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Teoria dos sonhos

Sonhos e Mitologia
Bertand (2017)

 Hipnos: deus do sono.

 O nome desse personagem mitológico deu origem ao termo hipnose.

 Hipnos teve nove irmãos, dentre os quais o mais importante é seu gêmeo Tânato, a
personificação da morte.
Sonhos e Mitologia
Bertand (2017)

 Na mitologia grega, Hipnos vivia num palácio construído dentro de uma grande


caverna, onde o sol nunca alcançava, porque ninguém tinha um galo que acordasse o
mundo, nem gansos ou cães, de modo que Hipnos viveu sempre em tranquilidade,
paz e silêncio.

 Do outro lado deste lugar peculiar passava Lete, o rio do esquecimento, e em suas
margens, cresciam plantas que, junto ao murmúrio das águas límpidas do rio,
ajudavam os homens a dormir.
Sonhos e Mitologia
Bertand (2017)

 Ele e sua esposa tiveram quatro filhos, Morfeu, Ícelo, Fântaso e Fantasia.

• Morfeu – deus dos sonhos bons ou abstratos;


• Ícelo – deus dos pesadelos;
• Fântaso – criador dos monstros e quimeras que aparecem nos sonhos e ficam na
memória;
• Fantasia – gêmea de Fântaso, deusa do delírio e da fantasia.

 O mais conhecido é Morfeu. Deus do sonho, é um ser alado o que o permite vagar
pelos lugares mais distantes. Durante o sono, tem a habilidade de assumir qualquer
forma humana. Uma noite bem dormida era explicada pela presença desse deus nos
sonhos.

 Derivada desse mito há a expressão “caiu nos braços de Morfeu”, que significa que a
pessoa teve uma boa noite. Essa expressão, por sua vez, deu origem ao termo morfina,
certo tipo de analgésico.
Teoria dos sonhos: aspectos históricos

 Diversos povos da Antiguidade acreditavam que os sonhos eram fontes de


mensagens divinas ou sobrenaturais enviados pelos deuses e, sendo assim,
podiam prever o futuro e indicar cura para as doenças.

 Na Grécia Antiga, os filósofos Heráclito e Aristóteles desenvolveram a ideia de


que os sonhos estão ligados ao aspecto interior do indivíduo, sendo
representações (metáforas), fragmentos de lembranças do dia e/ou revelavam
o estado mórbido do corpo.

 Hipócrates escreveu um tratado sobre o diagnóstico através da atividade


onírica. Este tratado era praticado nos templos de Asclépio, onde a pessoa
enferma era colocada para dormir e lá ficava até o momento em que um sonho
revelasse a origem da doença e um tratamento adequado para a cura.
Teoria dos sonhos: aspectos históricos

 No antigo Egito haviam escritos com significados dos símbolos oníricos. Os


sonhos eram interpretados somente por sacerdotes.

 Sonhos na Bíblia: tidos como eventos sobrenaturais, proféticos, ou seja, como a


principal forma de comunicação de Deus por meio de comunicados divinos,
informações e advertências sobre o futuro.

 A partir do século XVI, com o surgimento do Iluminismo, os sonhos passaram a


ser vistos como ilusões, e o trabalho de esclarecimento sobre seus possíveis
significados, uma superstição.

 Filósofos e médicos deste período desmereciam os sonhos devido à sua


irracionalidade. Os sonhos, no máximo, eram atribuídos a estímulos “somáticos"
(do corpo) – ex.: mudar de posição durante o sono poderia causar indigestão e
pesadelos.
Teoria dos sonhos: aspectos históricos

 A partir do século XIX e início do XX, com a publicação da "Interpretação dos


Sonhos" (1900), de Freud, iniciou-se o moderno pensamento sobre sonhos e
sua natureza.

 Para Freud: “A interpretação dos sonhos é a via real que leva ao conhecimento
das atividades inconscientes da mente”.

 Já, em 1932, o próprio Freud complementa no prefácio do seu livro: “um sonho
é a realização (disfarçada) de um desejo reprimido”.

 A Psicanálise, portanto, restitui a importância dos sonhos como manifestação da


psique dotada de uma intencionalidade (comunicar algo ao sonhador).
Teoria dos sonhos: aspectos históricos

 Através da leitura de “A interpretação dos sonhos” Jung teve contato com a obra
de Freud.

 Nos primórdios da Psicanálise era comum que os estudiosos analisassem os


sonhos uns dos outros. Porém, em certa ocasião Freud não quis arriscar sua
autoridade negando detalhes de sua vida íntima para que Jung pudesse melhor
analisar seu sonho.

 Foi pela via do sonho que se deu o encontro e desencontro entre Jung e Freud.

 Jung sentenciaria em sua autobiografia, “Esta frase [Não posso arriscar a minha
autoridade!] ficou gravada em minha memória. Prefigurava já, para mim, o fim
iminente de nossas relações.” (1961)
Jung: A vida simbólica (CW, 18/1):
relato de um sonho pessoal que compartilhou com Freud
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Diferentemente de Freud e seus dois volumes sobre “A interpretação dos


sonhos”, os artigos de Jung sobre sonhos estão distribuídos em diferentes
momentos de suas “Obras Completas”:

“A Natureza da Psique”: “Aspectos gerais da psicologia do sonho” e “Da essência dos


sonhos”;
“A Vida Simbólica”: “Símbolos e interpretação dos sonhos”;
“Seminários sobre análise de sonhos: 1928-1930”.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Outros autores, “pós-junguianos”, desenvolveram obras relativas ao tema,


amplificando-o.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Os sonhos são um dos temas mais recorrentes na teoria junguiana. Para Jung, o
sonho é a expressão direta do inconsciente e, sendo assim, possui um
significado prático fundamental para a psicoterapia.

“(...) os sonhos são expressão direta da atividade psíquica do inconsciente; a


tentativa de analisar e interpretar os sonhos é um empreendimento, teoricamente
justificável do ponto de vista cientifico. Na medida em que é bem sucedida, esta
tentativa pode oferecer-nos, de início, uma compreensão cientifica da estrutura da
etiologia psíquica, independentemente de uma eventual ação terapêutica”.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Jung aceitava a tese de que os sonhos expressam, através de formas


simbólicas, sintomas neuróticos, porém não acreditava que se
restringissem a isso.

 Sua maneira de lidar com os sonhos estava postulada em uma


perspectiva de finalidade em contraposição ao enfoque estritamente
causal da psicanálise.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 A crítica de Jung à interpretação causal, é que ela somente leva em conta os


conteúdos psíquicos que a precederam, ou seja, tudo aquilo que aparece em
um sonho, por exemplo, em algum momento já passou pela consciência e está
recalcado.

 Apesar dessa discordância com as premissas psicanalíticas, acredita que a


conjugação dos dois pontos de vista - causal e finalista - pode nos levar a uma
compreensão mais completa da natureza do sonho (Jung, 2009).
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Jung (in “A natureza da psique”):

 “Uma cliente sonhou que alguém lhe entregava uma antiquíssima espada
maravilhosa, ricamente ornamentada, desenterrada de um túmulo.”

 Associações da paciente: A adaga de seu pai, que ele certo dia fez brilhar ao sol,
diante dela, causou-lhe profunda impressão. Seu pai era, sob qualquer aspecto, um
homem enérgico, de vontade forte, com um temperamento impetuoso, e dado a
aventuras amorosas. Uma espada céltica de bronze. Minha paciente se orgulha de
sua origem céltica. Os celtas são temperamentais, impetuosos, apaixonados. Os
ornamentos têm um aspecto misterioso, antiga tradição, runas, sinais de antiga
sabedoria, civilização antiquíssima, herança da humanidade, trazidos do túmulo
para a luz do dia.”
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Para Jung, os sonhos são fenômenos livres, independentes da vontade


do ego consciente, e espontâneos, gerados no inconsciente. Tornam-se
seletivamente conscientes por um processo desconhecido.

 Trazia continuamente seus pacientes de volta às imagens do sonho, e


perguntava a eles inicialmente: "O que acha que esse sonho lhe diz?”

 A esse respeito Jung coloca, numa perspectiva fenomenológica, que “os


sonhos não são invenções intencionadas e dependentes do arbítrio, mas sim
fenômenos naturais, que não constituem nada mais do que aquilo mesmo
que representam”.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Para ele, o sonho é a maneira mais clara que o inconsciente achou para passar
a sua mensagem.

 Apesar de reconhecer os jogos de deslocamento, condensação e figuração dos


sonhos, não os atribui como atos de censura. Jung atribui esses jogos à
polissemia* da imagem.

* polissemia: propriedade de uma palavra ou expressão que apresenta vários sentidos além de
seu sentido original.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 De acordo com Hall (1983), o sonho, para Jung, pode ter uma função
compensatória. Do latim compensare, compensatório significa igualar,
comparar diferentes pontos de vista para produzir um ajuste.

 Sendo assim, o sonho compensa a unilateralidade, a visão limitada e os


desvios do ego na percepção da realidade.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 A forma compensatória dos sonhos é individual e se manifesta de acordo com a


condição psíquica de cada um.

 Por exemplo, se alguém está furioso com um amigo, mas descobre que a fúria
se dissipa com rapidez, poderá sonhar que investe furiosamente contra o
amigo. O sonho recordado faz com que se perceba uma quantidade de fúria
maior do que havia sido constatada inicialmente. (Hall, 1983)

 O mesmo tipo de sonho, para outra pessoa, pode ter uma conotação
totalmente diferente.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

“Sempre que a atitude consciente extrema-se, seja no sentido de extroversão ou de


introversão que saia fora dos ritmos peculiares ao tipo psicológico do indivíduo, ou
quando uma das funções de orientação do consciente (pensamento, sentimento,
sensação, intuição) torna-se demasiado hipertrofiada em detrimento das demais;
sempre que o indivíduo supervaloriza ou, ao contrário, subestima a si próprio ou a
outrem; sempre que necessidades especificas a cada um são negligenciadas,
surgem sonhos compensadores indicando que a psique funciona como um sistema
auto-regulador.”

(Silveira, 1981)
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Hall (1983): os sonhos também podem auxiliar no diagnóstico e


prognóstico de um paciente.

 Um jovem esquizofrênico que sonhou com frequência que seu


automóvel começava rodando para trás, desgovernado e sem
possibilidade de controle: prenúncio de piora de seu quadro.

 Sonho no qual derrotava facilmente o Minotauro: quando estava


iniciando uma fase de melhora.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Com a descoberta do inconsciente coletivo e dos arquétipos, Jung percebeu que os


sonhos podem também evocar um relevante material mitológico que diz respeito à
psique coletiva.

 Joseph Campbell em “O Poder do Mito” diz: “os mitos são sonhos públicos; os sonhos
são mitos privados”.

 Estes conteúdos coletivos podem trazer um “colorido” às vivências pessoais do


sonhador. Certa trama de um sonho pode se assemelhar a um tema mitológico que, por
sua vez, pode trazer sentido mais às experiências do indivíduo.

 Exemplo clínico: sonhador que relata uma sequência de sonhos que remete diretamente
ao mito de Narciso.
Teoria dos sonhos na Psicologia Analítica

 Jung distingue três tipos de sonhos: os pequenos sonhos, os grandes sonhos e


os sonhos reativos.

 Já os pequenos sonhos provêm da experiência pessoal ou subjetiva, ou seja, de


uma camada mais superficial do inconsciente (inconsciente pessoal).

 Os chamados grandes sonhos vêm das camadas mais profundas do


inconsciente e geralmente contém imagens mitológicas e arquetípicas.

 Os sonhos reativos derivam de situações traumáticas graves e reproduzem uma


situação traumática vivenciada até que seu conteúdo seja destituído da intensa
carga afetiva associada ao trauma e possa ser reintegrado ao psiquismo.
Compreensão e análise dos sonhos:
um enfoque junguiano
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

"Não possuímos uma teoria geral dos sonhos que nos capacite a usar um método
dedutivo impunemente, assim como não possuímos uma teoria geral do consciente da
qual podemos extrair conclusões dedutivas (...) com as manifestações 'inconscientes' não
há nenhuma linguagem direta ou adaptada. (...) Somos, assim, obrigados a usar o método
que usaríamos para decifrar um texto fragmentário ou uma palavra desconhecida: o
exame do contexto. O significado de uma palavra desconhecida pode se tornar evidente
quando comparamos com uma série de passagens na qual ocorre."

(Jung, 1974)
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 No livro “Análise dos Sonhos”, Jung (1971) completa:

“Toda interpretação é uma mera hipótese, apenas uma tentativa de ler um texto
desconhecido. É extremamente raro que um sonho isolado e obscuro possa ser
interpretado com razoável segurança. Por este motivo, dou pouca importância à
interpretação de um sonho isolado. A interpretação só adquire uma relativa segurança
numa série de sonhos em que os sonhos posteriores vão corrigindo as incorreções
cometidas nas interpretações anteriores”.
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 É importante, na análise dos sonhos, compreender o contexto dinâmico no


qual o conteúdo onírico se apresenta – conhecer as características e o
contexto de vida do sonhador, o momento terapêutico no qual certo sonho se
apresenta, são aspectos fundamentais para que se entenda o sentido deste
sonho em especial.

"... um analista se baseia principalmente em uma impressão intuitiva do significado do


sonho; outro, concentra-se em obter amplificações detalhadas. Sempre, entretanto, as
condições da situação terapêutica imediata determinam o modo de complementar o
procedimento e cada interpretação." (Matoon, 1980).
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 Apesar de ser um tanto arredio, por vezes, na apresentação de um “método


definitivo” para a análise dos sonhos, Jung sugere dois passos para a análise
dos sonhos: a associação e a amplificação.

 Na etapa de associação, o paciente é instigado a falar o que o sonho (e seus


elementos – personagens, cenário, trama, desfecho) desperta (lembranças,
impressões, sensações). A associação pode revelar conteúdos inconscientes
mais acessíveis do sonhador.
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 Já a amplificação é “a extensão do conteúdo do sonho por meio do


enriquecimento e da complementação das imagens oníricas com símbolos
oriundos dos contos de fadas, dos mitos, da religião, da arte e de todas as
tradições culturais da humanidade” (Hark, 1988).

 Este autor reforça que enquanto as associações nos servem para a “trama” dos
conteúdos pessoais, a amplificação estaria, da mesma maneira, para os
conteúdos coletivos. A amplificação possibilita uma síntese entre padrões
pessoais e coletivos.

Baku, o “devorador de
pesadelos”, folclore japonês
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 Outra técnica tão importante quanto a amplificação no trato com as imagens, é a


“circum-ambulação”.

 Circum-ambular é girar ao redor da imagem; poder olhá-la sob os mais diversificados


ângulos; ter as mais variadas perspectivas da mesma; desdobrá-la no maior número
de possíveis significações.

 Se de antemão já soubermos o que uma imagem significa (por exemplo, se uma


“mulher sensual” no sonho já significar “a imagem da anima” para um homem, ou
uma “figura suspeita” for entendida como expressão da “sombra”, sem
questionamentos), inviabilizamos que esse símbolo “fale” o que gostaria. Mais que
isso, impedimos que o paciente diga o que pensa do mesmo; antes dele, nós já
demos a resposta.
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 Hall (1983): três etapas principais na abordagem junguiana da


interpretação dos sonhos:

1) uma compreensão clara dos detalhes exatos do sonho;

2) a reunião de associações e ampliações em ordem progressiva, em


um ou mais de três níveis: pessoal, cultural, arquetípico;

3) a colocação do sonho ampliado no contexto da situação vital e do


processo de individuação da pessoa que teve o sonho.
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 Marie-Louise von Franz: colaboradora direta de Jung.

 Propôs que o sonho é como um drama interior, com um autor, um diretor,


atores / personagens e espectadores.

 Seu método para interpretar os sonhos foi idealizado por Jung, que se baseou
em Aristóteles.

 Jung acreditava que a maioria dos sonhos possuía uma estrutura dramática.
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 Propunha o seguinte esquema de análise:

1. Exposição:

- o início do sonho que identifica o tema do mesmo, ou seja, sobre o que o


inconsciente irá tratar.

- são apresentados os locais e personagens.

- o sonho se passa no tempo presente, mas pode também ser vivido dentro de
um contexto histórico do passado ou idealizado num futuro.

- na exposição é que se apresenta o tempo em que se passa o sonho.


Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

2. Desenvolvimento:

- trata da ação, refere-se aos fatos que vão construindo a história do sonho.

3. Peripécia ou clímax:

- representa o momento em que ocorre uma mudança radical dos fatos,


revelando novos acontecimentos.
- novos personagens, novos cenários, novas tramas podem ocorrer.
- aqui ocorre o evento decisivo do drama onírico.
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

4. Lyse*:

- nome atribuído por Jung ao final do sonho, onde o inconsciente propõe uma
solução para o conflito elaborado no drama onírico.

 Franz (1992), coloca que o final do sonho nem sempre está presente na
estrutura do sonho.

 Um sonho sem final representaria que há ainda uma elaboração também por
parte de nosso inconsciente das questões tratadas nos sonhos.

*Lysis (do grego): desfecho, fim.


Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 Hall (1983): a imagem do sonho deve ser aceita objetivamente, referindo-se à


pessoa real no mundo exterior ou subjetivamente, referindo-se à personificação
de uma parte da própria psique do sonhador?

 Na prática, pessoas, lugares ou eventos conhecidos, expressos no sonho, têm


grandes probabilidades de conter um significado objetivo (sonhos como
reminiscências de fatos efetivamente ocorridos);

 Porém, a possibilidade de um significativo intrapsíquico das imagens oníricas


assume relevância no conteúdo onírico (por que determinada questão
específica surgiu no sonho e não outra? O que isso quer dizer?).
Compreensão e análise dos sonhos: um enfoque junguiano

 Sonho lúcido: estado psicofisiológico do sono onde um sujeito percebe que está
sonhando e pode mudar o enredo do sonho de acordo com sua vontade.

 Durante essa experiência a consciência é razoavelmente preservada e o sujeito


relata ter sensações excepcionalmente realistas.

 Jung (1944), quando teve uma experiência de quase-morte: "Parecia que me


encontrava no espaço a uma altura considerável. Muito abaixo de mim eu via a
Terra, e era como uma esfera envolta por maravilhosa luz azul. Bem ao longe, de
baixo dos meus pés estavam o Ceilão e a Índia. Meu campo visual não abrangia a
Terra toda, mas eu podia ver nitidamente sua forma esférica e a maravilhosa luz
argênteo-azulada brilhando ao seu redor. (...) Sentia uma grande certeza: isto sou
eu. Tinha também uma impressão de pobreza e ao mesmo tempo de satisfação.
Nada mais havia que eu desejasse: eu estava lá, na minha forma objetiva tal como
havia sido e vivido”.
Leitura complementar sugerida:

http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/05/jung-c-a-natureza
-da-psique.pdf
(capítulos IX e X).

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-12042004-121817/e
n.php

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