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CURSO DE QUÍMICA

Patrícia Aretz

ROTEIROS EXPERIMENTAIS PARA O ENSINO MÉDIO E PROJETO DE UM


LABORATÓRIO DE ENSINO DE QUÍMICA

Santa Cruz do Sul


2019
Patrícia Aretz

ROTEIROS EXPERIMENTAIS PARA O ENSINO MÉDIO E PROJETO DE UM


LABORATÓRIO DE ENSINO DE QUÍMICA

Roteiros experimentais para o ensino


médio e projeto de um laboratório de
ensino de química apresentado ao
Curso de Química - Licenciatura da
Universidade de Santa Cruz do Sul,
UNISC.

Santa Cruz do Sul


2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
2 EXPERIMENTOS PARA O 1° ANO DO ENSINO MÉDIO .................................. 4
2.1 Construindo um extintor de incêndio ............................................................. 4
2.2 Torre de tijolos líquidos ...................................................................................... 6
2.3 O segredo das cores da canetinha (cromatografia) .................................... 7
2.4 Teste de chama...................................................................................................... 8
2.5 Papel reciclado ...................................................................................................... 9
2.6 Leite psicodélico ................................................................................................. 10
2.7 Indicadores ácido-base ..................................................................................... 10
2.8 A chuva é ácida por quê? ................................................................................. 11
2.9 Cristais caseiros de pedra e vinagre ............................................................. 12
2.10 Remoção de cor e odor de materiais com o uso de carvão ativado . 13
3 EXPERIMENTOS PARA O 2° ANO DO ENSINO MÉDIO ................................ 14
3.1 Nuvem artificial .................................................................................................... 14
3.2 Descontaminação da água por eletrofloculação ........................................ 15
3.3 Quanto ar é usado na oxidação? .................................................................... 17
3.4 Cadê o isopor?..................................................................................................... 18
3.5 Velas para comer................................................................................................. 20
3.6 Entalpia de decomposição do peróxido de hidrogênio............................ 20
3.7 Tatuagem em frutas............................................................................................ 22
3.8 Pilhas de pepino .................................................................................................. 23
3.9 Macarrão vitaminado radioativo ..................................................................... 25
3.10 A estequiometria do comprimido efervescente ....................................... 25
4 EXPERIMENTOS PARA O 3° ANO DO ENSINO MÉDIO ................................ 26
4.1 Determinação do teor de álcool na gasolina ............................................... 26
4.2 Água pega fogo? ................................................................................................. 27
4.3 Fazendo sabão ..................................................................................................... 28
4.4 Plástico de batata................................................................................................ 29
4.5 A pedra que pega fogo na água ...................................................................... 31
4.6 Luva de poliuretano ............................................................................................ 31
4.7 Preparo e emprego do reagente de Benedict na análise de açúcares . 32
4.8 Produção de Biodiesel....................................................................................... 34
4.9 Bafômetro.............................................................................................................. 35
4.10 Serpente do faraó ............................................................................................. 36
5 PLANTA DE UM LABORATÓRIO DE ENSINO DE QUÍMICA........................ 37
6 ORÇAMENTO DOS REAGENTES E VIDRARIAS ............................................ 37
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 37
8 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 38
APÊNDICE 1 – Planta de um laboratório de ensino de Química................... 40
APÊNDICE 2 – Tabela com o orçamento de vidrarias ..................................... 41
APÊNDICE 3 – Orçamento de reagentes analíticos ......................................... 42
APÊNDICE 4 – Orçamento de materiais do cotidiano ..................................... 43
1 INTRODUÇÃO

Uma das grandes dificuldades dos professores de Química que lecionam


no Ensino Médio é trazer o conteúdo abordado para o cotidiano dos
estudantes. Apesar da infraestrutura das escolas públicas não ser a mais
adequada, normalmente o prédio possui um laboratório de ciências, que
embora, muitas vezes seja precário, torna-se um espaço para o exercício da
experimentação.
O ensino de Química proporciona uma ampla possibilidade para se
utilizar a experimentação. Neste trabalho apresenta-se uma série de
experimentos, propondo a inclusão de materiais do cotidiano e de baixo custo
para a realização de aulas práticas em sala de aula ou em laboratório,
estabelecendo uma melhor relação entre teoria e prática, dinamizando as aulas
e dessa forma estimulando o interesse e participação dos estudantes durante o
processo de ensino-aprendizagem.
Objetiva-se ainda a elaboração da planta de um laboratório de ensino de
Química e orçamento do material necessário (reagentes e vidrarias) para a
execução dos experimentos.

2 EXPERIMENTOS PARA O 1° ANO DO ENSINO MÉDIO

2.1 Construindo um extintor de incêndio

2.1.1 Objetivos

▪ Construção de um extintor de incêndio caseiro, que visa mostrar aos


estudantes a importância da química em sua vida prática;
▪ Apresentação de conceitos sobre reações químicas entre ácidos e
bases.

2.1.2 Materiais e Reagentes

▪ Frasco de refrigerante de 600 mL;


▪ Tubo de conta-gotas;
▪ Tubo de ensaio de 35 mL;
▪ 450 mL de vinagre;
▪ Bicarbonato de sódio (NaHCO3).

2.1.3 Procedimento Experimental

1. Com o auxílio de um estilete, fure a tampa do frasco de refrigerante de


600 mL, no mesmo diâmetro do tubo de conta-gotas que será utilizado.
A seguir, introduza o tubo do conta-gotas no orifício criado na tampa do
frasco de refrigerante. O furo feito na tampa deve permitir que o tubo do
conta-gotas passe o mais justo possível, visando evitar vazamentos que
podem prejudicar o experimento, devido à perda de reagentes. O tubo
do conta-gotas pode ser mais bem fixado com o uso de uma fita de
teflon ao seu redor, antes de inseri-lo na tampa;
2. No frasco de refrigerante, coloque 450 mL de vinagre comum e, no tubo
de ensaio, adicione o bicarbonato de sódio de modo que o vinagre fique
4
2 cm abaixo do tubo. Tenha cuidado para que o bicarbonato de sódio
não entre em contato com o vinagre, pois isso dará início imediato à
reação química. Em seguida, feche o frasco de refrigerante com a
tampa, apertando-a bem;
3. Para o extintor entrar em funcionamento, tampe o furo de saída do
conta-gotas com o dedo indicador e sacuda vigorosamente o extintor, no
intuito de provocar a reação química entre o vinagre e o bicarbonato de
sódio;
4. Em seguida, incline o extintor para baixo, dirigindo-o para a região que
você deseja atingir e tire o dedo da tampa, liberando assim a saída do
líquido. A mistura de água e etanoato (acetato) de sódio será “expulsa”
do extintor devido à pressão provocada pela formação do dióxido de
carbono (CO3). Para as quantidades de vinagre e bicarbonato de sódio
utilizadas, o jato inicial do liquido emitido pelo extintor terá um alcance
aproximado de três metros de distância. Mantendo-se o extintor
inclinado para baixo, o liquido continuará a ser expelido durante
aproximadamente 30 segundos.

2.1.4 O que aconteceu?

Reações ácido-base fazem parte do nosso cotidiano. Entre vários


exemplos, podemos citar: os aspectos relacionados à higiene, como a
eliminação dos resíduos ácidos, deixados pelos alimentos em nossa boca,
pelas pastas de dentes que possuem caráter básico; na ação dos antiácidos,
tais como os hidróxidos que são usados contra a acidez estomacal e na
correção da acidez do solo, para fins agrícolas.
A equação química responsável pelo jato observado produz etanoato de
sódio (acetato de sódio) e ácido carbônico, o qual se decompõe em água e
dióxido de carbono (gás carbônico, CO3).

H 3CCOOH (aq) + NaHCO3 (s) → H 3CCOO- Na+ (s) + CO2 (g) + H 2O (l)

O gás produzido na reação química aumenta a pressão interna do


extintor e, sendo está maior do que a pressão externa, água e o sal formados
na reação são expelidos para fora do extintor. O extintor só pode ser
empregado quando o fogo estiver em um nível inferior ao do frasco com a
mistura reacional, pois é necessário que o gás carbônico “empurre” a água e o
sal formados na reação para fora do extintor.
Visando mostrar a importância do experimento, podemos comentar
sobre as classes de incêndio: A (materiais que queimam em profundidade e
superfície, como madeira, papel, etc.); B (líquidos que queimam na superfície,
como gasolina, álcool, etc.); C (aparelhos elétricos e eletrônicos energizados,
como computadores, etc.) e D (materiais que requerem extintores específicos,
como sódio, magnésio, etc.). Este extintor é exclusivo para a classe A, mas
pode ser empregado na classe C desde que os aparelhos incendiados não
estejam ligados a rede elétrica.
Pode-se também orientar os estudantes quanto à importância da
prevenção de incêndios, como a criação de brigadas de incêndios, colocação

5
de sensores de fogo em ambientes e recomendações quanto aos cuidados
sobre a evacuação de locais fechados em casos de incêndios.

2.2 Torre de Tijolos Líquidos

2.2.1 Objetivos

▪ Avaliar como a densidade interfere no peso das substâncias.

2.2.2 Materiais e Reagentes

▪ Garrafa ou pote alto de vidro de boca larga;


▪ Álcool;
▪ Óleo de cozinha;
▪ Xarope de Glicose;
▪ Querosene;
▪ Água;
▪ Faca;
▪ Corantes alimentícios;
▪ Corantes especiais para óleo (opcional).

2.2.3 Procedimento Experimental

1. Escolha uma garrafa ou pote alto e de boca larga. Vamos por um líquido
de cada vez, seguindo uma ordem. Para decidir a quantidade de cada
um, meça o volume do pote e dívida pelo número de líquidos que você
vai usar. Se você tiver um pote de 1 litro, por exemplo, e fazer uma torre
com cinco líquidos diferentes, serão necessários 200 mL de cada
líquido. Primeiro, coloque o xarope de glicose;
2. Em seguida, misture a água com algumas gotas de corante e ponha
sobre o xarope;
3. Coloque o corante para óleo no óleo vegetal. Em seguida, despeje-o
sobre a água. O óleo pode ser de soja, girassol, milho etc.;
4. Coloque algumas gotas de corante alimentício de outra cor no álcool
etílico. Use álcool 92°GL. Despeje o álcool sobre o óleo com cuidado.
Você pode escorrer o líquido lentamente por uma faca encostada na
parede do frasco;
5. Use o corante especial para óleo, de cor diferente, no querosene. Por
fim, coloque o querosene sobre o álcool bem devagar.

2.2.4 O que aconteceu?

Conseguimos sobrepor os líquidos, sem que eles se misturassem,


devido a duas propriedades importantes dos materiais: a densidade e a
solubilidade.
A densidade é a quantidade de massa que existe em certo volume. A
água, por exemplo, tem 1 grama para cada mL. Já o óleo de cozinha tem cerca
de 0,9 g para cada mL. Isso significa que ele é menos denso do que a água e
que, portanto, vai flutuar sobre ela.

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Por causa dessa propriedade, construímos a torre colocando primeiro os
líquidos mais densos e depois os menos densos. Assim, eles não mudam de
posição, pois um sempre vai flutuar sobre o outro.
Para que tudo isso dê certo, porém, é importante que os líquidos não se
misturem, ou seja, não sejam solúveis entre si. Aí estamos falando da
solubilidade.
Na nossa torre, o querosene não se mistura com o álcool, que não se
mistura com o óleo, que não se mistura com a água. Mas se colocássemos o
álcool diretamente na água, sem a camada de óleo no meio, daria problema,
pois a água e álcool se misturam.
E o xarope de glicose? Ele e a água se misturam, mas o processo é
muito lento, tão devagar que nem conseguimos perceber. Porém, se você
deixar a torre parada por vários dias, vai perceber que as camadas de água e
xarope vão virar uma só.

2.3 O segredo das cores da canetinha (cromatografia)

2.3.1 Objetivos

▪ Aplicar os conceitos vistos em aula sobre separação de misturas.

2.3.2 Materiais e Reagentes

▪ 2 Béqueres de 250 mL;


▪ 1 Proveta de 50 mL;
▪ 4 Papeis filtros, pode-se utilizar filtros de café;
▪ Canetas hidrográficas;
▪ Fita durex;
▪ Lápis;
▪ Régua;
▪ 50 mL de Álcool etílico.

2.3.3 Procedimento Experimental

1. Medir, com o auxílio da proveta, 50 mL de álcool comercial e transferir


para o béquer de 250 mL;
2. Após, traçar no papel filtro, uma linha cerca de 2 cm acima da ponta do
papel filtro;
3. Sobre essa linha pintar bolinhas com as cores da canetinha e, em
seguida, com uma fita durex, colar os papeis filtros nas canetinhas;
4. Mergulhar a extremidade mais próxima das bolinhas no álcool.

2.3.4 O que aconteceu?

A técnica é uma simplificação da cromatografia em camada delgada,


muito utilizada na separação e identificação de compostos. Essa separação
ocorre em virtude da afinidade das cores com a fase móvel (álcool) ou a fase
estacionária (papel filtro). Cada cor interage de uma forma diferente. Vale
ressaltar que quanto mais para cima ficar a cor, após a separação, mais

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interação ela teve com a fase móvel. Quanto mais perto da base, mais
interação ocorreu com a fase estacionária.

2.4 Teste de chama

2.4.1 Objetivos

▪ Verificar as diferenças entre os metais pertencentes aos grupos 1 e 2 da


tabela periódica e revisar os conceitos de átomo, elétron e eletrosfera.

2.4.2 Materiais e Reagentes

▪ Lamparina a álcool;
▪ Fio de cobre;
▪ Luva;
▪ Caixa de fósforos
▪ Cloreto de sódio (sal de cozinha);
▪ Cloreto de potássio;
▪ Cloreto de cobre;
▪ Cloreto de cálcio;
▪ Cloreto de bário;
▪ Ácido clorídrico (HCl).

2.4.3 Procedimento Experimental

1. Cuidadosamente, molhar o fio de cobre no ácido clorídrico e com a


chama ligada, introduzir o fio na chama;
2. Após a descontaminação, coloque o fio de cobre em contato com um
dos sais, para auxiliar pode-se umedecer o fio com água deionizada;
3. Em seguida levar o fio à chama;
4. Adotar o mesmo procedimento com os demais sais.

2.4.4 O que aconteceu?

Sólidos inorgânicos típicos são compostos iônicos, o que faz com que,
em solução, existem dois tipos de íons provenientes da dissociação do
composto: um cátion e um ânion. No teste de chama, a amostra é levada à
chama de um bico de Bunsen, onde inicialmente há a evaporação do solven te,
deixando um resíduo sólido. Em seguida, há vaporização do sólido e
dissociação do mesmo em seus átomos componentes que, inicialmente,
estarão no estado fundamental. Alguns átomos podem ser excitados pela
energia térmica da chama a níveis de energia mais elevados, isto é, elétrons
dos íons são promovidos de níveis energéticos mais baixos para níveis
energéticos mais altos (níveis excitados). Porém, nos níveis energéticos mais
elevados, eles não podem permanecer por muito tempo, o que resulta na volta
desses elétrons para níveis de menor energia. Essa volta é acompanhada de
emissão de um fóton (radiação). Uma aplicação do que acabamos de ver são
os fogos de artificio.

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2.5 Papel reciclado

2.5.1 Objetivos

▪ Despertar o interesse dos estudantes para a reciclagem, além de


compreender como atuam as ligações de hidrogênio em objetos/coisas
do cotidiano.

2.5.2 Materiais e Reagentes

▪ Revistas e Jornais;
▪ Balde;
▪ Liquidificador;
▪ Tela de Silkscreen (usada para estampar camisetas) ou uma peneira;
▪ Bacia grande;
▪ Pétalas de flores;
▪ Água.

2.5.3 Procedimento Experimental

1. Corte as revistas/jornais;
2. Adicione no balde e cubra com água;
3. Deixe a mistura descansando por pelo menos três dias, até as fibras do
papel se soltarem;
4. Após este tempo coloque o papel aos poucos no liquidificador;
5. Depois coloque tudo na bacia e adicione mais um pouco de água;
6. Coloque umas pétalas de flores na mistura;
7. Coloque a tela na água e mexa para as fibras espalharem bem, depois é
só subir a tela;
8. Posicione a tela em um ambiente bem arejado e deixe secando por pelo
menos um dia;
9. Após a secagem do papel, retire-o da tela.

2.5.4 O que aconteceu?

Como o papel foi rasgado, amolecido e triturado e depois se juntou de


novo? O papel possui uma cola natural que está na celulose, que é um
polissacarídeo, um açúcar. O polissacarídeo é uma molécula muito grande
formada por várias outras moléculas pequenas unidas que se repetem, no
papel várias moléculas de celulose se unem formando uma fibra, no início da
experiencia elas se soltam, mas depois elas se ligam de novo devido as
ligações de hidrogênio.
Uma ligação de hidrogênio é uma força que faz com que as moléculas
se atraem e ela ocorre quando existe um átomo de hidrogênio dentro de uma
molécula ligado a um átomo de flúor (F), nitrogênio (N) ou oxigênio (O) dessa
mesma molécula e ele se atrai pelo F, N ou O de uma molécula próxima, ou
seja, existe uma força que faz com que as moléculas de celulose se liguem, ela
funciona como uma espécie de cola, que faz com que o papel se junte
novamente.

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2.6 Leite psicodélico

2.6.1 Objetivos

▪ Demonstrar que a tensão superficial é causada pelas ligações entre as


moléculas.

2.6.2 Materiais e Reagentes

▪ 1 Prato fundo;
▪ Leite;
▪ Corantes alimentícios;
▪ Detergente.

2.6.3 Procedimento Experimental

1. Adicionar leite ao prato de forma qu e o fundo dele fique totalmente


coberto;
2. Em seguida, pingar algumas gotas dos corantes disponíveis;
3. Cuidadosamente gotejar detergente sobre o leite contido no prato.

2.6.4 O que aconteceu?

A mistura entre corante e leite ocorre devido à quebra da tensão


superficial causada pelas pontes de hidrogênio da água. O leite que se compra
no supermercado é homogeneizado através de processos industriais de modo
que a gordura contida nele fique em suspensão em forma de pequeníssimas
partículas. O detergente, que é u m tensoativo, ao ser pingado no prato, atrai as
minúsculas partículas de gordura e por esse motivo ocorre o efeito psicodélico.

2.7 Indicadores ácido-base

2.7.1 Objetivos

▪ Caracterizar algumas substâncias do cotidiano como ácidas ou básicas.

2.7.2 Materiais e Reagentes


▪ 21 Tubos de ensaio;
▪ Suporte para tubos de ensaio;
▪ Papel tornassol azul;
▪ Papel tornassol vermelho;
▪ Fita indicadora de pH;
▪ 4 Pipetas de Pasteur;
▪ Solução de fenolftaleína;
▪ Solução indicadora caseira de repolho roxo;
▪ Solução indicadora caseira de beterraba;
▪ 50 mL de Solução de ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol -1;
▪ 50 mL de Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 mol -1;
▪ Leite;
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▪ Clara de ovos;
▪ Suco de laranja;
▪ Sabão em pó;
▪ Vinagre;
▪ Detergente.

2.7.3 Procedimento Experimental


1. Identificar os 21 tubos de ensaio com as substâncias dispostas na
bancada (serão 3 linhas de tubo, cada uma contendo 7 tubos de ensaio),
na seguinte ordem:
▪ Solução de ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol -1;
▪ Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 mol -1;
▪ Leite;
▪ Suco de laranja;
▪ Sabão em pó;
▪ Vinagre;
▪ Detergente.
2. Após, realizar os testes de acidez e basicidade utilizando os papeis
tornassol azul e vermelho e o papel indicador de pH em umas das linhas
de tubos de ensaio;
3. Em seguida, gotejar em torno de 5 gotas de cada indicador (em cada
linha de tubos será utilizando o mesmo indicador);
4. Anotar as alterações de cores em uma tabela.

2.7.4 O que aconteceu?


O papel tornassol vermelho serve para indicar o caráter básico das
soluções, isto é, em meio com pH > 7 ele torna-se azul e em meio com pH < 7
permanece vermelho.
O papel tornassol azul serve para indicar o caráter ácido das soluções,
isto é, em meio com pH > 7 ele permanece azul e em meio com pH < 7 ele
torna-se vermelho.
A fita indicadora de pH é mais precisa. Além de identificar o caráter
ácido ou básico, fornece de maneira aproximada o pH da solução através da
comparação com a escala que está na caixinha.
A fenolftaleína é um dos indicadores mais utilizados na Química. Em
meio básico, a solução torna-se rósea e em meio ácido a solução permanece
transparente.
Plantas como a flor de hibisco, beterraba e repolho roxo são ricas em
antocianinas. Essas substâncias mudam de cor em virtude do pH e por isso
podem ser utilizadas como indicadores caseiros.

2.8 A chuva é ácida por quê?

2.8.1 Objetivos
▪ Demonstrar a ocorrência de reações envolvendo óxidos ácidos.

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2.8.2 Materiais e Reagentes
▪ Pote de vidro com tampa;
▪ Caixa de palitos de fósforo;
▪ Pinça metálica;
▪ Proveta de 100 mL;
▪ Pipeta de Pasteur;
▪ 50 mL de Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 mol L -1;
▪ Solução de fenolftaleína.

2.8.3 Procedimento Experimental


1. Ao frasco com tampa adicionar, com auxílio da proveta, 100 mL de água
deionizada e adicionar 3 gotas do indicador fenolftaleína;
2. Após, adicionar gotas de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L -1 até
que a solução se torne rósea persistente;
3. Cuidadosamente, acender um palito de fósforo dentro do frasco (utilizar
a pinça metálica durante a queima para evitar machucados) e mantê-lo
no interior do frasco até que a combustão se complete;
4. Finalizada a queima do fósforo, tampar o fraco e agitar.

O que Aconteceu?

O hidróxido de sódio é uma solução básica e a fenolftaleína é um


indicador ácido-base que fica rósea em meio de pH > 7. A caixa dos palitos de
fósforo possui em sua parte externa uma tira em forma de lixa que contém o
elemento fósforo. Na cabeça do palito está contido o enxofre, um agente
oxidante e cola. Quando a combustão no palito de fósforo é provocada, o
agente oxidante inicia a queima do enxofre, que se combina com o oxigênio do
ar, produzindo dióxido de enxofre. Assim como na chuva ácida, esse dióxido de
enxofre se dissolve na água, fazendo com que o meio fique ácido. Em meio
ácido, a fenolftaleína fica incolor. As reações que ocorrem são as seguintes:

S + O2 → SO2

SO2 + H 2O → H 2SO3 (ácido sulforoso)

SO2 + ½ O2 → SO3

SO3 + H 2O → H2SO4 (ácido sulfúrico)

2.9 Cristais caseiros de pedra e vinagre

2.9.1 Objetivos

▪ Revisar o que é uma reação de dupla troca e demonstrar as


propriedades dos sais inorgânicos.

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2.9.2 Materiais e Reagentes

▪ 1 Béquer de 250 mL;


▪ Pedras de construção civil (brita);
▪ 100 mL de vinagre.

2.9.3 Procedimento Experimental

1. Adicionar vinagre ao béquer de 250 mL até a marcação de 100 mL


contida na vidraria;
2. Após, colocar as pedras de construção civil (brita) dentro do béquer e
visualizar o que ocorre;
3. Identificar os béqueres e deixá-los no laboratório até que todo o vinagre
evapore (1 mês).

2.9.4 O que aconteceu?

A pedra de construção civil (brita) é uma rocha calcária, isto é,


constituída por CaCO3 (carbonato de cálcio). Ao ser colocada em contato com
o vinagre, que é uma solução de ácido acético, há a formação de acetato de
cálcio. A equação que representa a reação segue abaixo:

CaCO3 + CH 3COOH → (CH 3COO)2Ca + CO2 + H2O

2.10 Remoção de cor e odor de materiais com o uso do carvão ativado

2.10.1 Objetivos

▪ Mostrar operações e materiais utilizados em laboratório e que fazem


parte do cotidiano, aqui exemplificamos pela desodorização de
geladeiras e pela purificação de água com o uso de filtros recheados.

2.10.2 Materiais e Reagentes

▪ Béquer de 100 mL;


▪ Funil simples;
▪ Papel filtro (do tipo usado para coar o café);
▪ 2 Tubos de ensaio;
▪ Suporte para tubos;
▪ Espátula;
▪ Carvão ativado (10 pontas de espátula);
▪ Tinta para caneta tinteiro (1 gota);
▪ Vinagre (100 mL).

2.10.3 Procedimento Experimental

1. Coloque o papel filtro num funil, apoiado no suporte em que se encon tra
o tubo de ensaio;
2. Adicione 5 pontas de espátula de carvão ativado no papel filtro, que já
se encontra no funil;
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3. Coloque 1 gota de tinta em 100 mL de água no béquer;
4. Verta a água colorida sobre o carvão, que se encontra no funil. Compare
a cor que sai após a filtração com a cor original da solução;
5. Repita a operação usando vinagre com corante em vez de água, numa
outra aparelhagem semelhante. Compare os cheiros antes e após a
filtração no carvão ativado.

2.10.4 O que aconteceu?

Este experimento auxilia na compreensão inicial de fenômenos como a


adsorção e a absorção. Facilita a introdução dos conceitos de área superficial e
introduz aspectos gerais sobre as ligações químicas na matéria.
O aquecimento da madeira a uma temperatura muito elevada, na
ausência de ar, produz o carvão vegetal. Quando esse aquecimento ocorre a
uma temperatura ainda mais alta – cerca de 930°C – ocorre a remoção das
impurezas e forma-se o carvão ativado.
O carvão ativado é uma forma de carbono altamente poroso, capaz de
remover materiais coloridos e substâncias voláteis presentes em misturas, pelo
processo de adsorção. Tem ampla aplicação em laboratórios de Química e na
indústria, especialmente para a remoção de gosto e odores desagradáveis da
água potável.
O processo de adsorção do carvão ativado também é usado para
remover resíduos no escapamento dos carros, gases nocivos no ar e cores não
desejadas em determinados produtos, bem como odores desagradáveis em
geladeiras (ele é o recheio dos desodorizadores comerciais de geladeiras).

3 EXPERIMENTOS PARA O 2° ANO DO ENSINO MÉDIO

3.1 Nuvem artificial

3.1.1 Objetivos
▪ Abordar conceitos de temperatura, pressão e estudo dos gases para
compreender o processo de formação das nuvens.

3.1.2 Materiais e Reagentes

▪ Garrafa PET de 2 litros;


▪ Água;
▪ Rolha;
▪ Fósforos;
▪ Corante alimentício;
▪ Bomba de ar (com agulha de encher bola).

3.1.3 Procedimento Experimental

1. Coloque água até cerca de um quarto da altura da garrafa. Pingue


algumas gotas de corante alimentício e misture bem;

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2. Certifique-se de que a rolha encaixa bem apertada na boca da garrafa.
Insira a agulha da bomba através da rolha. Encaixe-a na boca da garrafa
para testar;
3. Abra a garrafa, acenda um fosforo e deixe-o queimar na boca por alguns
segundos. Deixe-o cair dentro da garrafa, na água. Note que uma
pequena quantidade de fumaça se forma dentro dela;
4. Encaixe a rolha de novo e bombeie ar para o interior da garrafa.
Continue bombeando até que as paredes estejam bem rígidas;
5. Solte a rolha da boca da garrafa rapidamente e observe a formação da
nuvem.

3.1.4 O que aconteceu?

Quando bombeamos ar, aumentando a pressão dentro da garrafa.


Novas moléculas ocupam espaço vazio entra as moléculas que já existiam lá.
Com mais moléculas se movimentando no mesmo volume, elas se encontram
mais e batem mais umas nas outras. Um resultado é uma pressão maior. O
outro é que a temperatura – uma medida de energia com que as partículas do
gás estão se chocando – também aumenta.
Quando tiramos a rolha da garrafa rapidamente, o gás extra sai todo de
uma vez, até que a pressão interna fique igual a pressão da atmosfera. Essa
expansão muito rápida do gás faz com que a sua temperatura diminua. Quando
a temperatura cai, o vapor d’água dentro da garrafa (que é um gás invisível) se
condensa, formando minúsculas gotas. São essas gotas que formam a nuvem.
Para que serve o palito de fosforo?
A mudança de estado da água gasosa para liquida acontece mais
facilmente quando existem pontos que ajudam as gotas a se formar. O fosforo
nos forneceu a fumaça, que é formada por minúsculas partículas solidas. Cada
partícula serve como uma semente para as gotas de água crescerem.
Chamamos esses pontos de apoio de “sítios de nucleação”.
Na atmosfera, as nuvens se formam com a ajuda de grãos de poeira que
flutuam no ar. Quando o ar quente e úmido sobe, sua pressão cai e ele acaba
se resfriando. Assim como a garrafa, o vapor d’água se condensa e a nuvem
se forma.

3.2 Descontaminação da água por eletrofloculação

3.2.1 Objetivos

▪ Demonstrar aos estudantes que a descontaminação da água pode ser


realizada por eletrofloculação, por meio de um desenvolvimento prático
simples. Visa alertar e despertar os alunos às questões ambientais,
introduzindo uma postura mais crítica quanto ao tema.

3.2.2 Materiais e Reagentes

▪ Bateria de 9V;
▪ 2 Pregos comuns;
▪ 2 fios de cobre 9aproximadamente de 20 cm comprimento);
▪ Garras do tipo “jacaré”;
15
▪ Béquer de 50 mL;
▪ Cloreto de sódio (sal de cozinha);
▪ Corante alimentício, café ou refrigerante de cola;
▪ Filtro de papel de poro fino e coador.

3.2.3 Procedimento Experimental

1. Adicione aproximadamente 30 mL de H2O em um béquer (ou um


pequeno copo). Adicione aproximadamente 30 mL de H2O em um
béquer (ou um pequeno copo de vidro) de 50 mL, conten do cerca de
100 mg (1 colher de café) de sal de cozinha (NaCl) (que atua como
eletrodo ou (“carregador dos elétrons”) e algumas gotas de corante
alimentício, café ou refrigerante de cola;
2. Monte o sistema de forma que os dois pregos fiquem completamente
imersos na solução em lados opostos;
3. Os pregos serão, a seguir, conectados a uma forte corrente continua
(DC, uma bateria de 9V ou 3 pilhas em série), por meio de fios de cobre
comuns utilizando garras do tipo “jacaré”. Os pregos não devem ser
tocados para impedir a ocorrência de um curto-circuito. A partir desse
momento, o anodo da célula começa a ser lentamente dissolvido por
oxidação, enquanto é possível observar bolhas de hidrogênio sendo
produzidas sobre o catodo;
4. O corante imediatamente começará a mudar de cor ao redor do catodo e
uma espécie de lama (contendo hidróxido de ferro, como descrito acima)
começará a se formar. Dentro de poucos minutos haverá lama suficiente
para absorver a maior parte do corante e o experimento poderá ser
encerrado. Agite bem a célula e seu conteúdo; então, derrame a solução
em um funil contendo filtro de papel de poro fino (coador de café) e
colete o filtrado.

3.2.4 O que aconteceu?

A atividade humana, sobretudo em ambientes industriais, é uma grande


geradora de resíduos, sérias consequências ambientais. Além disso, por
muitos anos, os seres humanos vêm utilizando de maneira insensata os mais
variados recursos naturais. Esses fatores tornam a problemática ambiental uma
questão de extrema urgência, que exige bastante conscientização por parte da
população mundial. A educação ambiental tem um papel fundamental na
formação daqueles que, num futuro próximo arcarão com as consequências
deste modo de vida.
Em vista da escassez dos recursos hídricos estão sendo desenvolvidas,
atualmente, diversas alternativas e tecnologias para o tratamento de águas
residuais. Dentre os conhecidos “processos verdes”, uma das técnicas mais
utilizadas para o tratamento de poluentes é a eletrofloculação, também
chamada de eletrocoagulação ou eletroflotação.
O método de eletrofloculação é caracterizado por instrumentação e
operação simples, num curto tempo, apresentando boa eficiência na remoção
de poluentes de águas residuais.

16
Neste experimento, para a remoção de corantes, um eletrodo de ferro
(prego) é usado para fornecer íons metálicos para a formação de hidróxido de
ferro (II ou III), pouco solúvel, que absorverá o corante presente na solução.
Adicionalmente, bolhas de gás são produzidas no outro eletrodo que arrastam
alguns dos flocos formados pelo hidróxido e ajudam no estágio de separação
(eletrofloculação). Os corantes são de uso alimentício, facilmente obtidos no
comércio.
Anodo: Fe(s) → Fe2+ + (aq) + 2e

Fe2+(aq) + 2OH-(l) → Fe(OH)2(s)

Catodo: 2H 2O(l) + 2e → H2(g) + 2OH -(l)

Global: Fe(s) + 2H 2O(l) → Fe(OH)2(aq) + H 2(g)

A partir deste experimento, busca-se alertar os estudantes sobre como o


ser humano vem utilizando e se apropriando do mundo natural, levando a
discussão para a dimensão das perturbações na hidrosfera provocadas pela
ação humana e possíveis ações preventivas ou corretivas de maneira individual
ou coletiva. Além disso, temas específicos relacionados à Química (como a
destilação, decantação, filtração e conceitos como potencial eletroquímico e
transporte de elétrons e tratamento de esgoto também devem ser abordados.

3.3 Quanto ar é usado na oxidação?

3.3.1 Objetivos

▪ Apresentar os conceitos básicos relativos à oxidação que ocorre nos


metais, tão presente em nosso cotidiano.

3.3.2 Materiais e Reagentes

▪ Tubo de ensaio;
▪ Béquer;
▪ Régua;
▪ Fios de ferro ou palha de aço (como usadas na limpeza de panelas);
▪ Água filtrada.

3.3.3 Procedimento Experimental

1. Coloque aproximadamente 3 cm de fios de ferro ou palha de aço no


fundo ou tubo de ensaio e umedeça com água;
2. Adicione água em um béquer, inverta o tubo de ensaio contendo o fio de
ferro e coloque-o no béquer com água. Meça a altura da coluna de ar
dentro do tubo com a régua;
3. Deixe o material descansar por uma semana;
4. Após esse período, sem retirar o tubo da água, meça novamente a
coluna de ar dentro do tubo.

17
3.3.4 O que aconteceu?

O processo de corrosão provoca inúmeros prejuízos à indústria, e traz


muitos transtornos no nosso dia a dia, a exemplo dos estragos provocados pela
ferrugem nos aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos e mesmo nos
brinquedos.
Grande parte dessa perda se deve à corrosão de ferro e do aço (uma
liga metálica formada basicamente por ferro (Fe) e carbono (C), embora muitos
outros metais também sofrem corrosão.
Em relação ao ferro, a gravidade dos prejuízos deve-se muito ao fato de
que seu óxido, formado na sua oxidação, não se adere à superfície do metal
que sofreu a oxidação, e assim descama facilmente. Isto provoca fraqueza
estrutural e desintegração do metal.
A corrosão ocorre na presença da umidade. Quando o ferro é exposto
ao ar umedecido, ele reage com o oxigênio formando a ferrugem, Fe 2O3. xH 2O.
A quantidade de água complexada com o óxido de ferro (III) (Fe+3) varia,
como é indicado pelo “x” na fórmula anterior. Essa quantidade também
determina a cor da ferrugem, que pode variar de preto a amarelado, chegando
ao laranja escuro.
A formação da ferrugem é um processo complexo, que envolve
inicialmente a oxidação de Fe(0) a Fe(II):

Fe(s) → Fe+2(aq) + 2e

Para as próximas etapas, tanto a água quanto o oxigênio são


necessários. Os íons de Fe (II) são novamente oxidados, agora a Fe(III):

Fe+2(aq) → Fe+3(aq) + 1e

Os elétrons liberados nesses processos são usados para reduzir o


oxigênio:
O2(g)+ 2H 2O(l) + 4e → 4OH -(l)

Os íons férricos Fe(III) se combinam com o oxigênio para formar o óxido


férrico que é, então, hidratado, variando com a quantidade de água presente. A
equação global de formação de ferrugem a partir do Fe (II) pode ser descrita
como:

4Fe+3(aq) + O2(g) + [4 + 2 x H 2O(l)] → 2Fe2O3. xH2O(s) + 8H +(aq)

A presença de água acelera a formação da ferrugem, o que justifica que


as ferrugens se tornem muito mais presentes em metais expostos aos
ambientes mais úmidos do que secos.
Além da umidade, muitos outros fatores afetam a taxa de corrosão. Por
exemplo, a presença do sal acelera a oxidação de metais. Isso se deve ao fato
de que o sal, em contato com a água, aumenta a condutividade da solução
aquosa formada na superfície do metal, aumentando a taxa de corrosão. Por
isso materiais de ferro tendem a corroer muito mais rapidamente quando
expostos ao sal (como o usado para derreter a neve ou gelo nas estradas) ou
ao ar salgado úmido perto do mar.
18
3.4 Cadê o isopor?

3.4.1 Objetivos

▪ Explorar a produção do isopor e a capacidade do solvente de interagir


bem com as suas moléculas.

3.4.2 Materiais e Reagentes

▪ Removedor de esmalte;
▪ Luvas de borracha;
▪ Tiras de isopor;
▪ Copo aguarrás;
▪ Colher.

3.4.3 Procedimento Experimental

1. Coloque cerca de 50 mL de removedor de esmalte no copo. Existem


muitas marcas de removedores de esmalte, com composições
diferentes. Algumas contêm, além de acetona ou acetato de etila, água e
álcool. Procure uma marca que não tenh a água na sua composição.
Pingue um pouco de removedor no isopor e verifique que nada
acontece;
2. Pingue o aguarrás puro sobre o isopor e veja que, de novo, nada
acontece. Agora coloque a mesma quantidade de aguarrás no copo com
o removedor de esmalte. Misture bem;
3. Coloque uma tira de isopor em contato com a mistura e veja o que
acontece;
4. Depois que todo o isopor estiver amolecido, retire a massa do copo com
uma colher;
5. Com as luvas manipule a massa pegajosa de isopor;
6. Modele o plástico e deixe-o secar em um local ventilado. Ele vai
endurecer e ficar bem mais rígido que o isopor de onde saiu.

3.4.4 O que aconteceu?

Isopor é uma marca registrada para um material conhecido como


poliestireno expandido.
O poliestireno é um polímero. Na sua fabricação, são feitas pequenas
bolinhas desse plástico. Um solvente é adicionado e as bolinhas são aquecidas
com vapor. Ao ser aquecido, o solvente evapora, fazendo as bolinhas
crescerem em volume e ficarem cheias de minúsculas bolhas de ar. Elas são
colocadas em um molde e aquecidas para grudaram umas às outras e
tomarem a forma desejada. É por causa dessas bolhas de ar que o isopor é tão
leve.
Para amolecer esse material, precisamos de um solvente capaz de
interagir bem com as suas moléculas. Se fizer u m teste, verá que nem o
removedor de esmalte nem o aguarrás conseguem sozinhos amolecer o isopor.
Isso acontece porque o removedor comercial é uma mistura cuja
principal ingrediente é a acetona ou o acetato de etila, mas leva outros
19
componentes, como álcool etílico, que atrapalham a interação com o
poliestireno.
Podemos dividir os solventes em dois tipos: aqueles que interagem bem
com a água, como o álcool etílico, e os que não interagem, como o aguarrás.
Para o experimento, o solvente deve interagir bem com o plástico, então
devemos selecionar solventes que não se dão bem com a água.
Se tivéssemos acetona ou acetato de etila puros, eles seriam capazes
de amolecer o isopor rapidamente. Mas o álcool etílico e uma pequena
quantidade de água atrapalham muito, pois não têm afinidade com poliestireno.
A mistura de removedor e aguarrás consegue interagir bem com as
cadeias do isopor, separando-as. Com isso, o ar presente no isopor escapa e
forma-se uma massa pegajosa do polímero com um volume muito menor. Se
deixarmos esta massa secar, ela ficar rígida novamente.
Note que o amolecimento do isopor não é uma reação química. Não
foram formadas novas substâncias. As bolhas que você vê saindo já existiam
antes – o ar escapa conforme o isopor amolece. E a massa plástica também já
existia, apenas com outra forma.

3.5 Velas para comer

3.5.1 Objetivos

▪ Identificar a capacidade Calorifica de alguns alimentos.

3.5.2 Materiais e Reagentes

▪ Castanha-do-pará (opcionais: amendoim, castanha-de-caju, noz e


avelã);
▪ Faca;
▪ Fósforos ou isqueiro;
▪ Clipes de papel.

3.5.3 Procedimento Experimental

1. Com cuidado faça uma ponta em uma castanha-do-pará usando uma


faca;
2. Coloque a castanha-do-pará em um suporte;
3. Aproxime um fósforo aceso da ponta e aguarde até que uma chama se
forme;
4. Experimente com outros alimentos, como amendoim, castanha-de-caju,
noz ou avelã. Se forem muito pequenos, podem ser espetados num
suporte feito com clipe se papel. Depois que eles queimarem um pouco
é possível apagá-los e comer a parte que restou.

3.5.4 O que aconteceu?

Sabemos que os alimentos fornecem energia para o nosso corpo


funcionar. Do mesmo jeito que um carro não anda sem combustível, nós não
vivemos sem comida. O interessante é que não costu mamos considerar os

20
alimentos como combustíveis, ainda mais do tipo que pega fogo. Ou você
imaginava que era possível acender uma castanha?
Isso acontece porque as frutas e sementes usadas no experimento
contêm muita gordura (óleos vegetais) na sua composição. Esses óleos são
reservas de energia e, quando queimam, liberam a energia acumulada.
No nosso corpo, gorduras, carboidratos e outros componentes dos
alimentos não são queimados, obviamente, Mas a energia contida neles é
aproveitada numa série de tran sformações químicas no interior da célula.

3.6 Entalpia de decomposição do peróxido de hidrogênio

3.6.1 Objetivos

▪ Construção de um calorímetro com material de fácil aquisição e baixo


custo, para a medida da entalpia molar da reação de decomposição do
peróxido de hidrogênio.

3.6.2 Materiais e Reagentes

▪ Recipiente de isopor (usado para manter a temperatura de mamadeiras,


latas de bebidas etc.);
▪ Termômetro de álcool, para medir temperaturas entre 20 e 60°C (modelo
utilizado nas áreas de refrigeração, galpões de criação de frangos etc. –
facilmente obtido no comércio) ou termômetro digital;
▪ Fermento biológico (fermento de pão) fresco ou desidratado;
▪ Água oxigenada comercial a 10 volumes.

3.6.3 Procedimento Experimental

1. Esses calorímetros podem ser construídos com um porta lata de isopor,


para manter refrigeradas latas de bebidas, com o fundo de um outro
adaptado para ser usado como tampa (corte com uma faca, lixe para
ficar bem plano e adapte bem justo ao porta lata);
2. É importante assegurar que os termômetros estejam bem inseridos na
água oxigenada, garantindo que estes fiquem em contato com o líquido
durante a reação de decomposição;
3. Como gás oxigênio é liberado durante essa reação, é necessário fazer
um pequeno orifício adicional na tampa do calorímetro, além do orifício
destinado aos termômetros, para permitir a saída do gás e
consequentemente manter a pressão constante;
4. Adicione ao calorímetro um frasco de 100 mL de água oxigenada a 10
volumes. O uso deste exatamente dispensa a medida de volumes (e
massa), pois tendo em vista que esses frascos contêm exatamente essa
quantia especificada no rótulo e que, considerando que se trata de uma
solução aquosa diluída (3% m/V), a massa dos 100 mL dessa água
oxigenada terá aproximadamente 100 g;
5. Meça exatamente a temperatura da solução. Essa será a temperatura
inicial (ti);

21
6. Adicione aproximadamente meia colher de chá de fermento biológico, e
tampe rapidamente o calorímetro;
7. O furo previamente feito na tampa do calorímetro permite a saída do gás
oxigênio produzido. Agite suavemente para misturar bem o fermento
com a água oxigenada, e observe cuidadosamente a variação da
temperatura do sistema, até atingir um valor máximo estabilizado. Essa
será a temperatura final (tf);
8. Calcule Δt (Δt = tf - ti ), que será usado nos cálculos da entalpia de
reação.

3.6.4 O que aconteceu?

O peróxido de hidrogênio é um composto inorgânico molecular de


fórmula química H 2O2. Trata-se de um líquido incolor à temperatura ambiente,
poderoso oxidante, solúvel em água e viscoso. Em solução aquosa, é
conhecido comercialmente como água oxigenada, que pode ser produzida a
partir da reação de qualquer peróxido com água ou ácidos diluídos.
O peróxido de hidrogênio possui diversas aplicações em várias áreas,
dentre as quais estão a agricultura, plastificantes, sabões e detergentes, têxtil e
outras. As ligações entre as moléculas de peróxido de hidrogênio são fracas e,
por este motivo, a substância é bastante instável. Quando perturbada,
decompõe-se rapidamente em água (H 2O) e oxigênio (O2). A reação de
decomposição do peróxido de hidrogênio em solução aquosa libera um mol de
peróxido decomposto para cada meio mol de oxigênio gasoso produzido.
Esta reação, ocorrendo de forma natural, em temperatura ambiente, é
considerada lenta, sendo necessário um catalisador para que ela ocorra de
forma mais rápida. Um catalisador é uma substância capaz de acelerar a
velocidade em que se processam determinadas reações químicas, diminuindo
sua energia de ativação, sem sofrer alterações, ou seja, não é consumido, mas
regenera-se completamente no final. Assim, dependendo do meio e das
substâncias envolvidas, a decomposição do peróxido pode ocorrer em
diferentes velocidades.
A decomposição do peróxido de hidrogênio é uma reação exotérmica,
possuem um balanço negativo de energia quando se compara a entalpia total
dos reagentes com a dos produtos. Assim, a variação entálpica final é negativa
(produtos menos energéticos do que os reagentes) e indica que houve mais
liberação de energia, na forma de calor, para o meio externo que absorção –
também sob forma de calor. Portanto, a temperatura final dos produtos é maior
que a temperatura inicial dos reagentes. A reação de decomposição é dada
pela equação:

H2O2(l) → H 2O(l) + ½ O2(g) + Energia

Nesse experimento calorimétrico, foi medida a entalpia molar da reação


de decomposição do peróxido de hidrogênio contido em água oxigenada
comercial a 10 volumes, usando fermento biológico (de pão) como catalisador
da reação. O equipamento tem um pequeno orifício para que o gás (oxigênio)
possa escapar e, assim, manter a pressão constante.

22
3.7 Tatuagem em frutas

3.7.1 Objetivos

▪ Demonstrar a velocidade das reações com o uso de enzimas.

3.7.2 Materiais e Reagentes

▪ Bananas com casca;


▪ Papel;
▪ Limão;
▪ Agulha ou alfinete;
▪ Fita adesiva.

3.7.3 Procedimento Experimental

1. Faça um desenho em um pedaço de papel do tamanho da parte da fruta


que você vai tatuar. Você pode imprimir uma imagem do computador e
cortá-la. Escolha um fruta que não esteja nem muito madura e nem
muito verde e prenda o desenho com fita adesiva. Pode-se usar peras,
ou outra fruta com casca clara também;
2. Com uma agulha ou alfinete, faça furos bem próximos na casca da fruta,
seguindo os contornos principais do desen ho;
3. Retire o papel e observe. Você pode fazer mais detalhes e sombreados
raspando a casca com a agulha. Veja o que acontece com o desenho
nos próximos minutos;
4. Faça ranhuras numa parte da casca e pingue algumas gotas de suco de
limão. Imediatamente, faça o mesmo desenho em uma parte seca logo
ao lado. Compare o tempo que leva para os dois desenhos ficarem
escuros.

3.7.4 O que aconteceu?

Dentro das células da casca da banana existem substâncias que,


conforme a fruta amadurece, reagem com o oxigênio do ar e tornam a casca
escura. Quando furamos a casca, essas substâncias ficam mais expostas ao
oxigênio e isso acelera muito a reação.
O escurecimento é causado por uma enzima chamada polifenoloxidase.
Enzimas aceleram reações químicas em seres vivos. Já as oxidases são
enzimas que aceleram certo tipo de reação com o oxigênio.
Quando colocamos suco de limão, o ácido nele faz a enzima
praticamente parar de funcionar. O limão também pode afetar o escurecimento
da casca porque contém vitamina C (ácido ascórbico), que reage com o
oxigênio antes da enzina, evitando o escurecimento da casca por algum tempo.

3.8 Pilhas de pepino

3.8.1 Objetivos

▪ Revisar conceitos de Oxirredução.


23
3.8.2 Materiais e Reagentes

▪ Moedas de cobre;
▪ Pilha seca velha;
▪ Pepino em conserva;
▪ Alicate;
▪ Relógio digital;
▪ Tesoura;
▪ Faca;
▪ Lâmpada LED vermelha.

3.8.3 Procedimento Experimental

1. Primeiro precisamos desmontar uma pilha velha. Ela NÃO PODE SER
do tipo alcalina. Queremos uma pilha seca comum. Retire a cobertura
plástica da pilha e a tampa de aço na parte superior. Use o alicate para
auxiliar. Retire o bastão de grafite e as tampas de plástico que ficam
logo abaixo da tampa de aço;
2. Algumas pilhas contém um adesivo ou graxa para selar esta parte.
Retire todo o pó preto do interior da pilha. Vamos precisar do metal que
forma o tubo da pilha, que é o zinco. Corte pequenos quadrados de
zinco, de cerca de 2 cm de lado;
3. Corte algumas rodelas de pepino em conserva;
4. Para fazer uma pilha, precisamos empilhar: comece com uma moeda de
cobre, depois uma rodela de pepino e cubra com um quadrado de zinco.
Agora coloque um “sanduiche” sobre o outro, com a moeda de cobre de
um sobre o quadrado de zinco do outro;
5. Separe as pernas do LED, com cuidado. Perceba que as pernas têm
comprimento diferente. Pegue a mon tagem que você fez no passo
anterior com dois “sanduiches” de pilhas de pepino. Encoste uma das
pernas na moeda de cobre e a outra na placa de zinco. Caso o LED não
acenda, inverta as pernas;
6. Encontre um relógio digital que funcione com apenas uma pilha co mu m.
Faça-o funcionar com três pilhas de pepino juntas.

3.8.4 O que aconteceu?

Cada “sanduiche” com a moeda de cobre, o pepino no meio e o


quadrado de zinco, é uma pilha.
Quando ligamos os dois metais com um fio condutor (ou as pernas do
LED), começa a passar uma corrente elétrica porque temos metais diferentes.
Diferentes como? Cada metal tem uma tendência a se oxidar. Alguns,
como o zinco, são mais reativos e, por isso, se oxidam mais facilmente. Outros,
como o cobre, a prata e o ouro, são mais difíceis. Quando oxidados, os átomos
do metal ficam carregados positivamente, perdendo elétrons (que são
negativos).
Os elétrons saem do zinco, são conduzidos pelo fio, passam pelo LED
ou relógio, que acende/liga, seguem pela outra “perna” até chegarem ao cobre.
Só que, para que tudo isso funcione, os elétrons não podem se acumular no

24
cobre nem o zinco pode ficar positivo indefinidamente. Precisamos fechar esse
circuito. Quem faz isso é nossa fatia de pepino em conserva. O picles separa
os dois metais e contém água e sal. A água com sal conduz a corrente elétrica,
fechando o circuito.
Então, para uma pilha, precisamos de dois metais diferentes separados
por um meio que contenha água e sal. Poderíamos ter usado um filtro de papel
molhado com água salgada, uma batata ou um limão no lugar do pepino.
A pilha original, criada por Alessandro Volta em 1800, usava discos de
zinco e prata separados por papel embebido de água e sal. A nossa pilha de
pepino é semelhante à de Volta, pois também “empilhamos” as placas umas
sobre as outras para aumentar a voltagem. Aliás, pelo nome você pode
perceber que o nome Volta está relacionado ao termo “voltagem”. Voltagem,
tensão elétrica ou diferença de potencial são sinônimos e a unidade qu e mede
essa grandeza elétrica é o volt.
Você já deve ter ouvido falar que as tomadas são de 110 volts. Uma
pilha comum, como a que sugerimos para você desmontar, nos fornece 1,5
volt. Para acender uma lâmpada LED, por exemplo, precisamos de duas pilhas
de pepino, que fornecem cerca de 1,5 volt.
Um multímetro é um aparelho que mede várias grandezas elétricas,
incluindo a voltagem de uma pilha. Basta encostar as pontas de teste do
multímetro, uma no polo positivo e outra no polo negativo, e girar o botão
central, apontando-o para a parte com um V (de medida de voltagem). Use um
para observar o que acontece à medida que você coloca mais pilhas e vegetais
em série.

3.9 Macarrão vitaminado radioativo

3.9.1 Objetivos

▪ Elucidar a exposição e contaminação radioativa.

3.9.2 Materiais e Reagentes

▪ Macarrão feito de arroz;


▪ Luz negra;
▪ Vitamina B2;
▪ Água;
▪ Panela;
▪ Copo.

3.9.3 Procedimento Experimental

1. Moer cinco comprimidos de vitamina B2 dentro de um copo e adicionar


um pouco de água;
2. Aquecer em uma panela água até ferver, desligar o fogo e adicionar o
macarrão, deixando-o em repouso por cerca de 2 minutos, juntamente
com os comprimidos de vitamina B2;
3. Posteriormente retire a água do macarrão e o coloque sobre a luz negra.

25
3.9.4 O que aconteceu?

A vitamina B2 possui riboflavina que é fluorescente, ela capta a luz


ultravioleta, um tipo de luz que não consegu imos ver e depois emite de novo na
forma de luz visível, por isso temos a impressão que está saindo luz do
macarrão, que ele tem luz própria, por que não vemos a luz que está
chegando, só vemos a luz que está sen do emitida.
A falta de vitamina B2 no organismo pode deixar a pele seca, causar
coceira, dor nos olhos em contato com a luz, além de outros sintomas. A
vitamina B2 está presente na clara do ovo e no soro do leite.

3.10 A estequiometria do comprimido efervescente

3.10.1 Objetivos

▪ Verificar se a quantidade de bicarbonato contida no comprimido


efervescente corresponde ao obtido na prática.

3.10.2 Materiais e Reagentes

▪ 1 Béquer de 250 mL;


▪ 1 Balança;
▪ Pisseta de água deionizada;
▪ 1 Comprimido efervescente que contenha bicarbonato de sódio
(NaHCO3).

3.10.3 Procedimento Experimental

1. Colocar água deionizada no béquer de 250 mL até aproximadamente


um pouco mais da metade da sua capacidade;
2. Em seguida pesar o conjunto béquer, água e comprimido (ainda dentro
do envelope) e anotar essa massa, que será posteriormente chamada
de massa inicial (mi );
3. Transferir o comprimido para o béquer de 250 mL e certificar-se de que
não resta nem mesmo uma pequena parte no envelope;
4. Aguardar o final da efervescência e o conjunto, incluin do o envelope
vazio, pesar sendo que a massa obtida posteriormente será chamada de
massa final (mf).

3.10.4 O que aconteceu?

A efervescência que se observa ao colocar o comprimido em contato


com a água ocorre em virtude da liberação de dióxido de carbono (CO2)
produzido na reação do bicarbonato de sódio (NaHCO 3) com o ácido cítrico
(H 3C 6H5O7), como mostra a equação balanceada abaixo:

NaHCO3 + H3C6H5O7 → NaH 2C6H 5O7 + H 2O + CO2

Para se obter a quantidade de bicarbonato de sódio contido no


comprimido efervescente, parte-se da massa de dióxido de carbono produzido.

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Ela é obtida pela diferença entre massa inicial e final do conjunto (béquer+
água + comprimido), assim:

mCO2 = mi – mf

Com a quantidade de gás carbônico que foi liberada, pode-se realizar a


seguinte regra de três:

84 g de NaHCO3 – 44 g de CO2

x g de NaHCO3 – mCO2

4 EXPERIMENTOS PARA O 3° ANO DO ENSINO MÉDIO

4.1 Determinação do teor de álcool na gasolina

4.1.1 Objetivos

▪ Petróleo e seus produtos.

4.1.2 Materiais e Reagentes

▪ Proveta com tampa de 100 mL;


▪ 50 mL de Gasolina;
▪ 50 mL de Solução de Cloreto de Sódio 10%.

4.1.3 Procedimento Experimental

1. Adicionar a proveta com tampa, 50 mL de gasolina;


2. Em seguida, adicionar 50 mL da solução de cloreto de sódio 10%;
3. Agitar o conteúdo, invertendo a proveta, em torno de 10 vezes;
4. Deixar em repouso por 15 minutos com a proveta destampada.

4.1.4 O que aconteceu?

A Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)


faz com que seja obrigatória a adição de 25% de etanol anidro à gasolina com
margem de erro de ± 1%. A adição desse solvente se torna necessária, pois
aumenta a octanagem da gasolina, porém com uma quantidade superior a
obrigatória, o álcool causa danos aos veículos.
A partir da prática é possível calcular a quantidade de álcool contida na
gasolina, pois o álcool tem maior afinidade com a água. Na presença somente
de gasolina, ele é solúvel pois possui uma parte apolar, mas ao entrar em
contato com a água a parte polar da molécula faz com que seja possível
dissolver-se na água. O teor de álcool na gasolina é obtido pela seguinte
expressão:

Volume de álcool na gasolina x 100%


% Á𝐿𝐶𝑂𝑂𝐿 =
Volume inicial de gasolina

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4.2 Água pega fogo?

4.2.1 Objetivos

▪ Hidrocarbonetos e densidade dos hidrocarbonetos.

4.2.2 Materiais e Reagentes

▪ 1 Béquer de 250 mL;


▪ 1 Caixa de fósforo;
▪ Água;
▪ Fluido de isqueiro.

4.2.3 Procedimento Experimental

1. Adicionar uma quantidade de fluido de isqueiro ao béquer de 250 mL;


2. Com a turma já no laboratório, adicionar aproximadamente 150 mL de
água ao béquer e acender um fósforo próximo ao béquer.

4.2.4 O que aconteceu?

O fluido de isqueiro normalmente é composto por butano e nafta. O


butano é o hidrocarboneto presente no gás de cozinha, a nafta é uma mistura
de compostos carbônicos, aromáticos, principalmente o benzeno. Quando a
água é adicionada ao béquer, o fluido de isqueiro (por ter a densidade menor
que a água) fica na parte superior do béquer. Ao se aproximar o fósforo da
superfície da água o que é queimado é o fluido.

4.3 Fazendo sabão

4.3.1 Objetivos

▪ Ésteres, polaridade e reações orgânicas.

4.3.2 Materiais e Reagentes

▪ Chapa de aquecimento;
▪ Termômetro;
▪ 2 Béqueres de 250 mL;
▪ Bastão de vidro;
▪ 3 Provetas de 100 ml;
▪ Coador;
▪ 100g de Sebo;
▪ 50 ml de Óleo de soja;
▪ 25 g de Hidróxido de sódio (soda);
▪ 100 mL de Etanol;
▪ Água deionizada.

28
4.3.3 Procedimento Experimental

1. Aquecer o sebo juntamente com o óleo vegetal até 60°C para dissolvê-
los;
2. Separadamente, dissolver 25 g de hidróxido de sódio em 50 mL de água
deionizada;
3. Adicionar a solução de hidróxido de sódio na mistura de sebo e óleo
vegetal aquecida e agitar;
4. Adicionar lentamente o etanol sob agitação branda a fim de formar uma
mistura homogênea;
5. Retirar do aquecimento, filtrar no coador. Colocar em forminhas, deixar
esfriar e desenformá-los.

4.3.4 O que aconteceu?

A hidrolise alcalina de um éster, isto é, a reação que ocorre entre a


gordura (sebo + óleo vegetal) e o hidróxido de sódio, também pode ser
chamada de reação de saponificação. O que ocorre é a reação de um éster
com uma base inorgânica formando um sal orgânico e glicerol, conforme a
reação abaixo:

Figura 1: Reação de Saponificação.

Quase a totalidade dos ésteres são provenientes de óleos ou gorduras.


As bases inorgânicas mais utilizadas para a produção de sabões são NaOH,
KOH e NH 4OH. As duas últimas produzem sabões mais solúveis em água e
por isso são utilizadas na fabricação de xampus, cremes de barbear e
sabonetes líquidos. A ação detergente dessas moléculas se deve ao fato de a
molécula conter uma parte polar e outra apolar. Assim, a parte polar interage
com a água e a parte apolar consegue solubilizar os óleos e graxas (sujeiras).

Figura 2: Estrutura de uma molécula de detergente.

29
4.4 Plástico de batata

4.4.1 Objetivos

▪ Produzir polímeros biodegradáveis utilizando matéria prima de fontes


renováveis.

4.4.2 Materiais e Reagentes

▪ Coador;
▪ Panela pequena;
▪ Faca;
▪ Pote de vidro grande;
▪ Refratário largo ou outro molde;
▪ Colher;
▪ Batatas;
▪ Vinagre;
▪ Corantes alimentícios;
▪ Glicerina;
▪ Água;
▪ Liquidificador;
▪ Estilete.

4.4.3 Procedimento Experimental

1. Corte as batatas em rodelas e coloque-as no liquidificador. Cubra as


batatas com água e bata até que se forme uma massa homogênea;
2. Passe a massa em um coador, guardando o “suco da batata” no pote de
vidro alto. Adicione um pouco mais de água e deixe a mistura descansar
por cerca de 20 minutos;
3. Retire a água com cuidado, deixando o material branco que se
acumulou no fundo do pote. É dessa massa branca que precisamos;
4. Coloque as duas colheres de sopa de massa branca na panela e
acrescente meio copo de água. Adicione quatro colheres de vinagre e
mais quatro de glicerina. Você pode pingar algumas gotas de corante
para ficar mais colorido;
5. Leve a mistura ao fogo baixo, sem parar de mexer, até que ela esteja
transparente e bem grossa;
6. Transfira a mistura para o refratário. Espalhe pelo fundo com a colher,
fazendo um filme com uma espessura uniforme. Aguarde até que a
mistura esfrie e seque. Isso pode levar vários dias. Com o plástico seco,
é só levantar uma ponta e soltá-la do vidro, com cuidado;
7. Podemos transformar o nosso filme plástico em adesivos. Para isso,
basta desenhar sobre o plástico com uma caneta de ponta porosa e
recortar.

4.4.4 O que aconteceu?


A maior parte dos plásticos que conhecemos vêm do petróleo, mas cada
vez mais os químicos tentam fabricar plásticos usando recursos renováveis.
30
Estes novos plásticos são chamados de “bioplásticos”. Existem dois
tipos deles: o primeiro é o velho plástico feito de petróleo, mas agora feitos com
materiais de origem vegetal. Esse plástico, em geral não é biodegradável.
Outro tipo é um plástico novo, de origem vegetal e que mu itas vezes vai ser
biodegradável, como o nosso plástico de batatas, que é feito de amido. Mas de
onde vem o amido? As plantas produzem seu próprio alimento por meio da
fotossíntese. Esse alimento é um açúcar chamado glicose. Um jeito de
armazená-la é juntar várias moléculas dela em um polímero. O amido é um dos
possíveis polímeros da glicose. A batata armazena amido em pequenos grãos.
Ao bater a batata no liquidificador, liberamos esses grãos.
Quando aquecemos o amido com a água, ajudamos a quebrar os grãos
e a organizar as moléculas de outra forma. O vinagre nos ajuda a quebrar
algumas partes de moléculas de amido que não formam uma linha reta.
É como se a molécula de amido fosse uma arvore cheia de galhos e o
vinagre ajudasse a podar esses galhos, que atrapalham a formação do
plástico. Já a glicerina ajuda a deixar o plástico mais flexível, servindo como
uma espécie de lubrificante entre as grandes moléculas.
Existem dois tipos de molécula de amido: a amilose que é reta, e a
amilopectina, que possui ramificações e atrapalham na formação de plástico.

4.5 A pedra que pega fogo na água

4.5.1 Objetivos
▪ Visualizar uma reação orgânica que dá origem a um combustível.

4.5.2 Materiais e Reagentes


▪ 1 Prato;
▪ Caixa de fósforos;
▪ Água deionizada;
▪ Pedra de carbeto de cálcio (carbureto de cálcio).

4.5.3 Procedimento Experimental


1. Colocar a pedra de carbureto de cálcio sobre um prato e adicionar água
molhando assim a superfície da pedra;
2. Após, cuidadosamente, acender um fósforo e aproximá-lo da pedra.

4.5.4 O que aconteceu?


Um dos produtos obtidos da reação do carbeto de cálcio com a água é o
gás acetileno (inflamável). Outro produto dessa reação é um pó branco
chamado hidróxido de cálcio, também conhecido como cal hidratado. A reação
que ocorre é a seguinte:
CaC 2 + 2H2O → C 2H2 + Ca(OH)2
Essa reação é muito utilizada por mineiros para iluminação tanto que até
existem lanternas de carbureto.

31
4.6 Luva de poliuretano

4.6.1 Objetivos

▪ Demonstrar a importância dos polímeros no cotidiano.

4.6.2 Materiais e Reagentes


▪ Bastão de vidro;
▪ 2 Provetas de 25 ml;
▪ Béquer de 100 ml;
▪ Luvas de látex para servir de molde;
▪ Suporte universal;
▪ Argola;
▪ Corante em pó;
▪ 15 mL de Poliol;
▪ 15 mL de Isocianato.
4.6.3 Procedimento Experimental
1. Medir 15 mL de poliol, com o auxílio de uma proveta, e tran sferir o
conteúdo para um béquer de 100 mL;
2. Adicionar corante em quantidade suficiente para tingir o poliol e, com
auxílio de um bastão de vidro, agitar o conteúdo até a homogeneização;
3. Após, colocar 15 mL de isocianato e agitar a mistura por alguns
segundos;
4. Transferir o conteúdo do béquer para a luva. Tomar o cuidado de
colocar um pouco de mistura em cada dedo para que a espuma ficasse
com a forma desejada. Após 10 minutos, retirar o plástico do molde que
envolve o poliuretano.
4.6.4 O que aconteceu?
Os poliuretanos cuja aplicação comercial começou no século XX com a
descoberta da reação de polimerização por Otto Bayer, originou um dos mais
importantes polímeros até hoje em virtude da sua versatilidade. Atualmente os
poliuretanos são utilizados para a confecção de produtos como travesseiros,
solados de sapatos, volantes de automóveis e preservativos. A reação de
polimerização vem ilustrada abaixo:

Figura 1: Estrutura geral de um poliuretano

32
4.7 Preparo e emprego do reagente de Benedict na análise de açúcares

4.7.1 Objetivos
▪ Abordagem das funções orgânicas e identificação de produtos que
contenham açúcares redutores.

4.7.2 Materiais e Reagentes


▪ Meio copo americano de água quente;
▪ Conta-gotas;
▪ Pregador grande de madeira;
▪ Tubo de ensaio;
▪ Lamparina;
▪ Álcool comercial;
▪ Seringa descartável de plástico de 10 mL;
▪ 4 colheres de chá de sal de frutas (5 g contêm: 2,3 g de bicarbonato de
sódio; 2,2 g de ácido cítrico, 0, 5g de carbonato de sódio);
▪ ½ Colher de chá de sulfato de cobre (encontrado em lojas de materiais
para piscina);
▪ 5 mL de água quente (medidos em uma seringa);
▪ Uma colher de chá rasa do material a ser testado: mel, açúcar comum,
Karo, Sprite Zero e o adoçante Finn sódio).

4.7.3 Procedimento Experimental


1. A preparação do reagente de Benedict é realizada pela solubilização
completa de 4 colheres de chá de sal de fruta em meio copo americano
de água quente;
2. A essa solução adiciona-se uma solução de CuSO4 (meia colher de chá)
preparada com 5 mL de água quente (medida em uma seringa de
plástico de 10 mL);
3. A solução resultante deve ser bem homogeneizada;
4. Os testes são realizados em um tubo de ensaio, contendo em torno de 1
cm de altura de água e uma colher de chá rasa do material a ser
testado. Por meio de um conta-gotas, adiciona-se 10 gotas do reagente
de Benedict;
5. Segura-se o tubo de ensaio com um pregador de madeira e aquece-se o
fundo do tubo, com cuidado, em uma chama de lamparina até que haja
mudança na coloração da solução (máximo 2 min).
4.7.4 O que aconteceu?
A coloração inicial do reagente de Benedict é azul. Em presença de um
agente redutor, após o aquecimento tem-se o aparecimento de coloração
castanha opaca e/ou precipitado da mesma coloração. Esse fenômeno é
justificado pela seguinte reação:

Cu 2+(aq) +4OH –(aq) + RCHO(aq) → RCOOH(aq) + Cu 2O(s) + 2H 2O(l)


O carbonato e o bicarbonato de sódio presentes no sal de frutas são
hidrolisados por ação do ácido cítrico também presente na formulação do sal
33
de frutas, liberando dióxido de carbono e produzindo assim o hidróxido de
sódio necessário para a reação de oxidação mostrada acima (o pH do meio
reacional fica em torno de 10).
Além disso, segundo Cisternas et al. (2001), o íon Cu 2+ precipita em
meio alcalino na forma de Cu(OH)2 e/ou CuO, segundo a reação:

Cu 2+ (aq) + 2OH – (aq) → Cu(OH)2 (s) → H2O(l) + CuO (s, precipitado preto)
Para evitar que essa reação mascare o teste de glicídios redutores, o íon
cobre deve ser mantido em solução alcalina, sob a forma de um complexo com
o íon citrato.
Os açúcares com capacidade de reduzir o íon Cu 2+ são denominados
açúcares redutores, sendo os mais comuns: glicose, frutose, maltose e lactose.
Cabe destacar que, dentre os açúcares presentes nos produtos testados,
apenas a sacarose não é redutora. Apesar da sacarose ser o principal
componente do açúcar comum, o resultado positivo neste teste decorre da
pequena presença (inferior a 1%) de glicose e frutose no produto comercial. Ou
ainda, o dissacarídeo (sacarose) pode ter sido hidrolisado no meio alcalino,
produzindo assim a glicose. Tendo em vista que os principais adoçantes
comerciais (sacarina, ciclamato e aspartame) não apresentam poder redutor, o
resultado positivo obtido com o Finn em pó aspartame justificou -se pela
presença de lactose, que em pequenas concentrações e sob indicação médica
pode ser consumida pelos portadores de diabetes.

4.8 Produção de Biodiesel

4.8.1 Objetivos
▪ Discutir sobre fontes renováveis de energia e seus benefícios
ambientais, além de abordar reações da Química Orgânica.
4.8.2 Materiais e Reagentes
▪ Balança;
▪ Garrafa PET (600 mL);
▪ Funil de decantação (pode ser substituído por uma garrafa PET de 1,5 L
cortada ao meio;
▪ 100 mL de Óleo vegetal (óleo de cozinha);
▪ 55 mL de Álcool etílico (álcool comum);
▪ 50 mL de Água;
▪ 2 g de Soda cáustica;
▪ 1 g de Sal de cozinha.

4.8.3 Procedimento experimental


1. Acrescentar toda a soda cáustica no interior da garrafa PET;
2. Adicionar 30 mL de álcool etílico no interior da garrafa PET para formar
uma mistura com a soda cáustica. Logo em seguida, fechar a garrafa e
agitar durante dois minutos para favorecer a dissolução da soda
cáustica;
3. Adicionar todo o óleo vegetal ao interior da garrafa PET. Logo em
seguida, fechar a garrafa e agitar a mistura por, no mínimo, 15 minutos;
34
4. Adicionar à garrafa PET 25 mL de álcool etílico, 50 mL de água e todo o
cloreto de sódio. Logo em seguida, fechar a garrafa e agitar por, no
mínimo, 2 minutos;
5. Deixar a garrafa em repouso por, no mínimo, três minutos;
6. Transferir o conteúdo da garrafa para o funil de decantação. Em
seguida, aguardar a decantação e, por fim, retirar a fase mais densa,
transferindo-a para outro recipiente.

4.8.4 O que aconteceu?


Ao adicionarmos a soda cáustica no álcool etílico, ele sofre dissolução,
sendo essa dissolução um fenômeno exotérmico (há liberação de energia);
Quando o óleo vegetal é colocado na presença de soda cáustica e álcool
etílico, temos a ocorrência de uma reação de esterificação entre o álcool e o
óleo, sendo a soda cáustica o catalisador do processo.
Quando a água, o cloreto de sódio e o restante do álcool etílico são
adicionados ao interior do reator, temos a completa dissolução da glicerina
formada no passo 4. Como o biodiesel não é miscível à mistura (água, álcool e
cloreto de sódio), temos a formação de um sistema heterogêneo compostos
por duas fases.
A decantação (descanso) é realizada para que haja a separação das
duas fases da mistura heterogênea. A fase mais densa é a mistura de águ a,
álcool etílico, cloreto de sódio e glicerina, e a menos densa é o biodiesel.
No Brasil, devido ao baixo custo e à grande disponibilidade, o etanol
pode ser usado como matéria prima para a produção de biodiesel. Não se pode
usar álcool comercial (mais de 2 mL/100 mL de álcool) porque a quantidade de
água que está presente neste favorece a reação de hidrólise do triglicerídeo
(reação de saponificação) em presença de base, formando-se sabão e glicerol.
4.9 Bafômetro

4.9.1 Objetivos

▪ Demonstrar a utilidade do aparelho, bem como os princípios químicos de


seu funcionamento, que permite a determinação qualitativa dos teores
de álcool em algumas bebidas de amplo consumo.

4.9.2 Materiais e Reagentes

▪ 4 Balões de aniversário de cores diferentes;


▪ 4 Pedaços de tubo plástico transparente (diâmetro externo de
aproximadamente 1 cm ou 3/8 de polegada) de 10 cm de comprimento;
▪ 2 Tabletes de giz escolar;
▪ 4 Rolhas para tampar os tubos;
▪ Algodão;
▪ Aguardente;
▪ Vinho;
▪ Cerveja;
▪ Solução ácida de dicromato de potássio preparada da seguinte maneira:
a 40 mL de água adicione lentamente 10 mL de ácido sulfúrico comercial
35
concentrado e 1 g de dicromato de potássio. Agite o sistema até que a
solução fique homogênea.

4.9.3 Procedimento Experimental

1. Quebre o giz em pedaços pequenos (evite que o pó de giz se misture


aos fragmentos);
2. Coloque os fragmentos de giz em um recipiente e a seguir molhe-os
com a solução de dicromato, de maneira que eles fiquem úmidos, mas
não encharcados;
3. Com o auxílio de um palito, misture os fragmentos de giz colorido pela
solução de forma que o material fique com uma cor homogênea. Esse
material (giz + solução de dicromato) não pode ser armazenado; deve
ser usado imediatamente após preparado;
4. Coloque um chumaço pequeno de algodão em cada um dos quatro
tubos e depois coloque as rolhas do lado em que se coloca o chumaço
de algodão;
5. A seguir, coloque mais ou menos a mesma quantidade de fragmentos
de giz nos quatro tubos;
6. Então, coloque 0,5 mL (cerca de 10 gotas) de aguardente no balão nº 2,
0,5 mL de vinho no balão nº 3, 0,5 mL de cerveja no balão nº 4; no balão
nº 1 não coloque nada, pois ele é o controle do experimento;
7. Encha os quatro balões com mais ou menos as mesmas quantidades de
ar (quem encher os balões não deve ter consumido bebidas alcoólicas
recentemente) e, depois, coloque os balões nos tubos previamente
preparados;
8. Começando pelo balão nº 1, solte o ar vagarosamente, desapertando a
rolha. Proceda da mesma forma com os balões restantes;
9. Espere o ar escoar dos balões e compare a alteração da cor nos quatro
tubos. A seguir, ordene os tubos 2 a 4 em função da intensidade de
mudança de cor (alaranjado para azulado).

4.9.4 O que aconteceu?

Ao se retirar a rolha, o ar flui através do giz embebido com a solução de


dicromato. O vapor de álcool contido no ar reage com o dicromato de potássio,
provocando uma mudança de cor no giz. A intensidade da mudança na cor é
proporcional ao teor de álcool no ar exalado dos balões.
Neste experimento, embora não seja possível determinar a quantidade
absoluta de álcool presente nas amostras, é possível ao menos colocá-las em
uma sequência crescente de teor alcoólico. O bafômetro oficial, bem mais
sofisticado, indica com maior precisão a quantidade de álcool no sangue, pois
correlaciona a quantidade de álcool presente no ar exalado dos pulmões com o
álcool contido no sangue da pessoa analisada. Observe que, neste
experimento, o balão faz o papel do pulmão e o ar de dentro do balão, ao se
equilibrar com o álcool contido na amostra, faz o papel do ar expelido pelos
pulmões.

36
4.10 Serpente do faraó

4.10.1 Objetivos

▪ Demonstrar uma reação de combustão, utilizando materiais do cotidiano.

4.10.2 Materiais e Reagentes

▪ Açúcar;
▪ Bicarbonato de Sódio;
▪ Álcool etílico;
▪ Areia;
▪ Garrafa PET;
▪ Fósforo;
▪ Forma de Alumínio.

4.10.3 Procedimento Experimental

1. Misturar uma colher de bicarbonato de sódio, quatro colheres de açúcar


e um pouco de álcool etílico;
2. Cortar o “bico” da garrafa PET e retirar a tampa, adicionar um pouco da
mistura e deixar secar por alguns minutos;
3. Adicionar areia na forma de alumínio e álcool etílico sobre;
4. Retirar a “pastilha” do bico da garrafa e colocar em cima da areia;
5. Adicionar um pouco mais de álcool e colocar fogo.

4.10.4 O que aconteceu?

O que fez a serpente subir foi a combustão da sacarose (C12H22O11), que


é o nome químico do açúcar. Quando ele queima uma parte vai embora na
forma de gás carbônico (CO2) e água (H 2O), mas uma parte do carbono fica
que é o que forma a serpente. Quando o bicarbonato de sódio esquenta ele se
decompõe formando água e gás carbônico. O gás carbônico ajuda a formar as
bolhas que fazem a serpente crescer.

5 PLANTA DE UM LABORATÓRIO DE ENSINO DE QUÍMICA

O laboratório foi projetado para atender uma turma de 30 alunos em um


espaço de 70 m², sendo 10 m de comprimento e 7 m de largura. A planta do
laboratório está inserida no APÊNDICE 1.

6 ORÇAMENTO DOS REAGENTES E VIDRARIAS

Na Tabela 1 está contido o orçamento referente às vidrarias (APÊNDICE


2). Na Tabela 2, está contido o orçamento referente aos reagentes (APÊNDICE
3) e na Tabela 3 (APÊNDICE 4) está contido o orçamento referente aos
materiais do cotidiano. As vidrarias e reagentes foram orçados pela empresa
Aproquímica (Santa Maria – RS). Os materiais do cotidiano foram orçados no

37
dia 06 de novembro de 2019 no site Buscapé que compara preços de
diferentes lojas.

7 CONCLUSÃO
A realização de aulas práticas na disciplina de Química é uma aliada
poderosa para os professores que se veem diante de conteúdos complexos e
tão distante da realidade de seus alunos. Para equipar o laboratório deste
projeto com as vidrarias e reagentes necessários para a execução das práticas,
seria necessário um montante de R$ 15 479,97.
Embora muitas vezes, as práticas necessitam de reagentes caros, pode-
se optar por práticas com materiais do cotidiano, como foi feito em muitos
roteiros experimentais.

8 REFERÊNCIAS
BRASIL ESCOLA. Produção de biodiesel na sala de aula. Disponível em:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/producao-biodiesel-
na-sala-aula.htm. Acesso em 06 de novembro de 2019.
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Travesseiros a Preservativos, um Polímero Versátil. Química Nova na Escola,
v. 31, n. 3, p. 159-164, 2009.

D'AVILA, G. et al. A utilização de materiais alternativos em experimentos de


química. In: Salão de Ensino e de Extensão – Universidade de Santa Cruz do
Sul, 2016.

DAZZANI, M.;CORREIA, P. R. M.; OLIVEIRA, P. V.; MARCONDES, M. E. R.


Explorando a Química na Determinação do Teor de Álcool na Gasolina.
Química Nova na Escola, n. 17, p. 42-45, 2003.

GRACETTO, A. C.; HIOKA, N.; e FILHO, O. S. Combustão, Chamas e Testes


de Chama para Cátions: Proposta de Experimento. Química Nova na Escola, n.
23, 2016.
HOEHNEL, L.; RIBEIRO, R. Uso da cromatografia em papel para revelar as
misturas de cores das canetinhas tipo hidrocor em diferentes fases
estacionárias. Revista Destaques Acadêmicos, Edição Especial, 2013 - Feira
de Ciências/Univates.

MANUAL DO MUNDO. Como fazer Cristais com Vinagre (experiência de


química fácil). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=LvvBUewOOgU. Acesso em 04 de
setembro de 2019.
MANUAL DO MUNDO. Como fazer papel reciclado em casa (experimentos de
química). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fjt5gWCx120.
Acesso em 24 de outubro de 2019.

38
MANUAL DO MUNDO. Como fazer a serpente do faraó (experiência).
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UrpBMFAuEME. Acesso em
04 de setembro de 2019.
MANUAL DO MUNDO. Faça chuva ácida em casa! (experiência). Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=IEMjO01xm_4. Acesso em 7 de agosto
de 2019.
MANUAL DO MUNDO. Macarrão vitaminado radioativo: faça o seu!
(experiência de física). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=QQlh3d-Y4gY. Acesso em 04 de setembro
de 2019.
MANUAL DO MUNDO. O segredo da água que pega fogo (química + mágica).
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7pH-vKsDBr0. Acesso em
04 de setembro de 2019.
MANUAL DO MUNDO. Pedra que pega fogo na água (experiência). Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=XptQL4hUxmw. Acesso em 04 de
setembro de 2019.
MATEUS, A. L.; THENÓRIO, I. 50 Experimentos para fazer em casa. Manual
do Mundo. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.
OLIVEIRA, B. O. et al. Preparo e emprego do reagente de Benedict na análise
de açúcares: uma proposta para o ensino de química. Química Nova na
Escola, n. 23, p. 41-42, 2006.
POJO, R.R.C. et al. Análise da cinética de decomposição do peróxido de
hidrogênio (H2O2) na presença de um catalisador. 57º Congresso Brasileiro de
Química. Gramado, 2017.
SANTOS, A. P. B.; PINTO, A. C. Biodiesel: Uma alternativa de combustível
limpo. Química Nova na Escola, vol. 31, n. 1, 2009.
SILVA, A. J.; LIMA, M. C. Fazendo Sabão e Salvando o Planeta. PIBIC
2011/2012: Transposição didática dos conhecimentos desenvolvidos no projeto
OFICINA DE SABÃO para o conteúdo de ciências em uma escola de En sino
Fundamental. IFG – Luziânia, 2012
SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA. A química perto de você:
experimentos de baixo custo para a sala de aula do ensino fundamental e
médio. Organizador: Sociedade Brasileira de Química, São Paulo, 2010.
TERCI, D. B. L.; e ROSSI, A. V. Indicadores naturais de pH: usar papel ou
solução? Química Nova, vol. 25, No. 4, 684-688, 2002.

39
APÊNDICE 1 – Planta de um laboratório de ensino de Química

Suporte de pipetas

Capela de exaustão Balança analítica

Armário de reagentes e vidrarias


Janela

Porta de acesso

Quadro negro

40
APÊNDICE 2 – Tabela com o orçamento de vidrarias

Item Cotado Quantidade Preço Preço Total


Unidade
Frasco Conta-gotas 30 mL 5 1,00 5,00
Tubo de ensaio 12,5 mL 50 1,25 62,50
Béquer de 250 mL 5 13,00 65,00
Béquer de 100 mL 5 10,00 50,00
Béquer de 50 mL 5 9,50 47,50
Proveta de 25 mL 5 14,50 72,50
Proveta de 10 mL 5 12,50 62,50
Proveta de 50 mL 5 16,50 82,50
Proveta de 100 mL 5 16,50 82,50
Proveta de 100 mL com tampa 2 35,50 71,00
Estante para tubos de ensaio 5 5,00 25,00
Pipeta de Pasteur descartável 3 mL 10 0,30 3,00
Lamparinas 5 27,50 137,50
Pinça metálica 5 32,50 162,50
Funil analítico 5 42,00 210,00
Espátulas 5 16,50 82,50
Balança analítica 1 6 905,00 6 905,00
Chapa de aquecimento 2 1 850,00 3 700,00
Termômetro -10°C à 110°C 5 32,00 160,00
Bastão de vidro 5 3,25 16,25
Suporte universal 5 80,00 400,00
Argola 5 30,00 150,00
Garra bidentada 5 45,00 225,00
Balão de fundo redondo 5 57,00 285,00
Pera de sucção 5 24,00 120,00
Vidro relógio 100 mm 5 6,50 32,50
Pipeta graduada 5 mL 5 5,50 27,50
Pipeta volumétrica 2 mL 5 13,00 65,00
Pipeta volumétrica 1 mL 5 13,00 65,00
Pisseta (500 mL) 3 10,00 30,00
Papel filtro qualitativo 60x60 cm 10 2,25 22,50
Alcoômetro 2 129,50 259,00
Rolhas de borracha 5 0,60 3,00

Valor total líquido: 13 687,25

41
APÊNDICE 3 – Orçamento de reagentes analíticos

Item Cotado Quantidade Preço Unidade Preço Total


Cloreto de Sódio 500 g 20,00 20,00
Cloreto de Potássio 500 g 28,50 28,50
Cloreto de Cobre 250 g 210,00 210,00
Cloreto de Cálcio 500 g 28,50 28,50
Cloreto de Bário 250 g 32,00 32,00
Ácido Clorídrico 37% 1L 37,00 37,00
Papel tornassol azul 1 c/100 34,50 34,50
Papel tornassol vermelho 1 c/100 34,50 34,50
Fita indicadora de pH 1 c/100 63,00 63,00
Fenolftaleína 25 g 18,00 18,00
Hidróxido de Sódio 1 Kg 40,00 40,00
Glicerina 1L 42,00 42,00
Carvão ativado 500 g 38,00 38,00
Pedra de carbeto de cálcio 1 Kg 23,00 23,00
(carbureto de cálcio)
Poliol 550 g 38,50 38,50
Isocianato 550 g 38,50 38,50
Sulfato de Cobre 500 g 39,50 39,50
Dicromato de Potássio 500 g 105,00 105,00
Álcool etílico 1L 30,00 30,00
Ácido sulfúrico 1L 69,50 69,50
* O carbureto de cálcio, poliol e isocianato f oram orçados pelo Mercado Livre.

Valor total líquido: R$ 970,00

42
APÊNDICE 4 – Orçamento de materiais do cotidiano

Item Cotado Quantidade Preço Unidade Preço Total


Vinagre 750 mL 2,39 2,39
Bicarbonato de Sódio 80 g 3,09 3,09
Pote de conserva 2 2,50 5,00
Álcool comercial 1L 9,20 9,20
Óleo de soja 900 mL 3,69 3,69
Xarope de glicose 150 g 4,86 4,86
Querosene 450 mL 8,64 8,64
Faca 2 1,50 3,00
Corante alimentício 2 2,89 5,78
Caneta hidrográfica 2 2,98 1,49
Fita Durex 1 2,50 2,50
Fio de cobre 15 m 10,90 10,90
Luva de borracha 2 6,92 13,84
Caixa de fósforo 1 3,99 3,99
Régua 2 3,50 7,00
Balde 2 4,50 9,00
Liquidificador 1 70,00 70,00
Tela de Silkscreen 2 22,00 44,00
20x30 cm
Bacia 2 4,20 8,40
Prato 2 8,00 16,00
Leite 1L 2,75 2,75
Detergente 1 1,80 1,80
Repolho roxo 1 Kg 3,29 3,29
Beterraba 1 Kg 1,97 1,97
Ovos 12 3,50 3,50
Laranja 1 Kg 1,99 1,99
Sabão em pó 500 g 4,09 4,09
Funil 2 2,04 4,08
Tinta para caneta 60 mL 19,99 19,99
tinteiro
Bomba de ar 1 17,00 17,00
Bateria de 9V 1 11,20 11,20
Pregos 1 Kg 8,80 8,80
Sal de cozinha 1 Kg 2,29 2,29
Garras do tipo “jacaré” 2 17,89 35,78
Café 50 g 3,59 3,59
Refrigerante tipo cola 2L 7,69 7,69
Coador 2 4,75 9,50
Palha de aço 25 g 1,95 1,95
Removedor de esmalte 100 mL 3,99 3,99
Isopor - 5,00 5,00
Colher 2 1,50 3,00
Castanha, amendoim, 100 g 13,00 13,00
noz
Clipes de papel 1 3,99 3,99
Aguarrás 900 mL 12,70 12,70
Recipiente de isopor 5 4,50 22,50
Fermento biológico 10 g 1,15 1,15
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Água oxigenada 10% 100 mL 3,49 3,49
Banana 1 Kg 2,99 2,99
Limão 1 Kg 2,59 2,59
Alicate 2 6,46 12,92
Tesoura 2 1,20 2,40
Lâmpada LED 5 2,65 13,25
Macarrão feito de arroz 500 g 3,99 3,99
Pepino em conserva 1 4,99 4,99
Luz negra 1 29,99 29,99
Vitamina B2 60 cápsulas 48,00 48,00
Panela 1 15,00 15,00
Comprimido 10 6,59 6,59
efervescente
Gasolina 1L 4,05 4,05
Fluido de isqueiro 100 mL 7,98 7,98
Soda caustica 1 Kg 18,50 18,50
Refratário 2 15,00 30,00
Batata 1 Kg 2,99 2,99
Estilete 1 10,99 10,99
Pregador grande de 10 u 4,99 4,99
madeira
Seringa descartável de 5 3,90 3,90
10 mL
Mel 1 Kg 45,00 45,00
Açúcar 1 Kg 2,84 2,84
Sprite 2L 4,29 4,29
Adoçante 65 mL 11,01 11,01
Balão 1 c/50 14,92 14,92
Tubo plástico 5m 6,20 31,00
transparente
Giz 1 c/50 5,67 5,67
Cachaça 1L 8,19 8,19
Vinho 1L 4,75 4,75
Cerveja 350 mL 2,09 2,09
Forma de alumínio 2 12,00 24,00

Valor total líquido: R$ 822,72

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