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IRC - Apuramento

Incidência IRC
• O Imposto sobre o Rendimento de pessoas Coletivas (IRC) incide
sobre os rendimentos que estão sujeitos a imposto, a chamada
matéria coletável da empresa, relativamente a determinado ano
fiscal.
• No caso das empresas residentes em Portugal o IRC incide sobre
todos os rendimentos, inclusive os que foram obtidos fora do país. 
• As empresas não residentes apenas são tributadas pelos rendimentos
obtidos em território português. 
Calculo IRC (+)(-)
  RLE

Ajustamentos ao quadro 07

(=) Lucro tributável

(-) Prejuízos fiscais

(=) Matéria Coletável

(x) Taxa de imposto

(=) Coleta

(+) Derrama Estadual

(=) Coleta total

(-) Deduções à coleta  PEC

(=) IRC liquidado

(-) Retenções na fonte /PPC

(=) IRC a pagar ou receber

(+) Derrama municipal

(+) Tributações autónomas

(=) Total do imposto a pagar/recuperar


Conceitos base
• O cálculo do IRC é um processo complexo que implica compreender alguns conceitos e efetuar
alguns cálculos, para efetivamente se obter o valor do IRC devido ao Estado:

• RLE

• Lucro Tributável

• Matéria coletável

• Derrama estadual

• Deduções à coleta
RLE – Resultado Liquido do Exercício

• É o apuramento do resultado líquido de cada exercício económico, ou


seja, é o valor que ficou depois de termos abatidos os custos
necessários e os impostos sobre os lucros.

• Este valor será depois distribuído de acordo com a decisão dos


sócios/accionistas
Lucro Tributável

• O lucro tributável das entidades que exerçam a título principal, uma


atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola consiste no
resultado líquido do exercício adicionado das variações patrimoniais
positivas e deduzido das variações patrimoniais negativas.

• Estes ajustamentos são efetuados no Quadro 07 da Declaração de


Rendimentos Modelo 22.
Lucro Tributável
• Exemplo de variações patrimoniais positivas
• A doação de bem imóvel por um sócio à sociedade constitui uma variação
patrimonial positiva não refletida no resultado liquido do exercício que
concorre para a formação do lucro tributável em sede de IRC da sociedade.

• Exemplo de variações patrimoniais negativas


• as saídas em dinheiro ou em espécie, a favor dos titulares do capital, a título
de remuneração ou de redução do mesmo, ou de partilha do património.
Matéria Coletável

• O valor do lucro tributável menos os prejuízos fiscais passíveis de


dedução.

• É apurada no Quadro 09 da Declaração de Rendimentos Modelo 22,


partindo do lucro tributável apurado no Quadro 07.
Taxas IRC

• A taxa normal do IRC para as empresas residentes ou para


estabelecimentos estáveis de empresas não residentes que exercem
essas atividades é de 21%, à qual acresce, na maioria dos concelhos,
a derrama municipal à taxa máxima de 1,5%.
Entidades Continente Madeira Açores

Entidades residentes e 21% 20% 16,8%


estabelecimentos estáveis em
Portugal de entidades não
residentes (1) (2)

Entidades residentes e 17% 13% 13,6%


estabelecimentos estáveis em (para os primeiros € 25.000 (para os primeiros € 25.000 (para os primeiros € 25.000
Portugal de entidades não de matéria coletável) de matéria coletável) de matéria coletável)
residentes, classificadas como,
pequena ou média empresa (1) (2) (3) 21% 20% 16,8%
(para a matéria coletável (para a matéria coletável (para a matéria coletável
remanescente) remanescente) remanescente)

Entidades residentes que não 21% 20% 16,8%


exerçam, a título principal,
atividade comercial, industrial ou
agrícola

(1) A esta taxa pode acrescer a derrama municipal. 


(2) A esta taxa pode acrescer a Derrama Estadual.
(3) No caso de micro, pequena ou média empresa que exerça a atividade e tenha direção efetiva em territórios do interior (a estabelecer por portaria), a taxa aplicável aos primeiros 25.000
€ de matéria coletável poderá ser reduzida para 12,5%.
Derrama estadual

• A Derrama Estadual (Regional, no caso das Regiões Autónomas) é


devida pelas entidades residentes que exerçam, a título principal,
atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola e pelas
entidades não residentes com estabelecimento estável em Portugal.

• O pagamento da Derrama Estadual é efetuado com a entrega da


Declaração de Rendimentos Modelo 22.
Derrama estadual
• As taxas aplicáveis são as seguintes:
Lucro tributável (€) Continente Madeira Açores

De mais de 1.500.000 até 7.500.000 3% 3% 2,4%

De mais de 7.500.000 até 35.000.000 5% 5% 4%

Superior a 35.000.000 9% 9% 7,2


Deduções à coleta

• São deduções especificas, como:


• Benefícios fiscais

• Adicional ao Imposto Municipal sobre imóveis

• Pagamento Especial por Conta

• Assim, só pode ser deduzido o montante até ao valor da coleta total, a


qual é composta pelo somatório do IRC propriamente dito e da derrama
estadual.
Exemplo 1 - Base
• Empresa Santos e Silva, Lda é uma PME e apresentou no ano 2019
os seguintes valores contabilísticos:

• Total de Rendimentos: 100.000 euros;


• Total de Gastos: 75.000 euros;

• Não existem informações extra a considerar.


Exemplo 1 - Base

RLE= 100.000€ -75.000€ = 25.000€;

• 25.000 x 17% = 4.250€

Assim, obtemos um valor total de IRC de 4.650


Exemplo 1.1

• Consideremos agora que a empresa Santos e Silva, Lda apresentou


em 2018 um Resultado negativo de 30.000 euros.

• Recalculemos então o valor de IRC a pagar relativo a 2019, tendo em


conta este novo dado.
Exemplo 1.1

• Como vimos, em 2019 a empresa apresentou Resultado positivo de


25.000 euros;

• Teremos agora que considerar o prejuízo de 2018, que poderá abater ao


resultado tributável de 2019 (mas apenas até 75% deste);

• Resultado tributável de 2019 = 25.000 – (25.000 x 75%) = 6.250 euros;

• O IRC a pagar seria de: 6.250 x 17% = 1.062,50 euros.


Exemplo 1.1

• Sublinhe-se que não foi possível deduzir em 2019 a totalidade dos 30.000 euros
de prejuízo de 2018, visto existir a limitação dos 75% do resultado do próprio ano.

• No entanto, o remanescente (30.000 – 18.750 = 11.250) poderá ser deduzido nos


anos seguintes.

• De salientar também que, aos valores de IRC a pagar apresentados nos exemplos
anteriores, teremos que deduzir a Retenção na Fonte, o Pagamento Especial por
Conta, e o Pagamento por Conta, que tiveram lugar durante o ano em questão.
Exemplo 1.2
• Empresa Santos e Silva, Lda é uma PME e apresentou no ano 2019 os seguintes valores contabilísticos:

• Total de Rendimentos: 150.000 euros;

• Total de Gastos: 160.000 euros;

• Partindo dos elementos do ponto anterior, obtemos um resultado de 10.000 euros negativos;

• Neste caso, porque apresenta prejuízo, a empresa não terá IRC a pagar este ano (supondo que não
existiam despesas sujeitas a Tributação Autónoma);

• Este prejuízo é reportável para os anos seguintes, podendo abater para efeitos fiscais nos resultados
positivos que a empresa vier a obter em anos futuros.
Exemplo 2
• A empresa Reis e Simões, Lda, uma PME apresentou face a 2019 os
seguintes dados:
• RLE - 498,67€
• Variações patrimoniais positivas de 431,64€
• PEC – 158,15€
• PPC – 207,37€
• TA – 261,86€
• Derrama - 11,63€
Face aos dados proceda ao calculo da estimativa de IRC
  RLE

(+)(-) Ajustamentos ao quadro 07

Exemplo 2 (=)

(-)
Lucro tributável

Prejuízos fiscais

(=) Matéria Coletável

• Lucro Tributável = 498,67€ + 431,64€ =930,31€ (x) Taxa de imposto

(=) Coleta
• Lucro Tributável = Matéria Coletável =930,31€ (+) Derrama Estadual

• Coleta= 930,31€ x 17%= 158,32€ (=)

(-)
Coleta total

Deduções à coleta 

(=) IRC liquidado

(-) Retenções na fonte /PPC/PEC


• IRC estimado = 158,32€ -158,15€ -207,37€ + 261,86€ + (=) IRC a pagar ou receber

11,63€ (+) Derrama municipal

(+) Tributações autónomas

(=) Total do imposto a pagar/recuperar

IRC a PAGAR = 66,29€

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