Você está na página 1de 48

3º AULA

MATRIZES
{ Curso: Técnico em plásticos
Docente: Alcione Galvão
MATRIZES
 Instaladas ao final da extrusora com a função de
conformar e produzir gradiente de pressão.
 Bidimensionais: com variações geométricas no sentido

transversal ao fluxo (x e y)
 A função da matriz é distribuir o polímero fundido

através de canais, no formato desejado garantindo


uniformidade de dimensões, homogeneidade de
temperatura e balanço do fluxo volumétrico.
 REQUISITOS PARA A MATRIZ

a) criar queda de pressão (AP) adequada ao longo de seu


comprimento.
b) não possuir pontos de dissipação intensiva de energia
(devem ter inclinações suaves).
c) os canais não podem apresentar pontos mortos (degraus).
d) as tensões durante o fluxo devem ser as mais baixas
possíveis e ainda balanceadas.
e) a quantidade de emendas ou linhas de solda precisa ser
tão pequena quanto possível.
Matrizes
Principais fundamentos:
 Filtro/Grelha;
 Distribuidor;
 Canal de convergência
 Paralelo e lábios.
 Filtro/grelha: A grelha antecede a zona de
distribuição da matriz e precede a rosca. A tela
tem como função, filtrar impurezas de
diversos tamanhos. (2 a 8 Malhas)
 Distribuidor: logo após a rosca existem canais
que servem para distribuir o fundido com
pressões iguais nas direções x e y.
 Canais de convergência: após o distribuidor ou
logo após a rosca, as matrizes possuem canais
com a função de convergir o fluxo do fundido
para o paralelo da matriz e os lábios.
 Paralelo e lábios: Para que o fluxo do fundido
estabilize, as matrizes são construídas com
uma seção onde os canais possuem paredes
paralelas seguidas da região final chamada de
lábios.
 Irregularidades dimensionais do extrudado

 Flutuação da vazão, preferência do fluxo por locais mais abertos,


diferença de temperatura da massa de região para região,
inchamento do extrudado variável de região para região, são fatores
que geram produtos sem qualidade.
 Distribuição de fluxo

Produzir perfil assimétrico no plano x, y, apresenta


necessidade de balanceamento do fluxo para que a vazão
seja uniforme em cada uma das diferentes partes

O polímero tem preferência por escoar pela região mais espessa (H).
TIPOS DE MATRIZES
 Planas (flat dies): chapas, filmes planos e fitas,
entre outros.

 Anelares (annular dies): filmes tubulares e


tubos.

 Perfis (profile dies): gaxetas, rodapés, batentes,


molduras e forros.

 Recobrimento: para produção de fios, cabos e


perfis de aço.
MATRIZES PLANAS
 Devido a elevada viscosidade dos polímeros são
necessárias elevadas pressões para que fluam
pela matriz estreita. Essas pressões tendem a
separar as placas (superior e inferior).

 As placas devem ter espessuras suficientes para


impedir o seu empenamento, o que alteraria a
espessura do produto.
 As matrizes planas sofrem elevadas pressões sobre as
placas de montagem do seu corpo
 Os parafusos que unem as placas devem resistir
 Construídas em aço ferramenta com geometria
interna específica para cada polímero.

 As matrizes planas de extrusão (flat-die) são indicadas


para: laminar PVC, Polietileno Tereftalato (PET),
polipropileno (PP), Poliestireno (PS) , Polietileno (PEAD
e PEBD) e ABS.

 Fabricadas nas larguras de 250mm a 3500mm e espessura


de chapa de 0,20mm a 40mm.
 Matrizes planas com opção também com duas ou três
camadas ou cores.

Com barra de restrição interna ou sem barra interna.


 Canal de Alimentação (distribuição): canal
profundo, ocupa o sentido transversal, tem como
função distribuir o material ao longo da largura da
matriz a partir da entrada (portal circular).

 Estrangulador ou restritor: afunilamento do


material, tem espessura pequena, promover o fluxo
uniforme, distribuição homogênea na largura, os
diferentes tipos de matriz plana são em função do
formato do estrangulador.

Seções das Matrizes planas


 Câmera de relaxação: são seções mais espessas
que a anterior e se localizam após o restritor,
ocorre redução na velocidade de fluxo e na
tensão de cisalhamento. Relaxar as tensões do
estrangulador.

 Lábios: seção final da matriz, tem a função de


ajustar a espessura do filme, ideal que sejam
ajustáveis, corrige pequenos defeitos de
espessura.

Seções das Matrizes planas


 Deve espalhar o polímero fundido e gerar uma
espessura uniforme. Para tal é necessário existir:
- Canal apropriado para a massa fluir,
- Ajuste dos lábios,
- Controle fino de temperatura do corpo da matriz.
 Em forma de T: largamente utilizada na indústria
para recobrimentos, ideal para polímeros de baixa
viscosidade e alto índice de fluidez.
Possui uma seção de alimentação com
formato circular e larga.

Sem câmera de relaxação

Tipos de matrizes planas


 Em forma de cabide: distribuidor com formato de gota e
redução gradativa dos centros para a borda.
Tem a tendência de formar filmes mais espessos no centro,
necessitando de lábios com ajuste modular.
Podem apresentar a placa superior lisa.
(a) Preferida para coextrusão
(b) e (f) Para filmes de PP e PS
(c) e (d) Ideais porém com alto custo de ferramental
(e) Preferida para filmes monocamadas

Formatos das câmeras


Matrizes planas, são projetadas com variação das
dimensões (largura e espessura): do alimentador, da
câmara de estrangulamento, da câmara de relaxação e dos
lábios.

Dimensões das seções


 O dimensionamento dos canais está
relacionado com:
 Tipo do polímero

 Tamanho do produto final

 Produtividade desejada

 São utilizados programas de computador para


auxiliar no projeto das matrizes, para que o
fluxo seja uniforme compensando os diferentes
caminhos a percorrer.

Dimensões das Seções


 Mesmo quando bem projetada a matriz, podem
ocorrer variações de espessura por pequenas
variações de temperatura ou grade de polímero.

 É necessário um ajuste fino da espessura através


da regulagem dos lábios (principalmente para
matrizes maiores que 30 cm de largura).

 Em certos tipos de matriz pode-se regular a


espessura na região de estrangulamento,
controlando a preferência do fluxo.

Controle de espessura
 Distanciadores: controla a borda do filme ou chapa.
Regulam a largura do filme e geram bordas arredondadas
e isentas de ondulações. Nunca deve exceder 25% da
largura da matriz. São reguláveis e podem ser eliminados
quando necessário.

Regulagem dimensional (espessura e


largura)
 Puxadores: após o produto emergir da matriz
plana é puxado. O polímero ao sair da matriz
sofre inchamento do extrudado, para atingir a
espessura do filme deve-se estirar a massa.

 Os puxadores promove estiramento e


orientação (aumento da resistência mecânica e
resistência a permeabilidade).

Regulagem dimensional (espessura


e largura)
Matrizes tubulares ou anelares
 Simetria radial
 Exige um “mandril” interno

 O fluxo sai da extrusora na forma de tarugo e deve ser

moldado na forma anelar


 O diferencial entre os tipos de matrizes anelares está na
forma de adaptação do mandril
 Materiais típicos: PEAD, PEBD, PP e PVC
Matrizes tubulares ou anelares
 Simetria radial
 Exige um “mandril” interno

 O fluxo sai da extrusora na forma de tarugo e deve ser

moldado na forma anelar


 O diferencial entre os tipos de matrizes anelares está na
forma de adaptação do mandril
 Materiais típicos: PEAD, PEBD, PP e PVC
 Mandril fixado por (a) Corpo da matriz
(b)Mandril
cruzetas (c) Cruzeta tipos pernas de aranha – hastes 3
a 12 (8)
(d)Cruzetas tipo placas perfuradas – anulam
a linha de solda (alto cisalhamento ao
passar pelos furos, após recuperação
elástica)
(e) Lábios – reguladores ou estabilizadores
de espessura.
(f) Corte B-B mostra a cruzeta convencional
(1);
Haste desenhada para gerar alto
cisalhamento permitindo ao polímero
sofrer alta deformação (1);
(D) em seguida relaxamento;
(R) – ameniza linha de solda.

Tipos de matrizes anelares


 Podem variar em função do tamanho da matriz ou tipo de
polímero
 As dimensões das cruzetas devem variar em função das
pressões exercidas dentro da matriz
 Ocorre desgaste devido a elevadas taxas de fricção.

(a) Cruzeta em oito hastes – spider legs


(b) Cruzeta convencional – comumente
utilizada em matrizes pequenas (Ø
< 50 mm)
(c) Cruzeta com hastes tangenciando o
mandril com o intuito de espalhar
melhor a linha de solda
(d) Suporte da cruzeta com placa
perfurada
(e) Mandril fixado por placa com
furos estrategicamente
dimensionados

Cruzetas
 Mandril suportado por
cilindro perfurado

Sistema parecido com o


anterior;

O polímero toma outra


direção ao passar pelos
furos misturando melhor,
homogeneizando as linha
de solda, além do efeito de
relaxação.

Tipos de matrizes anelares


 Mandril fixado
diretamente na base do
corpo

Alimentação e feita na
lateral do corpo;

A linha de solda se dar no


lado oposto a entrada do
polímero fundido.

Tipos de matrizes anelares


 Matrizes espiraladas
- Aumentam o caminho do fundido até a saída da matriz e
induz fluxo multidirecional
- Podem ser em números variados e contornar parcial ou
totalmente o mandril.

(a) Envolvendo o mandril


(b) Alimentação lateral
- Ocorrência de linha de solda
- Aumentar o paralelo da matriz ou
seja, o comprimento da mesma após
passar pela cruzeta.

Tipos de matrizes anelares


 Espessura final do perfil regulável na saída da
matriz
 Existência de lábios após o mandril, para
corrigir flutuações na vazão causada pelos
canais espiralados
 Cálculo dimensional dos canais, mandril e
corpo da matriz para garantir fluxo uniforme.

Requisitos para o bom funcionamento


da matriz com espirais
O controle de temperatura é feito individualmente para cada região.
Tudo é dimensionado através de cálculos: taxa de fluxo, temperatura, queda de pressão.
 Têm formato específico com espessura maior
que 1000 µm, ou seja, não é filme
 Podem ser simétricos ou assimétricos
 Ex.: chapas, tubos, gaxetas, tarugos, canudos,
cintas.
 Matrizes para perfis assimétricos são chamadas
de “matrizes para perfis”, são as mais elaboradas.

Matriz para perfis


Matrizes para perfis

-As matrizes para perfis são divididas em áreas com dimensões x e y diferentes
-O problema mais crítico é o balanço do fluxo entre as diferentes regiões
-O polímero fundido tende a fluir pela região mais espessa
-A espessura z é regulada de forma a balancear o fluxo

“O projeto de matrizes assimétricas não segue um regra única, vai da experiência


do projetista em um jogo de tentativa e erro. A utilização de programas de
computador que auxiliam o projeto das matrizes tem reduzido as dificuldades.”
 Alterar a relação dos paralelos (L) entre as
diferentes regiões para modificar a diferença de
pressão (ΔPz)
 Diferenciando a geometria logo antes da saída do
material (lábios) em cada região assimétrica. Pode
aparecer fluxo transversal prejudicando
propriedades.
 Para que o fluxo assuma velocidade média igual
em todas as regiões, a relação vazão/área deve ser
Matrizes para perfis
igual.
Cálculo da vazão (Q) – Perfis complexos

 Para simplificar a equação de cálculo de vazão


para figuras com formatos muito complexos.

O fator F é obtido através de tabelas ou gráficos, em livros e manuais.


Cálculo da vazão (Q) – Perfis complexos

Após calcular a vazão para cada uma das diferentes formas ou


divisões, basta igualar as vazões pelas diferentes áreas
ocupadas.
Cálculo da vazão (Q) – Perfis complexos
 Exemplos

- Deve-se encontrar LA, LB, LC e LD (LC = LD)


- Basta dimensionar um dos valores de L para que os demais sejam fornecidos.
Efeito do IE sobre o dimensionamento
da matriz

O grau de IE varia também com as variáveis do processo T, ΔP, Q,


coeficiente de atrito, tipo de polímero
 Para produtos que necessitam de propriedades
de vedação (barreira) à umidade, CO2, ou a O2,
boa resistência ao impacto e à tração e bom
aspecto visual

 São filmes com mais de uma camada de


polímeros distintos ou não.

 Empregado principalmente no ramo de


embalagens.

COEXTRUSÃO
 As camadas podem ser classificadas em:
 camadas de acabamento: geralmente externas, devem proporcionar
caraterísticas como brilho, transparência, capacidade de impressão ou
capacidade de soldagem;
 camadas de estrutura: devem possuir boas propriedades mecânicas, como
resistência ao impacto, resistência à tração, além de características especiais,
como, por exemplo, capacidade de encolhimento (filmes encolhíveis);
 camadas de barreira: diminuem a permeabilidade do filme à umidade,
oxigênio, gás carbônico e outros gases (EVOH, PA, PET e PVDC).
 camadas de adesão: como nem todos os materiais usados em camadas
estruturais são compatíveis alguns materiais usados em camadas de função,
COEXTRUSÃO
utiliza-se entre os dois uma camada de material com excelente adesão com
ambos;
Matriz para extrusão multicamada
 Matrizes planas
 Diferentes canais levam os diferentes polímeros até os
lábios da matriz.
 É sempre nos paralelos dos lábios que ocorre a junção
final de todas as camadas.
 A mistura dos polímeros pode ocorrer por elevada
temperatura ou junção antecipada.
 O comprimento dos paralelos depende da viscosidade e
temperatura de chegada de cada polímero. Deve ser o
suficiente para garantir boa adesão.
 As quedas de pressões ao longo dos canais devem ser as
mesmas para que possa ocorrer a junção do fluxo sem
preferência para o fluxo de uma das linhas.
 As matrizes planas para coextrusão têm distribuição,
restritor, relaxador e lábios. Os lábios são comuns para
todas as camadas.
 Matrizes anelares
 Os mandris são ocos e colocados um dentro do
outro de forma a produzir canais individuais.
 Os mandris podem ser espiralados ou não.
 Aqui a junção também ocorre nos lábios. Os
paralelos dos lábios devem ter o comprimento
suficiente para tal.

Matriz para extrusão


multicamada

Você também pode gostar