Você está na página 1de 36

DAVID HUME

EMPIRISMO

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND


DAVID HUME

• David Hume (1711-1776), filósofo escocês,


começou a trabalhar aos 16 anos na sua 1ª obra, o
“Tratado da Natureza Humana”. Mais tarde, como
as suas ideias ousadas sobre o conhecimento não
tinham sido bem compreendidas, publicou a
“Investigação sobre o Entendimento Humano.

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND


• Ao contrário do racionalismo cartesiano, que encarava a
experiência sensível com enorme suspeita e defendia
que o estatuto da crença básica deveria ser atribuído ao
RESPOSTA cogito, Hume atribui o estatuto de crenças básicas
EMPIRISTA justamente às crenças que provêm da nossa
experiência sensível imediata.
• Ex: Neste momento estou a ter uma experiência da cor
azul”

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC


• Aos conteúdos da nossa mente Hume chama
perceções. Estas distribuem-se por dois campos
distintos: as impressões e as ideias
• As impressões consistem em experiências e tanto
PRINCÍPIOS podem ser externas como internas. As externas
EMPIRISTAS- resultam dos nossos sentidos:
IMPRESSÕES E Ex: experiências visuais, olfativas, táteis, etc.
IDEIAS À nossa capacidade introspetiva correspondem as
impressões internas: Ex: sentimentos, desejos, etc.
As ideias, abrangem os nossos conceitos, bem como
aquilo que imaginamos ou recordamos

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND


DISTINÇÃO ENTRE IMPRESSÕES E
IDEIAS
• De acordo com Hume, as impressões são mais vívidas do que
as ideias.
A nossa experiência visual de uma árvore é mais vívida do que
uma imagem mental que detemos sobre uma árvore, construída
pela nossa imaginação.
Uma sensação de dor é mais vívida do que a nossa recordação
de uma determinada dor do passado.
• Hume responde a essa questão com o chamado princípio da cópia,
que diz mais ou menos o seguinte:
• Todas as nossas ideias são cópias de impressões
As nossas ideias derivam ou resultam sempre de impressões. Isto
significa que, na ausência das impressões relevantes, jamais
conseguiríamos formar ideias. Por exemplo, sem experiencias dolorosas
COMO SE nunca teríamos formado uma ideia de dor.

RELACIONAM O princípio da cópia é empirista, (experiencial) pois diz-nos que todos os


conteúdos da nossa mente têm a sua origem na experiencia. Quem o
ESSES 2 rejeite terá de indicar ideias que não tenham uma origem desse género.
CONCEITOS? Não temos nós, afinal, muitas ideias de coisas que nunca observamos ou
sentimos?
Temos ideias de unicórnios e de cavalos azuis, mas nunca tivemos
quaisquer impressões de criaturas como essas. Hume diria que estes
exemplos são de ideias complexas. Podem ser decompostas em ideias
simples, como a de uma certa tonalidade de azul e cada uma dessas ideias
deriva de impressões.

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND


ARGUMENTO
SIMPLIFICADO

• 1- Se as ideias não são cópias de


impressões, então é possível que um
cego de nascença tenha a ideia de cor
azul, apesar de não ter qualquer
impressão que lhe corresponda
• 2- Um cego de nascença não pode ter
a ideia da cor azul
• 3- Logo, as ideias são cópias de
A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND

impressões
DAS IMPRESSÕES RESULTAM DIRETAMENTE
TODAS AS NOSSAS IDEIAS SIMPLES

• Combinando essas ideias, a nossa mente produz ideias


complexas. Mas mesmo as ideias mais complexas, deixam-se
reduzir às simples. Por isso, ainda que indiretamente, também
as ideias complexas são cópias de impressões

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-SA-NC


• Todo o nosso conhecimento proposicional é ou de
relações de ideias ou de questões de facto!
• As relações de ideias definem-se por poderem ser
conhecidas a priori . Como diz Hume, são intuitiva ou
demonstrativamente certas.
RELAÇÕES DE • Exemplos: O quadrado da hipotenusa é igual à soma
IDEIAS do quadrado dos catetos
• 3 vezes 5 é igual à metade de 30
As relações de ideias são verdades necessárias. Têm de
ser verdadeiras, ou seja, que é impossível que sejam
falsas. Negar que 3 vezes 5 seja igual á metade de 30,
seria incorrer numa contradição.

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND


RELAÇÕES DE IDEIAS- UMA VERDADE A PRIORI

• No 1º caso, a sua verdade é evidente à luz da intuição racional.;


pensando nelas, percebemos ou intuímos que são verdadeiras.
No 2º, podem ser deduzidas validamente a partir de proposições
intuitivamente certas.

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND


QUESTÕES DE FACTO

• As relações de ideias nada afirmam sobre a existência de entidades


concretas, como objetos físicos e acontecimentos. Ocupam-se de
entidades abstratas como a Matemática.
Já as questões de facto definem-se por terem de ser conhecidas a posteriori.
Precisamos da experiência para saber, por exemplo, que um determinado
antibiótico curou muitas bactérias. Não podemos concluir isto com base na
nossa intuição racional
Exemplos de questões de facto:
O sol vai nascer amanhã
Muitos gatos são teimosos
D. Afonso Henriques conquistou Lisboa aos mouros

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-SA-NC


QUESTÕES DE FACTO

• As proposições anteriormente demonstradas, não são evidentes à luz da nossa intuição


racional. Além do mais, nao podemos demonstrar a sua verdade a partir de proposições
intuitivamente evidentes.
• São verdades contigentes. O que significa isto? Que facilmente podemos conceber ou
imaginar facilmente uma situação em que estas proposições são falsas.
• Negar uma questão de facto, ao contrário das relações de ideias, não nos leva a nenhuma
contradição.
RETIRADO DO TEXTO DE HUME

• “Se não partíssemos de algum facto presente à memória ou aos sentidos,


os nossos raciocínios seriam puramente hipotéticos e, por mais que os
elos individuais pudessem estar ligados uns aos outros, a cadeia de
inferências, como um todo, nada teria que a pudesse sustentar, e jamais
poderíamos, por meio dela, chegar ao conhecimento de qualquer
existência real. Se vos perguntar por que acreditais em algum facto
particular que me contais, tereis de me apresentar alguma razão, e essa
razão será algum outro facto ligado ao primeiro. Mas como não se pode
proceder desta maneira in infinitium, tereis por fim de chegar a algum
facto que está presente na vossa memória ou nos vossos sentidos, ou
então admitir que a vossa crença é inteiramente destituída de
fundamento”

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-ND


TRÊS PRINCÍPIOS DE ATRAÇÃO ( OU
ASSOCIAÇÃO DE IDEIAS) NA MENTE HUMANA
• Semelhança
• Contiguidade
• Causalidade

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-SA-NC


SEMELHANÇA

• Consiste na associação de 2 ideias


que são de algum modo parecidas. A
consideração de uma delas faz-nos
pensar na outra. Por exemplo, é
natural que a contemplação de um
retrato nos faça pensar na pessoa
retratada.
CONTIGUIDADE

• Consiste na associação de 2 ideias que correspondem a coisas


ou acontecimentos que são contíguos no espaço ou no tempo.
A consideração de uma dessas ideias evoca a outra.
• Por exemplo, sei que a sala de estar se situa no alinhamento da
entrada da minha casa, é natural que me venha à mente a
representação de um desses espaços de cada vez que penso no
outro. O mesmo acontece quando 2 acontecimentos são
contíguos no tempo, se é costume jantar depois do pôr-do-sol
é natural que pense em comida cada vez que o sol se põe
CAUSALIDADE

Ocorre quando representamos


acontecimentos que nos parecem estar
ligados por uma conexão necessária, ou
relação causa-efeito.
Geralmente diz-se que 2 acontecimentos
estão ligados por uma relação de causa-
efeito quando a ocorrência de um deles-
ao qual damos o nome de “causa”- é
suficiente para a ocorrência do outro- ao
qual damos o nome de “efeito”
RACIOCÍNIO CAUSAL

• Hume considera que todos os nossos raciocínios relativos a


questões de facto, assentam na relação de causa e efeito, ou seja,
na relação de causalidade.
• Observando um raio, prevemos que deste resultará um trovão,
Mas também podemos partir do efeito para a causa; escutando um
trovão, inferimos que este foi causado por um raio.
• Hume considera que as relações causais nunca podem ser
descobertas a priori. Para inferirmos um efeito a partir de uma
causa ou o inverso, precisamos sempre de nos apoiar na
experiência.

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-SA-NC


RACIOCÍNIO CAUSAL

Imaginemos agora, que uma pessoa nunca tinha presenciado nem sequer
ouvido falar de trovoadas. Tendo visto um raio pela primeira vez, poderia
essa pessoa, apenas recorrendo à intuição, inferir que este produziria um
trovão?
Hume considera que não. Para fazermos um raciocínio destes, precisamos
de nos basear em regularidades observadas. Só após várias observações
desse fenómeno, poderia concluir que os raios causam trovões.
O raciocínio é este:
1- Ocorreu um raio
2- Aos raios têm-se seguido trovões
3- Logo, provavelmente irá ocorrer um trovão

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC


• Hume afirma que todo o nosso conhecimento da natureza ou RACÍOCÍNIO
de entidades concretas é empírico (necessita da experiência).
EMPIRISTA,
• Hume não nega a existência de conhecimento a priori, mas
contra os racionalistas defende que este se resume ao
MAS NÃO
domínio das entidades abstratas. Para sabermos o que existe RADICAL
na realidade concreta temos sempre de recorrer à
experiència.
DEBATE
“EU EXISTO” SERÁ UMA
RELAÇÃO DE IDEIAS OU UMA
QUESTÃO DE FACTO?
PRIMEIRA OBJEÇÃO A HUME

• Alguns críticos defendem que a causalidade não consiste em simples regularidades


observáveis através da experiência, na mera conjunção repetida de dois géneros de
acontecimentos ou objetos, pois aquilo que é essencial numa relação causal é a
existência de uma conexão necessária entre causa e efeito. Pode parecer-nos que a
causalidade consiste numa ligação entre 2 objetos ou acontecimentos, mediante a qual
um deles tem poder que produz o efeito consequente
RESPOSTA DE HUME

• Hume responde:
A ideia de conexão necessária não resulta dos nossos sentidos externos!
Observamos uma causa e a seguir observamos o seu efeito. Isto mostra que causa e efeito
estão conjugados, mas nunca vemos que estão conetados, pois nunca observamos
qualquer poder que faça a causa produzir necessariamente o efeito.
Hume considera: A ideia de conexão necessária resulta de um sentimento interno
adquirido pelo nosso hábito
A IDEIA DE CAUSALIDADE NÃO SE FUNDA NA
RAZÃO

• Esta ideia não corresponde a uma relação de ideias, nem parece ter uma impressão
sensível que lhe corresponda.
• Hume recorre à experiência de que certos acontecimentos se vão seguir a outros devido
à experiência de conjunção constante entre ambos
• Temos experiência de uma conjunção constante entre 2 acontecimentos quando a
experiência de um deles surge sempre associada à experiência do outro,
• A nossa expectativa de que causas semelhantes terão
efeitos semelhantes ao que se baseia unicamente no
O PROBLEMA hábito- a nossa experiência de certas regularidades ou
DA INDUÇÃO repetições- pelo que não temos legitimidade para
postular a existência de uma força da natureza que
estabelece uma relação causal.
UM EXEMPLO

• Temos uma fogueira e as cinzas correspondentes.


Em casos particulares, não conseguimos observar
qualquer conexão necessária entre estes dois objetos.
Porém, se virmos repetidamente fogueiras e a seguir
amontoados de cinza, acontecerá o seguinte: sempre que
estivermos diante de uma fogueira, o hábito conduzir-nos-
à à expetativa de observar um amontoado de cinzas depois
da fogueira se extinguir.
O PAPEL DA MENTE

• A conexão é algo que sentimos na nossa mente e é este


sentimento que produz a ideia de conexão necessária. Não é
exterior à nossa mente, a nossa mente projeta essa conexão no
mundo, criando a ilusão de que essa se verifica na realidade.
• Hume considera que não temos forma de justificar
racionalmente a nossa confiança na indução, por maior
que seja o número de casos em que experimentamos uma
determinada regularidade, jamais estaremos racionalmente
justificados a acreditar que essa se irá manter no futuro.

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY


O PROBLEMA DO MUNDO
EXTERIOR
• “Nada pode estar presente á mente a não ser uma imagem ou perceção e
os sentidos são apenas as entradas por onde as imagens são transportadas,
sem conseguirem suscitar uma comunicação imediata entre a mente e
objeto”.
• Ex: 1- Se a mesa que está presente na nossa mente fosse a mesa real,
então o seu tamanho não se alterava em função da nossa perspetiva.
• 2- Mas a mesa que está presente na nossa mente parece diminuir à
medida que dela mais nos afastamos, ou seja, o seu tamanho altera-se em
função da nossa perspetiva.
• 3- Logo , aquilo que está na nossa mente não é real, mas sim uma
imagem.

A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-NC-ND


A NOSSA CRENÇA NA UNIFORMIDADE DA
NATUREZA É RACIONALMENTE INJUSTIFICADA
• Inferimos que as cinzas se seguirão à fogueira, ou que o arremesso da pedra fará o vidro
quebrar-se, porque acreditamos que a natureza é uniforme, isto é, porque acreditamos que
o seu curso não se vai alterar de um dia para o outro e que as regularidades observadas no
passado continuarão a verificar-se no futuro. Contudo, nao temos qualquer justificação
para acreditar nisso. É fruto do nosso hábito, de um certo “instinto” que nos leva a
esperar que causas semelhantes se hão de seguir efeitos semelhantes.
A NOSSA CRENÇA NA REALIDADE DO MUNDO
EXTERIOR É RACIONALMENTE INJUSTIFICADA
• Esta crença resulta, na ideia de que os objetos que nos rodeiam sao reais, isto é, existem de forma
independene das nossas perceções. Se acreditamos que uma certa mesa que estamos a observar é real,
então acreditamos que esta continuará a existir quando já não estivermos a vê-la- acreditamos que a sua
existencia é independente da nossa mente. O realismo é a perspetiva segundo a qual o mundo exterior é
real, o que significa que muitos dos objetos que verificamos têm esta existência independente.
• Sabemos que, quanto mais nos afastarmos da mesa, vêmo-la cada vez mais pequena, mas pensamos que
a propria mesa permanece igual. Por isso, as nossas perceções não são a própria mesa
• Um realista aceita entao a seguinte ideia: As perceções dos sentidos sao causadas por objetos exteriores,
que, embora sejam semelhantes a elas, existem de forma independente da nossa mente.
TEMOS RAZÕES PARA
ACREDITAR NESTA HIPÓTESE?

• Talvez as nossas perceções sejam causadas por um génio


maligno; talvez, à semelhança das alucinações e dos sonhos,
sejam produzidas involuntariamente pela nossa mente.
• Hume considera que não podemos encontrar razões para
apoiar esta hipótese. Afinal, para sabermos que as nossas
perceções são causadas por objetos exteriores, teríamos de
encontrar uma conjunção constante entre objetos e
perceções. Porém, é impossível tal coisa, pois só as
perceções nos podem surgir constantemente conjugadas.
Logo, não temos razões para crer que as nossas perceções
são um efeito de objetos exteriores.
Acusa Descartes de ser radical, ao recomendar uma dúvida CRÍTICAS
universal, convidando-nos a questionar todas as nossas crenças
e também a fiabilidade das nossas faculdades mentais. Crítica
AOS
também esta posição por surgir como uma preparação para a CÉTICOS
investigação, e não como um resultado da mesma. RADICAIS
• Considera igualmente que, é “incurável”. Mesmo que
encontremos o tal 1º princípio, nao conseguiremos ir além
dele se nao confiarmos nas nossas faculdades. Sem confiar
na faculdade de raciocinar, será incapaz de suplantar o
ceticismo, pois não poderá ter confiança em qualquer
raciocínio que lhe permita estabelecer alguma conclusão a
partir do cogito. Descartes está condenado a saber apenas
que ele próprio existe
CETICISMO MITIGADO

• Hume diz-nos que não podemos ter uma crença justificada na uniformidade da natureza
nem na realidade do mundo exterior. Um cético poderia extrair daqui a conclusão de que
devemos deixar de acresitar que a natureza é uniforme e que o mundo exterior é real.
• Hume recusa-se a fazer isso!
Não podemos deixar de acreditar que a natureza é uniforme e que o mundo exterior é real.
Estas crenças fazem parte da natureza humana, e na vida quotidiana não conseguimos
pensar nem agir na sua ausencia. Os argumentos céticos são impotentes para as destruir.
• Hume considera que estes têm uma certa importância
prática. Como mostram que as nossas capacidades são
muito limitadas, levam-nos a adotar as seguintes
QUAL É A atitudes
IMPORTÂNCIA 1- Evitar o dogmatismo (fundamentalismo muito comum
DO CETICISMO? no nosso senso comum) no pensamento e na tomada de
decisões.
2- Evitar investigações demasiado especulativas
CETICISMO MODERADO

• Hume é um cético moderado. Está consciente das limitações do


entendimento humano, tem uma mente aberta ao mesmo tepoo
que rejeita todas as pretensões ao conhecimento em questões
demasiado distantes da experiência.
• Hume pergunta: “Se nem sequer podemos apresentar uma razão
satisfatória para acreditar, depois de 1000 experiencias, que uma
pedra vai cair, ou que um fogo vai queimar, como poderíamos dar-
nos por satisfeitos quanto a qualquer decisão que viéssemos a
tomar sobre a origem dos mundos e a situação da naturezam desde
o início até ao fim da eternidade?”
O CONTRA EXEMPLO DO TOM
AZUL DESCONHECIDO
• Imaginemos uma situação em que alguém é colocado perante
uma vasta gama de tons de azul, tendo um dos tons de azul
sido propositadamente escondido. Alguém que nunca tenha
tido experiência desse particular tom de azul, pode ainda
assim, formar uma ideia a seu respeito, mesmo na ausência de
uma impressão que lhe corresponda. Ora, isso não seria
possível se, de facto, todas as nossas ideias fossem cópias de
impressões.
• Este contra-exemplo pode minar a nossa confiança no
princípio da cópia.

Você também pode gostar