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A CLÍNICA COM BEBÊS

Disciplina: Psicologia do Desenvolvimento I


Professora: Vívian Carvalho
- Todo bebê, não importa o seu tempo de vida, possui
uma história
- A história familiar que concebe o bebê antes do seu
nascimento, assim como, a história da qual ele é
portador, começam a sustentar e lhe dar corpo como
humano
- Temos uma rede a ser trabalhada: organismo do
bebê, as falas sobre o bebê, o lugar a ele dedicado, a
história que o precede e a que continua após seu
nascimento
Itens que não podem faltar numa leitura sobre
as dificuldades do bebê ou as psicopatologias a
ele relacionadas -> a função daquele
determinado nascimento para o casal e a função
desse bebê para a família
Quando o bebê está bem?
- Capaz de interagir e provocar a atenção do outro
- Capaz de criar elementos novos e ser ativo na interação
- É fácil de se fazer entender
- Acompanha com olhar interessado as pessoas e os
objetos
- Até certo ponto pode se auto-acalmar
- Sustenta por certo tempo a capacidade de estar só
- Tem prazer com o próprio corpo (brincadeiras)
- Coordena esquemas: olhar e mão, escuta e olha...
- Capaz de ANTECIPAR
- Porta suas funções básicas, alimentação e sono, com
regularidade e satisfação
A Psicopatologia do bebê: o sofrimento precoce
- Depressão materna pós-natal: mães presentes
fisicamente, mas não psicologicamente
- Psicoses maternas: põem em risco os cuidados com o
bebê
O bebê apresenta sinais que podem ser organizados em:
- Sinais positivos do desenvolvimento: testemunham
que os processos psíquicos subjacentes se desenrolam
como previstos
- Sinais de sofrimento: que se subdividem em duas
séries:
• Série Barulhenta que tem a qualidade de alertar o meio
• Série Silenciosa em que os signos podem passar
desapercebidos
Cinco registros a serem observados:
1. Registro da Oralidade (o alimentar)
2. Registro da Especularidade (o olhar)
3. Registro Vocal (fala e voz)
4. Registro do sono
5. Registro tônico postural
Registro da Oralidade (o alimentar)

- Sinais positivos do desenvolvimento: Tudo vai bem


quando o bebê tem prazer em ser alimentado. Importa
para a sua alimentação, não só o leite, mas a presença
daquele que o alimenta
- Sinais de sofrimento da série barulhenta: recusas
alimentares
- Sinais de sofrimento da série silenciosa:
preenchimento passivo
Registro da Especularidade (o olhar)

- Sinais positivos de desenvolvimento: o olhar vai ser


instalado como sinal de um diálogo. O olhar é um
indicador de presença
- Sinais de sofrimento da série barulhenta: evitamento
seletivo do olhar: é ativo, e é uma recusa do olhar e
não uma falta de olhar
- Sinais de sofrimento da série silenciosa: não fixação
do olhar, olhar vago ou que se agarra em pontos
luminosos
Registro Vocal (fala e voz)

- Sinais positivos de desenvolvimento: há uma


diversificação do registro vocal, a mãe atribui sentidos
aos sons do bebê
- Sinais de sofrimento na série barulhenta: persistência
de gritos inarticulados e inconsolabilidade. Os gritos
continuam como pura descarga, não se tornam apelo
- Sinais de sofrimento na série silenciosa: silenciamento
do apelo corresponde ao abandono da tentativa de
estabelecer contato. Atenção aos bebês ditos “muito
fáceis de cuidar”
Registro do sono

- Sinais positivos do desenvolvimento: diferenciação


cada vez mais clara entre sono e vigília. O bebê deve
encontrar no sono um bom repouso e um estado de
vigília em boa qualidade
- Sinais de sofrimento na série barulhenta: tentativa
ativa do bebê para lutar contra o momento de se
confrontar com a separação
- Sinais de sofrimento na série silenciosa: hipersonia e
insônia calma
Registro tônico postural

- Sinais positivos do desenvolvimento: as grandes


aquisições motoras e diálogo tônico são indicadores
de qualidade da relação
- Sinais de sofrimento na série barulhenta: hipotonias,
hipertonias e retardos psicomotores (normalmente
são bebês difíceis de carregar)
- Sinais de sofrimento na série silenciosa: balanceios
(auto-balanceios) e estereotipias
Circunstâncias adversas:
- O bebê hospitalizado
- O bebê abrigado
Nem todo sofrimento é patológico, nem todo sinal de
risco é uma ameaça à existência, alguns podem ser
entraves e podem afetar o bebê no âmbito do seu
desenvolvimento, das interações, do seu corpo
somático, das suas funções.

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