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PWP Registos - SOL - 2023-2024
PWP Registos - SOL - 2023-2024
O SOLICITADORIA
3.º Ano
2023/2024
Escola Superior de
Comunicação, Administração e
Turismo
Parte I - Noção, âmbito e princípios de Registo
Noção de Registo
Quando falamos de registo predial esses direitos referem-se aos imóveis, no registo
comercial referem-se à atividade mercantil e ao registo de navios e no registo
automóvel referem-se aos veículos automóveis.
• No antigo direito babilónico, recorria-se aos kudurru, que eram pedras que
marcavam os prédios e nas quais se transcrevia o conteúdo do documento de
aquisição (o qual estava escrito em tábuas de argila);
• No antigo direito egípcio, havia registos feitos nos livros fundiários donde
constava a situação jurídica da propriedade;
• Desde a Época Moderna que a publicidade dos bens imóveis se tornou mais
elaborada com vista a dar segurança ao comércio jurídico.
Noção de Registo
• Hoje está em vigor o Código do Registo Predial que foi aprovado pelo
Decreto Lei n.º 224/84, de 6 de julho (este também objeto de alterações
legislativas).
Noção de Registo
a) Função económica
b) Função social
sistemas que partem da descrição dos sistemas em que o registo é organizado com
prédios sobre os quais incidem os direitos. base nas pessoas ou titulares do direitos
Resumo:
o sistema português, quanto aos efeitos da inscrição, é um sistema
declarativo mas com excepção no caso da hipoteca (em que o registo é
constitutivo); quanto à organização do registo, é um sistema de fólio ou
base real; quanto ao modo de efetuar o registo, prevalece a inscrição e
a proteção jurídica que oferece é apenas uma presunção iuris tantum
(ilidível).
Âmbito
- as alterações aos elementos da descrição que devam ser comunicadas por entidades
públicas - art. 33.º, n.º 1, art. 90.º, n.º 3 e art.º 90-A, n.º 3.
Âmbito
- art.º 92.º, n.º 1 - os factos que devam ingressar provisoriamente por natureza;
- os factos que incidam sobre direitos de algum ou alguns dos titulares da inserção de bens integrados em
herança indivisa;
- a constituição de hipoteca e o seu cancelamento, neste último se for efetuado com base em documento
de que conste o consentimento do credor;
Artigo 8.º-B
Sujeitos da obrigação de registar
1 - Salvo o disposto no n.º 3, devem promover o registo dos factos obrigatoriamente a ele sujeitos as entidades que
celebrem a escritura pública, autentiquem os documentos particulares ou reconheçam as assinaturas neles apostas ou,
quando tais entidades não intervenham, os sujeitos ativos do facto sujeito a registo.
2 - [Revogado].
3 - Estão ainda obrigados a promover o registo:
a) Os tribunais no que respeita às ações, às decisões e a outros procedimentos e providências ou atos judiciais;
b) O Ministério Público, no que respeita às apreensões em processo penal que tenha autorizado, ordenado ou validado, e
quando, em processo de inventário, for adjudicado a incapaz ou ausente em parte incerta qualquer direito sobre
imóveis;
c) Os agentes de execução, ou o oficial de justiça que realize diligências próprias do agente de execução, quanto ao
registo das penhoras, e os administradores judiciais, quanto ao registo da declaração de insolvência.
4 - [Revogado].
5 - A obrigação de pedir o registo cessa no caso de este se mostrar promovido por qualquer outra entidade que tenha
legitimidade.
Âmbito
Artigo 8.º-B
Sujeitos da obrigação de registar
ESTAMO, Participações Imobiliárias, S. A. é uma empresa de capital exclusivamente público tendo por missão a
gestão – venda, arrendamento e promoção – de ativos imobiliários não estratégicos por ela adquiridos ao
Estado e a outras entidades públicas.
Âmbito
Desta previsão decorre que apenas quando as entidades obrigadas não têm
intervenção é que a obrigação recai sobre o sujeito ativo do facto sujeito a
registo (adquirente do direito).
Âmbito
Prazo de 10 dias - art.º 3.º, n.º 1 al. a) e b), a contar da data da audiência
de julgamento (n.º 2)
- decisões finais - art. 3.º, n.º 1 al. a) e b), a contar do transito em julgado (n.º 3)
Artigo 8.º-D
Cumprimento tardio da obrigação de registar
Artigo 2.º
Factos sujeitos a registo
1 - Estão sujeitos a registo:
a) Os factos jurídicos que determinem a constituição, o reconhecimento, a aquisição ou a modificação dos direitos de
propriedade, usufruto, uso e habitação, superfície ou servidão;
b) Os factos jurídicos que determinem a constituição ou a modificação da propriedade horizontal e do direito de habitação
periódica;
c) Os factos jurídicos confirmativos de convenções anuláveis ou resolúveis que tenham por objeto os direitos mencionados na
alínea a);
d) As operações de transformação fundiária resultantes de loteamento, de estruturação de compropriedade e de
reparcelamento, bem como as respetivas alterações;
e) A mera posse;
f) A promessa de alienação ou oneração, os pactos de preferência e a disposição testamentária de preferência, se lhes tiver sido
atribuída eficácia real, bem como a cessão da posição contratual emergente desses factos;
g) A cessão de bens aos credores;
h) A hipoteca, a sua cessão ou modificação, a cessão do grau de prioridade do respetivo registo e a consignação de rendimentos;
i) A transmissão de créditos garantidos por hipoteca ou consignação de rendimentos, quando importe transmissão de garantia;
j) A afetação de imóveis ao caucionamento das reservas técnicas das companhias de seguros, bem como ao caucionamento da
responsabilidade das entidades patronais;
Princípios de Registo
Artigo 2.º
Factos sujeitos a registo
(…)
l) A locação financeira e as suas transmissões;
m) O arrendamento por mais de seis anos e as suas transmissões ou sublocações, excetuado o arrendamento rural;
n) A penhora e a declaração de insolvência;
o) O penhor, a penhora, o arresto e o arrolamento de créditos garantidos por hipoteca ou consignação de rendimentos e
quaisquer outros atos ou providências que incidam sobre os mesmos créditos;
p) A apreensão em processo penal;
q) A constituição do apanágio e as suas alterações;
r) O ónus de eventual redução das doações sujeitas a colação;
s) O ónus de casa de renda limitada ou de renda económica sobre os prédios assim classificados;
t) O ónus de pagamento das anuidades previstas nos casos de obras de fomento agrícola;
u) A renúncia à indemnização, em caso de eventual expropriação, pelo aumento do valor resultante de obras realizadas em
imóveis situados nas zonas marginais das estradas nacionais ou abrangidos por planos de melhoramentos municipais;
v) Quaisquer outras restrições ao direito de propriedade, quaisquer outros encargos e quaisquer outros factos sujeitos por lei a
registo;
x) A concessão em bens do domínio público e as suas transmissões, quando sobre o direito concedido se pretenda registar
hipoteca;
z) Os factos jurídicos que importem a extinção de direitos, ónus ou encargos registados;
aa) O título constitutivo do empreendimento turístico e suas alterações.
2 - O disposto na alínea a) do número anterior não abrange a comunicabilidade de bens resultante do regime matrimonial.
Princípios de Registo
Artigo 3.º
Ações, decisões, procedimentos e providências sujeitos a registo
a) As ações que tenham por fim, principal ou acessório, o reconhecimento, a constituição, a modificação ou a extinção de algum
dos direitos referidos no artigo anterior, bem como as ações de impugnação pauliana;
b) As ações que tenham por fim, principal ou acessório, a reforma, a declaração de nulidade ou a anulação de um registo ou do
seu cancelamento;
c) As decisões finais das ações referidas nas alíneas anteriores, logo que transitem em julgado;
d) Os procedimentos que tenham por fim o decretamento do arresto e do arrolamento, bem como de quaisquer outras
2 - [Revogado].
3 - [Revogado].
Princípios de Registo
Artigo 3.º-A
Baldios e bens imóveis do domínio público
Os terrenos baldios e os bens imóveis do domínio público são identificados no registo predial mediante a abertura da
respetiva descrição.
Princípios de Registo
2 - Excetuam-se os factos constitutivos de hipoteca cuja eficácia, entre as próprias partes, depende da realização do registo.
Princípios de Registo
Ou seja, o n.º 1 deste artigo determina que apesar de o facto estar sujeito a registo, se
não estiver registado os seus efeitos produzem-se plenamente entre as partes, mas o
n.º 2 estabelece a excepção relativamente às hipotecas já que estas apenas produzem
efeitos entre as partes se estiverem registadas, i. e., neste caso o registo é
constitutivo.
Por estas razões alguma doutrina, de que se destaca Mouteira Guerreiro, defende que
o sistema registral português é em parte declarativo e em parte constitutivo (2010:10).
Este autor assenta a sua posição no seguinte:
- o caso da hipoteca não se deve considerar como uma “excepção” no sentido técnico-jurídico, porque há
outras situações em que registo é constitutivo, como é o caso da penhora e do destaque de uma parcela para
construção nos termos consentidos pela lei do loteamento;
- o registo de hipoteca não é em si mesmo uma “excepção” dentro do sistema registral, mas antes um registo
fundamental, ou mesmo de primacial importância;
- só uma parte dos factos registáveis é que respeita às transmissões de direitos reais, por isso o argumento
tirado da lei civil de que a transmissão opera-se por mero efeito do contrato não é suficiente para dizer que o
sistema é constitutivo;
- há certos factos em que o registo, se não tem um claro efeito constitutivo do direito, assume pelo menos uma
natureza de pressuposto para o seu exercício. Será o caso do registo do loteamento da propriedade horizontal.
Princípios de Registo
Previsto no art. 5.º do CRPredial, este princípio determina que os factos sujeitos a
registo, a partir do momento em que são registados, produzem efeitos erga omnes, i.e.
são oponíveis a terceiros. O facto pode ser invocado entre as partes, ainda que não
esteja registado, porém, relativamente a terceiros só produzirá efeitos após o registo,
pois só a partir desse momento é que o facto se presume conhecido.
Artigo 5.º
Oponibilidade a terceiros
1 - Os factos sujeitos a registo só produzem efeitos contra terceiros depois da data do respetivo registo.
Corolários deste principio estão na previsão dos art. 17º, n.º 2 e art.º 122º do CRPredial e
291º do CC.
Princípios de Registo
Sendo o Registo Predial um instituto de direito privado, por princípio, não são objeto do
registo os bens que pertençam ao domínio público, com excepção das alterações
produzidas com aditado artigo 3.º A do CRPredial. Além disso, o próprio artigo citado
acolhe excepções, a saber:
Artigo 5.º
Oponibilidade a terceiros
(…)
2 - Excetuam-se do disposto no número anterior:
a) A aquisição, fundada na usucapião, dos direitos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º;
b) As servidões aparentes;
c) Os factos relativos a bens indeterminados, enquanto estes não forem devidamente especificados e determinados.
Artigo 5.º
Oponibilidade a terceiros
(…)
4 - Terceiros, para efeitos de registo, são aqueles que tenham adquirido de um autor comum direitos incompatíveis
entre si.
4. PRINCÍPIO da PRIORIDADE
Artigo 6.º
Prioridade do registo
1 - O direito inscrito em primeiro lugar prevalece sobre os que se lhe seguirem relativamente aos mesmos bens, por
ordem da data dos registos e, dentro da mesma data, pela ordem temporal das apresentações correspondentes.
2 - [Revogado].
Neste sentido se o facto sujeito a registo, que já está inscrito, for incompatível com
aquele que se pretende registar (ainda que este seja um direito constituído antes
daquele que já está registado), a inscrição exclui o acesso tabular daquele direito que
se pretende registar, como sucede nos registos de aquisição (Mouteira Guerreiro 2010:
13).
Princípios de Registo
4. PRINCÍPIO da PRIORIDADE
Naturalmente, porém, se o direito registado for compatível com aquele que se pretende registar, não
haverá exclusão de direitos mas antes uma graduação prioritária (v.g. direitos reais de garantia).
É a apresentação com a data e número de ordem, que fixa o grau prioritário do registo, ou seja,
não releva o momento em que o registo é lavrado (tenha ou não sido deferida a urgência, esteja ou
não a conservatória “em dia”, tenha ou não sido cumprida a “regra de ordem” prevista no nº 1 do artº
75º in fine).
Como refere Mouteira Guerreiro, a apresentação (art. 60º a 67º CRPredial), assume assim uma
importância determinante na estrutura do registo porque é através dela que é fixada a prioridade
(2010:14).
A apresentação dos documentos no Diário é que define a data dos registos e define a sua prioridade
(art. 60º e 77º CRPredial) (o Diário - em suporte informático- destina-se à anotação cronológica dos
pedidos de registo e respetivos documentos - art. 22º CRPredial).
Princípios de Registo
4. PRINCÍPIO da PRIORIDADE
Artigo 6.º
Prioridade do registo
3 - O registo convertido em definitivo conserva a prioridade que tinha como provisório.
4 - Em caso de recusa, o registo feito na sequência de recurso julgado procedente conserva a prioridade correspondente
à apresentação do ato recusado.
Isto significa, por um lado, que o registo provisório (por natureza ou por dúvidas) goza
da reserva da prioridade, pois se vier a ser convertido em registo definitivo, tem a
mesma prioridade que já tinha enquanto provisório.
Por outro lado, se o ato de registo for recusado, se houver recurso dessa recusa e for
decidido que o ato não deveria ter sido recusado, então o registo goza da reserva da
prioridade (sem prejuízo da anotação oficiosa da recusa na ficha para que terceiros
conheçam essa possibilidade de reserva - art. 69º, n.º 3 e art.148º, n.º 1 CRPredial)
Princípios de Registo
Artigo 7.º
Presunções derivadas do registo
O registo definitivo constitui presunção de que o direito existe e pertence ao titular inscrito, nos precisos termos em
que o registo o define.
Por se tratar de presunção iuris tantum, sobre o interessado na elisão é que recai o
ónus de provar os factos demonstrativos de que o facto inscrito não corresponde à
verdade, ou seja, há uma inversão do ónus da prova.
Princípios de Registo
5. PRINCÍPIO da PRESUNÇÃO
Artigo 10.º
Transferência e extinção
Os efeitos do registo transferem-se mediante novo registo e extinguem-se por caducidade ou cancelamento.
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Princípios de Registo
6. PRINCÍPIO da LEGITIMAÇÃO
Este princípio, também apelidado de princípio da legitimação dispositiva, determina que não
podem ser titulados factos de que resulte a transmissão de direitos ou constituição de
encargos sobre imóveis sem que os bens estejam definitivamente inscritos a favor da pessoa
a quem se adquire o direito ou contra a qual se constitui o encargo.
Artigo 9.º
Legitimação de direitos sobre imóveis
1 - Os factos de que resulte transmissão de direitos ou constituição de encargos sobre imóveis não podem ser titulados sem que
os bens estejam definitivamente inscritos a favor da pessoa de quem se adquire o direito ou contra a qual se constitui o encargo.
6. PRINCÍPIO da LEGITIMAÇÃO
Como defende Mouteira Guerreiro, “este princípio contribui de uma forma determinante para a
segurança das transacções imobiliárias (…) entre nós só foi introduzido na lei com a reforma do
registo predial operada pelo Código de 1984, ainda que anteriormente – cabe reconhecê-lo – a
maioria dos notários procurasse sempre certificar-se da sinceridade das declarações dos
outorgantes também no sentido de que, ao dispor dos bens, estariam legitimados para o fazer. De
qualquer modo, a introdução do princípio constituiu um avanço notável no âmbito da segurança do
comércio jurídico (…). Além disso foi uma das medidas do novo Código que, como justa e
pertinentemente se escreveu, “veio dinamizar a actividade interna dos efeitos do registo” .
(2010:17).
Princípios de Registo
6. PRINCÍPIO da LEGITIMAÇÃO
Excepções:
Artigo 9.º
Legitimação de direitos sobre imóveis
- Não oferece dúvidas a exceção da partilha (cfr. art. 55.º, al. a) CN), assim como a expropriação que
se trata de uma aquisição originária por parte da entidade expropriante, logo é indiferente a titularidade
do bem para efeitos de transmissão, sendo relevante, tão só, para efeitos de entrega da indemnização
devida. Já os demais atos elencados, de cariz judicial, a legitimação é averiguada no processo
respetivo.
Princípios de Registo
6. PRINCÍPIO da LEGITIMAÇÃO
Finalmente, o nº 3, em consonância com o art. 55.º al. b) CN, contende com os casos
de concelhos do país onde, até 1 de outubro de 1984, o registo era facultativo. Nesses
casos, em que a aquisição não está registada a favor da pessoa que dispõe do prédio,
se o ato a realizar consistir na primeira transmissão posterior a 1/10/84 e desde que a
pessoa exiba o documento comprovativo de que está em condições de o ser o titular
inscrito ou então, simultaneamente justificar o seu direito, prescinde-se do registo.
Princípios de Registo
A segurança jurídica exige que no registo estejam refletidos todos os aspetos da vida
de um direito real de tal forma que os assentos sobre um direito sejam consequência
uns dos outros. Significa isto que o atual titular do direito o adquiriu do titular
imediatamente antes inscrito no registo e que o próximo titular só o poderá adquirir do
titular atualmente inscrito. Esta sucessão de titulares tem o nome de trato sucessivo.
Artigo 34.º
Princípio do trato sucessivo
1 - O registo definitivo de constituição de encargos por negócio jurídico depende da prévia inscrição dos bens em nome
de quem os onera.
De fora desta previsão ficam os encargos que não dependam de negócio jurídico, tais
como a penhora ou hipoteca judicial cujo registo não depende da inscrição prévia em
nome do onerado (se for prédio não descrito ou descrito mas sem inscrição em vigor).
2 - O registo definitivo de aquisição de direitos depende da prévia inscrição dos bens em nome de quem os transmite,
quando o documento comprovativo do direito do transmitente não tiver sido apresentado perante o serviço de registo.
3 - A inscrição prévia referida no número anterior é sempre dispensada no registo de aquisição com base em partilha.
Este n.º 4 contende com a cadeia dos direitos que indicam sobre o prédio descrito e traduz a
garantia do titular inscrito de que não pode ser lavrada nova inscrição sem a sua intervenção.
Artigo 35.º
Dispensa de inscrição intermédia
É dispensada a inscrição intermédia em nome dos titulares de bens ou direitos que façam parte de herança indivisa.
O art. 35.º não é uma excepção ao trato sucessivo, mas antes a sua confirmação, uma vez
que aborda casos em que as situações jurídicas provêm do titular inscrito, o que justifica a
desnecessidade de inscrição intermédia.
Na prática, apesar de ser um facto sujeito a registo, não é um facto sujeito a registo
obrigatório a inscrição intermédia a favor dos titulares de bens ou direitos que façam parte de
uma herança indivisa.
Princípios de Registo
8. PRINCÍPIO da INSTÂNCIA
Artigo 41.º
Princípio da instância
O registo efetua-se mediante pedido de quem tenha legitimidade, salvo os casos de oficiosidade previstos na lei.
O pedido de registo pode ser feito pessoalmente, por via eletrónica e por correio (art. 41.º B),
O pedido de registo por via postal deverá ser remetido por carta registada, acompanhada
dos documentos e das quantias devidas (art. 41.º D)
(A Portaria nº 621/2008, de 18 de julho regulamenta os pedidos de registo e a Portaria n.º
1535/2008, de 30 de dezembro regulamenta o depósito eletrónico de DPA)
Princípios de Registo
8. PRINCÍPIO da INSTÂNCIA
.ª Conservatória do Registo Predial
Q1 - Apresentante
Nome:
Outro: Cargo:
Nome do representado:
(Preencher caso tenha assinalado o campo representante sem procuração)
Telefone: E-mail:
Residência/Sede:
Código Postal: -
N.º de identificação:
(Caso assinale o campo "BI" ou "Outro", indique documento, data de emissão e entidade emitente)
NIF:
Q2 - Pedido(s) de registo(s) e documentos (assinale a(s) opção(ões), preencha os campos e indique os documentos) Prédio(s)
8. PRINCÍPIO da INSTÂNCIA
Igualmente os elementos das descrições são objeto de atualização oficiosa nos casos da
previsão do art. 90.º n.º 2 CRPredial.
Artigo 90.º
Atualização oficiosa das descrições
(…) 1 - Os elementos das descrições devem ser oficiosamente atualizados quando a alteração possa ser comprovada por
um dos seguintes meios:
a) Acesso à base de dados da entidade competente;
b) Documento emitido pela entidade competente; ou
c) Documento efetuado com intervenção da pessoa com legitimidade para pedir a atualização.
2 - Enquanto não se verificar a intervenção prevista na alínea c) do número anterior, a atualização é anotada à
descrição, inutilizando-se a anotação se a intervenção não ocorrer dentro do prazo de vigência do registo que lhe deu
origem.
Princípios de Registo
9. PRINCÍPIO da ESPECIALIDADE
Cada ato deve corresponder a um registo próprio, o que significa, desde logo, que há uma
unidade de inscrição e cada facto, objeto ou sujeito tem um carecer único e específico. Este
é o principio da especialidade e dele decorre, ainda, que a cada prédio corresponde uma
descrição não podendo haver uma descrição para mais do que um prédio.
Este princípio está aflorado nos artigos 76º, 79º, 80º, 81º e 96º, n.º 1 CRPredial.
Artigo 76.º
Forma e redação
1 - O registo compõe-se da descrição predial, da inscrição dos factos e respetivos averbamentos, bem como de
anotações de certas circunstâncias, nos casos previstos na lei.
Artigo 79.º
Finalidade
(…)
2 - De cada prédio é feita uma descrição distinta.
Princípios de Registo
9. PRINCÍPIO da ESPECIALIDADE
Este princípio está aflorado nos artigos 76º, 79º, 80º, 81º e 96º, n.º 1 CRPredial.
Artigo 80.º
Abertura de descrições
1 - As descrições são feitas na dependência de uma inscrição ou de um averbamento.
2 - O disposto no número anterior não impede a abertura da descrição, em caso de recusa, para os efeitos previstos no
n.º 3 do artigo 69.º e, se a descrição resultar de desanexação de outro prédio, deve ser feita a anotação da desanexação
na ficha deste último.
3 - O registo das operações de transformação fundiária e das suas alterações dá lugar à descrição dos lotes ou parcelas
que já se encontrem juridicamente individualizados.
Artigo 81.º
Descrições subordinadas
1 - No caso de constituição de propriedade horizontal ou do direito de habitação periódica, além da descrição genérica
do prédio ou do empreendimento turístico, é feita uma descrição distinta para cada fração autónoma ou unidade de
alojamento ou apartamento.
Artigo 96.º
Requisitos especiais da inscrição de hipoteca
1 - O extrato da inscrição de hipoteca deve conter as seguintes menções especiais:
Princípios de Registo
10. PRINCÍPIO da LEGALIDADE
Só podem ser registados os factos que estejam conformes com a lei e se baseiem títulos
válidos e corretos, que respeitem a sujeitos identificados e a prédio determinado. Nisto
consiste o princípio da legalidade (art. 68º CRPredial).
Artigo 68.º
Princípio da legalidade
A viabilidade do pedido de registo deve ser apreciada em face das disposições legais aplicáveis, dos documentos
apresentados e dos registos anteriores, verificando-se especialmente a identidade do prédio, a legitimidade dos
interessados, a regularidade formal dos títulos e a validade dos atos neles contidos.
Esta operação concreta tem o nome de juízo de qualificação, qualificação esta que deve
ser feita de modo responsável, competente, imparcial e independente, porquanto dela
resultará a atribuição de efeito erga omnes.
Princípios de Registo
10. PRINCÍPIO da LEGALIDADE
Este principio significa que qualquer pessoa tem o direito de pedir informações sobre a
titularidade dos direitos inscritos no registo e sobre o conteúdo dos registos. Trata-se do
corolário da própria finalidade do registo (art. 1.º CRPredial).
Qualquer pessoa pode pedir certidões dos atos de registo e dos documentos arquivados (art.
104º CRPredial). A publicidade do registo respeita à informação dos prédios e não à
informação sobre os dados pessoais dos titulares (v. 109º CRPredial).