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Colégio Anísio Teixeira

3° ANO C

MITO E FILOSOFIA
Myth and Philosophy

Feira de Santana-BA
2022
3° ANO C

MITO E FILOSOFIA
Myth and Philosophy

Trabalho de Filosofia apresentado como requisito


parcial para a obtenção da nota do 3° ano, pelo Colégio
Anísio Teixeira.

Orientador: Prof.ª Daniana Oliveira


Equipe: Bianca Rodrigues, Letícia Teixeira, Giulia
Carvalho, Gleidson Junior, Isaac Fonseca, Gabriel Costa,
José Félix Neto, Carol Soares, Sofia Alvarenga, João Victor
Sena.

Feira de Santana-BA
2022
Resumo

Neste trabalho abordaremos a cultura filosófica que surgiu em substituição aos mitos e
às crenças religiosas, na tentativa de conhecer e entender o mundo e os seres que nele
habitam. A composição do ponto de vista filosófico se deu na passagem do mito (mýthos)
para a razão (lógos). Os deuses têm sua influência relativizada pela razão, com base nos
elementos existentes na natureza estudados pelos pré-socráticos. Este trabalho abordará
alguns elementos do discurso mítico em deferência ao índice de “dobra” das formas de pensar
que se adaptaram até sua forma sistematizada que chegaram até nós.
Palavras chave: Mito. Razão. Formação.

Abstract

In this work, we will discuss the philosophical culture that emerged to replace myths
and religious beliefs, in an attempt to know and understand the world and the beings that
inhabit it. The composition of the philosophical point of view took place in the passage from
myth (mýthos) to reason (lógos). The gods have their influence relativized by reason, based
on existing elements in nature studied by the pre-Socratics. This work will address some
elements of the mythical discourse in deference to the “fold” index of the ways of thinking
that have adapted to their systematized form that have come down to us.
Keywords: Myth. Reason. Formation.

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SUMÁRIO

1. Mito e sua origem .................................................... 01


1.1 Contos ....................................................................................... 02
1.2 Cosmogonia e Cosmologia ....................................................... 03
2. Filosofia .................................................................... 06
2.1 Origem ...................................................................................... 07
2.2 Funções e áreas ......................................................................... 08
2.3 Arché, Logos, Physis e Cosmos ............................................... 11
2.4

Referências............................................................... 12

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1. MITO E SUA ORIGEM

Os mitos, originados da palavra grega mýthos, são narrativas que foram criadas
pelos povos gregos antigos com a função de explicar fatos da realidade e fenômenos da
natureza, as origens do mundo e dos seres humanos. E para representar tudo isto, eles
utilizavam abundantemente da simbologia, de personagens sobrenaturais, deuses e heróis em
seus contos.

A mitologia grega foi tema de obras por diversos escritores antigos, como Sófocles
Aristófanes, Hesídio e Homero, que citam a vida dos deuses (Teogonia) e os fatos heroicos de
gregos (nas obras Ilíada e Odisseia). Filósofos de grande renome da época, como Pitágoras,
não só acreditavam em figuras mitológicas, como usavam das mesmas em suas citações e
reflexões. Um exemplo é quando Pitágoras diz que a sabedoria plena e completa pertence aos
deuses, mas que os homens podem deseja-la ou amá-la, tornando-se filósofos.

“Os físicos não necessitam de misticismo, e Místicos não necessitam de


Física, mas a humanidade necessita de ambos.”

Fritjof Capra.

Atualmente o mito é visto como uma fantasmagoria, ou seja, aquilo que a sociedade
imagina de si mesma a partir de uma aparência que acredita ser a realidade, assim dificilmente
ou quase nulamente chegando a este objetivo. Um exemplo é a ideia de progresso social. De
acordo com Friedrich Nietzsche (1844-1900) os mitos não foram abandonados, mas sim
substituídos por novos e mais elaborados heróis.

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1.1 CONTOS

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Os contos mitológicos gregos mais conhecidos são: “A criação do mundo”, onde diz
que no início de tudo só havia trevas, habitadas por duas entidades primordiais: Érebo, a
personificação da escuridão, e Nyx, a própria noite. No meio do vazio original, só existiam
essas duas entidades irmãs, filhas do Caos. E teria continuado assim não fosse a sua
separação, que resulta na divisão entre a Terra (Gaia) e o Céu (Urano). Quando Nyx e Érebo
se separam, também nasce Eros, o deus do amor.

“O nascimento dos 12 titãs”, o qual conta como nasceram os Titãs, as divindades


poderosas que precederam os deuses do Olimpo, Têmis, Febe, Tétis, Mnemosina, Teia, Reia,
Crio, Hiperião, Jápeto, Ceos, Oceano e Cronos.

“A caixa de Pandora”, sendo Pandora a primeira mulher na mitologia grega. Ela foi
enviada por Zeus a Terra como um presente para os homens, trazendo para cá consigo uma
caixa, a qual não tinha permissão dos deuses de abri-la. Ela não sabia, mas dentro da caixa
havia todos os males que podemos imaginar, como guerras, pestes e fome. Mas a curiosidade
de Pandora falou mais alto, assim abrindo a caixa, deixando escapar tudo o que havia lá
dentro. Ela ainda tentou desfazer o erro, voltando a fechar a caixa, mas já era tarde. A única
coisa que permaneceu lá dentro foi a esperança.

“Aquiles”, considerado o maior guerreiro grego de todos os tempos. Quando pequeno,


sua mãe, Tétis, banhou o filho no rio Styx, que fica no submundo. Um mergulho nessas águas
mágicas era o bastante para tornar alguém invencível. O problema é que nesse mergulho o
calcanhar de Aquiles não se molhou, ficando desprotegido.

“Medusa” era uma sacerdotisa do templo de Atena. Uma das versões do mito diz que
Poseidon, atraído pela beleza monumental de Medusa, violou-a sexualmente. Tal ato que
infringiu a regra da castidade do templo, e Atena, em vez de dirigir sua fúria ao agressor,
puniu a mesma, transformando-a num terrível monstro. Com dentes afiados e cabelos de
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serpente, a Medusa foi
condenada à solidão. Quem olhava para seus olhos era transformado em pedra.

“Narciso” era filho da ninfa Liríope que descobriu que seu filho só viveria enquanto
não se conhecesse. Quando cresceu, Narciso se tornou o mais belo dos rapazes. Recusou uma
fila de pretendentes, inclusive a ninfa Eco. Pelo fato de ser tão belo acabou se apaixonando
por sua própria imagem refletida nas águas do rio. Por não poder consumar seu amor,
desesperou-se. Após isso, começou a esmurrar o próprio peito e se transformou em flor, sendo
punido por excesso de vaidade.

Entretanto os mitos não envolvem somente a cultura grega. Existem outros povos de
regiões e crenças mitológicas diferentes, como é o caso dos poucos conhecidos mitos
africanos, chamados também de iorubás. Como exemplo o Oxalá ou Obatalá, que segundo
eles foi o deus que criou os seres humanos a partir do barro; Iemanjá, a deusa dos mares,
podendo ser comparada a Netuno ou Poseidon, porém representando a beleza, a fertilidade e o
caráter maternal, sendo comparada também com Hera ou Juno; Exu é o guardião dos templos,
das casas das cidades e das pessoas; Ogum é o orixá que consegue dominar o ferro, sendo
comparado a Hefestos ou Vulcano; Xangô, o qual controla raios e trovões, considerado um
deus violento dentre os outros; Oiá-lansã, a orixá guerreira que obedece apenas à sua própria
vontade e é a única que consegue enfrentar e controlar a atividade de espíritos mortos;
Logum, o caçador que vive seis meses na mata e seis meses debaixo d’água; entre outros
deuses contemplados pelas religiões africanas, como o Candomblé.

1.2 COSMOGONIA E COSMOLOGIA

As cosmogonias são histórias ou mitos sobre a criação do universo, o sentido da vida


humana e as relações com entidades sobrenaturais, divinas ou simplesmente não-humanas.

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O termo “cosmo”
faz referência ao universo, e “-gonia” a uma ideia de geração ou criação. Assim, junto com a
cosmogonia, há também a Teogonia, que visa explicar a origem ou o nascimento dos deuses.

Cosmogonia na filosofia

A cosmogonia é importante para a história da filosofia ocidental porque diz respeito ao


momento anterior ao surgimento do pensamento filosófico. Ou seja, antes do século VI a.C.,
na Grécia, ainda não havia surgido filósofos, e o que imperava era o pensamento mítico ou
cosmogônico. Assim, a cosmogonia explicava o universo em termos de uma criação de
alguma entidade divina. Desse modo, o sentido da existência humana também era pautado nos
mitos de geração.

Esse pensamento cosmogônico foi perdendo seu lugar a partir do crescimento da


filosofia, que se propunha mais racional e não recorrer a seres divinos. No século VI a.C., o
primeiro filósofo grego seria o Tales de Mileto, que pensou sobre o universo não mais a partir
das cosmogonias.

"O maior é o espaço porque dentro dele cabe tudo. O mais veloz é o
intelecto porque passa através de tudo. A mais forte é a necessidade porque tudo
domina. O mais sábio é o tempo porque tudo revela."

Tales de Mileto

Cosmogonias antigas

Para entender mais concretamente o assunto, confira abaixo algumas cosmogonias ou


mitos de origem e criação do universo antigos. Nessa lista, serão apresentados apenas alguns
de seus aspectos mais gerais:

Cosmogonia grega: o mito grego de origem postula o Caos como início da criação,
seguindo a Terra (Gaia) e Céu (Urano). A partir desses deuses, uma variedade de outros são
gerados, bem como os elementos do universo.

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Cosmogonia do antigo Egito: a cosmogonia do antigo Egito, localizado na África, é
também conhecida por postular diversos deuses para a criação do mundo; por exemplo, as
Enéades, que são nove entidades divinas criadas pelos deuses Atum e Nun.

Cosmogonia maia: os maias são uma antiga civilização que viviam na América
Central e também possuíam diversos deuses. Conforme seu mito de origem, o mundo surgiu
do oceano onde viviam as entidades divinas que, por sua vez, criaram tudo o que existe.

Esses são alguns dos mitos de criação do universo bastante antigos. Assim, algumas
cosmogonias podem ter raízes nessas mitologias. Nessa variedade de histórias, é importante
cultivar o respeito e a curiosidade sobre a diversidade humana.

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2. FILOSOFIA

O que entendemos por Filosofia é um tipo de pensamento metódico, abstrato, crítico e


reflexivo. Enquanto conhecimento crítico, esse ramo do saber não aceita como verdadeira
qualquer proposição sem antes averiguá-la. Já como conhecimento reflexivo, a Filosofia
fragmenta-se sobre si mesma a fim de criar novos obstáculos para um melhor entendimento
do mundo. É um tipo de pensamento conceitual, pois ela trabalha por meio da formulação e
reformulação de conceitos, criando e revisando os significados que nós damos para o mundo.

“A filosofia é uma dama tão impertinente e trapaceira que se envolver em


processo significa a mesma coisa que ter qualquer tipo de negócio com ela.”

Em carta a Edmond Halley.

De acordo com a definição relativa ao pensamento que se desenvolve sobre si mesmo


e de maneira conceitual, a Filosofia lida, às vezes, com elementos concretos e, na maioria das
vezes, com elementos abstratos. Uma das perguntas mais essenciais dessa área é, justamente,
aquela que pergunta pela essência das coisas, ou seja, “o que é?”.

Essa pergunta primordial no trabalho filosófico pode desembocar em outros


problemas, como “por que é?” e “como é?”. Isso cria uma espécie de teia de conceitos e de
problemas que dão movimento ao trabalho do filósofo, criando, recriando e estabelecendo um
plano de conceitos que apresentam os significados do e sobre o mundo.

A Filosofia surgiu no ser humano quando ele saiu de sua zona de conforto e foi capaz
de enxergar, enfrentar e problematizar as questões mal resolvidas do mundo, estabelecendo
uma atividade desafiadora. Nesse sentido, podemos dizer que ela surgiu em um momento de
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crise, em que nossa atitude
passiva de observador do senso comum ficou em escanteio e nossa atividade e curiosidade
tomaram as rédeas do conhecimento.

De acordo com a teoria de Sócrates, o objeto de estudo da Filosofia seria as questões


resultadas da atividade humana no mundo, como a política, o conhecimento e a justiça.
Conforme os helênicos, era uma doutrina que deveria buscar a felicidade e o bem viver. Os
patrísticas consideravam que a Filosofia deveria estar em consonância com o pensamento
cristão, enquanto, para os escolásticos, essa consonância deveria ser mantida, mas os olhares
deveriam voltar-se para a observação da natureza.

“Qual é a primeira coisa que deve fazer quem começa a filosofar? Rejeitar
a presunção de saber. De fato, não é possível começar a aprender aquilo que se
presume saber.”

Epícteto (50-138 D.C)

Os modernos problematizaram as ciências e o modo como o ser humano reflete sobre


elas, além de presumirem sobre a política de sua época. Os contemporâneos, a partir do século
XIX até hoje, utilizaram a Filosofia para pensar questões sobre a sua época, como as
incompatibilidades éticas sobre a vida, a linguagem, a utilização das tecnologias, o poder
político etc.

2.1 ORIGEM

Falando do surgimento da Filosofia no ocidente, podemos remontar a sua origem ao


pensador Tales de Mileto, um bem sucedido comerciante da Ásia Menor, que viveu entre 624
e 546 a.C. Em suas viagens, esse filósofo conheceu a astronomia babilônica e a matemática
egípcia, de inspiração hindu.

Tales, além de ser o primeiro filósofo, foi também um célebre matemático e


astrônomo, tendo localizado a constelação Ursa Menor e previsto a data e o horário de um
eclipse solar ocorrido por volta do ano 585 a.C., utilizando apenas a visão e cálculos
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matemáticos. Porém, alguns
historiadores ressaltam a importância do contato dos gregos com o pensamento oriental,
afirmando a inseparabilidade entre ambos no período inicial.

Marilena Chaui, professora emérita de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP),


aposta na tese de que o pensamento oriental anterior e contemporâneo aos gregos deve ser
considerado. Ela afirma que a tese orientalista não é absurda. Como observa o historiador da
filosofia Rodolfo Mondolfo, as grandes civilizações orientais mantiveram relações com as
civilizações pré-helênicas (egeia, cretense, minoica), e estas, embora derrotadas pelos aqueus
e pelos dórios, determinaram formas e conteúdos da vida social, da religião, dos mitos, das
artes e técnicas dos gregos homéricos e arcaicos. Heródoto, Aristóteles, Eudemo e Estrabão
afirmaram que a geometria e a astronomia eram cultivadas pelos caldeus, egípcios e fenícios;
Platão acreditava que o mais antigo e elevado saber encontrava-se com o velho sacerdote do
Egito.

“Tanto nos tornaríamos sábios conservando no pensamento os diversos


resíduos de todas as filosofias humanas, como teríamos saúde engolindo todos os
fundos de garrafa de uma farmácia antiga.”

Ex-Membro da Assembleia Nacional Constituinte da França, Victor Hugo


(1802-1885).

Isso significa que há uma importância a ser considerada naquilo que pensadores
chineses, como Lao Tsé, Confúcio e Mo Tzu fizeram. Também significa que, apesar de os
gregos terem criado algo inédito, a sua inspiração apareceu a partir do contato com povos
orientais.

“Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem


ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.”

Lao-Tsé

2.2 OBJETIVO E FUNÇÕES

Muitas pessoas perguntam sobre a utilidade da Filosofia, sendo que para as outras
ciências e ramos do saber essa pergunta não é frequente. Essa pergunta parece transpassar a
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ideia de que a essa área é
inútil.

Em certo sentido e tomando por base o conceito contemporâneo de utilidade, a


Filosofia realmente não serve para nada, pois ela não constrói objetos, não cria coisas
concretas, não interfere imediatamente no mundo físico e não rende lucro. Assim, ela não tem
utilidade.

Segundo Chauiii, costumamos pensar erroneamente que algo que não tem utilidade
prática não deve existir. Mas a Filosofia orgulha-se de não fazer parte desse conjunto de
ciências práticas que servem apenas de pontes para a evolução das técnicas.

Gilles Deleuze afirma que a Filosofia não é subserviente. Ela não serve de base para as
outras ciências e, se em algum momento isso aconteceu, não foi por vontade dela. Esse ramo
do saber é autônomo, é crítico, é feito por um pensamento emancipado de outros
pensamentos.

A filosofia não serve nem ao Estado, nem à Igreja, que têm outras preocupações. Não
serve a nenhum poder estabelecido. A filosofia serve para entristecer. Uma filosofia que não
entristece a ninguém e não contraria ninguém, não é uma filosofia. A filosofia serve para
prejudicar a tolice, faz da tolice algo vergonhoso. Não tem outra serventia a não ser a
seguinte: denunciar a baixeza do pensamento sob todas as suas formas.

A Filosofia é aquele ramo do saber que quanto mais se conhece, mais se fica
insatisfeito, já que ela é feita para perturbar, para espantar. A Filosofia não quer gerar
conforto, mas quer tirar as pessoas da zona de conforto. É isso que mantém o pensamento em
movimento e é isso que gera a evolução intelectual do mundo, mesmo que vagarosamente. A
filosofia está dividida em diversos eixos. Isso acontece justamente pela influência que ela
exerceu nos mais diferentes campos do conhecimento, moldando muitos e contribuindo para a

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evolução e o
aprimoramento de tantos outros.

No entanto, há alguns segmentos que têm destaque pelo seu peso crítico e reflexivo, o
impacto sociocultural que causaram e pelas discussões filosóficas que eles trazem desde os
primórdios da humanidade. As áreas da Filosofia consistem em:

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Epistemologia
A primeira das áreas da filosofia é a epistemologia, que foca na compreensão do que é
o conhecimento, como ele se dá e é transmitido. Para tanto, ela trata da metodologia que
estrutura a pesquisa, a análise e a validação científica de novos saberes.

Além disso, ela se aprofunda nas definições e divisões de conhecimento entre aquilo
que é possível ser averiguado e comprovado e o que só pode ser teorizado.

Ética
A ética é, certamente, o campo mais conhecido da filosofia. Isso porque o objeto de
estudo dela é a moral. Ou seja, ela se dedica a compreender como a moralidade é construída
social e culturalmente e influencia as relações pessoais e profissionais, os estilos de vida e, até
mesmo, as leis.

Fora isso, ela se debruça sobre o que é social e antissocial, os valores e as regras, os
princípios da justiça e a influência de cada período histórico sobre as mudanças da moral.

Política
A política, ou filosofia política, trata da estrutura e da fundamentação do que é a
política, o Estado, os poderes (legislativo, judiciário e executivo), a constituição de uma
sociedade e os regimes políticos (monarquia, império, democracia etc.).

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A partir disso, debate os
processos de ideologia, justiça, equidade, liberdade e papel social do cidadão para a
construção de uma nação.

Filosofia da história

A filosofia da história, por sua vez, é uma das áreas de conhecimento da filosofia que
acompanha a evolução do próprio campo ao longo dos séculos, analisando em detalhes as
correntes que dominaram alguns períodos históricos e ditaram o saber científico da época.

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Entre elas estão, por exemplo, as filosofias antiga, medieval e moderna. Nela,
conhecemos o histórico de conceitos e teorias que nomes influentes do ramo propuseram,
debatendo e refletindo sobre as contribuições deles para a sociedade.

2.3 ARCHÉ, LOGOS, PHYSIS E COSMOS

Physis significa, no contexto dos primeiros filósofos, o conjunto de todas as coisas


naturais que existem. A palavra também significa origem. Como os gregos da época
consideravam que tudo o que existe é natural, a Physis significa o conjunto de todas as coisas,
e “o problema da Physis” é a pergunta sobre a origem e a constituição de todas as coisas que
existem.

Cosmos significa ordem, organização, e é utilizado no contexto dos primeiros


filósofos para designar a ordem que existe na Physis. Cosmos é o contrário de caos. Os
primeiros a usar a palavra cosmos como sinônimo de universo foram os membros da
Confraria Pitagórica.

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Arché significa a fonte, a
origem e a raiz de todas as coisas da Physis, de onde as coisas vêm e para onde vão. Além
disso, pode ser compreendida como o princípio de uma coisa, que, embora intangível e
indemonstrável, provê as condições de possibilidade da coisa. Demócrito e seu mestre,
Leucipo, apresentaram uma teoria cosmológica que definia como princípio de tudo (arché) o
que eles chamaram de átomos (aquilo que não pode ser dividido).

Logos significa a razão, a linguagem, a palavra. Logos designa a razão humana, o


pensamento que busca compreender a Physis; mas, pelo menos a partir de Heráclito, logos
também pode ser interpretado como a razão universal, fixa e imutável que ordena e organiza
todas as coisas particulares e transitórias; o logos, neste sentido, é um princípio cosmológico.

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REFERÊNCIAS

https://www.google.com/amp/s/www.diferenca.com/mito-e-filosofia/amp/

https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/11157.pdf

https://oficinadefilosofia.wordpress.com/2011/04/03/physis-cosmos-arche-
logos/

file:///C:/Users/Sumarya/Downloads/nicole-avancini,+Gerente+da+revista,
+18624-68040-1-CE%20(2).pdf

https://www.frasesfamosas.com.br/tema/filosofia/

https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/democrito-e-leucipo.html
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