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ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO, MARKETING E

COMUNICAÇÃO DE SANTOS

DESIGUALDADE SALARIAL DE GÊNEROS DENTRO DO PAÍS E ENTRE


ELES

ALINE FERNANDA SILVA DE BARROS


ANA CLARA MARANDUBA SILVA
EVELYN COSTA TAVARES

SANTOS - SP
MAIO / 2023
ALINE FERNANDA SILVA DE BARROS ANA
CLARA MARANDUBA SILVA
EVELYN COSTA TAVARES

DESIGUALDADE SALARIAL DE GENEROS DENTRO DO PAÍS E ENTRE


ELES

Trabalho de Conclusão de Semestre


apresentado à Escola Superior de
Administração Comunicação e
Marketing, como requisito para a
conclusão da matéria de Operações
de Câmbio e Sistema de Crédito
Internacional vigente no 2° semestre
do Tecnólogo de Comércio Exterior
sob a orientação da Professora Gisele
Pereira de Souza.

SANTOS – SP
2024
DEDICATÓRIA
Dedico este projeto para todos aqueles que ajudaram a torná-lo possível,
a professora Gisele Pereira e a todos aqueles que contribuíram.
AGRADECIMENTOS

A Professora Gisele Pereira de Souza que durante esse semestre nos proporcionou
diversas experiencias dentro e fora do ambiente educacional, agregando de forma positiva para
nossa vida profissional, sempre ajudando e retirando dúvidas fora do período das aulas.
Aos nossos amigos, colegas, familiares e professores que estão envolvidas com a
evolução e desenvolvimento do projeto, sem a ajuda de todos vocês não teríamos chegado tão
longe.
EPÍGRAFE

“A igualdade de gênero é mais do que um


objetivo em si mesmo. É uma condição prévia
para enfrentar o desafio de reduzir a pobreza,
promover o desenvolvimento sustentável e
construir um bom governo.”

(Kofi Annan)
RESUMO

Palavras-chave:
ABSTRACT

Keywords:
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AFL American Federation of Labor


CIO Conngress of Industrial Organizations
FGV Fundação Getúlio Vargas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NHS National Health Service
ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
OIT Organização Internacional do Trabalho
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10
1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................. 11
1.2.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 11
1.2.2 Objetivo específico ................................................................................................... 11
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................................. 12
1.4 HIPÓTESE................................................................................................................... 12
1.5 METODOLOGIA .......................................................................................................... 12
2. EVOLUÇÃO DO TRABALHO NO BRASIL ................................................................ 13
2.1 Reforma Trabalhista de 2019 no Brasil ...................................................................... 14
2.2 História do Trabalho das Regiões Desenvolvidas ..................................................... 15
2.2.1 História Trabalhista dos Estados Unidos ................................................................ 15
2.2.2 História Trabalhista da Inglaterra............................................................................. 17
2.2.3 Comparativo ............................................................................................................. 18
3. OBJETIVO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL........................................... 19
3.1 Objetivo 10................................................................................................................... 19
4. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................ 20
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 23
10

1. INTRODUÇÃO
Em uma pesquisa realizada pelo Governo Federal foi levantado os dados
de que as mulheres brasileiras recebem 19,4% menos que os homens, em cargos
de dirigentes e gerentes, sendo a diferença salarial de 25,2%. Essa pesquisa foi
realizada devido uma lei que se encontra em vigor desde o ano passado, Lei nº
14.611/2023 que possui o objetivo da igualdade salarial, garantindo salários e
critérios remuneratórios iguais entre os sexos, assim tornando possível o controle da
realidade remuneratória dos trabalhadores.

A legislação brasileira conta com diversas propostas para enfretar a


discriminicação de gênero no mercado de trabalho, entretanto, a realidade é a forte
divisão sexual do trabalho, predestinando que os homens tenham cargos de valor
social agregado (cargos decisórios, funções políticas, religiosas, militares etc.),
sugerindo que o trabalho do homem tenha mais valor que o da mulher.

Em 2022, o Banco Mundial contou com 97 países, de 190 analisados, que


tinham leis exigindo paridade salarial entre gêneros. “Embora as leis sejam o
primeiro passo para garantir igualdade de gênero, implementação inadequada e
fiscalização fraca continuam sendo barreiras críticas para o avanço dos direitos e
oportunidades das mulheres.”, disse o Banco Mundial em seu relatório.

De acordo com o Relatório Global de Desigualdade de gênero do fórum


econômico mundial, em 2021 as mulheres ganhavam 37% a menos do que os
homens nas mesmas posições. Mesmo com alguns países conseguindo
efetivamente combater este problema, ainda é um gargalo muito presente nas
instituições tanto brasileiras quanto transnacionais.
Analisando esse presente desafio, surge a ideia e o propósito do presente
projeto: Analisar a desigualdade social no Brasil, compará-los entre os países e
diminuir essa diferença salarial entre os gêneros aplicando a ODS 10.

1.1 JUSTIFICATIVA

A desigualdade salarial entre os gêneros é um gargalo persistente que afeta


a economia e sociedade no mundo todo. As mulheres frequentemente ganham menos
do que homens em um mesmo cargo, refletindo a discriminação de gênero, e colocando
as mulheres no padrão de ciclo de pobreza, de tal forma que, impede o crescimento
econômico e o desenvolvimento social.
11

A disparidade salarial entre homens e mulheres é uma questão complexa


que resulta de uma combinação de fatores como a discriminação direta, segregação
ocupacional, diferenças no tempo de trabalho e responsabilidades domésticas desiguais.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres em todo o
mundo ganham, em média, 20% menos do que os homens, já no Brasil, essa
desigualdade é igualmente pronunciada, com mulheres recebendo cerca de 77,7% do
salário dos homens para trabalhos semelhantes (IBGE, 2018).
A desigualdade salarial entre gêneros tem impactos profundos e
multifacetados, economicamente e socialmente a disparidade salarial reduz o poder
aquisitivo das mulheres e limita suas oportunidades de ascensão profissional,
contribuindo assim para a pobreza feminina e infantil, além de que perpetua estereótipos
de gênero e inibe o desenvolvimento sustentável e inclusivo de uma sociedade.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral


Estudar, analisar e propor melhorias nos reajustes salarial dentro dos país
e entre eles.

1.2.2 Objetivo específico


Examinar a evolução do trabalho no Brasil;
Avaliar os gargalos encontrados nos reajustes salariais entre gêneros;
Comparar as variantes formas de salário entre os países e dentro deles;
Sugerir hipóteses para solucionar os contratempos provenientes da
investigação.
12

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO

1.4 HIPÓTESE
As organizações carecem de uma gestão de processos e etapas
logísticas, sendo observado que o problema da diferença salarial entre gêneros está
enraizado nas nações por muitos anos. A aplicação da ODS 10.2 nos países irá
contribuir para solucionar este problema universal, auxiliando na diminuição de
desigualdade, qualidade de vida,

Dentre essas hipóteses, haverá também um comparativo da desigualdade


salarial entre os países, com o intuito de oferecer uma perspectiva geral de como
funcionam.

1.5 METODOLOGIA

O projeto abordará o desenvolvimento e evolução do trabalho e reajuste


salarial no Brasil e nos outros países propondo examinar e sugerir melhorias nos
gargalos que serão constatados a partir de pesquisas exploratórias qualitativas; além
disso, será utilizado como fonte bibliográfica, na forma de artigos, monografias, livros e
internet.
13

2. EVOLUÇÃO DO TRABALHO NO BRASIL

O processo de evolução trabalhista no Brasil reflete as mudanças


econômicas, sociais e políticas ocorridas no país ao longo dos séculos. Desde o período
colonial até a contemporaneidade, o trabalho no Brasil passou por transformações
significativas, influenciadas por fatores internos e externos. De tal maneira que será
analisado e apresentado nesse capítulo as principais etapas na evolução dos meios de
trabalho no Brasil, destacando os períodos colonial, imperial, republicano e
contemporâneo.
Durante o período colonial, a principal forma de trabalho era a mão de
trabalho escrava, onde a economia brasileira era predominantemente agrária e baseada
na exploração de recursos naturais, como o açúcar, o ouro e o café.
Os escravos eram fundamentais para a produção agrícola e
mineral, e a sociedade era organizada em torno do trabalho forçado
(SCHWARTZ, 1988).
A abolição gradual da escravidão foi uma característica marcante durante o
período imperial, por conta das pressões internas e externas, à Lei Eusébio de Queirós
(1850), e à Lei Áurea (1888), foram efetivamente atendidas pelo Estado, de forma que
após a abolição da escravidão, houve a necessidade de substituir a mão de obra
escrava. Após o incentivo do governo brasileiro tivemos a imigração europeia,
principalmente de italianos, alemães e japoneses, para trabalhar nas plantações de café
e outras atividades econômicas.
Com a Proclamação da República e a subsequente industrialização, o Brasil
passou a experimentar uma urbanização acelerada, a expansão da indústria gerou
novas formas de trabalho urbano, caracterizadas pelo emprego assalariado e pela
organização sindical.
A criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943
representou um marco na regulamentação das relações de trabalho,
estabelecendo direitos e garantias para os trabalhadores urbanos (FAUSTO,
1997).
Na área rural, a modernização agrícola sofreu mudanças significativas. Em
consequência da introdução de máquinas e tecnologias agrícolas teve uma redução na
demanda por mão de obra, levando ao êxodo rural e à migração para as grandes
cidades. “Ao mesmo tempo, surgiram novos conflitos trabalhistas e movimentos sociais,
como as Ligas Camponesas, que lutavam por melhores condições de trabalho e reforma
agrária (MELO, 1985).”
14

A partir dos anos 1980, a globalização e a liberalização econômica


impactaram profundamente o mercado de trabalho brasileiro. Visto que a flexibilização
das relações de trabalho e terceirização tornaram-se comuns, consequentemente
aumentando a informalidade e a precarização do trabalho.
O avanço tecnológico e a digitalização trouxeram novas formas de trabalho,
como o teletrabalho e o trabalho por aplicativos, proporcionando flexibilidade para o
trabalhador, por conseguir trabalhar em qualquer lugar. A evolução das formas de
trabalho no Brasil reflete um processo contínuo de adaptação às mudanças econômicas,
sociais e tecnológicas, desde o trabalho escravo no período colonial até as novas formas
de trabalho digital na contemporaneidade, o mercado de trabalho brasileiro passou por
transformações profundas.

2.1 Reforma Trabalhista de 2019 no Brasil

A Reforma Trabalhista de 2019, foi formalizada pela Medida Provisória nº


905, em 11 de novembro de 2019, introduzindo significativas mudanças na legislação
trabalhista brasileira. Esta reforma buscou modernizar as relações de trabalho, fomentar
a criação de empregos e flexibilizar as normas trabalhistas.
A Medida Provisória nº 905/2019 foi uma continuidade das reformas
iniciadas com a Lei nº 13.467/2017, o contexto da reforma de 2019 incluiu a necessidade
de adaptar a legislação trabalhista às novas realidades do mercado de trabalho, os
principais objetivos da reforma eram: Estimular a criação de empregos, especialmente
para jovens; reduzir a informalidade no mercado de trabalho; simplificar e
desburocratizar as relações trabalhistas; adequar a legislação trabalhista às novas
formas de trabalho. As medidas alteradas pela reforma trabalhista foram flexibilizações
na jornada de trabalho, alteração na fiscalização e aplicação de multas, proposta do
contrato de trabalho verde e amarela estimulando a empregabilidade dos jovens.
No entanto, a reforma sofreu diversas críticas dos sindicatos e organizações
de trabalhadores em virtude da redução de direitos trabalhistas, argumentando que a
flexibilização poderia levar à precarização do trabalho.
A Medida Provisória nº 905/2019 teve sua validade encerrada em
abril de 2020 sem ser convertida em lei pelo Congresso Nacional. Assim, muitas
das alterações propostas foram revogadas, e a discussão sobre a necessidade
de reformas na legislação trabalhista brasileira continua (BRASIL, 2020).
A Reforma Trabalhista de 2019 representou uma tentativa de modernizar as
relações de trabalho no Brasil, visando à criação de empregos e à redução da
informalidade, uma vez que tenha introduzido mudanças significativas, também gerou
controvérsias e foi alvo de críticas de diversos setores da sociedade.
15

2.2 História do Trabalho das Regiões Desenvolvidas

O desenvolvimento trabalhista das regiões desenvolvidas é marcado por


uma evolução significativa das relações de trabalho.
Na Idade Média, o meio de trabalho na Europa Ocidental era dominado pelo
sistema feudal, onde os camponeses trabalhavam nas terras dos senhores feudais em
troca de proteção e o direito de cultivar parcelas para sua subsistência. Entretanto, com
a Revolução Industrial, iniciada no final do século XVIII na Inglaterra, todas as relações
de trabalho passaram por transformação, criando-se uma classe trabalhadora industrial,
mas não significa que os meios de trabalho se tornaram mais juntos. “No entanto, as
condições de trabalho nas fábricas eram frequentemente severas, com longas horas,
baixos salários e condições insalubres” (ASHTON, 1948)
Nos Estados Unidos, a industrialização no século XIX também resultou em
um crescimento significativo das fábricas e da classe trabalhadora urbana. Devido as
condições de trabalho precárias sugiram à formação dos primeiros sindicatos e a uma
série de greves e conflitos trabalhistas. A American Federation of Labor (AFL) e o
Congress of Industrial Organizations (CIO) foram fundamentais na luta por melhores
condições de trabalho e direitos sindicais. Os movimentos sindicais na Europa Ocidental
ganharam força no final do século XIX e início do século XX.
Posteriormente a Segunda Guerra Mundial, diversos países da Europa
Ocidental implementaram o Estado de bem-estar social, proporcionando aos
trabalhadores segurança econômica e proteção social.
Através da criação do Serviço Nacional de Saúde (NHS) no Reino
Unido e a implementação de políticas de seguridade social na Alemanha e na
França melhoraram significativamente as condições de vida dos trabalhadores
(THANE, 2011).
Adicionalmente nos Estados Unidos, a era pós-guerra foi marcada por um
crescimento econômico robusto e a expansão da classe média. Devido a globalização e
as políticas neoliberais as relações trabalhistas sofreram mudanças nas nações
desenvolvidas

2.2.1 História Trabalhista dos Estados Unidos

Inicialmente, no período colonial o trabalho escravo e a servidão por contrato


eram as principais formas de trabalho.
16

Os escravos africanos desempenhavam um papel crucial na


economia agrária das colônias do sul, enquanto os servos contratados, muitos
deles europeus, trabalhavam principalmente nas colônias do norte. Esses
trabalhadores enfrentavam condições severas e tinham poucos direitos (BERLIN,
2003).
Além disso, com a independência e a Revolução Industrial, os Estados
Unidos começaram a se industrializar rapidamente, as fábricas surgiram e a demanda
por mão de obra aumentou. Em virtude disso, surgiram os primeiros movimentos
sindicais no início do século XIX, com trabalhadores organizando-se para lutar por
melhores condições de trabalho e salários. “Em 1827, foi formada a Federação dos
Trabalhadores de Mecânica da Filadélfia, um dos primeiros sindicatos significativos nos
Estados Unidos (MONTGOMERY, 1980).”
Após a Guerra Civil, houve um crescimento significativo dos sindicatos, a
Knights of Labor, fundada em 1869, e a American Federation of Labor (AFL), fundada
em 1886, foram organizações importantes que lutaram pelos direitos trabalhistas.
Durante a Era Progressista, o governo começou a intervir mais ativamente nas relações
trabalhistas, por consequência leis como a Lei de Horas de Trabalho de 1916, que
limitava a jornada de trabalho para oito horas, e a Lei de Salários Justos foram marcos
importantes no processo da evolução trabalhista.
Nesse mesmo sentido, o New Deal introduziu a legislação trabalhista crucial,
incluindo o National Labor Relations Act (1935), assim garantindo que os trabalhadores
conquistassem o direito de formar sindicatos e negociar coletivamente, e o Fair Labor
Standards Act (1938), estabeleceu um salário-mínimo e limitou a jornada de trabalho,
logo após a Segunda Guerra Mundial, houve uma expansão significativa dos direitos
trabalhistas
A Grande Depressão trouxe grandes desafios para os
trabalhadores americanos, com desemprego massivo e pobreza generalizada.
Em resposta, o presidente Franklin D. Roosevelt implementou o New Deal, uma
série de programas e reformas para revitalizar a economia e proteger os
trabalhadores (FRIEDMAN, 2007).

Portanto, nas últimas décadas, o mercado de trabalho americano passou por


transformações significativas devido à globalização, de tal forma que, surgisse um
declínio na sindicalização e um aumento na informalidade e na precarização do trabalho.
Sendo uma evolução complexa, marcada por lutas e conquistas significativas para os
trabalhadores. Desde as condições severas do período colonial, as transformações
contemporâneas, as relações de trabalho nos EUA evoluíram continuamente, de
maneira que refletisse nas mudanças econômicas, sociais e políticas.
17

2.2.2 História Trabalhista da Inglaterra

A história trabalhista da Inglaterra reflete as mudanças profundas nas


relações de trabalho desde a Idade Média até a era contemporânea, assim destacando
neste capítulo os principais períodos e eventos que moldaram as relações laborais,
incluindo o feudalismo, a Revolução Industrial, os movimentos sindicais e as
transformações contemporâneas.
Inicialmente, durante a Idade Média, a economia inglesa era
predominantemente agrária e organizada sob o sistema feudal, os camponeses
trabalhavam nas terras dos senhores feudais em troca de proteção e o direito de cultivar
parcelas para sua subsistência. A crise do feudalismo, por consequência da Peste
Negra, resultou em uma redução significativa da população e da força de trabalho, de
modo que, esse declínio populacional oferecesse aos trabalhadores sobreviventes maior
poder de negociação, levando ao enfraquecimento do sistema servil e à eventual
transição para uma economia mais baseada no trabalho livre.
Posteriormente, nos séculos XV e XVI, o movimento dos Enclosures
transformou a agricultura inglesa, substituindo as terras comunais por propriedades
cercadas voltadas para a produção comercial. Com a Revolução Industrial, todas as
relações de trabalho foram transformadas drasticamente, a introdução de máquinas e
construção de fábricas aumentaram a produção e a demanda por uma grande força de
mão de trabalho. Contudo, as condições de trabalho nas fábricas eram frequentemente
severas, com longas horas, baixos salários e condições insalubres, e em resposta às
condições de trabalho precárias, surgiram as primeiras leis trabalhistas: Lei dos
Aprendizes de 1802 e a Lei das Fábricas de 1833, essas sendo as primeiras tentativas
de regulamentar o trabalho infantil e melhorar as condições nas fábricas.
Como resultado, os trabalhadores começaram a se organizar em sindicatos
para lutar por melhores condições de trabalho e salários, durante o século XX o
movimento sindical continuou crescendo e influenciando a legislação trabalhista.
A introdução do seguro-desemprego, das pensões e da
seguridade social durante o governo de David Lloyd George e, posteriormente,
com o governo trabalhista de Clement Attlee, melhorou significativamente as
condições de vida dos trabalhadores (PUGH, 1999).
18

Logo em seguida após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra viu a


consolidação do Estado de bem-estar social, criando o Serviço Nacional de Saúde
(NHS) em 1948 e a implementação de uma série de reformas sociais garantiram maior
segurança para os trabalhadores. “As leis trabalhistas foram fortalecidas, promovendo
direitos como férias remuneradas, licenças maternidade e paternidade e a proteção
contra demissão injusta (THANE, 2011).”
Nas últimas décadas, as políticas neoliberais adotadas por
governos como o de Margaret Thatcher nos anos 1980 promoveram a
desregulamentação do mercado de trabalho e a flexibilização das relações
laborais. Isso resultou em uma redução da influência sindical e na crescente
precarização do trabalho, com um aumento nos contratos temporários e na gig
economy (HARVEY, 2005).
Desse modo, os desafios atuais encontrados no mercado de trabalho inglês
incluem a precarização do emprego, a automação e a digitalização, com a pandemia de
COVID-19 ocorreu um aceleramento nas tendencias no trabalho home-office,
destacando a importância de novas formas de proteção social para trabalhadores. A
história trabalhista inglesa passou por diversas transformações e evolução durante os
últimos anos.

2.2.3 Comparativo
Inicialmente, após ler os três textos é possível observar que em nenhum
deles tinha a inclusão da mulher nos meios de trabalho antigamente, sempre
apresentando o homem com uma função de trabalho mais importante e cansativa em
comparação com o trabalho de uma mulher. Isso não é algo apenas do nosso presente,
mas ocorre já a milhares de anos.
Desde o início em diversos países a função da mulher é cuidar dos filhos, da
casa e do marido, mantendo todo mundo feliz e satisfeito, caso fosse o contrário a
mulher não “prestava”, e mesmo no século 21 a mulher ainda é vista como alguém que
deve fazer o mínimo já que o seu marido é quem vai conquistar grandes coisas.
No Brasil, as mulheres dedicam até 25 horas por semana a
afazeres domésticos e cuidados, enquanto os homens dedicam cerca de 11
horas, segundo um estudo do FGV IBRE divulgado em outubro deste
ano. (Forbes,2023)
Adicionalmente, a função da mulher sempre esteve atrelada a atividades
domésticas, algumas não possuindo nem a oportunidade de estudar, já que só saber ler
bastava. Atualmente, com a evolução dos meios de comunicação e do trabalho devido a
globalização muitas coisas mudaram, as mulheres podem estudar o que elas quiserem,
não só apenas saber ler, assumirem cargos de liderança nas empresas e serem o que
19

elas quiserem.
Contudo, para conquistarem tudo isso foi necessária diversas revoluções e
exigências por parte das mulheres, algumas lutas acontecendo até hoje.
Desde 1975, o dia 8 de março é comemorado pelas Nações
Unidas como o Dia Internacional da Mulher. Nesse dia, no ano de 1857, as
operárias de uma fábrica em Nova York entraram em greve para reivindicar a
redução do horário de trabalho, o direito à licença-maternidade e a equiparação
de seus salários aos dos homens. As mulheres foram trancadas na fábrica e,
devido a um incêndio, 129 delas morreram. (UOL, 2023)
Portanto, a luta das mulheres pelos seus direitos alcançou grandes vitorias,
porém não significa que terminou. Muitas mulheres ainda passam por diversas
discriminações no mercado de trabalho, um deles ainda sendo a equidade salarial,
ocorrendo de mulheres recebendo menos do que um homem no mesmo cargo ou com
as mesmas funções.

3. OBJETIVO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


As ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) foram estabelecidas
pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2015, constituindo uma agenda com
diversas 17 metas que deveriam ser alcançadas entre os países até 2030, promovendo
o desenvolvimento sustentável universal e aplicável a todos os países nas dimensões:
econômica, social e ambiental. Essas metas enfatizam a necessidade de colaboração
global para enfrentar os desafios comuns da humanidade, esses objetivos são
acompanhados por indicadores que contribuem no monitoramento do progresso e
identificar quais áreas necessitam de maior atenção.

3.1 Objetivo 10
A ODS 10 tem a finalidade de “Reduzir a desigualdade dentro dos países e
entre eles”, seu foco é diminuir a disparidades sociais, econômicas e políticas que
existem entre países diferentes quanto dentro de um mesmo país, assim reconhecendo
que a desigualdade é um obstáculo significativo para o desenvolvimento sustentável,
afetando negativamente a coesão social, crescimento econômico e o bem-estar das
populações.
Dentro da ODS 10 existem 10 diferentes metas que auxiliam na diminuição
da desigualdade, a meta escolhida no presente projeto foi a 10.2, promovendo o acesso
à saúde a todos independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem,
religião, condição econômica ou outra.
20

Está ODS 10 incentiva a adoção de políticas públicas e práticas promovendo


a justiça social e econômica, garantindo que os benefícios do desenvolvimento sejam
compartilhados de forma ampla e equitativa, proporcionando inclusão e igualdade.

4. DESENVOLVIMENTO
21
22

5. CONCLUSÃO
23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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