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Sonhos e Mitologia
Bertand (2017)
Hipnos teve nove irmãos, dentre os quais o mais importante é seu gêmeo Tânato, a
personificação da morte.
Sonhos e Mitologia
Bertand (2017)
Do outro lado deste lugar peculiar passava Lete, o rio do esquecimento, e em suas
margens, cresciam plantas que, junto ao murmúrio das águas límpidas do rio,
ajudavam os homens a dormir.
Sonhos e Mitologia
Bertand (2017)
Ele e sua esposa tiveram quatro filhos, Morfeu, Ícelo, Fântaso e Fantasia.
O mais conhecido é Morfeu. Deus do sonho, é um ser alado o que o permite vagar
pelos lugares mais distantes. Durante o sono, tem a habilidade de assumir qualquer
forma humana. Uma noite bem dormida era explicada pela presença desse deus nos
sonhos.
Derivada desse mito há a expressão “caiu nos braços de Morfeu”, que significa que a
pessoa teve uma boa noite. Essa expressão, por sua vez, deu origem ao termo morfina,
certo tipo de analgésico.
Teoria dos sonhos: aspectos históricos
Para Freud: “A interpretação dos sonhos é a via real que leva ao conhecimento
das atividades inconscientes da mente”.
Já, em 1932, o próprio Freud complementa no prefácio do seu livro: “um sonho
é a realização (disfarçada) de um desejo reprimido”.
Através da leitura de “A interpretação dos sonhos” Jung teve contato com a obra
de Freud.
Foi pela via do sonho que se deu o encontro e desencontro entre Jung e Freud.
Jung sentenciaria em sua autobiografia, “Esta frase [Não posso arriscar a minha
autoridade!] ficou gravada em minha memória. Prefigurava já, para mim, o fim
iminente de nossas relações.” (1961)
Jung: A vida simbólica (CW, 18/1):
relato de um sonho pessoal que compartilhou com Freud
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica
Os sonhos são um dos temas mais recorrentes na teoria junguiana. Para Jung, o
sonho é a expressão direta do inconsciente e, sendo assim, possui um
significado prático fundamental para a psicoterapia.
“Uma cliente sonhou que alguém lhe entregava uma antiquíssima espada
maravilhosa, ricamente ornamentada, desenterrada de um túmulo.”
Associações da paciente: A adaga de seu pai, que ele certo dia fez brilhar ao sol,
diante dela, causou-lhe profunda impressão. Seu pai era, sob qualquer aspecto, um
homem enérgico, de vontade forte, com um temperamento impetuoso, e dado a
aventuras amorosas. Uma espada céltica de bronze. Minha paciente se orgulha de
sua origem céltica. Os celtas são temperamentais, impetuosos, apaixonados. Os
ornamentos têm um aspecto misterioso, antiga tradição, runas, sinais de antiga
sabedoria, civilização antiquíssima, herança da humanidade, trazidos do túmulo
para a luz do dia.”
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica
Para ele, o sonho é a maneira mais clara que o inconsciente achou para passar
a sua mensagem.
* polissemia: propriedade de uma palavra ou expressão que apresenta vários sentidos além de
seu sentido original.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica
De acordo com Hall (1983), o sonho, para Jung, pode ter uma função
compensatória. Do latim compensare, compensatório significa igualar,
comparar diferentes pontos de vista para produzir um ajuste.
Por exemplo, se alguém está furioso com um amigo, mas descobre que a fúria
se dissipa com rapidez, poderá sonhar que investe furiosamente contra o
amigo. O sonho recordado faz com que se perceba uma quantidade de fúria
maior do que havia sido constatada inicialmente. (Hall, 1983)
O mesmo tipo de sonho, para outra pessoa, pode ter uma conotação
totalmente diferente.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica
(Silveira, 1981)
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica
Joseph Campbell em “O Poder do Mito” diz: “os mitos são sonhos públicos; os sonhos
são mitos privados”.
Exemplo clínico: sonhador que relata uma sequência de sonhos que remete diretamente
ao mito de Narciso.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica
"Não possuímos uma teoria geral dos sonhos que nos capacite a usar um método
dedutivo impunemente, assim como não possuímos uma teoria geral do consciente da
qual podemos extrair conclusões dedutivas (...) com as manifestações 'inconscientes' não
há nenhuma linguagem direta ou adaptada. (...) Somos, assim, obrigados a usar o método
que usaríamos para decifrar um texto fragmentário ou uma palavra desconhecida: o
exame do contexto. O significado de uma palavra desconhecida pode se tornar evidente
quando comparamos com uma série de passagens na qual ocorre."
(Jung, 1974)
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano
“Toda interpretação é uma mera hipótese, apenas uma tentativa de ler um texto
desconhecido. É extremamente raro que um sonho isolado e obscuro possa ser
interpretado com razoável segurança. Por este motivo, dou pouca importância à
interpretação de um sonho isolado. A interpretação só adquire uma relativa segurança
numa série de sonhos em que os sonhos posteriores vão corrigindo as incorreções
cometidas nas interpretações anteriores”.
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano
Este autor reforça que enquanto as associações nos servem para a “trama” dos
conteúdos pessoais, a amplificação estaria, da mesma maneira, para os
conteúdos coletivos. A amplificação possibilita uma síntese entre padrões
pessoais e coletivos.
Baku, o “devorador de
pesadelos”, folclore japonês
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano
Seu método para interpretar os sonhos foi idealizado por Jung, que se baseou
em Aristóteles.
Jung acreditava que a maioria dos sonhos possuía uma estrutura dramática.
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano
1. Exposição:
- o sonho se passa no tempo presente, mas pode também ser vivido dentro de
um contexto histórico do passado ou idealizado num futuro.
2. Desenvolvimento:
- trata da ação, refere-se aos fatos que vão construindo a história do sonho.
3. Peripécia ou clímax:
4. Lyse*:
- nome atribuído por Jung ao final do sonho, onde o inconsciente propõe uma
solução para o conflito elaborado no drama onírico.
Franz (1992), coloca que o final do sonho nem sempre está presente na
estrutura do sonho.
Um sonho sem final representaria que há ainda uma elaboração também por
parte de nosso inconsciente das questões tratadas nos sonhos.
Sonho lúcido: estado psicofisiológico do sono onde um sujeito percebe que está
sonhando e pode mudar o enredo do sonho de acordo com sua vontade.
http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/05/jung-c-a-natureza
-da-psique.pdf
(capítulos IX e X).
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-12042004-121817/e
n.php