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DOS SONHOS
3
Bem-vindo ao mundo
dos sonhos....
A palavra
“sonho”
corresponde
ao grego
“onar”,
que significa
algo
visto dormindo
O Trajeto Metodológico
● Algumas curiosidades sobre os sonhos
● Parte 1: Freud e os sonhos
● Parte 2: Jung e os sonhos
● Parte 3: Frankl e os sonhos
● Parte 4: Análise tridimensional dos sonhos
Livros sobre sonhos
Livros sobre sonhos
Algumas Curiosidades
sobre os sonhos
O que significa ter sonhos recorrentes?Qual a função de um sonho
Qual a explicação do déjà vu?
Usa o método da associação livre Usa o método filológico ou Usa a associação livre e
linguístico e a amplificação o diálogo socrático
Prioriza o relato dos sonhos, a fim Prioriza formas e conteúdos Prioriza relato dos sonhos, a fim de
de desvelar desejos oriundos do simbólicos (imaginário centrado nos desvelar intenções oriundas do
inconsciente impulsivo (imaginário símbolos apresentados no sonho) inconsciente espiritual (imaginário
centrado no discurso posterior ao centrado no discurso posterior ao
sonho) sonho)
Quadro Comparativo
FREUD JUNG FRANKL
Sonho manifestado disfarça Sonho manifestado expressa Sonho manifestado disfarça
conteúdo latente (desejo) linguagem simbólica passível conteúdo latente (sentido e
de leitura manifestações espirituais)
Símbolos
Atitudes
Tipos de sonhos
Sonho de desejo
A presença de
sentimentos de satisfação
e saciação configura-se
como sonho indicativo de
desejo (onde o sonho
representa a realização
de um desejo manifesto
ou latente).
CATEGORIA SENTIMENTOS
Sonho compensatório
A presença de sentimentos
tensionais e equilibrantes, ora
com sentimento de satisfação,
ora com sentimento de
insatisfação, configura-se como
sonho compensatório (onde o
sonho representa a tentativa de
equilíbrio psíquico). Nestes tipos
de sonho o paciente é imbuído
de uma tentativa de compensar
uma falta psíquica.
Sonho indicativo de sentido, de desejo
e compensatório CATEGORIA SÍMBOLOS
Quanto ao objeto (símbolo) mobilizador
da busca no sonho, se for um objeto
com fins de se obter prazer, configura o
sonho como indicativo de desejo. Se for
um objeto movido por um valor,
configura-se o sonho como indicativo de
sentido. No caso de ser um sonho cuja
finalidade seja apenas a tentativa de
equilíbrio psíquico, sem
necessariamente haver um objeto de
desejo ou de valor, o sonho configura-se
como compensatório;
Sonho indicativo de sentido, de desejo
e compensatório CATEGORIA SÍMBOLOS
A análise dos símbolos representados
no sonho serve também de parâmetro
para se definir o tipo de sonho quanto ao
nível de interpretação. Busquei em Jung
a seguinte assertiva: “um sonho é
interpretado no nível subjetivo quando a
imagem no sonho se refere primária ou
exclusivamente ao próprio sujeito; e é
interpretado no nível objetivo quando a
imagem se refere a outra pessoa”
(JUNG, 2014, p. 50).
Sonho indicativo de sentido, de desejo
e compensatório CATEGORIA SÍMBOLOS
Desta forma, entendo como símbolo
toda e qualquer imagem que aparece no
sonho, seja uma pessoa ou objeto
qualquer. Pelo processo metafórico ou
metonímico, a analítica da A. T. S
destacará a imagem que aparece em
seu estado metafórico (que se
assemelha ao símbolo analisado) ou em
seu estado metonímico (que se coloca
próximo ou no lugar do símbolo
analisado).
Sonho indicativo de sentido, de desejo
e compensatório CATEGORIA ATITUDE
A análise das atitudes dos personagens e de
outros símbolos representados no sonho,
serve de parâmetro para a percepção dos
processos de destensão biopsíquica,
individuação e de autotranscendência do
sujeito, percorrida a sua trajetória existencial
através dos sonhos analisados durante o
processo psicoterapêutico. A análise das
atitudes, tanto de personagens quanto de
símbolos muitas vezes condensados em
outros, revelará em que processo o paciente
se encontra e que caminho ainda tem a
percorrer em seu amadurecimento pessoal.
Passo a passo do
Método da A. T. S
1. INTRODUÇÃO
2. RELATO DOS
SONHOS COM
BASE NAS
CATEGORIAS
PROPOSTAS:
SENTIMENTOS,
SÍMBOLOS E
ATITUDES DOS
PERSONAGENS
FORMAS DE
3. ASSOCIAÇÃO
LIVRE A PARTIR
DO RELATO
4. AMPLIFICAÇÃO
DISTRIBUIR
DO SONHO
5. DIÁLOGO
SOCRÁTICO
6. FECHAMENTO
EL CONTENIDO
DA SESSÃO
INTRODUÇÃO: Analista solicita que o paciente,
imediatamente após os sonhos da noite, anote
cada sonho num caderno de cabeceira ou grave
áudio de forma totalmente espontânea. Em
seguida, anote os seguintes pontos: 1.
simbologias e símbolos apresentados em cada
sonho; 2. sentimentos vivenciados pelo sonhador
durante a diegese onírica e imediatamente após
FORMAS DE
cada sonho; 3. atitudes dos personagens e
objetos animados de cada sonho, repetindo a
atividade nos dias que antecedem à próxima
DISTRIBUIR
sessão psicoterapêutica. Analista também sugere
que se anote os restos diurnos do dia anterior aos
sonhos;
EL CONTENIDO
RELATO DOS SONHOS: A partir das anotações, o
paciente deve reescrever cada sonho com o máximo de
detalhes, tentando realizar as associações entre o sonho e
restos diurnos, pondo, obrigatoriamente, caso haja, as
categorias sugeridas pelo analista: sentimentos, símbolos
e atitudes dos personagens;
FORMAS DE
espontâneo sobre o mesmo (de preferência o sonho
anotado ou gravado na cabeceira da cama). Num segundo
momento pode relatar também alguns detalhes do sonho
DISTRIBUIR
não apresentados no primeiro relato), sem interrupções do
analista, a fim de fazer um relato o mais catártico possível.
A pergunta que possivelmente será respondida após esta
fase será: "O que o sonho disse?” O texto lido é só
EL CONTENIDO
indicado para pessoas que tem dificuldade de se
expressar oralmente;
AMPLIFICAÇÃO DO SONHO: Após o relato espontâneo do sonho, o paciente poderá
fazer a sua elaboração secundária, valendo-se, caso deseje, das associações que fez
durante a anotação ou gravação do sonho, imediatamente após o seu episódio. Nesta
fase, ainda que permitindo a fala do paciente fluir, o analista poderá explorar as
categorias básicas da analítica. Em relação aos sentimentos vivenciados no sonho, e
imediatamente após ele, o analista poderá solicitar, caso não seja evidente no relato do
paciente, que o mesmo descreva os sentimentos de cada personagem do sonho e os
sentimentos do paciente ao acordar, bem como os sentimentos no momento da
sessão; entendendo personagem como toda pessoa ou objeto que no sonho,
aparentemente tenha vida própria.
FORMAS DE
apareceram no sonho, desde objetos, partes do corpo e personagens, que lhe
chamaram a atenção, percebendo condensações, closes, sincronias e diacronias em
relação ao contexto atual de vigília (presente), situações do passado ou previsões do
futuro; inclusive, se possível, observando a relação sincrônica ou diacrônica entre o
DISTRIBUIR
símbolo e os sentimentos nele contidos, ou seja, o que o símbolo sentiu e o que o
sonhador sentiu na relação com este símbolo. Em relação às atitudes dos personagens
(sejam pessoas ou objetos), o analista poderá solicitar ao paciente, em caso de dúvida,
para que ele descreva as atitudes de cada símbolo, sobretudo aquelas consideradas
EL CONTENIDO
mais mobilizadoras e provocativas para o paciente, durante e após o sonho. A pergunta
que possivelmente será respondida pelo paciente após esta fase será: "O que o sonho
quis me dizer?”;
DIÁLOGO SOCRÁTICO: Após a realização das técnicas de
associação livre e amplificação dos sonhos, o analista poderá iniciar
um diálogo socrático com o paciente, com o objetivo de esclarecer
pontos da análise realizada pelo próprio paciente, e das
amplificações do relato do paciente, a partir das solicitações do
analista. Neste diálogo, o analista deverá saber, e caso queira, dizer
ao paciente, que tipo de sonho ele teve: um sonho indicativo de
desejo, um sonho compensatório ou um sonho indicativo de sentido.
Porém, o mais importante é que, através do diálogo socrático nesta,
ou em outras sessões subsequentes, o paciente entenda o seu
processo de desenvolvimento pessoal representado no sonho,
sobretudo em que lugar de sua trajetória psíquica o paciente se
FORMAS DE
encontra: se no limiar da sua infância e adolescência psíquicas (no
campo da realização de desejos ou em processo de
individuação/autorrealização) ou na maturidade psíquica (em
processo de autotranscedência). A pergunta que possivelmente será
DISTRIBUIR
respondida pelo paciente após esta fase será: "O que o sonho me
pede que eu faça?”;
EL CONTENIDO
FECHAMENTO DA SESSÃO: Após se despedir
do paciente, faz-se a escrita do decurso da
sessão. Como é possível que a Análise
Tridimensional do Sonho de um paciente não
ocorra de forma rápida e conclusiva, sugiro que a
sessão dure uma hora e quarenta minutos, o
equivalente a duas sessões de cinquenta
minutos. Entretanto, e é bem provável, caso seja
necessário, que outras sessões possam ser
marcadas, uma vez que as fases podem não ter
sido concluídas e que outros sonhos, durante a
FORMAS DE
semana subsequente, venham a complementar o
sonho anteriormente analisado, inclusive com
mudanças de sentimentos, acréscimos de
DISTRIBUIR
símbolos e novas atitudes dos personagens.
EL CONTENIDO
Apresentação de um caso (Sonho do
telefone)
SONHO (Apresentado por Frankl):
“O enfermo relata um sonho que se repete
constantemente a intervalos relativamente
curtos, aparecendo até repetidas vezes durante
uma mesma noite, como um sonho em cadeia.
Sonha que se encontra numa cidade
estrangeira, onde tenta telefonar para uma
determinada senhora, o que nunca consegue.
O principal motivo de não conseguir fazer a
ligação é que o disco do telefone é
demasiadamente grande, com cerca de cem
números, impedindo-o de efetuar corretamente
a discagem.” (FRANKL, 2004, p. 33).
ASSOCIAÇÃO LIVRE
● “Ao acordar, percebeu que o número que queria discar era apenas
semelhante ao número real do telefone daquela senhora; por outro lado, o
número era idêntico ao número de telefone de uma empresa para a qual
estava atualmente trabalhando com sucesso.” (FRANKL, 2004, p. 33).
ANÁLISE COM BASE NO DIÁLOGO SOCRÁTICO
● “Ao discutir o sonho com o paciente, evidenciou-se que ele, que era compositor, estivera
realmente naquela cidade estrangeira e, durante sua estadia, dedicara-se a um trabalho de
composição que lhe dava profunda satisfação; tratava-se de música de conteúdo religioso.
No seu trabalho atual, compondo música de jazz para filmes, era bem sucedido, porém não
tinha aquela sensação de realização interior. Em seguida, o paciente declarou
decididamente que não se tratava absolutamente de saudades daquela cidade estrangeira,
pois os anos que lá vivera foram desagradáveis em todos os sentidos, com exceção do seu
trabalho. Também não era saudade daquela senhora, pois não havia nenhuma ligação
erótica entre eles. Espontaneamente, porém, declarou que, naquela parte do sonho em que
aparece o enorme disco de telefone, ele vê a constatação resignada de que atualmente
tem dificuldade de optar. Qual opção?, precisamos perguntar. A resposta é óbvia: a
escolha profissional, a decisão entre compor música profana ou sacra, sendo esta última a
que representa a sua vocação autêntica.” (FRANKL, 2004, p. 33-34).
MENSAGEM DO SONHO
● O símbolo da senhora poderia remeter, tomando a teoria junguiana por base, à parte
sentimental do paciente (sua anima ou alma, cujo centro é seu inconsciente pessoal).
Representa também a opção pela música sacra (escolha musical movida pela
satisfação ou autorrealização). A cidade estrangeira seria o lugar onde a senhora (sua
anima) residia, ou seja, a sua estrutura psíquica. O motivo (tema) principal do sonho,
evidentemente, é um conflito, representado pela impossibilidade de realizar a ligação
telefônica, denotado pelo “impedimento” de efetuar a discagem. Dentro da analítica da
A. T. S, o símbolo central seria o disco do telefone (uma condensação), com cem
números (uma hiperbolização que remete ao aspecto financeiro), ou seja, uma
representação da outra opção profissional (o seu trabalho atual, no qual compunha
música de jazz para filmes, e era bem sucedido financeiramente).
3 - PONTUAÇÕES CRÍTICAS A PARTIR DA A. T. S
● Em relação à mensagem final do sonho, Frankl infere o termo latino religio, “religação”,
para remeter à religião, cujo motivo, a meu ver, foi secundário ou paralelo ao motivo do
conflito profissional. Aqui caberia uma pergunta: o paciente teria consciência do termo
latino religio, não fosse a intervenção do analista durante o processo de interpretação?
Acredito que não, o que justifica a necessidade de se ter no método a fase de
amplificação dos sonhos, além do diálogo socrático e da associação livre. A pergunta
final: o que o sonho pediu que o sonhador fizesse? A resposta é dada no sonho.
Vejamos: o paciente “tenta telefonar para uma determinada senhora, o que nunca
consegue. O principal motivo de não conseguir fazer a ligação é que o disco do
telefone é demasiadamente grande, com cerca de cem números” (FRANKL, 2004, p.
33).
2 - MENSAGEM FINAL SEGUNDO A A. T. S
● Clareia tudo a meu ver: o motivo do sonho era o conflito representado no disco grande,
de “cem números”. Tratava-se de um conflito entre a opção pela música sacra cujo
valor era “a satisfação” e a “autorrealização” e a opção pela música profana, cuja
importância residia no “sucesso” e nos “cem números”, representando o aspecto
quantitativo da segunda opção. O sonho era um indicativo de sentido, pois em sua
decisão existia um valor artístico e religioso latentes. Sob este aspecto Frankl teve
razão: o sonho foi uma “repreensão da consciência artística”, que orientava o paciente
a optar pelo valor da arte e da religião. Ainda em meio à sua trajetória como pessoa
espiritual, a busca da autorrealização do paciente, como músico e pessoa, fazia parte
do seu processo contínuo de autotrancendência.
BIBLIOGRAFIA
FRANKL, V. E. A Presença Ignorada de Deus. Trad. Walter O.
Schlupp e Helga H. Reinhold. São Leopoldo, Editora Sinodal;
Petrópolis: Vozes, 2004.
FRANKL, V. E. O sofrimento humano: Fundamentos
Antropológicos da Psicoterapia. Trad. Renato Bittencourt e
Karleno Bocarro. São Paulo: É Realizações, 2019a.
FREUD, S. A Interpretação dos Sonhos. São Paulo: Círculo do
Livro, 1980.
GARCIA – ROSA, L. A. Freud e o Inconsciente. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1998.
JUNG. C. G. O homem e seus símbolos. Trad. Maria Lúcia Pinho.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
JUNG. C. G. Seminários sobre análise de sonhos: Notas do
seminário dado em 1928-1930 por C. G. Jung, organizado por
William McGuire. Petrópolis – RJ: Vozes, 2014.
SANTOS, G. M. Do Mytho ao logos: Análise Tridimensional dos
Sonhos. João Pessoa: Ideia, 2020..
XAUSA, I. A. de M. Sentido dos sonhos na psicoterapia em
Viktor Frankl. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
FIGURAS
A Caverna de Platão.
http://marcosmucheroni.pro.br/blog/?p=17434#.XYu5pVVKjIU
Teoria Junguiana
http://arquetiposjungianos.blogspot.com/2015/07/carl-jung-principais-
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A porta. https://www.madermac.com.br/portas/porta-lisa-semi-solida-angelim
Édipo Rei
https://micenas.net/leituras/sofocles-edipo-rei/
Sigmund Freud. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud
Inconsciente pessoal. https://www.youtube.com/watch?v=dXFm768GLR0
Inconsciente coletivo. https://medium.com/@xamanismocurumim/afinal-o-que-
%C3%A9-xamanismo-parte-2-o-transe-f031af81136b
Telefone de disco
https://br.freepik.com/vetores-premium/disco-de-telefone-antigo-ilustracao-
vetorial_3220495.htm
FIGURAS Foto Izar e Gilvan
Figura 17: Gilvan Melo e a doutora Izar Xausa. Foto: Raisa Mariz, em 07 de novembro de
2014, Porto Alegre, RS, Brasil. Acervo pessoal.
Carl Jung. https://www.skoob.com.br/autor/407-c-g-jung
Frankl. https://cultura.estadao.com.br/blogs/estado-da-arte/viktor-frankl-e-a-busca-por-sentido/
Holocausto.
Desejo
https://claudia.abril.com.br/sua-vida/especialistas-indicam-maneiras-de-recuperar-o-desejo-
perdido/
Sono
https://paizinhovirgula.com/sonoinfantil/
Filme “Sonhos”, de Akira Kurosawa. https://www.youtube.com/watch?v=XZzm7THZTMo
Uma mente brilhante
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uma_Mente_Brilhante
Homens de honra
https://www.microsoft.com/pt-br/p/homens-de-honra/8d6kgwzl5r
dh?activetab=pivot%3aoverviewtab
As horas
https://deliriumnerd.com/2016/06/10/as-horas-filme-mulheres-patriarcado-genero/
O Dedo de Deus. https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/o-dedo-
de-deus-20182.html
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PREÇO DE CADA EXEMPLAR: 75 Reais + Frete (10 Reais)
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