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História do Direito e do Direito Romano

Direito na antiguidade

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Na verdade, o hinduísmo veio do Direito hindu, que era o Direito de um povo da primeira
grande cultura da índia. Esse povo se dividia em castas e tinha um Direito próprio, baseado em
textos sagrados, interpretados por cada grupo de uma forma particular. O Direito e a Religião
aqui não se dividiam. Atualmente é praticado por alguns grupos de habitantes da Índia, apenas
como religião ou estilo de vida, não interferindo no Direito Indiano, que atualmente é
independente da religião. Os adeptos ao Hinduísmo são vegetarianos e buscam a paz e o
equilíbrio.

O Cristianismo é o movimento religiosos que crê em Jesus Cristo como sendo o filho de Deus,
salvador da nação. Porém, antes de Jesus Cristo, esse povo (o povo hebreu) seguia apenas a lei
mosaica, sendo este o Direito pelo qual se baseavam, e que influenciou várias legislações pelo
mundo. Depois do nascimento e morte de Cristo, aqueles que continuaram a crer apenas na lei
mosaica foram separados como judeus e os que criam na parte da Bíblia denominada como
novo testamento (inspirado por Cristo), passaram a ser denominados como cristãos.

O Islamismo, que atualmente também é tido como uma religião, possui, até os dias de hoje,
força legal em países que têm no alcorão sua base de Direito, continuando o Direito atrelado à
religião. Porém, quando os seguidores do Islamismo se encontram em outros países que não
são adeptos da mesma crença, se submetem ao Direito local.

Tanto o Cristianismo quanto o Islamismo considerariam que existe pecado, Céu e inferno,
existindo o castigo imposto por um ser superior quando o indivíduo desobedece às suas regras,
existindo uma única morte, sem possibilidade de melhoramento da criatura ou sua volta à
terra. Enquanto que o Hinduísmo, por não ter a crença no pecado, acredita apenas que na vida
se recebe de volta aquilo que se faz, então, você escolhe como viver e o universo reage de
acordo com suas ações, sendo possível reencarnar várias vezes.

No Cristianismo existem vários desdobramentos que deram origem a milhares de


denominações religiosas que possuem doutrinas diferentes, tendo como ponto comum o fato
de crerem em Jesus Cristo e basearem sua fé na Bíblia sagrada. No entanto, no Islamismo não
existe desdobramentos nem variações, todos os adeptos seguem ao Alcorão e estão sujeitos às
mesmas regras rígidas, crendo em Maomé e Alá, tendo momentos e modos específicos de
oração ao longo do dia.
Todas essas religiões pregam o amor ao próximo, bom convívio e solidariedade, salvo alguns
grupos radicais.

A República Romana
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Sendo Tício um Tribuno da Plebe, ele é um representante da


população menos favorecida, mas que, diante de uma
organização, consegue o feito de escolher um líder que luta pelos
seus direitos. Nas reuniões das assembleias dos plebeus,
inicialmente as decisões não valiam para além do círculo deles,
mas, com as conquistas populares, esses plebiscitos (vontade do
povo) passavam a valer para todos os integrantes da cidade.
Porém, a principal força da participação popular na República foi
o poder de veto que o Tribuno da Plebe passou a ter quando,
pela intercessio, poderia vetar uma lei que considerasse
arbitrária e elaborada em desfavor de toda a população. O que
pode parecer óbvio na atualidade, foi uma extrema conquista na
Antiguidade. No entanto, é óbvio que, muitas vezes, esse feito
deve ser relembrado.

Tício, como Tribuno da Plebe, poderia interpor o veto, a


intercessio, impedindo o prosseguimento do trâmite da produção
legislativa que prejudicava uma classe inteira.

Há hoje, no Brasil, instituto do veto, cabendo ao Presidente da


República vetar projetos de lei provenientes do Congresso
Nacional que entender contrários aos interesses da coletividade.
No entanto, não há no sistema brasileiro um cargo análogo ao
Tribuno da Plebe que possa fazer valer um veto em caso de
contrariedade a uma classe social. Por isso, quem sabe, na
história se possa retirar ensinamentos para a atualidade. Talvez
essa solução pudesse se aproximar de um caráter democrático e
republicano que se almeja hoje.

Institutos de Direito Romano

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a) O instituto é o Direito das Coisas: posse e propriedade. É


possível identificar que a posse não era um direito, mas uma
situação de fato protegida pelo ordenamento jurídico. Caio tem a
posse da casa, mas não a propriedade, porque não fez a
transferência solene. A propriedade não é plena por isso: se
protegida pela atuação do pretor, poderia transformar-se em
dominium in bonis (pretoriana).

b) Caio pode solicitar um interdito possessório para proteger a


sua posse e fazer parar a perturbação. Sendo a sua propriedade
não plena, poderia solicitar a proteção do pretor. Sendo o pretor
o magistrado romano responsável pelo processo e, por isso,
mediante uma ação judicial, ele concedia proteção jurídica para
quem não tivesse adquirido um bem de forma plena, dando
nome a esse tipo de propriedade como propriedade pretoriana
ou protegida pelo pretor (dominium in bonis).

O Direito e as estruturas políticas no Império Romano

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1)O Império Romano começa efetivamente com o principado em


27 a.C., muda para dominato em 284, com o absolutismo do
imperador e a nova divisão do império em ocidente e oriente.
Por fim, termina com a invasão dos bárbaros e a queda do
império do ocidente em 476 da nossa era.

2)O imperador é princeps, reforma a burocracia, absorve e


concentra todos os poderes políticos. O direito desenvolve-se e
suas fontes moldam-se à nova realidade. Um dos principais
fatores históricos dessa etapa foi a cristianização do império. A
espetacular expansão do império determinou a romanização de
toda a Europa. É resultado daquele período hoje: essa
romanização (já cristã) foi a base dos países modernos não só
pela cultura (língua, costumes e religião), mas principalmente
pelo direito.

Evoluções do Estado Liberal e Estado Democrático de Direito

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O Estado Democrático de Direito, modelo adotado pela nossa


Constituição atual (art. 1º), mantém-se fiel aos postulados das
formulações anteriores – Estado Liberal e Estado Social.
Exemplos práticos disso são encontrados de forma abundante no
texto da Constituição.

Como exemplos, citam-se:


O art. 5º, XIII e XXII: são exemplos típicos do Estado Liberal.
A livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV) e a livre
expressão da atividade intelectual e artística (art. 5º, IX), bem
como a liberdade de consciência e de crença (art. 5º, VI) são
princípios próprios do Estado Liberal, todos eles elencados no rol
de direitos e garantias fundamentais do texto constitucional.

No entanto, o rol de direitos elencados no art. 6º, quais sejam:


educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte,
lazer, previdência social, assistência aos desamparados e
proteção à maternidade e à infância são tipicamente sociais.
Trata-se de direitos próprios do modelo do Estado Social de
Direito. Cumpre destacar que o referido artigo ainda converte em
Direito Social a segurança, um valor já compreendido como dever
e obrigação estatal no modelo do Estado Liberal de Direito.

A elevação dos direitos trabalhistas básicos à condição de direitos


sociais protegidos pela Constituição, na forma do art. 7º e seus
incisos, salvaguardando a irredutibilidade do salário e o direito a
FGTS, salário-mínimo, aposentadoria, seguro-desemprego,
licença à gestante, 13º salário, repouso semanal remunerado,
etc.

Formas estatais pré-modernas


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Certo dia, João se vestiu como um camponês e saiu por suas


terras, sentou-se à beira do caminho e começou a conversar com
um homem que estava lavrando a terra.

João: Bom dia! Qual a sua graça?


Camponês: Ricardo.
João: Estou cansado demais; faz muito calor nesta terra. Acho
que não sou feliz nem tenho muita sorte. E você o que tem a
dizer de sua vida?

O trabalhador, fitando-lhe os olhos e percebendo de quem


realmente se tratava, respondeu.

Ricardo: Eu me chamo Ricardo. Sou apenas um servo de meu


senhor, trabalho todos os dias para garantir o pão daqueles que
me oprimem, sendo minha paga apenas encher a barriga da
minha família para que não morram de fome. Sorte? Acho que
tenho, sim, pois, apesar de não valorizado pelos nobres e
religiosos que sustento, creio que sou mais feliz que eles.
João: Você é feliz? Como pode ser feliz vivendo dessa forma?
Ricardo: Sou feliz porque sei quem sou e também sei que como
eu existem muitos e um dia nos uniremos e transformaremos
nossa história. Não tenho medo que um dia o senhor dispense o
meu trabalho, pois sei que lhe sou essencial, mas o senhor teme
todos os dias que a Igreja tire o poder que lhe concede sobre
nós. Por isso não é feliz, vive para defender aqueles que lhes
concedem o direito de nos oprimir.

A história criada não é importante; o essencial para a sua


resposta ser considerada correta é conter o contexto histórico do
feudalismo, como solicitado na questão. O personagens vivem no
período compreendido entre os séculos V e XV, durante a Idade
Média (Medieval).

A sociedade era dividida em estamentos, classes sociais que


tinham em sua base, e como maioria, os servos. Acima estava a
nobreza, que detinha o poder sobre a classe inferior e no topo o
Clero, o qual possuía o poder soberano. Os servos garantiam a
sobrevivência das demais camadas da sociedade, já que esses
trabalhadores rurais eram submissos aos senhores feudais
(nobreza), que lhes concediam um pedaço de terra para que
garantissem o sustento de suas famílias, tendo por obrigação
trabalhar nas terras de seus senhores sem receber nada além
disso como pagamento. Além disso, eram os servos que faziam
circular a economia. O poder soberano estava nas mãos do Clero
(homens da Igreja Católica), que distribuía aos nobres o poder
sobre os feudos.
Direito Consuetudinário
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Trata-se de um típico caso decostume praeter legem, já que o


cheque pós-datado não tem regulamentação expressa na lei. No
entanto, nesses casos, observa-se a utilização de um costume,
preenchendo a lacuna da lei.

Direito canônico e jusnaturalismo teológico


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A pesquisa realizada sobre a prática dos processos eclesiásticos


no período medieval e nos primeiros séculos da Modernidade,
sobretudo no contexto da chamada "Santa Inquisição", revela
que - apesar de toda a técnica e sofisticação jurídica que revestia
o Direito Canônico - a maior parte desses processos era
caracterizada por evidentes violações a princípios jurídicos que
hoje são elementares em qualquer ordenamento jurídico que se
pretenda civilizado.

Os registros históricos indicam que era frequente o desrespeito


aos princípios da presunção de inocência, do contraditório e da
ampla defesa, sendo que a distribuição do ônus probatório entre
as partes do processo se mostrava manifestamente injusta.
Perceba que, na prática, Joana D`Arc tinha que provar sua
inocência cuja simples acusação quase se tratava de uma (prévia)
condenação. Isso se dava porque, no contexto inquisitório
medieval, o acusador tinha menos o ônus de provar a culpa do
réu do que este tinha o ônus de provar sua inocência. Operava,
na prática, quase uma inversão da lógica da presunção de
inocência: era como se a presunção fosse de culpa, passível de
ser afastada somente na eventualidade de prova robusta da
inocência (desrespeito à presunção de inocência).

Os processos inquisitoriais também não zelavam pelo tratamento


isonômico das partes, favorecendo sistematicamente os agentes
de acusação. Veja que somente após várias audiências a acusada
foi ouvida (desrespeito ao contraditório e à ampla defesa). Além
disso, as figuras do juiz (ou juízes) e do acusador eram
excessivamente próximas (desrespeito ao princípio da
imparcialidade). No caso do julgamento de Joana D`Arc, os
acusadores escolhidos eram profundos conhecedores das
escrituras e muito próximo de seus julgadores. O injusto rigor
desses procedimentos processuais tornava a confissão do réu
uma das melhores alternativas (ou única) em busca de uma pena
mais branda, mesmo que ele não fosse realmente culpado dos
crimes pelos quais era acusado. Veja que insistentemente foi
ofertado para Joana D'Arc que confessa-se (desrespeito ao
princípio de não fazer prova contra si mesmo).

Ainda assim, deve ser observado que é incorreta a ideia, popular


no senso comum contemporâneo, de que os tribunais
eclesiásticos da Santa Inquisição tenham sido criados para
promover opressão e terror social. É preciso ter em mente que o
Direito Canônico da época, ao admitir o uso limitado da tortura
nos interrogatórios, não estava criando um novo tipo de
barbarismo, mas, sim, limitando o uso de práticas que já existiam
e que eram praticadas de forma generalizada e irrestrita.

O Direito Canônico estabeleceu, ao contrário, os primeiros


efetivos limites à tortura de réus. Além disso, deve ser lembrado
que o crime de heresia religiosa não era um crime
especificamente contra a Igreja (nem instituído por esta), mas
um crime contra o Estado.

A formação das tradições da Civil Law e Common Law

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Pela pesquisa realizada, foi possível concluir que, embora ambos


os sistemas sejam amplamente difundidos ao redor do mundo,
existe uma grande predominância geográfica da Civil Law sobre a
Common Law.

A Common Law é dominante na América do Norte, no Reino


Unido e na Oceania, sobretudo em territórios outrora
pertencentes ao Império Britânico, enquanto que a Civil Law é
dominante na América Latina, na Europa Continental e na Ásia.

A Civil Law é o modelo adotado por dezenas de países em


diferentes continentes, enquanto que a Common Law é restrita a
um número bem menor de nações. Apesar da preponderância
dos sistemas da Civil Law e da Common Law, estas não são as
únicas tradições jurídicas vigentes no mundo contemporâneo. É
possível apontar, também, a Sharia islâmica, um sistema de
matriz religiosa e que hoje opera de forma dominante no Oriente
Médio e no norte do continente africano.

O Direito no mundo medieval

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1. A primeira figura é a imagem de um Papa coroando um Rei,


mais especificamente Carlos Magno, pelo Papa Leão III. A
imagem demonstra o quanto era próxima a relação entre Estado
e Igreja, ou melhor, era a Igreja quem legitimava os poderes dos
reis, uma vez que, na Idade Média, eles eram os "representantes
divinos". Nesse sentido, a Igreja tinha interferência direta nos
assuntos do Estado.

2. A segunda imagem apresenta o modo de produção


tipicamente medieval, isto é, o feudalismo, que consistiu
essencialmente na transformação de grande parte da Europa em
uma multiplicidade de propriedades privadas, nas quais um
senhor feudal atuava de forma soberana, fornecendo segurança
e acesso à terra para os trabalhadores rurais, que pagavam por
isso cedendo parte dos frutos de seu trabalho ao senhor feudal.
O ideal de justiça na Filosofia Grega clássica: o Direito na Grécia
Antiga

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Pitágoras - iniciou o processo de reflexão filosófica, buscando


explicações fora dos mitos para os fenômenos naturais que até
então eram atrelados à vontade de inúmeros deuses. Por meio
dessa desmistificação, que foi iniciada por Pitágoras e
desenvolvida, tomando cada vez mais força, com o estudo dos
filósofos vindouros, a sociedade percebeu que, já que os
fenômenos não eram explicados mais pela vontade dos deuses,
isso significava que o homem era responsável pelo que acontecia
de bom e de ruim e, portanto, deveria existir previsão legal para
diferentes acontecimentos, até mesmo para aqueles de fato
naturais, pois mesmo o homem não podendo controlá-los,
poderia prever quais medidas tomar diante de tais
circunstâncias.

Platão - constatou que a ética garantia a paz de um governo. Por


muito tempo, as regras de conduta eram determinadas pela ética
e a moral, até que se percebeu que o Direito era quem deveria
garantir uma regra de conduta que pudesse ser aplicada, de
forma coercitiva, a toda população habitante de um determinado
território, pois a ética e a moral podem ter várias concepções
entre indivíduos de um mesmo grupo. Por meio da ideia da ética
garantidora da paz de um governo, começou-se a pensar em
normas que pudessem proteger o governante e também
naquelas que resguardassem a população contra atos praticados
pelo Estado.

Aristóteles - concebeu os modelos de governo e seus desvios. A


partir de Aristóteles, as sociedades começaram a se reorganizar
da forma que melhor lhes convinha. Com essa melhor
organização, foi ocorrendo também a separação entre Estado e
Religião e, consequentemente, a desvinculação entre a Religião e
o Direito, dando mais força para o sistema jurídico que passaria a
se desenvolver sabendo o modelo de organização que a
sociedade desejava garantir e manter, possibilitando também o
seu crescimento sem a preocupação de estar limitado pelas
normas religiosas, apesar de sofrer as influências trazidas por
esta.

Primeiras Codificações Legais

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Coleção Brasil de Turismo (CBT):


• Estatutos da Organização Mundial de Turismo.
• Decreto nº 8.102/2013.
•Decreto nº 7.994/2013.
• Decreto nº 7.381/2010.
• Decreto nº 6.916/2009.
• Lei nº 11.771/2008.
• Lei nº 12.591/2012.
• Lei nº 12.974/2014.
• Decreto nº 4.406/2002.
• Decreto nº 1.983/1996.
• Decreto nº 946/1993.
• Decreto nº 86.176/1981.
• Decreto nº 84.910/1980.
• Decreto nº 82.307/1978.
• Decreto nº 75.102/1974.
• Decreto nº 56/1972.
• Decreto nº 63.067/1968.

A reunião dessas leis facilitará o estudo e a compreensão das


normas que regem o turismo brasileiro, as quais ainda são
desconhecidas pela população e pelos turistas que nos visitam.
Essa compilação também facilitaria aos turistas brasileiros
saberem como se comportar em suas viagens ao Brasil,
auxiliando também as autoridades, que muitas vezes sequer
sabem como agir em situações que envolvem turistas
estrangeiros. Atualmente, possuímos muitas normas dispersas
sobre o tema, o que dificulta a compreensão, a aplicação e a
eficácia.

Lei das XII Tábuas e Corpus Iuris Civilis


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Apesar de seus avanços técnicos e da enorme influência nas


tradições jurídicas herdadas pelo mundo ocidental, o Direito
Romano consagrava e legitimava certas práticas hediondas,
draconianas e absolutamente incompatíveis com as nossas
concepções contemporâneas.

Podemos citar, por exemplo, a escravidão, que era legalizada e


institucionalizada na época da Roma clássica. Além disso, houve
previsão legal de morte para crianças nascidas com
deformidades, proibição de preparos fúnebres adequados
quando o falecido se tratava de escravo, proibição de casamento
entre pessoas pertencentes a diferentes classes sociais, a
mutilação do corpo do devedor que não pagava suas dívidas e
penas cruéis (flagelamento) para quem cometia crimes de roubo.

Essa tolerância com a tortura, com a escravidão, com a


crueldade, com o tratamento desigual das pessoas por questões
de classe social e com a banalização da pena de morte
representa aspectos do antigo Direito Romano, que são
absolutamente incompatíveis com os pressupostos de dignidade
da pessoa humana, próprios do Direito Contemporâneo.

As revoluções burguesas e o Estado Liberal

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O Estado Brasileiro carrega em seu ordenamento jurídico


características do Estado Liberal, como a autonomia da vontade
(contratual) e a livre iniciativa. Outro atributo muito marcante
nessa espécie de Estado é a ideia de mínima intervenção na
atividade econômica. Tendo essas premissas por parâmetro, os
artigos indicados no caso da Lei Municipal já confrontariam
diretamente com a base Liberal de Estado e poderiam já ser
julgados inconstitucionais. Foi nesse sentido, inclusive, que a Lei
analisada foi objeto de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul sob o n.º
70075503433.

Nessa decisão, a desembargadora mencionou que em


determinados aspectos a Lei Municipal n.º 12.162/2016
caracteriza-se como ingerência indevida do Poder Público sobre a
atividade econômica privada e, consequentemente,
inconstitucional. Disse a desembargadora que: "A simples
necessidade de autorização prévia do Poder Público e validação
do cadastro como requisito indispensável para o próprio ingresso
e desempenho da atividade de transporte individual de
passageiros, disposta no art. 2.º da lei em tela, já se indicia
inconstitucional por contrariar a própria lógica inerente à
natureza eminentemente privada da atividade, em que usuário e
motoristas são postos em contato imediato via plataforma
tecnológica, em razão de interações de oferta e demanda, e com
isto, no exercício de sua autonomia privada, celebram contrato
de transporte e de prestação de serviços".
Seguiu a eminente julgadora esclarecendo que: “o diploma legal
em tela restringe sobremaneira a atividade econômica privada,
de transporte privado de passageiros via intermediação de
aplicativo eletrônico, sem amparo em justificativa legal
consistente atrelada ao interesse público primário, há
plausibilidade nos argumentos de que princípios constitucionais
de reprodução estadual obrigatória - liberdade de profissão, de
iniciativa, de empreendimento, de concorrência, de defesa do
consumidor - restam vulnerados em alguns dos dispositivos
atacados, devendo ser suspensa sua eficácia, sob pena de risco
de indevidas autuações por infração embasadas nas normas
estatuídas e ora discutidas". Assim, as disposiçõs mencionadas
no caso confrontam não só premissas do Estado Liberal, como
também artigos constitucionais.

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