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Curso de Mestrado em Enfermagem

Unidade Curricular: Estágio Final


Docente(s): Prof. Dra. Mª Céu Marques

DIRETIVAS ANTICIPADAS DE
VONTADE

Autor(es):
Nuno Bravo, aluno n.9238
Tiago Bagorrilha, aluno n. 19318
Vanda Furtado, aluno n.476
Vitor Pires, aluno n.5840

Janeiro
2020
DAV – Definição
Diretiva Antecipada de Vontade é um “documento
formal, feito por iniciativa do cidadão, onde este pode
inscrever os cuidados de saúde que pretende ou os que
não pretende receber e permite também a nomeação
de um procurador de cuidados de saúde”. O documento
pode ser mudado ou revogado a qualquer momento.
(Ministério da Saúde, 2014)

O pressuposto básico das DAV é a garantia do respeito à


autonomia do indivíduo (González, 2010).
PROCURADOR DE CUIDADOS
• O procurador de cuidados é responsável por fazer
cumprir a DAV caso a própria pessoa não o consiga
fazer, ou decidir em seu lugar.
• A vontade da pessoa in loco sobrepõe-se a
qualquer documento registado, pois a DAV serve
apenas e só para quando a pessoa já não puder
decidir
• O RENTEV é um sistema informático com o intuito
de registar e manter atualizados todos os
testamentos vitais e permitir que os médicos
tenham acesso à vontade dos doentes em
situações extremas (Ministério da Saúde, 2014)
Princípios éticos das DAV
• Respeito pela autonomia em que existe uma liberdade de escolha

sobre a aceitação ou recusa de qualquer intervenção no futuro.

• “O respeito pela autonomia conjuga-se com o princípio da

dignidade humana (…), deste modo, deve ser explicado o

prognóstico e tipo de intervenções a realizar para que a pessoa

escolha de forma livre e esclarecida”. (Nunes,L., 2008).


Princípios éticos das DAV
• Princípio da beneficência ou não maleficência. Pode
existir um conflito muitas vezes entre esta
autodeterminação de cada doente e o princípio de
beneficência dos profissionais de saúde, sendo que a
DAV deve ser sempre respeitada, sobrepondo-se o
respeito pela autonomia.
Princípios éticos das DAV

• O principio da justiça destaca que, todo o portador de


DAV deve e tem que ser tratado do mesmo modo e
com o mesmo profissionalismo que os outros doentes,
mesmo que os profissionais não concordem com a
decisão da pessoa em questão.
Cuidados de Saúde objetos das DAV
• Manobras de reanimação cardiopulmonar em
doentes em fim de vida,
• Medidas de suporte avançado de vida em doentes em
estado vegetativo persistente,
• Utilização de intervenções agressivas e invasivas
como a hemodiálise, a quimioterapia e a cirurgia em
doentes com doença incurável e sem condições
razoáveis de recuperação.
• Utilização de antibióticos e hidratação via
intravascular em doentes em estado agónico
(Raposo, 2011).
Eficácia do documento
As diretivas antecipadas de vontade não devem ser respeitadas
quando:

a) Se comprove que o outorgante não desejaria mantê-las;

b) Se verifique evidente desatualização da vontade do outorgante


face ao progresso dos meios terapêuticos, entretanto verificado;

c) Não correspondam às circunstâncias de facto que o outorgante


previu no momento da sua assinatura.
IMPORTANTE…
Em caso de urgência ou de perigo imediato para a vida
do paciente, a equipa responsável pela prestação de
cuidados de saúde não tem o dever de ter em
consideração as diretivas antecipadas de vontade, no
caso de o acesso às mesmas poder implicar uma
demora que agrave, previsivelmente, os riscos para a
vida ou a saúde do outorgante.
BIBLIOGRAFIA
• González MAS. (2010) Testamentos Vitais e Diretivas
Antecipas. In: Ribeiro DC (org.) A relação médico-
paciente: velhas barreiras, novas fronteiras. São Paulo:
Centro Universitário S
• Nunes, L. (2008). Ética em cuidados paliativos: limites ao
investimento curativo. Revista Bioética, 16(1), 41-50.
• Raposo VL. (2011) Directivas Antecipadas de Vontade: em
busca da lei perdida. Rev do Ministério Público Janeiro /
Março [Internet]. 219.
• https://spms.min-saude.pt

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