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O PERFIL DENSIDADE

Universidade Federal
Fluminense
- Utilizados para determinar a densidade
das rochas e a porosidade.

- A sonda é pressionada contra a parede


do poço. A parte inferior é colocada uma
fonte de raios (137Cs ou 60Co).

- O medidor de cintilação está localizado


aproximadamente 60 cm acima da fonte.

- Fonte e detector são blindados por


chumbo a não ser numa região onde
existe uma janela para a saída da
radiação.

- Os raios gama da fonte interagem com


os elementos na rocha principalmente
pelo efeito Compton e em menor
(Ellis & Singer, 2008) quantidade pelo efeito fotoelétrico.
onde:
I = Intensidade do feixe radioativo no detector;
  x e
I0 = Intensidade do feixe radioativo na fonte;
I  I0 . e
 = coeficiente de absorção de massa;
x = distância entre a fonte e o detector;
e = densidade eletrônica do meio (número de elétrons/volume)

Assim como os raios


gama vão se
dispersando, ou sendo
absorvidos, a
intensidade do feixe
emitido vai diminuindo.
Esta diminuição de
intensidade é medida
pelo detector.
Quanto mais densa for a formação, menor a intensidade da radiação no
detector e vice-versa.

- O efeito Compton é proporcial ao número de elétrons por unidade de


volume (densidade eletrônica).
- o número de elétrons por unidade de volume é proporcional à densidade
(massa/volume) das formações, 
- portanto, o perfil responde diretamente à densidade da formação e
inversamente à sua porosidade.
Z
E  2     B  C  B
A
Fonte radioativa:
- ter energia suficiente para favorecer o efeito Compton,
- energia suficientemente baixa para reduzir o efeito de produção de pares,
- detector deve ser blindado para evitar o efeito fotoelétrico.
Z = soma dos números atômicos dos elementos constituintes das rochas;
A = soma dos pesos atômicos dos elementos constituintes das rochas.

Na realidade, nas litologias homogêneas (puras) portadoras de água


(arenitos, calcários e dolomitas), o coeficiente C se aproxima da unidade,
fazendo FDC = B. No entanto, outros materiais (sais e carvão ou mesmo gás)
fazem com que FDC se afaste bastante de B, exigindo correções .
(Ellis & Singer, 2008)
Características da
Ferramenta

- Profundidade de
investigação é aprox. 15 cm.

- Devido à taxa de
amostragem da ferramenta ser
alta, velocidade de perfilagem
de 56 cm/s são permitidas.

- Ferramentas compensadas
usam dois detectores (FDC)
em distâncias diferentes da
fonte.

- Um espaçamento curto é
mais afetado pelo mud cake.

(Schlumberger, 1989)
O PERFIL DENSIDADE (FDC)

O perfil Densidade é um registro contínuo das


variações de densidade das rochas atravessadas por
um poço.
 B  1     m    f
onde:
m = densidade da matriz, f = densidade do fluido, e,
 = porosidade.

m = densidade da matriz = 2,65 – 2,87 g/cc


dependendo da litologia

f = densidade do fluido de HC = 0,2 – 0,8 g/cc


agua saturada com sal (NaCl) ~ 1,2 g/cc
com presença de CaCl2 ~ 1,4 g/cc

Medida Auxiliar: Fator Fotoelétrico (Pe) -- litologia


Valores representativos da densidade.

- A densidade da rocha decresce com o incremento da


porosidade.
- A densidade da rocha se incrementa com a saturação de
água (se comparada com um rocha seca).
Calibração da Ferramenta

Ocorrendo outros materiais nos poros se faz necessário calibrar as


ferramentas tomando como base uma litologia conhecida. Para um
calcário (CaCO3) portador de água doce, a equação de calibração é:

FDC (LS) = 1,0704 . mLS – 0,1883

(mLS = densidade da rocha usada


na calibração)

Correções compatíveis devem


ser realizadas para usos em o
utras litologias.
INTERPRETACÃO DO PERFIL DENSIDADE

A equação para o cálculo da porosidade () a partir do FDC é dada por:


B  1    m   .  f

ou m  B
D 
m   f

• A densidade da matriz da rocha (m) é da ordem de 2,65 g/cm3 para


arenito, 2,71 g/cm3 para calcário ou 2,87 g/cm3 para dolomita.
• Por sua vez f corresponde à densidade do fluido da rocha, que pode ser
de 1,00 g/cm3 para filtrado doce ou 1,1 g/cm3 para filtrado salgado.
• Este perfil tem pequeno raio de investigação. Assim, tanto f, como tf,
são funções de Sxo e não de Sw. O hidrocarboneto que influencia as
leituras de B é, por conseqüência, o Sor.
EFEITO DA LAMA/REBOCO SOBRE AS LEITURAS DO FDC

O problema mais significativo deste perfil é o provocado pela presença da


lama e/ou reboco defronte a camadas permeáveis.

Os raios gama ao interagirem com os elétrons da lama (e/ou reboco) iniciam


antecipadamente seu processo de dispersão, diminuindo a intensidade do
feixe, mesmo antes de penetrar nas camadas.

O problema maior reside no Zmc, uma vez que grande parte dos fluidos de
perfuração usa bário (Z = 56) que tem um alto coeficiente de absorção de
massa, e o reboco se comporta como um filtro para os fluxos.

A solução para a minimização do efeito Zmc/tmc é realizada internamente pelas


ferramentas atuais através de um algoritmo baseado em um gráfico chamado
de “SPINE-AND-RIBS” ou “Espinha e Costela”.
(Ellis & Singer, 2008)
Apresentação do Perfil Densidades

Ao mesmo tempo em que imprime o


valor de B corrigido para o efeito da
espessura do reboco, a ferramenta
também imprime a correção realizada
(B).
 
Resumindo, quando se tem uma lama
ou reboco mais leve que a formação
(lamas normais) a curva de
compensação (B) mostrará um valor
positivo de leitura.

No caso contrário, em que o reboco é


mais pesado do que a formação, a
compensação será negativa. (Ellis & Singer, 2008)
EFEITO DOS HIDROCARBONETOS SOBRE AS LEITURAS DO FDC

O maior efeito sobre as leituras do Perfil Densidade é causado pela


presença de hidrocarbonetos nas formações, principalmente o gás. A
resposta da ferramenta e dada por:
B = (1 - ) m + . f

onde: f = 1,0 g/cm3, (lama doce), ou


= 1,1 g/cm3 com lama salgada.

A razão deste erro é devido ao fato de ainda não sabermos qual a


proporção dos fluidos nas camadas.

A saída para este impasse deve ser efetuada com a realização de uma
primeira aproximação da porosidade.
Efeito no arenito portador de óleo:
Dados: Sxo = 50% S óleo = 50%  = 10%
mf = 1,0 g/cm3 hc = 0,8 g/cm3 m = 2,65 g/cm3

Calculamos a densidade do fluido f o qual será resultado da combinação


de 50% de óleo e 50% de filtrado, isto é:
f = 0,5 . (1,0) + 0,5 . (0,8) = 0,9 g/cm 3
A densidade a ser lida pelo FDC será:
B = 0,1 . (0,9) + 0,9 . (2,65) = 2,475 g/cm3

O intérprete ao ter um perfil em suas mãos, poderá observar defronte a


uma camada de arenito, uma densidade B = 2.475 g/cm3. Considerando
que ele desconhece as saturações parciais mas deseja saber a
porosidade (D) da referida camada ele calculará:
2,65  2,475
D   10,6 %
2,65  1,0
Efeito no arenito portador de gás :
Dados: Sxo = 50% Sgás = 50%  = 10%
mf = 1,0 g/cm3 gás = 0,3 g/cm3 m = 2,65 g/cm3

Calculamos a densidade do fluido ρf o qual será resultado da combinação


de 50% de óleo e 50% de filtrado, isto é:
f = 0,5 . (1,0) + 0,5 . (0,3) = 0,65 g/cm 3
A densidade a ser lida pelo FDC será:
B = 0,1 . (0,65) + 0,9 . (2,65) = 2,45 g/cm3

Considerando que ele desconhece as saturações parciais mas deseja


saber a porosidade (D) da referida camada ele calculará:
2,65  2,45
D   12,12 %
2,65  1,0

Em outras palavras, o gás "aumenta” a porosidade do densidade


EFEITO DA ARGILOSIDADE SOBRE A LEITURA DO FDC

A argila também afeta as leituras do perfil Densidade, pois sendo mais


leve por unidade de volume (dado o excesso de água), a argila tenderá
também a diminuir o valor da densidade total das rochas.

Diminuição de densidade, pelo que já aprendemos, significa “aumento”


na porosidade calculada. Tem-se para o FDC:
 DC  D  VSH  DSH

sendo DSH a porosidade aparente dos folhelhos adjacentes.


APRESENTACÃO DO PERFIL

• Primeira faixa: calibre do poço e GR.


• Segunda faixa: com valores crescentes
da esquerda para a direita, de 2,0 até
3,0 g/cm3, está a densidade total (B)
das rochas.
• Na terceira faixa, no mesmo sentido, de
- 0,25 a + 0,25 g/cm3, está a curva de
compensação ou B.
• Esta curva indica a correção que foi
adicionada à leitura de B de modo a
eliminar dela todos os efeitos do poço
(reboco e lama).
• Correções maiores que ± 0,15 g/cm3 são
indicativas de leituras falhas
(compensações exageradas). Atentar
para casos dessa natureza, porque eles
ocorrem principalmente defronte à
zonas desmoronadas ou rugosas.
PERFIL DE LITODENSIDADE (LDT)

O perfil LDT é um sistema expandido e aperfeiçoado de ferramentas tipo


Densidade. O espectro radioativo registrado pelo detector é dividido em
duas janelas distintas:
• Uma janela denominada H (geralmente estabelecida entre 180 a 540
KeV) é usada para a detecção do efeito Compton, conseqüentemente
de B;
• Enquanto que uma janela S (geralmente estabelecida entre 40 a 80
KeV) detecta o Efeito Fotoelétrico. A resposta da janela de baixa
energia (S), é utilizada para o cálculo do índice de absorção
fotoelétrica, Pe.

A medição destes dois efeitos é realizada simultaneamente.


O fator fotoelétrico Pe é dado pela seguinte expressão:
Pe = (Z3,6 /10)
Para uma molécula formada por vários átomos, Pe poderá ser
determinado pela fração atômica:
 A  Z P 
Pe    i i ei 
 A t  Zt 
Onde:
 Ai é o número atômico
 Zi é o peso atômico
 Pe é o fator fotoelétrico de cada átomo da molécula.
 At e Zt representam o número e o peso atômico total da molécula,
respectivamente.

Os valores de Pe, para os tipos de rochas e fluidos mais comuns, são:

Calcita: 5,084 Dolomita: 3,142 Sílica: 1,606


Água doce: 0,356 Água salgada: 0,807 Óleo: 0,119 a 0,125
Folhelho de características normais: 3,420
As utilizações mais comuns para
este tipo de informação são:
• Identificação de minerais,
principalmente do tipo pesado e
argilominerais;
RESUMO
Perfil de Lito-Densidades

• Para este tipo de perfil, dois efeitos são importantes:


– Efeito Compton
– Efeito Fotoelétrico
• A determinação da densidade está relacionada com o efeito
Compton. A correlação entre a densidade e a densidade
eletrônica tem como base a razão Z/A.
• A determinação do fator fotoelétrico Pe está relacionado
com o efeito fotoelétrico e fornece informação da
composição mineral, e tem como base o número atômico
Z.
(Ellis & Singer, 2008)
Problema. Encontrar a porosidade e
litologia se os dados obtidos a partir
de um perfil de litodensidades são:
rhob = 2,5 gr/cc e o fator fotoelétrico é
4.
Entramos no gráfico com os valores
mencionados (obtidos do perfil
litodensidades para uma
determinada profundidade)
A escala azul do gráfico representa
as porosidades do dolomito e calcita
e traçamos uma linha próxima ao
ponto encontrado, juntando os
mesmos valores de porosidade (20-
20 da linha verde).
Finalmente traçamos uma linha
paralela a esta (preto) para encontrar
o valor da porosidade (17%)
mostrando que a rocha é uma mistura
de dolomito e calcita.
Problema. Encontrar a porosidade
do arenito argiloso (ilita) localizado
entre 9850 – 9900 ft. (den. água =
1,1 gr/cc)
Primeiro passo é definir as linhas de
arenito e folhelho do GR.

GRlog  GRmin 67,5  15


Vsh    0,5
GRmax  GRmin 120  15

A densidade do arenito é um valor


tabelado (2,65 gr/cc). Do perfil são
tomados os valores de rhob (2,56 gr/cc)
e delta rho (-0,01 gr/cc), portanto o valor
de rhob é 2,55 gr/cc.
 SH  2,5  0,05  3  2,65 gr / cc

m   B   m   SH  2,65  2,55  2,66  2,65 


D   VSH    0,5     0,061
m   f     2,65  1,1  2,66  1,1 
 m f 
O PERFIL DE NÊUTRONS

Universidade Federal
Fluminense
O PERFIL DE NÊUTRONS

Os nêutrons são partículas destituídas de carga elétrica e com massa


idêntica do átomo de hidrogênio.

Nêutrons penetram profundamente na matéria podendo atingir os


núcleos dos elementos que compõem uma rocha.

A radioatividade é produzida artificialmente por meio de um bombardeio


das rochas com nêutrons de alta energia.

Diferentemente do Perfil Densidade, onde o princípio de medição se


baseia na perda de energia dos raios gama artificiais por meio de
choques com elétrons orbitais, o Perfil de Nêutrons se baseia no choque
de nêutrons artificiais com os núcleos dos elementos presentes nas
rochas.
O PERFIL DE NÊUTRONS

• Os nêutrons saem da fonte e entram no formação


perdendo energia, a maioria pele espalhamento elástico
(bolas de bilhar).
• O hidrogênio, localizado no espaço poroso, tem um
papel importante neste processo, pois o nêutron
interage preferentemente com os hidrogênios
localizados nos hidrocarbonetos e na água.
• A porosidade é determinada através da taxa de
contagem radioativa.
• O perfil nêutron e de outras medições é usado em
conjunto para maiores detalhes.
Os nêutrons se classificam, de acordo com o nível de energia, em:
• Rápido quando sua energia está acima de 0,1 MeV;
• Epitermal com energia entre 0,1 MeV e 0,025 eV.
• Termal quando ele se encontra em equilíbrio térmico com o meio
ambiente, apresentando uma energia cinética média na ordem de
0,025 eV a 20 ºC, em um meio não absorvedor.
INTERAÇÃO DOS NÊUTRONS COM A MATÉRIA

Os nêutrons rápidos interagem com os núcleos dos elementos :


1. Espalhamento elástico: no qual o nêutron muda de direção e
transfere parte de sua energia cinética para o núcleo atingido;

2. Espalhamento inelástico: no qual a energia cinética não é


conservada porque o núcleo atingido é deixado em estado
excitado.
INTERAÇÃO DOS NÊUTRONS COM A MATÉRIA

3. Absorção, captura ou ainda reação: acompanha emissão


imediata de prótons, partículas alfa ou gama;

A probabilidade de ocorrência para cada uma destas interações


depende:
• do nível de energia do nêutron incidente;
• da própria natureza do núcleo envolvido no choque.
INTERAÇÃO DOS NÊUTRONS COM A MATÉRIA
Considerando o início de sua “existência” a partir de sua saída da fonte, e
sua “morte” como sendo o momento em que ele é absorvido ou
capturado por um núcleo qualquer do meio ambiente, um nêutron passa
pelas seguintes fases:
(A) Colisão,
(B) Amortecimento,
(C) Termalização,
(D) Captura ou absorção.

(Nery, 2013)
INTERAÇÃO DOS NÊUTRONS COM A MATÉRIA

• A) COLISÃO: Com o hidrogênio a perda de energia é da ordem de


100%. Isto se deve ao fato de que o núcleo do hidrogênio (=1 próton)
tem massa igual à do nêutron.
B) AMORTECIMENTO
Existem dois fatores relevantes no amortecimento energético dos
nêutrons rápidos:
• a perda de energia sofrida pelo nêutron em seus choques sucessivos
com núcleos de uma dada espécie;
• a probabilidade de que o nêutron entre realmente em colisão com o
hidrogênio.

(Nery, 2013)
(Schlumberger, 1989)

Após suficientes amortecimentos os nêutrons estarão


distribuídos nas rochas em zonas concêntricas, a partir da
fonte, e, provavelmente, todos com a mesma energia.
C) TERMALIZAÇÃO

Tendo os nêutrons adquirido um nível energético igual ao do meio


ambiente (0,025 eV), eles continuam ainda em processo de colisões,
mas sem maiores mudanças energéticas.
O não prosseguimento do bombardeio deixa no local um determinado
número de nêutrons por um tempo. Esta é a razão pela qual esta
ferramenta é a última radioativa a ser corrida.

D) CAPTURA OU ABSORÇÃO

O processo de captura de um nêutron termalizado se dá pela


incorporação do mesmo a um núcleo de qualquer elemento do meio, não
necessariamente o hidrogênio.
Esta energia se manifesta pela excitação de todo o núcleo e dura um
tempo relativamente pequeno, ocorrendo então uma liberação de energia
em forma de raios gama de captura.
Estes raios gama de captura também interagem com os átomos das
formações e são absorvidos através do efeito fotoelétrico. Caso se
disponha de um detector localizado dentro da zona de termalização, ele
mostrará uma contagem de raios gama proporcional ao número de
nêutrons termais na vizinhança do detector.
Esta figura mostra curvas teóricas
de densidade de nêutrons termais,
para um arenito.
Qualquer que seja a porosidade da
rocha, a densidade dos nêutrons
termais diminui com a distância.
Em um detector próximo da fonte,
dentro da zona “S”, uma maior
contagem é registrada em rochas
com altas porosidades.
É óbvio que um equipamento que
utilize um espaçamento fonte-
detector dentro da zona de
indefinição I, não será útil para
determinações quantitativas de
porosidade.

(Nery, 2013)
FONTES RADIOATIVAS DE NÊUTRONS

As principais fontes de nêutrons em uso são:


Ra226 Be9: atividade = 0,3 curies; fluxo = 4,5 x 106 n/s;
88

energia = 1 a 13 (média 4,5) MeV; meia-vida = 1.620 anos.


Pu239 . Be: atividade = 5curies; fluxo = 8,5x 106 n/s;
88

energia = 4,5 MeV; meia-vida = 24.320 anos.


 95Am241 . Be: atividade = 4 ou 16 curies; fluxo = 10 x 10 6 (ou 4 x 106)
n/s; energia = 4,5 MeV e meia-vida = 458 anos.

Estas fontes de nêutrons foram projetadas para a emissão de nêutrons


rápidos.
Ferramentas Neutronicas
O perfil, depende do tipo de ferramenta utilizada. O quadro abaixo mostra
a relação fonte-detector para quatro ferramentas neutrônicas:

 
Para qualquer uma dessas ferramentas, o amortecimento do nível
energético dos nêutrons rápidos, depende da quantidade de hidrogênio
por unidade de volume das camadas próximas às paredes do poço.
A FERRAMENTA GNT (NÊUTRON –
GAMA)

Obsoleta. É do tipo mandril e fonte


omni-direcional. Conseqüentemente, o
feixe de nêutrons é em parte absorvido
pela lama e reboco, antes de atingir as
rochas.
O detector usado é do tipo Geiger -
Müeller blindado.

A principal vantagem desta ferramenta


está na possibilidade de se utilizar um
maior espaçamento fonte-detector
aumentando o volume investigado.
Desvantagem :Efeito da matriz:
A FERRAMENTA SNP (Sidewall Neutron Porosity - NÊUTRON
EPITERMAL)

Obsoleta. Seu princípio de funcionamento foi adaptado a quarta geração


das ferramentas neutrônicas e usada em equipamentos atuais.

A ferramenta do SNP é unidirecional e nela tanto a fonte como o detector


estão montados sobre um patim pressionado contra a parede do poço.

Esta ferramenta detecta nêutrons epitermais (partículas materiais e não


energia como os raios gama). O seu detector é conhecido com o nome de
Contador Proporcional e foi desenhado especificamente para este tipo de
equipamento.
A FERRAMENTA CNL (Compensated Neutron Log - NÊUTRON
TERMAL)
A ferramenta CNL tem uma fonte mais potente que as anteriores e dois
detectores de nêutrons termais situados a 15 e 25 polegadas da fonte. Esta
disposição proporciona duas profundidades de investigação diferentes. 

Esta ferramenta apresenta as seguintes vantagens:


• Os efeitos do poço são minimizados por dois motivos: o primeiro pela
utilização da razão das contagens detector longe/detector perto, e o
segundo porque a ferramenta é corrida excentralizada, pressionada
contra a parede do poço.
• Pode ser acoplada com uma grande quantidade de ferramentas para
fins de redução do tempo de sonda durante a perfilagem.
• Pode ser corrida em poços abertos ou revestidos.
Como desvantagem ela tem um efeito matricial maior, uma vez que a
medição está baseada na população termal.
(Schlumberger, 1989)
A FERRAMENTA DUAL CNL
(NÊUTRON TERMAL + NÊUTRON EPITERMAL)

É a ferramenta da quarta geração


neutrônica. Ela aproveita as
vantagens do SNP e do CNL, uma
vez que tem uma fonte e dois
detectores de nêutrons epitermais
(um perto e outro longe) e dois
outros de nêutrons termais (um perto
e outro longe).

Comparando-se as razões das


leituras SNP com as razões CNL,
tira-se proveito de ambos resultados
com a apresentação de porosidades
mais realistas.
(Nery, 2013)
PERFIS NEUTRÔNICOS E O EFEITO DO GÁS

 
Quando as rochas são portadoras de gás ou hidrocarbonetos leves,
ocorre uma diminuição nas porosidades calculadas com estes perfis, em
relação ao sônico e/ou densidade.

A explicação é simples: sob as mesmas condições de temperatura e


pressão, e para um mesmo volume investigado de rocha, a presença do
gás, ou hidrocarboneto leve, expansivo, reduz sensivelmente a
densidade de hidrogênio (concentração/volume), quando comparada ao
óleo ou água.
Assim, em uma zona com gás, o FDC
têm aumentados respectivamente suas
leituras, enquanto que os neutrônicos
têm seu índice ou densidade de
hidrogênio diminuído. Este contraste
entre as porosidades é diagnóstico da
presença de hidrocarbonetos leves
e/ou gás.
 
Em zonas de água, defronte a rochas
limpas (VSH = 0) as três porosidades
lêem aproximadamente iguais valores
de porosidade, isto é, S = D = N.

Em camadas aqüíferas (Sw = 1), os


perfis neutrônicos juntamente com o
FDC, fornecem uma primeira
aproximação da litologia e porosidade.
APRESENTAÇÃO DOS PERFIS NEUTRÔNICOS

Os perfis neutrônicos são calibrados diretamente em matriz e fluido


conhecidos, de forma que suas leituras podem vir expressas em percentuais
de porosidade no cabeçalho.

De um modo geral, a curva de porosidade neutrônica (N) está registrada na


faixa 2, crescendo da direita para a esquerda. Costuma-se utilizar os valores
45 e -15 como os limites do eixo de N.
 
INTERPRETAÇÃO DOS PERFIS NEUTRÔNICOS

Para uma boa interpretação destes perfis precisamos lembrar:


• Lama: quanto maior for o diâmetro do poço (desmoronamento) maior
será a quantidade de lama a influenciar nas leituras. A presença de lama
entre a sapata e a parede do poço significa bastante água, elevando a
densidade de hidrogênio, afetando a leitura final.
• Presença de gás ou hidrocarboneto leve nas camadas: significa uma
menor densidade de hidrogênio por unidade de volume de rocha.
Conseqüentemente o perfil mostrará baixa porosidade para estas zonas.
• Argilosidade: as argilas têm alto teor de água adsorvida, fornecendo nas
litologias argilosas uma maior porosidade do que naquelas limpas. No
confronto FDC x CNL, uma zona argilosa terá N > D.
 
Problema: Corrigir o valor de
porosidade Nêutron (40%) para
as seguintes condições de poço:
- Diâmetro de poço de 10 pol.
- Temperatura de 150 F
- Índice de hidrogênio de 0,78
- Salinidade do poço 100000ppm
- Salinidade da formação:
100000ppm

Traçar linhas verticais até a


condição de poço e
posteriormente seguir a linha
de tendência dos gráficos.

(Schlumberger, 1989)
Problema. Encontrar
a porosidade e
litologia de uma
formação num ponto
dos perfis que
mostram: Φn = 0,20
e Φd = 0,149.

- Localizar o ponto de
interesse (corte das linhas
vermelhas).
- Traçar uma linha próxima
a este ponto com a mesma
porosidade (verde).
- Traçar uma linha paralela
à linha verde e fazer leitura
da porosidade (17%)
- A litologia mostra uma
mistura de calcário e
dolomito.

(Schlumberger, 1989)
Interpretação de zonas de gás utilizando Nêutron - Densidade

- O primeiro passo é determinar se existe presença de argilosidade


(Gama ray ou SP)
- Determinar da saturação residual de hidrocarbonetos
- Calculo da densidade do gás a partir da seguinte relação
D = pés log( D / 1000)
g 
5,473  0,0278( D / 1000)

- Correção porosidade (densidade) 1,07 D S hr [1,11(1   g )  0,03]


D 
Dcorr  D  D  ma  1

- Correção porosidade (nêutron)


N  corr  N  N  N   N S hr (2,2  g  1)
- Utilizar crossplots ou  N2  D2

2
Problema. Encontrar a
porosidade de uma
formação num ponto do
perfil onde Φn = 0,12 e
Φd = 0,252.

Primeiro é localizado
o ponto no gráfico.

Depois é traçada uma


paralela à seta do
gráfico, pois se trata de
uma formação
contendo gás, dando
como resposta uma
porosidade aproximada
de 20%

(Schlumberger, 1989)
No problema anterior não é possível encontrar a litologia da formação,
portanto é necessário fazer as correções pela presença de gás. Para
fazer isso é preciso conhecer a profundidade do reservatório e a
saturação residual dos hidrocarbonetos. Seja D = 4000ft e Shr = 0,30

log(D / 1000) log(4000 / 1000)


g    0,1123
5,473  0,0278( D / 1000) 5,473  0,0278(4000 / 1000)

1,07 D S hr [1,11(1   g )  0,03] 1,07  0,252  0,30  [1,11(1  0,1123)  0,03]


D    0,0452
 ma  1 2,71  1

 N   N S hr (2,2  g  1)  0,12  0,30  (2,2  0.1123  1)  0,0271

Notar que a densidade do gás é uma densidade teórica, a valor de


ρma é do calcário e a correção do gás ΔΦn é negativa, por tanto:
D corr  D  D = 0,252 - 0,0452 = 0,207
 N2  D2
 N corr   N   N  0,12  (0,0271)  0,147   0,18
2
Dcorr = 0,207

 N corr  0,147

A porosidade pode
ser encontrada
graficamente (linha
vermelha)
mostrando um valor
de 18%. A litologia
corresponde a uma
mistura de arenito
com calcário.

(Schlumberger, 1989)
RESUMO DOS PERFIS NEUTRÔNICOS
MEDIÇÃO
• Quantidade de Raios Gama de Captura, de Nêutrons Epitermais,
Nêutrons Termais ou Nêutrons Termais/Epitermais, presentes nas
rochas, após excitação artificial através de bombardeio dirigido de
Nêutrons Rápidos.
• Unidade: Unidades de Porosidade (P.U.) relativas a uma litologia de
calibração que deve vir explicitada no cabeçalho.
 
UTILIZAÇÃO
• Porosidade a poço aberto;
• Porosidade a poço revestido;
• Litologia;
• Detecção de hidrocarbonetos leves ou gás.
RESUMO DOS PERFIS NEUTRÔNICOS
APRESENTAÇÃO
• Segunda e Terceira faixas. Observar sempre no cabeçalho as escalas
que podem ser N versus B ou N versus D (numa mesma ou diferentes
litologias).
 
PROBLEMAS
• Diâmetro do poço
• Lama/Reboco
• Argilosidade
• Hidrocarbonetos leves ou gás
• Altas porosidades e altas salinidades (absorvedores)
Referencias Bibliográficas

-Ellis, D. V. & Singer, J. M. Well logging for Earth Scientists.


Springer-Verlag., 2007.
- Nery, Geraldo. Perfilagem Geofísica em Poço Aberto. 2013.
-Rider, M. H., The Geological Interpretation of Well logs. Gulf
Publishing, 1996.
- Schlumberger, Anne. The Schlumberger Adventure. 1982
- Schlumberger. Log Interpretation. Principles/Applications.
1989

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