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ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE /

ESF

Andrezza Beatriz Oliveira


andrezzabeatriz@gmail.com
A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO
BRASIL

FONTE: IBGE (2004)


TENDÊNCIAS DA MORTALIDADE POR
GRUPOS DE CAUSAS
BRASIL – 1930/2000
Mortalidade proporcional segundo grandes grupos de causas, Brasil, capitais, 1930 a 1994
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1985 1990 1995 2000
CVD 12.0 14.5 50.0
14.5 22.0 24.0 25.2 27.2 28.1 27.4 27.5
Infections 46.0 44.0 36.5 27.0 16.0 9.3 6.3 5.1 4.3 4.7
Cancer 3.0 4.5 5.6 8.0 9.5 8.2 9.0 10.2 11.1 12.7
Injuries 3.0 3.0 45.0
3.8 5.0 8.0 9.4 10.9 12.3 12.9 12.5

40.0
Mortality per 100,000 inhabit

35.0

30.0

25.0

20.0

15.0

10.0

5.0

0.0
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1985 1990 1995 2000

CVD Infections Cancer Injuries

* Até 1 97 0 dados só d e capit ais


Fonte Ba rbosa Silv a et alii(20 03)
A CRISE DO MODELO DE ATENÇÃO À
SAÚDE NO SUS

 UMA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE DUPLA


CARGA DA DOENÇA COM PREDOMINÂNCIA
RELATIVA DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS

 UM MODELO DE ATENÇÃO VOLTADO PARA AS


CONDIÇÕES AGUDAS
A LÓGICA DA ATENÇÃO ÀS
CONDIÇÕES AGUDAS

SEVERIDADE DA
DOENÇA

INTERNAÇÃO HOSPITALAR
ATENÇÃO
HOSPITALAR
B
PA
AMBULATORIAL
ATENÇÃO
AMBULATORIAL
ESPECIALIZADA
A

ATENÇÃO
PRIMÁRIA

TEMPO
AS DIFERENÇAS ENTRE AS
CONDIÇÕES AGUDAS E AS
CONDIÇÕES CRÔNICAS DE SAÚDE

CONDIÇÕES AGUDAS CONDIÇÕES CRÔNICAS


• DURAÇÃO LIMITADA  DURAÇÃO LONGA
• MANIFESTAÇÃO ABRUPTA  MANIFESTAÇÃO GRADUAL
• AUTOLIMITADAS  NÃO AUTOLIMITADAS
• DIAGNÓSTICO E  DIAGNÓSTICO E
PROGNÓSTICO PROGNÓSTICO
USUALMENTE PRECISOS USUALMENTE INCERTOS
• INTERVENÇÃO  INTERVENÇÃO USUALMENTE
USUALMENTE EFETIVA COM ALGUMA INCERTEZA
• RESULTADO: A CURA  RESULTADO: O CUIDADO
A MUDANÇA DO MODELO DE ATENÇÃO
À SAÚDE NO SUS

• DO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE VOLTADO


PARA AS CONDIÇÕES AGUDAS:
OS SISTEMAS FRAGMENTADOS DE ATENÇÃO À
SAÚDE

• PARA O MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE VOLTADO


PARA AS CONDIÇÕES CRÔNICAS: AS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
O CONCEITO DE REDE DE
ATENÇÃO À SAÚDE

É A ORGANIZAÇÃO HORIZONTAL DE SERVIÇOS


DE SAÚDE, COM O CENTRO DE COMUNICAÇÃO
NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, QUE
PERMITE PRESTAR UMA ASSISTÊNCIA
CONTÍNUA A DETERMINADA POPULAÇÃO
- NO TEMPO CERTO, NO LUGAR CERTO, COM
O CUSTO CERTO E COM A QUALIDADE
CERTA - E QUE SE RESPONSABILIZA PELOS
RESULTADOS SANITÁRIOS E ECONÔMICOS
RELATIVOS A ESSA POPULAÇÃO
AS FORMAS ALTERNATIVAS DE
ORGANIZAÇÃO DO SUS

ORGANIZAÇÃO REDE
HIERÁRQUICA HORIZONTAL

Alta
Compl.

Média APS
Complexidade

Atenção Básica
ATENÇÃO BÁSICA
 conjunto de ações de saúde no âmbito
individual e coletivo que abrangem a
promoção e proteção da saúde, prevenção de
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação
e manutenção da saúde.
 considera o sujeito em sua singularidade,
complexidade, integralidade, e inserção
sociocultural e busca a promoção de sua
saúde, a prevenção e tratamento de doenças
e a redução de danos ou de sofrimentos que
possam comprometer suas possibilidades de
viver de modo saudável.
FUNDAMENTOS
 Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços
de saúde
 porta de entrada preferencial do sistema de saúde
 Efetivar a integralidade em seus vários aspectos
 Desenvolver relações de vínculo e responsabilização
entre as equipes e a população garantindo a
continuidade das ações de saúde e a
longitudinalidade do cuidado
 valorizar os profissionais de saúde (formação e
capacitação);
 avaliação e acompanhamento sistemático dos
resultados alcançados (planejamento e
programação);
 estimular a participação popular e o controle social.
CARACTERÍSTICAS
 é uma forma de organização dos serviços de saúde,
tendo como perspectiva as necessidades em saúde
da população;

 tem capacidade para responder a 85% das


necessidades em saúde;

 dedica-se aos problemas mais freqüentes (simples ou


complexos);

 Primeiro contato (porta de entrada ao sistema de


saúde).
PRINCÍPIOS ORDENADORES
 Primeiro Contato
 Longitudinalidade do cuidado (ou vínculo e
responsabilização)
 Integralidade (ou abrangência)
 Coordenação do cuidado (ou organização das
respostas ao conjunto de necessidades)
 Atenção Básica -> engloba Atenção Primária;
 SUS x Atenção Básica:
 Hierarquização (1ária, 2ária e 3ária);
 Pacto pela Saúde:
 Vida: saúde do idoso e Atenção Básica (qualidade de
vida com alto grau de resolutividade = PSF (ESF) +
PACS;
 Gestão;
Áreas estratégicas de atuação
da Atenção Básica
 Para operacionalização da política no Brasil
utiliza-se de uma estratégia nacional
prioritária, que é a Saúde da Família de
acordo com os preceitos do Sistema Único de
Saúde.

SAÚDE DA FAMÍLIA
Estratégia prioritária de mudança de
modelo de atenção
POLÍTICA NACIONAL DA
ATENÇÃO BÁSICA (PNAB)
 Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006

 Estabelece a revisão de diretrizes e normas


para a organização da Atenção Básica para o
Programa Saúde da Família (PSF) e o
Programa Agentes Comunitários de Saúde
(PACS).
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
PRINCÍPIOS
• Integralidade
• Intersetorialidade
• Territorialização e Adscrição de Clientela
• Equipe multiprofissional com
planejamento integrado
• Responsabilização e Vínculo da Equipe
com a população adscrita
• Participação e Controle Social
Territorialização e Adscrição
de Clientela
 Território específico - área geográfica de
abrangência da Unidade / Equipe de Saúde
 Adscrição de clientela: cada equipe se
responsabiliza por cerca de 1.000 famílias dentro da
sua área geografica (de 2.400 a 4.500 habitantes)
 Campos de atuação:
• Promoção da Saúde
• Prevenção de doenças , agravos e complicações
• Tratamento
• Reabilitação
Equipe Multidisciplinar
COMPOSIÇÃO
Mínimo de:
 1 Médico generalista

 1 Enfermeira

 1 Auxiliar de Enfermagem

 4 a 6 Agentes Comunitários de Saúde (ACS)


 Jornada de trabalho  8hs/dia = 40 hs semanais

EQUIPE DE SAÚDE BUCAL (ESB)


 1 Cirurgião-Dentista

 1 Auxiliar de Consultório Dentário


Responsabilidades mínimas:
 Diagnóstico do território e população adscrita à
equipe e Unidade Básica
 Diagnóstico da situação de saúde das famílias –
aspectos socioeconômicos, demográficos,
culturais e epidemiológicos
 Elaboração do plano de Saúde integral-
atividades da equipe, redirecionamento do
modelo assistencial com participação da
comunidade
 Assistência integral a doenças prevalentes:
ações programáticas e atendimento a demanda
espontânea
Responsabilidades mínimas:

Vigilância em Saúde
Promoção da saúde e prevenção de agravos -
foco na família e comunidade
Promover ações intersetoriais com organizações
comunitárias formais e informais e ações
educativas para grupos prioritários e população
em geral
Incentivo a participação social através dos
Conselhos de Saúde
Agentes Comunitários de Saúde-ACS

 Pessoa da comunidade, selecionado e treinado;


 Profissão regulamentada em lei;
 Trabalha com a equipe de profissionais
 Elo entre a comunidade e os serviços de saúde;
 Identifica áreas e situações de risco individual e
coletivo
 Orienta a promoção e a proteção da saúde;
 Notifica aos serviços de saúde as doenças que
necessitam de vigilância;
 Mobiliza a comunidade para a conquista de
ambientes e condições favoráveis à saúde
Agentes Comunitários de Saúde-ACS
PROCESSO DE TRABALHO
PROCESSO DE TRABALHO
 Planejamento local das atividades – deve ser
dinâmico e acompanhar as mudanças ocorridas na
comunidade

 Cadastramento das famílias – informações


demográficas, sócio-econômicas, sócio-culturais, do
meio ambiente e sanitárias

 Diagnóstico das condições de vida e de saúde –


identificação dos problemas de saúde mais
prevalentes e detecção de situações de risco
PROCESSO DE TRABALHO
 Identificação de Microáreas de risco – áreas que
possuem fatores de risco e/ou barreiras geográficas
ou culturais e indicadores de saúde ruins

 Elaboração de plano de ação

 Mapeamento da área de atuação – representação (no


papel) da área de atuação da ESF
PROCESSO DE TRABALHO
 Organização da demanda – através da identificação
de problemas, abordagem coletiva, monitoramento
das doenças crônicas, assistência domiciliar

 Trabalho em equipe

 Atenção domiciliar – a visita domiciliar é realizada


pelo ACS que garante o vínculo família-ESF
PROCESSO DE TRABALHO
 Trabalho com grupos – através dos ciclos vitais,
grupos mais vulneráveis (crianças, gestantes,
idosos...)

 Educação permanente – preferencialmente em


serviço, de forma supervisionada, contínua e eficaz
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA
ATENÇÃO BÁSICA (SIAB)
Os instrumentos de coleta de dados são:
 Ficha A: cadastramento das famílias

 Ficha B-GES: acompanhamento de gestantes

 Ficha B-HA: acompanhamento de hipertensos

 Ficha B-DIA: acompanhamento de diabéticos


 Ficha B-TB: acompanhamento de pacientes com
tuberculose
 Ficha B-HAN: acompanhamento de pacientes com
hanseníase
 Ficha C: acompanhamento de crianças (Cartão da
Criança)
 Ficha D: registro de atividades, procedimentos e
notificações
EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO
SUS – 1994/2006
Evolução da Implantação das Equipes
Saúde da Família (BRASIL, 1998)

Fonte: MS/D.A.B.)
Evolução da Implantação das Equipes
Saúde da Família (BRASIL, 2002)

Fonte: MS/D.A.B.)
Evolução da Implantação das Equipes
Saúde da Família BRASIL
(Julho/2007)

Fonte: MS/D.A.B.)
Referências Bibliográficas
 ANDRADE, S.M.; SOARES, D.A.; CORDONI
JÚNIOR, L.C. (orgs.). Bases da saúde
coletiva. Londrina: UEL, 2001.

 CONH, A.; ELIAS, P. Saúde no Brasil:


políticas e organização de serviços. 6 ed.
São Paulo: Cortez, 2005.

 www.saude.gov.br
OBRIGADA!

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