informações
precisas, etiquetar e classificar informação, por exemplo, quando num jornal se procuram
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informações referentes ao local e horário de um determinado filme. Este tipo de leitura incita a
utilização de critérios de ordenação de várias ordens, alfabéticos, temáticos e numéricos.

2.2.1. A Teoria da Clareza Cognitiva

O modelo da clareza cognitiva, que data de 1967, é proposto por J. Downing numa abordagem
integrativa que considera, simultaneamente, o desenvolvimento da compreensão das finalidades e
das funções da leitura, e das características da linguagem falada que são representadas pelos
signos escritos. Segundo Viana & Teixeira (2002), sintetizam o modelo de Downing referindo
que, para a aprendizagem de qualquer competência existem três fases: a primeira denominada
pela fase cognitiva, caracterizada pela construção de uma representação global da tarefa e os
meios necessários para os atingir; a segunda é a fase de domínio, é uma fase de treino e
aperfeiçoamento das operações básicas que envolvem a tarefa; e a terceira e última fase é a da
automatização, em que o treino leva a uma sobre aprendizagem.

Para se tornar um leitor é necessário passar pelas três fases mencionadas anteriormente. Numa
perspetiva cognitiva, a leitura é considerada como uma competência na qual interagem um
conjunto de processos psicológicos de diferentes níveis que, começando, por um estímulo visual,
permitem, através de uma atuação global e coordenada alcançar a compreensão do texto.

Na leitura intervêm, basicamente, duas importantes componentes: os processos de


reconhecimento das palavras, ou processos de baixo nível e a compreensão ou 8 processos de alto
nível. Para Citoler & Sanz, (1993a) os processos de reconhecimento são aqueles que traduzem a
letra impressa para a linguagem falada e os da compreensão têm como finalidade captar a
mensagem ou a informação que nos proporcionam os textos escritos. Ambos são fundamentais
para que o leitor atinja um nível de leitura eficaz, verificando-se uma influência recíproca entre
eles.

2.2.2. A perspetiva psicogenética

Esta perspetiva, representada por Ferreiro e Teberosky (1984), baseia-se na teoria geral dos
processos de conhecimento de Piaget. Estas autoras, partiram de um dos postulados básicos da
teoria piagetiana - o sujeito é o construtor activo do conhecimento – e vieram a demonstrar que as
crianças começam a aquisição da linguagem escrita muito antes de entrarem para a escola. Viana
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& Teixeira (2002), consideram que as atividades de pré-leitura e leitura supõem uma interação
entre o sujeito que pensa (e formula hipóteses) e o objeto de conhecimento (neste caso a leitura),
sob a forma de um conflito a ser resolvido, e cuja resolução requer raciocínio. A lógica
subjacente é idêntica à da teoria piagetiana, na qual a dinâmica do funcionamento e evolução
intelectual, se baseia na interpretação da realidade externa em função de um qualquer esquema de
significados presentes no sistema cognitivo do sujeito (assimilação), e que, ao mesmo tempo, vai
adaptando esse sistema em função dos desafios que o mundo dos objetos lhe coloca
(acomodação).

Assim para Ferreiro & Teberosky (1984), "os estímulos não atuam diretamente mas são
transformados pelos sistemas de assimilação do sujeito: neste ato de transformação o sujeito
interpreta o estímulo (o objecto em termos gerais), e é somente em consequência dessa
interpretação que a conduta do sujeito se torna compreensível" (p. 27)

2.2.3. A perspetiva cognitiva e cultural

Do ponto de vista pedagógico, Silva (2003) refere que este modelo defende que a aquisição da
leitura implica a interligação de três dimensões de aprendizagem. Em primeiro lugar, a
aprendizagem requer a integração das crianças no universo das práticas culturais à volta do objeto
escrito e das suas utilizações num processo de aculturação. Em segundo lugar, a aprendizagem é
vista como uma aquisição social. Em terceiro lugar, aprender a ler requer compreender a natureza
do código escrito e da atividade de leitura, e nessa medida é uma aquisição conceptual.

2.2.4. Principais aspectos do desenvolvimento da leitura

No século passado, muitos educadores consideraram que o ensino formal da leituratinha início na
primeira série do Ensino Fundamental, fase esta em que a Educação enfantil já preparou o aluno
para a futura escolaridade. Hoje, porém, o enfoque denominado leitura emergente, valoriza as
actividades típicasda noção de preparação como, por exemplo, o desenvolvimento das funções
básicas. Talenfoque supõe que a aprendizagem da leitura não tem uma sequência definitiva,
assimcomo não possui um ponto real de partida (Alliende & Condemarín, 2005).
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2.3. Objectivos e Factores que Influenciam o Desenvolvimento da Leitura

Alliende & Condemarín (2005) elencam as principais proposições da leitura emergente:

O conceito do letramento evolutivo é mais apropriado para descrever o quetradicionalmente se


denominou preparação para a leitura, já que a criança não seenvolve meramente como leitor, mas
como leitor/escritor.

 A leitura se desenvolve dentro do contexto das actividades da vida real;


 As crianças aprendem a linguagem escrita por meio de actividades que ocomprometem
com seu mundo;
 As crianças se tornam letradas por meio de um nível muito amplo deconhecimentos, de
disposições e de estratégias;
 Mesmo que a aquisição da leitura possa ser descrita por meios de etapas gerais,as crianças
adquirem a leitura e a escrita com diferentes ritmos e mediante umavariedade de
caminhos.

Alliende & Condemarín (2005) afirmam que é importante envolver as crianças, desdecedo, em
um ambiente letrado, oportunizando à criança a possibilidade de abstrair alinguagem escrita de
seu contexto.

Alliende & Condemarín (2005) consideram que a utilização de textos autênticos da salade aula e
do ambiente próximo, estimula sensivelmente a habilidade natural das criançasde formular
perguntas relacionadas ao mundo que a cerca. Sendo assim, é recomendávelo uso de catálogos,
cartazes, anúncios comerciais, receitas, embalagens, cartas, entreoutros.Importante frisar que os
alunos precisam de um espaço para a selecção de suas leituras,considerando suas necessidades,
interesses pessoais e o nível de leitura.

Além disso,eles devem dispor de um horário onde possam realizar suas leituras sem
sereminterrompidos.Betts apud Alliende & Condemarín (2005) classifica a competência na
leitura do alunoem três níveis, com seus correspondentes critérios:
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 Nível independente, onde a criança pode ler o material de forma independentecom


fluência, precisão e compreensão;
 Nível institucional, onde a criança pode ler o material com leitura guiada ouapoiada;
 Nível de frustração, onde a criança não está pronta para ler o material e mostraum padrão
de frustração quando tenta fazê-lo.

Na visão de Alliende & Condemarín (2005), o principal objectivo da leitura é conduzir à


compreensão da linguagem escrita, implicando um processo de pensamentomultidimensional
existente na interacção entre o leitor, o texto e o contexto. Nessadirecção, é essencial que o leitor
interligue seus conhecimentos prévios com as novasinformações fornecidas pelo texto. Para eles,
é primordial que a criança tenhaconsciência das interacções que ela faz em sua comunicação com
a linguagem escrita,assim como também é importante como ela desenvolve estratégias naturais
paratrabalhar com informações gráfica, fonética, semântica e sintáctica.Jolibert et al. (1994)
ressaltam que não é por acaso que o processo de aprendizado daleitura constitui-se dos pontos de
cristalização dessas preocupações: os pais sabemmuito bem que o domínio do ler/escrever é um
dos factores determinantes do sucesso oudo fracasso escolar.

Além disso, muitos consideram como sendo ao mesmo tempo sua obrigação e seu prazer “fazer
ler” seus filhos, à noite, em casa. Paralelamente, é preciso reconhecer que os docentes que tentam
transformar suas práticas às vezes não têm segurança e hesitam ao enfrentarem o que eles vivem
primeiramente como sendo as críticas dos pais, adoptando posturas tensas ou defensivas. Jolibert
et al. (1994) instruem que muito significativo que os pais leiam histórias para seus filhos ou
folheiem com eles um álbum de literatura infantil, levando-os a dizerem oque imaginam que irá
acontecer na página seguinte depois de virada.

2.3.1. Factores que Inibem o Desenvolvimento da Leitura

No que diz respeito aos factores que inibem o desenvolvimento dos interesses de leitura,
Bamberger (1987) destaca que os factores que quase não se podem influenciar, como a
inteligência e o status social, não são considerados. A ênfase recai, especialmente,
a problemas cuja responsabilidade cabe a seres humanos, capazes de limitar odesenvolvimento na
tural e dificultar ou tornar ineficazes medidas destinadas a desenvolver o interesse pela leitura.
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Dessa forma, é preciso evitar qualquer influência que atalhe o desenvolvimento natural da leitura,
como suas motivações e interesses, atentando para alguns pontos relevantes, tais como:

As crianças não são “adultos em miniatura” e, por isso mesmo, as motivações baseadas na razão
são quase todas ineficazes. Entretanto, não se leva em consideração, muitas vezes, a
predominância do “impulso para brincar” nos primeiros anos de escola. Aqui se cometem erros
principalmente pela ênfase excessiva dada aos exercícios de habilidade na leitura.

A ideia fundamental de que é necessário treinar especialmente aspectos isolados da técnica de


leitura pode prejudicar o desenvolvimento do interesse pela leitura.3.Os hábitos tradicionais na
metodologia do ensino da leitura na Europa Central e Meridional afastam a criança do conteúdo
do texto e, portanto, do interesse pela leitura.

2.3.2. Métodos para despertar o interesse na leitura

Quanto aos métodos para determinar interesses individuais de leitura, Bamberger (1987)sugere:

2.3.3.Observação Individual e Discussão em Todas as Oportunidades


No recreio, em passeios, mas, sobretudo, nas conversas pessoais com os estudantesisoladamente,
quando a classe está empenhada em leitura silenciosa, o professor podeinteirar-se das opiniões da
criança, do que ela procura nos livros e do que mais a atrai.

2.3.4.Notas Sobre o Curso Individual da Leitura


Faz-se uma tentativa para obter uma visão de todo o material de leitura da criança e domodo
como ela o vê. O melhor método é o “diário de leitura”, mantido pelo próprioleitor, que regista
todos os livros que lê, anotando o nome do autor, o título, a editora, onúmero de páginas,
seguidos de breve caracterização e avaliação do livro.

2.3.5.Estudos Sobre a Recepção e/ou a Influência da Leitura


Cada leitor lê de modo diferente e tira do livro especialmente aquilo que o atrai e o
quecorresponde aos seus interesses. A discussão sobre o que mais o impressionou e da
suainterpretação pode ser altamente informativa
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2.4.O modelo teórico da dupla via

A questão de como os adultos reconhecem as palavras durante a leitura é largamente debatida.


Um dos modelos mais significantes é o da dupla via (“dual route model”; Coltheart, 1978; Harris
& Coltheart, 1986; Morton & Patterson, 1980). Neste modelo, há duas possíveis formas ou vias
de ler uma palavra.

2.4.1. Via visual:

Este é um procedimento global no qual há um procedimento direto da letra impressa ao


significado. As pessoas reconhecem uma palavra como um padrão visual e aprendem uma
correspondência direta entre as letras e a representação do significado sem haver necessariamente
a intermediação de um código fonológico.

2.4.2. Via fonética:

Uma outra forma possível de se ler uma palavra é utilizando um procedimento fonético indireto.
As pessoas podem adquirir o acesso lexical a um estímulo impresso usando regras de conversão
grafema-fonema. A via indireta torna a compreensão da leitura dependente da compreensão da
língua falada e, ao mesmo tempo, possibilita que as pessoas sejam capazes de ler palavras que
nunca tinham visto impressas antes. De fato, acessar o significado através da via fonética
envolve os três seguintes principais passos (Ellis, 1984):

a) Identificar os grafemas numa palavra impressa;

b) Aplicar o conhecimento das correspondências sublexicais, como as regras grafema-fonema


para criar uma forma fonológica ou fonêmica interna;

c) Identificar o código fonêmico por meio das unidades de reconhecimento auditivo.

A questão de se a recodificação fonológica é necessária para a leitura é antiga e muito debatida e


existe uma enorme literatura neste tópico específico. Como apontado por Gough (1984), a
hipótese de recodificação fonológica é que o reconhecimento de uma palavra impressa seria
mediado pela sua forma fonológica (p. 235).
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Capítulo V: Conclusões
Com a realização deste trabalho de pesquisa percebe-se que a leitura assume um papel decisivo
na aprendizagem e no sucesso escolar e profissional de qualquer indivíduo. Importa, por isso,
conhecer as teorias de aprendizagem, os modelos de processamento da leitura, os diferentes
métodos de leitura e por último, como é que métodos específicos influenciam o desenvolvimento
das competências de leitura. Para a aprendizagem de qualquer competência existem três fases: a
primeira denominada pela fase cognitiva, caracterizada pela construção de uma representação
global da tarefa e os meios necessários para os atingir; a segunda é a fase de domínio, é uma fase
de treino e aperfeiçoamento das operações básicas que envolvem a tarefa; e a terceira e última
fase é a da automatização, em que o treino leva a uma sobre aprendizagem.
Para se tornar um leitor é necessário passar pelas três fases mencionadas anteriormente. Numa
perspetiva cognitiva, a leitura é considerada como uma competência na qual interagem um
conjunto de processos psicológicos de diferentes níveis que, começando, por um estímulo visual,
permitem, através de uma atuação global e coordenada alcançar a compreensão do texto.
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Referencias Bibliográficas

Alves-Martins, M. & Niza, I. (1998). Psicologia de aprendizagem da linguagem escrita. Lisboa:


Universidade Aberta.

Alves-Martins, M., Valente, F. (2004). Competências metalinguísticas e aprendizagem da leitura


em duas turmas do 1º ano de escolaridade com métodos de ensino diferentes. Análise
Psicológica.

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report of the Commission on Reading. Washington, DC: National Academy of Education,
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Barros, M. A. (1998). A avaliação de leitura como chave para a intervenção pedagógica. Lisboa:
Escola Superior de Educação de Lisboa.

Bártolo, V. (2000). Estudo da motivação para a leitura em alunos do ensino básico. Braga:
Instituto de Educação e Psicologia (Tese de Mestrado).

Borges, T. M. (1998). Ensinando a ler sem silabar. Campinas: Papirus Editora.

Campagnolo, H. (1979). João de Deus – Pedagogo Moderno. Lisboa: Museu João de Deus.

Estanqueiro, A. (1990). Aprender a estudar - um guia para o sucesso na escola. Porto: Texto
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Ferreiro, E. & Teberosky, A. (1984). Psicogénese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas.

Rebelo, J. A. S. (1993). Dificuldades da leitura e da escrita em alunos do ensino básico. Rio


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Ribeiro, M. F. A. (2005). Ler bem para aprender melhor: um estudo exploratório de intervenção
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Rosa, J. (1989). Paired Reading: a parents involvement project in the development of reading.
Tese de Mestrado, Instituto Superior de psicologia Aplicada, Lisboa.

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