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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE QUÍMICA

DISCIPLINA: Química Geral (IQUFU39102) -


Noturno

Professores responsáveis: Rafael Martins Mendes / Antonio

Otavio T. Patrocinio

2023
EXPERIMENTO DATA
1 SEGURANÇA E TÉCNICAS DE LABORATÓRIO E 20/03/2023
CALIBRAÇÃO DE VIDRARIAS: A EXATIDÃO DAS MEDIDAS
2 PREPARO DE SOLUÇÕES 03/04/2023
3 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE SACAROSE EM BEBIDAS 24/04/2023
COMERCIAIS
4E5 INDICADORES ÁCIDO-BASE E TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE: 22/05/2023
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO ACÉTICO NO
VINAGRE
6 SOLUÇÃO-TAMPÃO 05/06/2023

EXPERIMENTO No 1
SEGURANÇA E TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO e CALIBRAÇÃO DE

VIDRARIAS: A EXATIDÃO DAS MEDIDAS

Objetivo: Apresentar a utilização dos principais equipamentos e vidrarias do laboratório e realizar a


calibração de vidrarias.

1. NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA:


Ao iniciar seu trabalho em um laboratório químico, é importante que você conheça procedimentos de
segurança que permitem sua atuação com o mínimo de riscos. Com a finalidade de diminuir a frequência e a
gravidade de acidentes em laboratório, torna-se imprescindível que durante os trabalhos se observe uma
série de normas de segurança:
 Siga rigorosamente as instruções específicas do professor.
 Não fume e não se alimente dentro do laboratório.
 É obrigação do aluno ao adentrar em um laboratório, que esteja trajando um avental adequado.
 Se o trabalho envolve desprendimento de gases e / ou vapores tóxicos, o mesmo de ser realizado no
interior da capela.
 Ao aquecer um tubo de ensaio contendo solução (ou qualquer outra substância) nunca o aponte para
si ou para o vizinho. O superaquecimento pode dar origem a formação brusca de bolhas de vapor
com expulsão do conteúdo de forma violenta e perigosa.
 Nunca use o paladar para identificar alguma substância.
 Acostume-se a retirar quantidades mínimas de reagentes. Nunca se deve recolocar sobras de
reagentes nos recipientes originais. Assim, você evitará contaminações e desperdício.
 Quando você retirar um frasco de reagente da estante tenha o cuidado de coloca-lo no mesmo lugar,
imediatamente após o uso.
 Qualquer acidente por menor que seja deve ser comunicado ao professor.
 Ao introduzir tubos de vidro em rolhas, umedeça-os convenientemente e enrole a peça de vidro em
uma toalha para proteger as mãos.
 Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sob o nariz. Desloque os
vapores que se desprendem com as mãos em sua direção.
 Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras abertas (água ou gás). Desligue todos os
aparelhos, deixe todos os equipamentos limpos e lave as mãos.
 O trabalho em laboratório exige concentração. Não converse desnecessariamente, nem distraia seus
colegas. TRABALHE COM ATENÇÃO, MÉTODO E CALMA.

Outras normas de segurança serão apresentadas no decorrer de experimentos, à medida que forem
necessárias.
SÍMBOLOS IMPORTANTES

1.1 EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO


A execução de qualquer experimento em Química envolve geralmente a utilização de uma variedade
de equipamentos de laboratório, com finalidades específicas. A seguir são apresentados alguns
equipamentos básicos e as situações mais freqüentes em que eles são usados:
BICO DE GÁS: Ë utilizado em aquecimento em geral, excetuando-se materiais inflamáveis. A Figura 1 ilustra
diferentes tipos de bico de gás e a Figura 2, suas partes e as regiões da chama.

A B C

Figura 1 – Diferentes tipos de bicos de gás: (A) Bico de Bunsen; (B) Bico de Tirril; (C) Bico de Mecker.

Figura 2 – Partes de um bico de gás e regiões da chama. (1). Haste; (2) base; (3) anel de regulagem do ar primário; (4)
mangueira de gás; (a) zona oxidante; (b) zona redutora; (c) zona de gases ainda não queimados.
Na zona oxidante, quase invisível, os gases sofrem combustão completa. Na zona redutora, que é
a região mais luminosa, ocorre combustão incompleta dos gases. Na zona neutra, encontram-se os gases
que ainda não sofreram combustão.

Para acender um bico de gás procede-se do seguinte modo:


a) Fecha-se completamente a entrada de ar do bico
b) Abre-se lentamente a válvula de alimentação de gás.
c) Aproxime lentamente a chama de um fósforo, obtendo-se assim uma chama amarelada grande e
luminosa.
d) Abre-se lentamente a entrada de ar até que a chama fique completamente azul.
e) Para apagar o fogo, feche a janela e diminua a chama girando a torneira do gás até fechá-la.

BALÃO VOLUMÉTRICO: É utilizado no preparo e diluição de soluções, com volumes precisos e pré-fixados.
Trata-se de um recipiente calibrado, destinado a conter um determinado volume de líquido, a uma dada
temperatura geralmente 20o C, podendo ser usado sem erro apreciável em temperaturas de  8o C da
temperatura indicada (Figura 3A).
BECKER: É utilizado para o aquecimento de líquidos, dissolução para o preparo de soluções, dissolução de
sólidos, etc (Figura 3B).
BURETA: É um equipamento calibrado para medidas volumétricas precisas de líquido, utilizado especialmente
nos casos de titulação (Figura 3C).
PIPETAS: É um instrumento utilizado para medidas precisas de volumes de líquidos. Existem dois tipos de
pipetas: pipetas graduadas (Figura 3D) e pipetas volumétricas (Figura 3E). Onde uma pipeta graduada é
utilizada para escoar volumes variáveis e uma volumétrica para escoar volumes fixos de um líquido.
PROVETA: Trata-se de um cilindro com graduações, destinado à medida aproximada de volumes líquidos.
(Figura 3F)

A B C D E F

Figura 3 – Algumas vidrarias básicas de laboratório. (A) balão volumétrico; (B) béquer; (C) bureta; (D) pipeta graduada;
(E) pipeta volumétrica; (F) proveta.

1.2 LIMPEZA DOS MATERIAIS VOLUMÉTRICOS


Todos os equipamentos volumétricos utilizados em uma análise quantitativa devem estar
perfeitamente limpos antes do uso, pois a presença de substâncias gordurosas nas suas paredes internas
pode induzir a erros no resultado final de uma dada análise. Verifica-se o estado de limpeza de um aparato
volumétrico, enchendo-o com água a observando-se o seu escoamento. Se gotículas ou uma película não
uniforme de água permanecer aderente às paredes internas do recipiente, o mesmo deve então ser limpo.
Utilizam-se geralmente como soluções de limpeza: solução de detergente a 1-2%, solução
sulfocrômica ou solução de etanolato de sódio ou potássio, e em seguida lava-se com bastante água da
torneira, e por ultimo água destilada.
O equipamento volumétrico é dado como limpo ao se verificar que a água destilada escorre
uniformemente pelas paredes internas do recipiente.

1.3 COMO EFETUAR A MEDIDA DE VOLUMES DE LÍQUIDOS


Ao se colocar um determinado líquido em um recipiente para efetuar a medida de seu volume, a linha
divisória entre o líquido e o ar denomina-se menisco e é utilizada como referência para a leitura do volume.
Para a maioria dos líquidos, o menisco apresenta um mínimo na região central do aparelho de
medida. Isto ocorre devido à superioridade das forças adesivas (líquido-recipiente) em relação às forças
coesivas (líquido-líquido). Se o líquido for transparente, deve-se utilizar o ponto de mínimo para efetuar a
leitura. Se for opaco, utiliza-se a parte superior.
Nos casos em que as forças coesivas (líquido-líquido) são maiores que as forças adesivas (líquido-
recipiente) o menisco apresenta um ponto de máximo, o qual deve ser utilizado como referência para leitura.
Para efetuar a leitura do volume de um líquido, procure posicionar-se de modo que a sua linha de
visão fique, em relação à superfície do líquido, como ilustrado na figura 4A. Este procedimento evita erros de
leitura decorrentes de um mal posicionamento de seu olho em relação a altura do menisco do líquido.

A B
Figura 4. (A) Modo correto de se ler o volume de um líquido: LINHA DE VISÃO HORIZONTAL À SUPERFÍCIE DO
LÍQUIDO; (B) Visão expandida de parte da escala de uma proveta de 100 mL.

A figura 4B ilustra parte da escala de um proveta de 100 mL, cuja menor divisão é 1 mL, onde o
menisco está localizado entre 90 e 91 mL. Como expressar o valor do volume?
Se escrevêssemos que o volume é 90,1 ou 90,3 mL, não teríamos certeza a respeito do último
algarismo. Sabe-se com certeza que o volume está entre 90 e 91 mL. Conclui-se então, que o último
algarismo é duvidoso e a sua avaliação, através de subdivisões mentais, varia de pessoa para pessoa e
caracteriza um erro associado à medida.
Como se sabe, existem provetas de diferentes capacidades. Para escolher qual proveta utilizar deve-
se levar em consideração o erro percentual que está associado a medida, de modo a torná-lo o menor
possível. Para isso, há que saber o limite de erro de cada proveta; este erro é igual à metade da menor
divisão da escala.
E = (limite de erro do aparelho/valor medido) x 100%

2. Calibração de Vidrarias: a exatidão das medidas

Calibração é o conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os
valores indicados por instrumentos de medição, e os valores, de grandeza, estabelecidos como padrões.
Para maior exatidão de uma medida volumétrica, a vidraria deve ser calibrada para medir o volume que
é realmente contido ou transferido. Isso é feito pela medida da massa de água transferida ou contida no
recipiente, sendo a densidade da água usada para converter massa em volume. Por esse meio, você pode
determinar, por exemplo, que a sua pipeta particular de 10 mL transfere 10,016 mL e não 10,000 mL.
O balão volumétrico, por exemplo, é calibrado para conter um volume particular de solução numa dada
temperatura, quando a parte inferior do menisco é ajustada no centro do traço de aferição no colo do balão.
A temperatura do balão e do líquido contido nele é importante porque o líquido e o vidro se expandem
quando aquecidos.

1. Procedimento Experimental:

3.1. Calibração de uma pipeta volumétrica:

1) Coloque um béquer pequeno (100 mL ou 150 mL) sobre o prato de uma balança e tare-o.
2) Meça precisamente um volume de água destilada através de uma pipeta volumétrica (por exemplo: 5,00
mL ou 10,00 mL).
3) Verta TODA a água contida no interior da pipeta para o interior do béquer.
4) Feche o compartimento da balança e espere alguns minutos, até que a temperatura esteja equilibrada.
5) Anote a massa pesada.
6) Meça cuidadosamente a temperatura da água e anote-a.
7) Com a tabela densidade versus temperatura da água, extrapole para o valor mais representativo para a
densidade, na temperatura medida.
8) Calcule o volume real da pipeta, levando em consideração as incertezas nas medidas.

Tabela 01: Densidade Absoluta da Água X Temperatura


3 3 3
Tº (C) d (g/cm ) Tº (C) d (g/cm ) Tº (C) d (g/cm )
0 0,999841 10 0,999700 20 0,998203
1 0,999900 11 0,999605 21 0,997992
2 0,999941 12 0,999498 22 0,997770
3 0,999965 13 0,999377 23 0,997538
4 0,999973 14 0,999244 24 0,997296
5 0,999965 15 0,999099 25 0,997044
6 0,999941 16 0,998943 26 0,996783
7 0,999902 17 0,998774 27 0,996512
8 0,999849 18 0,998595 28 0,996236
9 0,999781 19 0,998405 29 0,995944
BACCAN, N.; ANDRADE, J.C. de; GODINHO, º E. S.; BARONE, J. S. Química Analítica Quantitativa Elementar.
3ª edição revista, ampliada e reestruturada. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.

3.2. Calibração de um balão volumétrico:

Faça o mesmo procedimento descrito acima, substituindo a pipeta volumétrica pelo balão volumétrico de
50,00 mL.

Bibliografia
 BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
 ROCHA FILHO, R. C. Introdução a Química Experimental São Paulo, Mcgraw-Hill, 1990.
 RUSSEL, J. B. Química Geral. Makron Books do Brasil, São Paulo, 1994.
 KOTZ, J. C.  TREICHEL Jr. Química e Reações Químicas, Thomson Pioneira, 2005.
 CIENFUEGOS, F. Segurança no Laboratório. Intersciência, Rio de Janeiro, 2002.
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
EXPERIMENTO No 2
PREPARO DE SOLUÇÕES

Objetivo: preparar uma solução aquosa de um sal, a partir do soluto sólido, e sua diluição, e o da
preparação de uma solução aquosa diluída de um ácido, pelo método da diluição de soluções concentradas
em estoque.

1. Introdução
Uma solução, no sentido mais amplo, é uma dispersão homogênea de duas ou mais espécies de
substâncias moleculares ou iônicas.
Soluções podem ser formadas por qualquer combinação dos três estados da matéria - sólidos,
líquidos, gases - porém, são sempre constituídas de uma única fase.
Em química, trata-se principalmente das soluções no estado líquido, constituído por gases, líquidos
ou sólidos dispersos em líquido. Se esse líquido for água a solução é denominada solução aquosa. A solução
é composta por solvente (geralmente presente em maior quantidade) e soluto (um ou mais).
As propriedades de uma solução dependem de sua composição e da natureza dos seus
componentes. A descrição quantitativa da composição de uma solução é feita especificando-se sua
concentração.

2. Cálculos para preparo de soluções


a. Solutos sólidos

1 - Pesar o soluto;
2- Dissolver o soluto em um béquer usando uma pequena
quantidade de solvente;
3- Transferir quantitativamente para o balão volumétrico;
4- Completar o volume com o solvente;
5- Homogeneizar a solução;
6-Gardar as soluções em recipientes adequados e
rotulados.

b. Diluição de solução

1 - Medir o volume do soluto;


2 - Transferir quantitativamente para o balão volumétrico;
3 - Completar o volume com o solvente;
4 - Homogeneizar a solução;
5 - Guardar as soluções em recipientes adequados e rotulados.

3. Solução de soluto em estoque


Para soluções aquosas de algumas substâncias mais comuns existem tabelas de títulos em função
da densidade (tabela 1, para ácido sulfúrico, H2SO4). Isso permite que se calcule a concentração de soluto
em massa ou em quantidade de matéria. Como a tabela 1 mostra, uma solução aquosa de ácido sulfúrico de
densidade 1553,3 g/L tem título de 65%, significando que em um litro de solução, 1009,6 g são de ácido e
543,7 g de água.
Cabe ressaltar, entretanto, que essa relação entre título e densidade é utilizada mais comumente
para soluções concentradas comerciais. No caso de soluções diluídas, prefere-se utilizar diretamente
concentração em quantidade de matéria, já que a determinação precisa de suas densidades é mais difícil.
Tabela 1. Título e densidade de soluções aquosa de ácido sulfúrico, a 20C
Título (%) Densidade (g/L) Título (%) Densidade (g/L)
1 1005,1 80 1727,2
5 1013,1 82 1749,1
10 1066,1 84 1769,3
15 1102,0 86 1787,2
20 1139,4 88 1802,2
25 1178,3 90 1814,4
30 1218,5 91 1819,5
35 1260,0 92 1824,4
40 1302,8 93 1827,9
45 1347,6 94 1831,2
50 1395,1 95 1833,7
55 1445,3 96 1835,5
60 1498,3 97 1836,4
65 1553,3 98 1836,1
70 1610,5 99 1834,2
75 1669,2 100 1830,5
Fonte: WEAST, Robert C. Handbook of Chemistry and Physics 57ª ed., Cleveland, CRC Press, 1976.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Material Necessário
 Soluto sólido de CuSO4 .5H2O. Solução concentrada de ácido sulfúrico. Pisseta com água destilada,
Balões volumétricos de 50 mL, Becker, Funil, Bastão de vidro, Pipeta graduada, Pipetador de
borracha, Balança Digital.

Preparo de uma solução aquosa de um sal, a partir do soluto sólido: 0,1 mol/L de CuSO4 .5H2O.

Preparo de uma solução aquosa diluída a partir da solução preparada no item anterior (Diluição): 0,01
mol/L de CuSO4 .5H2O.

Preparo de uma solução aquosa diluída de um ácido a partir da solução concentrada em estoque:
Prepare uma solução 0,1 mol/L de H2SO4 concentrado. Dados: Título 45% (m/m) e densidade = 1347,6 g/L.

Referências bibliográficas
 ROCHA FILHO, R. C. Introdução a Química Experimental São Paulo, Mcgraw-Hill, 1990.
 KOTZ, J. C.  TREICHEL Jr. Química e Reações Químicas, Thomson Pioneira, 2005.
 BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
EXPERIMENTO No 3
Determinação do teor de sacarose em bebidas comerciais

Objetivos: Determinar a concentração de sacarose em refrigerantes.

Cada grupo deve trazer de casa uma amostra do refrigerante. Torna-se interessante diversificar,
alguns trazendo produtos dietéticos (ou light), ao lado de produtos tradicionais. Metodologia restrita
a bebidas com baixos teores de outros solutos que não sacarose. Por exemplo, o teor de sacarose
em bebidas alcoólicas requer procedimento adverso.

Reagentes: sacarose; água; provetas de 250 mL; balão de 250 mL; densímetro de diversas grandezas;
béquer, bastão de vidro; água destilada.

Metodologia
 Cada grupo deve preparar 250,0 g de seis soluções aquosas com as seguintes porcentagens em
massa de sacarose: 20,0%, 16,0%, 12,0%, 8,0%, 4,0% e 0% (água pura). Note que preparar uma
solução 20,0% (m/m) não é a mesma coisa que dissolver 40,0 g de sacarose e completar o volume até 200,0 ml.
 Depois de preparadas, cada estudante deve medir a densidade das seis soluções. Medir também a
densidade da água pura, que deverá ser considerada como uma solução com zero porcento de
sacarose. Registrar as medidas na forma de tabela, ordenando desde a menor concentração até a
maior. A temperatura das soluções e da água deve ser a mesma.
 Cada grupo deve medir a densidade de uma bebida comercial (na mesma temperatura em que as
medidas das soluções-padrão foram feitas).

Proposição

Conceitos: Curva de calibração, neste caso, é um gráfico da porcentagem em massa de sacarose nas
abcissas (eixo x) em função da densidade da solução no eixo das ordenadas (eixo y). Cada medida feita com
as soluções-padrão de sacarose corresponde a um ponto no gráfico. A reta que melhor une todos os pontos
pode ser encontrada por regressão linear. A regressão linear dá como resultado os coeficientes da equação
da reta. Os coeficientes da equação da reta são os parâmetros a e b da equação d=a[sacarose]+b.

 Construa a curva de calibração da sacarose usando papel milimetrado. Pode-se usar computador,
mas esteja preparado para fazer gráficos manualmente nas avaliações.
 Determine a equação da reta que une os pontos do gráfico.
 Usando a equação da reta e a densidade da bebida que seu grupo trouxe de casa, determine a
porcentagem em massa de sacarose desta bebida.
 Repita o cálculo usando a curva de calibração ao invés de usar a equação da reta. Compare os
resultados. Qual é mais preciso?

Limitação do método
Este método não é aplicável a bebidas alcoólicas ou que contiverem quantidades de outros solutos que
influenciem a densidade da solução.

Referência

S. K. Henderson, C. A. Fenn e J. D. Domijan, Determinations of Sugar Content in Commercial Beverages by Density, J. of


Chemical Education, 75(9), 1998, 1122-1123.
EXPERIMENTO No 4
Indicadores ácido-base

Objetivo: Determinar o intervalo de viragem de alguns indicadores comerciais e, também de indicadores


naturais.

Materiais e reagentes: indicadores comerciais disponíveis no laboratório (azul de bromofenol, vermelho de


metacresol, alaranjado de metila, azul de bromotimol e/ou outros), indicadores naturais (folhas de repolho
roxo, beterraba e pétalas de rosa (cor vermelha ou rosa), açafrão); tubos de ensaio, conta gotas, suporte de
tubos de ensaio, soluções ácidas e básicas de distintos pHs.

Procedimento

1. Você terá à disposição soluções aquosas com pH = 2,0 ± 0,2; 4,0 ± 0,2; 6,0 ± 0,2; 8,0 ± 0,2; 10,0 ± 0,2
e12,0 ± 0,2. Eventualmente, haverá também soluções com pH = 3,0 ± 0,2; 5,0 ± 0,2; 7,0 ± 0,2; 9,0 ± 0,2
e 11,0 ± 0,2.

2. Coloque em tubos de ensaio, cerca de 2 mL* de cada solução com pH conhecido, de modo que:
• o tubo 1 contenha a solução com pH 2;
• o tubo 2 contenha a solução com pH 3;
• etc., até que o tubo 11 contenha a solução com pH 12.

3. Acrescente em cada tubo de ensaio 5 gotas de solução indicadora. Observe a coloração em cada pH.
Anote.

4. Repita o procedimento do item 2 utilizando outras soluções de indicadores disponíveis. Observe a


coloração em cada pH. Anote.

5. Repita o procedimento do item 2 utilizando os extratos preparados no item 4. Observe a coloração em


cada pH. Anote.

Compile todos os resultados em uma única tabela e tenha-a a mão para os exercícios. Destaque na tabela o
intervalo de viragem de cada indicador.

Questões sobre indicador, para discussão


1. Por que a cor da solução muda dependendo do pH?
2. Explique por que é errado afirmar que indicador ácido-base é uma substância que apresenta uma
coloração quando presente em pH alcalino e apresenta outra coloração quando presente em solução
ácida.
3. Por que alguns indicadores mudam de cor apenas uma vez, enquanto outros mudam de cor mais de
uma vez?
EXPERIMENTO No 5
Titulação ácido-base: determinação do teor de ácido acético no vinagre

Objetivos: Utilizar a técnica de titulometria de neutralização para determinar a porcentagem de ácido em


uma amostra de vinagre comercial.

Procedimento
Leia este procedimento e depois a dica antes de iniciar a titulação no laboratório.

 Pipete 10,0 mL de vinagre comercial e transfira quantitativamente para um balão volumétrico de 100
mL. Complete com água destilada até a marca e homogeneíze a solução.

 Pipete 10,0 mL da solução preparada em um erlenmeyer de 125 mL e 2 gotas de solução do


indicador fenolftaleína.

 Preencha a bureta de 50,00 mL com a solução padrão de NaOH 0,100 mol/L.

 Proceda à titulação acrescentando gota a gota (ver dica, abaixo) a solução titulante ao erlenmeyer,
agitando-o constantemente até o aparecimento de coloração levemente rósea.

 Repita o procedimento. A diferença entre dois (ou mais) resultados das titulações não deve exceder
0,1 mL.

 O técnico responsável deixará um densímetro junto a uma amostra do vinagre. Faça a leitura da
densidade do vinagre.

Resultado
Considere (por simplicidade) que o ácido sendo titulado seja só o ácido acético (CH 3COOH). A partir do
resultado, calcule a porcentagem em peso de ácido acético no vinagre. Em outras palavras, determine
quantos gramas de ácido acético existem em 100 g de vinagre.

Dica
A experiência mostra que é mais rápido realizar uma primeira titulação de forma mais rápida, a fim de se
obter uma primeira aproximação do volume de equivalência.. Em seguida, faz-se uma nova titulação, com
todo o cuidado, em duas etapas: uma primeira etapa em que se permite o titulante escoar rapidamente até 2
ou 3 mL antes do ponto de equivalência; uma segunda etapa em que o titulante é adicionado gota a gota até
o ponto de viragem, sempre com agitação constante.
_____________________________________________________________________________________________________________
Veja exemplo de exigência legal relativa concentração do ácido acético (art. 97), em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto/1990-
1994/D113.htm
EXPERIMENTO No 6
Solução-tampão
1. Objetivo: Preparar 50,0 mL de uma solução-tampão, com pH conhecido (4,4 ± 0,2) e concentração
0,50 mol.L-1.***

2. Procedimento: Parte I
Havendo tempo, os estudantes deverão preparar a solução de ácido acético e a solução de acetato de sódio.
Não havendo tempo, os estudantes encontrarão as soluções prontas.

3. Procedimento: Parte II
3.1. Depois de realizada a parte I, cada grupo terá à disposição duas soluções:
3.1.1. Solução aquosa de ácido acético 1,00 mol.L-1
3.1.2. Solução aquosa de acetato de sódio 1,50 mol.L-1

A concentração pode ser diferente. Use o que estiver à disposição. Os cálculos devem basear-se na
concentração do que de fato estiver sendo usado.

3.2. Para cumprir o objetivo, são necessárias equações, cujo fundamento serão apresentadas em sala
de aula. Por ora, você deve, individualmente, resolver o sistema de equações:

3.3. Substitua os valores numéricos nas equações e descubra qual é a concentração de sal e de ácido na
solução a ser preparada.

3.4. Em seguida, confira as concentrações das duas soluções-estoque à sua disposição.


3.4.1. Calcule que volume de solução de ácido acético deve ser usada para cumprir seu objetivo
(tópico 3.1.1).
3.4.2 Calcule que volume de solução de acetato de sódio deve ser usada para cumprir seu objetivo
(tópico 3.1.2).

3.5. Remova o eletrodo do pHmetro da água. Lave o eletrodo com água destilada usando uma pisseta.
Enxugue o eletrodo delicadamente usando papel absorvente. Transfira a solução-tampão que você preparou
para um béquer pequeno (50 mL ou outro disponível) e limpo. Imerja (do verbo imergir) delicadamente o
eletrodo do pHmetro na solução-tampão, fixando-o de modo que ele não toque o fundo do béquer. Verifique
o pH. O pHmetro precisa de vários segundos para estabilizar-se.

4.1. Corrija o pH, se necessário:


4.1.2. Se o pH medida foi maior do que o pH desejado, adicione pequeno volume de solução de ácido
cético 0,200 mol/L.
4.1.3. Se o pH medida foi menor do que o pH desejado, adicione pequeno volume de solução de acetato
de sódio 0,150 mol/L.

4.2. Sempre com delicadeza: remova o eletrodo da solução, lave-o (desnecessário secar) e imerja-o no
béquer contendo água.

O eletrodo do pHmetro não pode ficar demoradamente exposto ao ar. Quando fora de uso, ele deve estar
sempre imerso em água!

5. Exercício
Que volume de ácido acético puro e que quantidade de acetato de sódio puro deve ser misturada para obter
50,0 mL de solução tampão com concentração 0,10 mol/L e com pH = 4,4 ± 0,2?

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