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Colégio Anísio Teixeira

3° ANO C

PRINCIPAIS CORRENTES TEÓRICAS DA SOCIOLOGIA:


E as possibilidades de análise científica dos problemas sociais
Parte 1

Feira de Santana-BA
2022
3° ANO C

PRINCIPAIS CORRENTES TEÓRICAS DA SOCIOLOGIA:


E as possibilidades de análise científica dos problemas sociais
Parte 1

Trabalho de Sociologia apresentado como requisito


parcial para a obtenção da nota do 3° ano, pelo Colégio Anísio
Teixeira.

Orientador: Prof.ª Daniana Oliveira


Equipe: Bianca Rodrigues, Letícia Teixeira, Giulia
Carvalho, Gleidson Junior, Isaac Fonseca, Gabriel Costa, José
Félix Neto, Carol Soares, Sofia Alvarenga, João Victor Sena.

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2022
Resumo

Neste trabalho abordaremos as principais correntes teóricas da sociologia e suas análises


que influenciam a forma de pesquisa dessa ciência. Sendo elas, o positivismo que foi inspirado
no ideal de progresso contínuo da humanidade, a teoria do conflito com foco no marxismo que
trabalha com o materialismo histórico dialético, e o funcionalismo que foi pensado por
Durkheim para entender a função das pessoas na sociedade.
Palavras chave: Positivismo, Teoria do Conflito, Marxismo, Funcionalismo.

Abstract

In this work we will approach the main theoretical currents of sociology and their
analyzes that influence the form of research in this science. Being them, positivism that was
inspired by the ideal of continuous progress of humanity, the theory of conflict with a focus on
Marxism that works with dialectical historical materialism, and functionalism that was thought
by Durkheim to understand the function of people in society.
Keywords: Positivism, Theory of conflict, Marxism, Functionalism.

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SUMÁRIO

1. Positivismo................................................................ 01
1.1 Auguste Comte.......................................................................... 02
1.2 Lei dos Três Estados.................................................................. 03
2. Teoria do Conflito.................................................... 05
2.1 Quatro Etapas do Conflito........................................................ 06
2.2 Marxismo e exemplos.............................................................. 08

3. Funcionalismo.......................................................... 09

3.1 Émile Durkheim....................................................................... 09


3.2 Função social............................................................................ 10
3.3 Fator social............................................................................... 11

Referências............................................................... 13

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1. POSITIVISMO 1

O positivismo, criado por Auguste Comte(1.1), o pai da sociologia, defende a existência


de uma marcha contínua e progressiva e que a humanidade tende a progredir constantemente.
As Ciências Positivas(1.2) teriam a sua mais forte expressão na Sociologia, ciência da qual
Comte é considerado o fundador.

O positivismo também incorporou, na teoria de Comte, elementos políticos e ganhou,


nos trabalhos de John Stuart Mill, um escopo mais ético e moral. Isso acabou reforçando o
molde de uma teoria política positivista, fundada na ordem e no conhecimento para se alcançar
o progresso.

A disciplina é mais forte do que o número; a disciplina, isto é, a perfeita


cooperação, é um atributo da civilização.

John Stuart Mill(1806-1873).

Essa teoria ressoou na política brasileira, mais especificamente no início do período da


Primeira República, onde o marechal Deodoro da Fonseca (primeiro presidente do Brasil) e
outros políticos que participaram do governo tinham fortes influências positivistas.

Outros fatores que marcaram o positivismo foram a Revolução Industrial e as crises


sociais que ocorreram em decorrência direta dessa revolução e da explosão demográfica dos
grandes centros urbanos europeus, ocasionada pelo surgimento rápido de muitas indústrias.
Nesse período, a fome e a desigualdade social alastraram-se pelos centros urbanos, ao mesmo
tempo em que os antigos paradigmas medievais e o Antigo Regime eram, progressivamente,
superados.

Antes de tudo, o positivismo era uma doutrina sociológica que se baseava na Lei dos
Três Estados(1.3). A Ciência Social estaria no último e mais avançado estágio de
desenvolvimento da humanidade, acompanhada da Biologia. Isso conferiu ao positivismo o
estatuto de doutrina fortemente ancorada no pensamento científico.

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Em resumo, o positivismo baseava-se em: ciência, ordem social, disciplina e rigor,
além de inspirar a proclamação da república e o lema da bandeira do brasil “ordem e progresso”.

"O Positivismo, como corrente filosófica, influenciou sobremaneira a


América do Sul... Muito aqui, no meu país! Desde a infância, nos primeiros anos
escolares, a frase ORDEM E PROGRESSO (de inspiração positivista) é apresentada
aos pequenos brasileirinhos."

Oseias Faustino Valentim.

1.1 AUGUSTE COMTE

O filósofo francês Auguste Comte é considerado o pai da sociologia e o fundador do


positivismo. Nascido em Montpellier, na França, no ano de 1798, foi um filósofo francês que
ficou conhecido por ter sido o primeiro a sintetizar a necessidade de uma ciência da sociedade
(Sociologia) e por ter fundamentado, pela primeira vez, a teoria positivista.

“O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim.”

Auguste Comte(1798-1857).

Comte era filho de uma família monarquista francesa tradicional e católica. Estudou
na cidade de Montpellier até mudar-se para Paris, onde ingressou na Escola Politécnica. Após
o fechamento temporário da Escola Politécnica, ele retornou à sua cidade natal para estudar na
Faculdade de Medicina. Antes mesmo de conhecer seu tutor e principal inspirador, Henry de
Saint-Simon, o então jovem já possuía determinada aversão pelo Antigo Regime e pela forma
monárquica de governo, considerada, com o clericalismo, uma instituição social ultrapassada.
Ainda na juventude, quando estudava na Escola Politécnica de Paris, Comte travou contato com
os ideais revolucionários e desenvolveu aversão ao governo Bourbon (que substituíra Napoleão
no comando da França).

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Para Comte, a crença e a permanência dos dogmas seriam obstáculos ao progresso
do conhecimento humano. Esse progresso somente seria possível com a promoção do
desenvolvimento científico e a aceitação das mudanças promovidas por ele em toda a Europa.
Assim, o cientificismo torna-se o cerne do pensamento comteano, obcecado em produzir nas
ciências humanas os mesmos resultados e eficiência que os métodos científicos geraram nas
ciências exatas e biológicas.

“Nenhuma renovação mental pode realmente regenerar a sociedade, a não


ser quando a sistematização das ideias conduz à sistematização dos sentimentos, a
única socialmente decisiva, e sem a qual jamais a filosofia substituiria a religião. “

August Comte, pai da sociologia (1798-1857).

1.2 LEI DOS TRÊS ESTADOS

A lei dos três estados, é considerada como a lei fundamental de sua teoria e rege o modo
de pensar da humanidade. Ela caracteriza-se por concepções da história humana e indica que
elas passam por três fases: teológica, metafísica e positiva.

... que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos
conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes: o estado
teológico, ou fictício; o estado metafísico, ou abstrato; o estado científico ou positivo.
Em outros termos, o espírito humano, por sua natureza, emprega sucessivamente em
cada uma de suas investigações três métodos de filosofar, cujo caráter é
essencialmente diferente e mesmo radicalmente oposto: primeiro, o método teológico,
em seguida, o método metafísico, e finalmente, o método positivo...₁

O estado teológico, ou fictício, é concebido por Comte como aquele em que o espírito
humano busca explicações para os fenômenos sociais e da natureza no sobrenatural, na ação
divina, uma explicação que ainda não estaria voltada para o uso racional da mente humana,
sendo por isso primitivo. Este estado subdivide-se em três fases, a saber: o fetichismo, o
politeísmo e o monoteísmo.

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Comte entende que no fetichismo outros seres possuem vida semelhante à dos seres
humanos, mas com poderes mais elevados, como os astros que são entendidos por ele como
morada dos deuses (SOARES, p.46). O politeísmo onde a vontade dos deuses possuía controle
absoluto sobre todas as coisas e, por último, o monoteísmo onde apenas um deus controlava
todos os fenômenos.

O estado metafísico é a transição entre o teológico e o positivo. Nele “... os agentes


sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades (abstrações
personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de
engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados...” ².

. Por fim, o estado positivo é o estado científico e ocorre quando a observação dá lugar
à imaginação e abstração presentes nos dois estados anteriores. Os fenômenos não dependem
mais das vontades divinas ou do homem. O conhecimento científico encontrou sua perfeição e
é o último estágio da evolução mental da razão humana.

Para Comte a lei dos três estados só tem um sentido rigoroso quando combinada com a
classificação das ciências (ARON, 2009, p. 67). Esta ordem de classificação das ciências nos
explica como os graus de positividade da ciência atuam em diferentes domínios.

₁ COMTE, Auguste. “Cours de philosophie positive”: première leçon. In: La science sociale, 1825, p. 125-126.
² Id., “Cours de philosophie... op. cit., p. 126
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2. TEORIA DO CONFLITO 5

Desde o seu longínquo início, a sociedade esteve disposta a se dividir em grupos, seja
por crenças ou por dote aquisitivo. Graças a isso, a falha criada entre uma parte imperante e a
outra trabalhadora gera conflitos de natureza socioeconômica.

Proposta por Karl Marx, a teoria do conflito defende que a divisão da sociedade em
classe burguesa e operária gera conflitos devidos às suas naturezas. O trabalho afirma que
sempre haverá divergências se houver estabilidade desse sistema na sociedade. Assim,
consideramos a afirmação como verídica, já que o capitalismo se enraizou em grande parte da
sociedade ocidental.

Marx possuía uma visão questionadora da realidade em que vivíamos. Segundo ele, a
classe alta tinha acesso aos fundos que precisava para produzir graças às economias que ele
possuía. Por outro lado, a classe operária não estava preparada financeiramente para ter os
mesmos recursos que sua contraparte.

"Os homens fazem sua própria história; contudo não a fazem de livre e
espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sobre as
quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram."

Karl Marx, fundador do socialismo(1818-1883).

Como resultado, precisariam oferecer trabalho físico para alcançar tudo o que
precisavam, convergindo com os interesses da burguesia. A partir daí a classe operária se torna
dependente direta do dinheiro da elite. Para sobreviverem, precisam trabalhar continuadamente
para garantir seu sustento. Caso recusem, certamente passarão por dificuldades.

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2.1 QUATRO ETAPAS DO CONFLITO

Karl Marx observou um padrão persistente desse conflito em diferentes momentos.


Independente da sua natureza, isso comprova que possuímos uma tendência natural para criar
esse conflito entre diferentes nichos econômicos sociais. Existem quatro etapas de conflito, são
elas:

COMUNISMO PRIMITIVO
O comunismo primitivo mostrava uma maior igualdade entre os membros. Nesta era, a
maioria das sociedades possuíam níveis básicos quanto ao desenvolvimento. Resumindo, a terra
era de todos e não existia escravidão. Tudo o que era produzido através do trabalho servia para
suprir vontades imediatas do coletivo.

SOCIEDADE ANTIGA
Esse período vai desde a criação da escrita até a queda do Império Romano. Essa era é
marcada pela criação de produtos artesanais, além da agricultura e comércio. O modelo lembra
um escopo do que viria a seguir, bem mais bruto, demorado e simples na sua natureza.

SOCIEDADE FEUDAL
A sociedade feudal era fortemente marcada pela hierarquização e um lado estamental.
Dificilmente alguém conseguia alcançar um nível superior. Além disso, as posições eram
definidas de acordo com a família em que a pessoa nasce. Quanto mais posses você e sua família
possuíam, mais elevado era o seu nível.

SOCIEDADE CAPITALISTA MODERNA


Configura-se no modo de vida que temos hoje em grande parte da sociedade ocidental.
Mais do que nunca, o sistema capitalista controla tudo e, por que não, a todos nós. A
desigualdade e dependência econômica que esse modelo produz é reflexo direto da disparidade
entre classes. O modelo é fortemente defendido por uma gigantesca massa de pessoas
pertencentes à classe alta.
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PRINCÍPIOS
Para elaborar a teoria do conflito, foram analisados o direcionamento dos conflitos, as
estratégias e até as alianças feitas. Portanto, essas características podem ser vistas mais como
descritivas e menos dedutivas. Contudo, independente disso, são de extrema importância para
estudar o fenômeno. São elas:

INCOMPATIBILIDADE
Os interesses de grupos diferentes é a razão aos conflitos intergrupais. Assim sendo, a
incompatibilidade e divergência são os seus catalisadores, acirrando uma disputa pelo bem estar
de cada classe. Seu esforço e medidas corresponderia diretamente à força do seu poder
aquisitivo.

SOLIDARIEDADE ENTRE MINORIAS


Uma tendência comum e bastante observável hoje até é a união de indivíduos oprimidos
contra um mesmo opressor. Assim, a ideia de uma ameaça vinda de um grupo em direção ao
outro faz com que os ameaçados se solidarizem entre eles. Essa união serviria para trabalhar
contra a força opressora. Isso porque suas forças unidas resultariam em uma ação mais forte.

AMEAÇA
Uma ameaça de verdade causa revolta. É como se o próprio movimento agressor
servisse de imã e puxasse eventuais hostilidades no seu caminho. Um grupo identifica atitudes
do lado oposto que o desagradam e se mobiliza de forma imediata contra ele. Dessa forma,
como mencionamos mais acima, isso causa comoção e solidariedade.

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2.2 MARXISMO E EXEMPLOS

“A nova visão de mundo inaugurada por Marx é hoje—em tempos em que o mercado
capitalista se tornou uma verdadeira religião secular—mais atual que nunca. Mas a herança da
análise marxista apresenta também limitações, particularmente no que diz respeito às relações
da produção com a vida social e cultural e com o ambiente natural. E a melhor forma de superá-
las é considerar o pensamento de Marx como um canteiro de obras, sobre o qual continuam a
trabalhar as gerações de marxistas críticos.” ³

Um dos melhores exemplos para visualizar, é a greve dos caminhoneiros, ocorrida entre
o período de 21 a 30 de maio de 2018. Os caminhoneiros de todo o país paralisaram suas
atividades, em decorrência do descontentamento com os empresários e o governo. Assim, como
consequência, a divergência entre grupos resultou numa decadência de todas as operações no
país.

Especialistas apontam como uma das causas a acomodação da classe política na cultura
de evitar problemas. Apenas quando a situação fugiu do seu controle, tomaram a iniciativa de
usar os recursos presidenciais existentes. A ação resultou em um tormento para todas as classes
sociais que perceberam o quanto são dependentes desta outra.

Um movimento interessante observado nessa situação, é que o protesto não foi aderido
voluntariamente por todos, mas recebeu apoio ainda assim. Muitos indivíduos comuns alegaram
que não queriam passar pelo momento, mas precisavam apoiar os caminhoneiros como podiam.
Como visto, as minorias se juntam para lidar com o ente opressor.

Por fim, notamos que a hostilidade é um movimento comum a essa teoria. Isso é uma
resposta imediata à opressão que a classe dominada sofre em relação aos caprichos da categoria
dominante. Mesmo em uma sociedade moderna como a nossa, o padrão continuará a se repetir.
Dado o caminho em que nos encontramos, tende a se perpetuar.
3 Michael Löwy; Lutas sociais, 21-30, 1997

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3. FUNCIONALISMO

Baseado em pesquisas em relação a sociedade Durkheim adentrou o funcionalismo, que


tem como objetivo explicar as ações sociais e coletivas ou individuais, e consequentemente,
explicar as sociedades a partir de funções e de causas. Os pensadores e teóricos funcionalistas
entendem que cada parte pertencente a sociedade, com suas especificidades e funções, é
responsável pela sociedade como um todo, bem como sua estabilidade e coesão.

É possível fazer analogia entre sociedade e máquina, por exemplo. Diferentes peças e
engrenagens funcionando de maneira ordenada e sistematizada formam uma máquina. Assim
como diferentes fatores sociais funcionando em harmonia e coesão formam uma sociedade.

3.1 ÉMILE DURKHEIM

Nascido em 15 de abril de 1858 em Épinal, França, Durkheim, ao lado de Max Weber,


pode ser visto como o fundador da sociologia como disciplina acadêmica. Mesmo como
estudante de filosofia na École Normale Supérieure, de Paris, Durkheim já demonstrava
inquietação em relação aos problemas sociais. Ao retornar de um período de estudos na
Alemanha, criou em Bordeaux, em 1887, uma cátedra de sociologia e educação, a primeira a
existir na França. Sendo ele um jovem cientista social, a sua nomeação para a Faculdade de
Letras de Bordeaux - cujo corpo docente era predominantemente humanista - despertou forte
oposição. Ao enfatizar o valor da sociologia para as disciplinas humanas mais tradicionais como
a filosofia, a história e o direito, Durkheim suscitou temores justificáveis de um “imperialismo
sociológico” (JONES, 1986). Em 1902, essa situação de conflito trouxe-lhe dificuldades
quando conseguiu realizar seu sonho de lecionar em Sorbonne, Paris, algo que também era a
pretensão de muitos acadêmicos franceses. ⁴

⁴ A sociologia funcionalista nos estudos organizacionais: foco em Durkheim. Augusto Cabral (pág. 4)

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3.2 FUNÇÃO SOCIAL

Função social é um dos elementos básicos do funcionalismo. É definida como a


contribuição que um acontecimento ou fenômeno oferece ao sistema, no caso, a sociedade. Nos
primeiros estudos sociológicos, Émile Durkheim comparou a função social a um organismo
vivo. Cada órgão faz parte de um sistema que precisa se manter para garantir o funcionamento
do corpo. O mesmo ocorre na sociedade: cada fenômeno, cada acontecimento, precisa garantir
o funcionamento coeso e organizado da sociedade, o método de investigação durkheimiano
procurava observar e entender qual a função que essas estruturas que formam a sociedade e a
influência que exercem no funcionamento e coesão social.

Na visão durkheimiana, as estruturas e funções sociais não são elementos isolados. É


preciso que funcionem juntas para garantir sempre a coesão social e bom funcionamento da
sociedade. Quando uma dessas estruturas e funções deixa de funcionar de forma organizada e
adequada, a sociedade sofre danos e sua condição de ordem e coesão é prejudicada. É preciso,
então, que os danos sejam eliminados para que a ordem seja estabelecida. Todas as funções e
partes sociais não são independentes, e o bom funcionamento de todas é essencial para a
garantia da ordem social.

Entre as estruturas observadas pelo sociólogo incluem-se: família, escola, órgãos


estatais, igrejas. As estruturas e funções se organizam e funcionam graças ao consenso, a
existência de consenso entre os setores da sociedade é uma das maneiras que Durkheim aponta
para que a sociedade prospere.

“A escola tem um papel bem mais amplo do que simplesmente passar


conteúdos: ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção
no mundo.”

Paulo Freire

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3.3 FATO SOCIAL

Durkheim é responsável pela formulação de incontáveis teorias, entretanto duas delas


se sobressaem por conta de sua genialidade, a teoria do fato social e a teoria do suicídio, ambas
baseadas no funcionamos e sua necessidade de estender a sociedade. “É fato social toda maneira
de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre um indivíduo uma coesão exterior” esclarece o
sociólogo, na teoria do fato social ele parte do princípio que homens são animais selvagens cujo
o que os diferem é a sua capacidade de socialização, assim, a orientação em termos de moral e
comportamento ele chamou de fatos sociais, entretanto nem toda ação humana configura-se
dessa maneira, já que há comportamentos e ações que independem da vontade do indivíduo,
sendo apontadas pelo sociólogo a generalidade, a exterioridade e a coercitividade.

Durkheim aponta também que diversas instituições, como a Igreja e as escolas, servem
como uma ferramenta para a propagação das normas sociais e morais que regem o convivo da
sociedade, que quando ausentes certos fenômenos se intensificam como, por exemplo, a
criminalidade e o suicídio.

“A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação


pelo indivíduo de uma série de normas e princípios — sejam morais, religiosos, éticos
ou de comportamento — que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem,
mais do que formador da sociedade, é um produto dela.”

Émile Durkheim(1858-1917).

Na teoria do fato social o sociólogo discorre sobre as maneiras de pensar e agir que
exercem determinada pressão no indivíduo, forçando ao mesmo as regras da sociedade onde
vive. Segundo Durkheim, “todo caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato
executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado”, baseado em
seus estudos o sociólogo concluiu que cada sociedade está predisposta a fornecer um
contingente determinado de mortes voluntários, ou seja, cada sociedade impõe uma atitude
definida em relação ao suicídio.

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Segundo sua etimologia formulou três tipos diferentes de suicídio; o suicídio egoísta,
onde o ego do indivíduo se afirme sobre a sociedade, havendo uma individualização
desmesurada, fazendo com que as relações entre o indivíduo e a sociedade se afrouxamento; o
suicídio altruísta, o qual o indivíduo sente-se obrigado a fazê-lo para se desembaraçar de uma
vida insuportável; e suicídio anômico, ocorre quando há uma ausência de regras na sociedade,
que gera o caos e faz a normalidade social não ser mantida.

“Se o indivíduo cede ao menor choque das circunstâncias, é porque o estado


em que a sociedade se encontra fez dele uma vítima sob medida para o suicídio"

Durkheim discorre que o enfraquecimento dos laços sociais nas sociedades orgânicas,
decorre de uma divisão de trabalho que diminui a identidade de seus membros, sendo assim o
indivíduo perde sua individualidade e consequentemente seu eu, se moldando de acordo com
os meios e normas de sociedade que convive.

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REFERÊNCIAS

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/suicidio-3-tipos-de-suicidio-egoista-
altruista-e-anomico.html

https://www.scielo.br/j/icse/a/z8LFQrWWtjRBNhdc8fbrQdJ/?lang=pt

https://www.ebiografia.com/frases_famosas_de_karl_marx_comentadas_para_refletir_sobre_
suas_ideias/

https://www.theoria.com.br/edicao0611/a_postura_do_positivismo.pdf

https://www.scielo.br/j/cebape/a/6dLnKDZcZ9YH6W4kgdCrtVq/?format=pdf&lang=pt

https://www.pensador.com/frase/MTc1ODM3Nw/

https://querobolsa.com.br/enem/sociologia/funcionalismo

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/positivismo.htm#:~:text=O%20pensamento%20posi
tivista%20postula%20a,positivismo%2C%20chamou%20de%20Ci%C3%AAncias%20Positi
vas.

https://www.psicanaliseclinica.com/teoria-do-conflito/

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