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INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS – IFAM

CAMPUS MANAUS – CENTRO

VIDRARIAS, EQUIPAMENTOS E TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO

MANAUS – AM
2023
INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS – IFAM
CAMPUS MANAUS – CENTRO

Ted Wilson Pereira de Oliveira


Juan Viana de Albuquerque

VIDRARIAS, EQUIPAMENTOS E TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO

Relatório Técnico apresentado ao Instituto Federal


do Amazonas como exigência parcial para
obtenção de nota na disciplina de Química Geral
Experimental.

Professora: Giese Figueiredo

MANAUS – AM
2023
1. INTRODUÇÃO

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Química


os licenciandos devem possuir conhecimento sólido e abrangente na área de atuação,
com domínio das técnicas básicas de utilização de laboratórios. Desta feita, é preciso
que os recém-ingressados na área possuam um conhecimento geral acerca das
principais vidrarias e equipamentos comumente utilizados em laboratórios de
Química.
As manipulações mais simples em pipetas e buretas, técnicas mais básicas
como preparo de papel de filtro e estudos sobre a chama do bico de Bunsen
compuseram a parte experimental das aulas introdutórias da disciplina a fim de incutir
o entendimento de que o sucesso prático se deve ao emprego correto dos materiais
de trabalho.

2. OBJETIVO GERAL

Identificar as principais vidrarias e equipamentos no laboratório químico e


familiarizar-se com técnicas básicas usadas no laboratório químico.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar as vidrarias e equipamentos presentes no laboratório de Química


Inorgânica do Instituto Federal do Amazonas;
• Conhecer as diferentes regiões da chama do Bico de Bunsen;
• Aprender a manipular e analisar medidas de volume baseada na transferência
de líquidos e leitura do menisco.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Bico de Bunsen

O bico de Bunsen é um queimador de gás GLP (gás liquefeito de petróleo)


extremamente comum em laboratórios de química. Seu comburente é o Oxigênio
proveniente naturalmente da atmosfera e sua queima produz regiões na chama,
chamadas zonas de oxidação e redução.

• Zona de oxidação ou zona oxidante: região da chama de coloração azul, quase


invisível em que o gás sofre combustão completa, resultando os produtos CO2
e H2O.Temperatura de 1540 °C.
• Zona de redução ou zona redutora: parte luminosa da chama, caracterizada
pela combustão incompleta, formando monóxido de carbono que pode se
decompor em partículas de carbono que, incandescentes, produzem a
luminosidade (cor amarela) à chama. Temperatura de 530 a 1540 °C.

Abaixo, as reações que ocorrem entre o combustível e o comburente:

𝐶4 𝐻10(𝑔) + 13 𝑂2(𝑔) → 4 𝐶𝑂2(𝑔) + 5𝐻2 𝑂(𝑔)

𝐶4 𝐻10(𝑔) + 10 𝑂2(𝑔) → 4 𝐶𝑂2(𝑔) + 𝐶𝑂(𝑔) + 𝐶 + 5𝐻2 𝑂(𝑔)

3.2 Filtração

A filtração é uma técnica fundamental utilizada para separar sólidos de líquidos


ou para separar sólidos insolúveis de líquidos contendo substâncias dissolvidas. Esta
técnica baseia-se na diferença na solubilidade da matéria em questão e na
capacidade de um meio filtrante (geralmente um papel filtro ou uma membrana
porosa) reter partículas sólidas enquanto permite a passagem do líquido. Ela pode ser
de dois tipos:

• Filtração Simples: Método passivo, na qual a gravidade é o único agente que


impulsiona o líquido através do meio filtrante.
• Filtração a Vácuo: Mais eficiente e rápida, é especialmente útil quando se lida
com grandes volumes de líquidos ou quando a separação de sólidos é
demorada. Nesse método, um funil de filtração é montado em conjunto com um
frasco de vácuo, que está conectado a uma bomba de vácuo. Isso acelera
significativamente o processo de filtração.

3.3 Leitura de medidas de volume

Operações de medidas de volume no laboratório desempenham papel crucial


na preparação de soluções e obtenção de resultados confiáveis. A medição precisa
de volumes em transferências de líquidos requer rigor e exatidão a fim de diminuir
erros significativos nas análises.
Para determinar o volume de líquidos, são empregados instrumentos
específicos, como pipetas, buretas e provetas. A escolha do instrumento de medição
depende da precisão exigida para o experimento em questão. Além disso, o nível dos
líquidos em instrumentos como provetas e buretas deve ser lido no menisco, a
curvatura no topo do líquido, para minimizar erros de paralaxe.
Dentre as vidrarias utilizadas para medição de volume destaca-se:
• Balão volumétrico: recipiente calibrado utilizado para medir com exatidão um
determinado volume de líquido a uma determinada temperatura. Portanto, esta
vidraria é ideal no preparo de soluções de concentrações definidas, uma vez
que pode medir somente um único valor de volume.
• Buretas: vidrarias para medidas bastante precisas de volume de líquido,
especialmente em casos de titulação. Possuem torneira na extremidade inferior
que regulam a passagem do líquido medido. Antes de serem usadas, as
buretas devem ser lavadas com água destilada e com o líquido a ser medido,
em seguida. Esse processo é chamado “ambientação da vidraria”.
• Pipetas: também para medidas precisas de volume. São basicamente de dois
tipos: volumétricas e graduadas. Aquelas medem o volume de um líquido
correspondente à sua capacidade única. As graduadas, por sua vez, podem
medir frações do volume que corresponde à sua capacidade total.

A medição volumétrica é a comparação da superfície do líquido com a escala


descrita na vidraria. Essa superfície é denominada menisco.
Para entender o menisco é preciso recordar que os líquidos possuem a
propriedade de tensão superficial. Essa propriedade está relacionada com a força na
qual as moléculas de um líquido se atraem mutuamente. As moléculas no interior do
líquido possuem forças de atração saturadas, porém as da superfície não. Logo, essas
moléculas sofrem uma atração recíproca especialmente forte, contraindo a superfície
do líquido. Essa tensão superficial, varia para cada superfície do líquido.
Para a água, a força de coesão entre as moléculas é parcialmente superada pelas de
adesão entre ela e o vidro, e o menisco torna-se côncavo, isto é seu vértice coincide
com a linha de aferição inferior. Já para o mercúrio, o menisco é convexo, uma vez
que a força de coesão entre as suas moléculas é maior que a de adesão entre o líquido
e a vidraria. Por isso, sua leitura se faz com a linha de aferição superior.
Aliado a isso, é importante considerar a posição do olho do observador. Este
deverá estar sempre no mesmo nível da marca de aferição do recipiente. Erros ao
olhar por cima do menisco e por baixo são chamados de erros de paralaxe.
4. MATERIAIS E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

PARTE 1

• Tubo de ensaio • Provetas • Pipeta graduada


• Béquer • Vidro de relógio • Pipeta volumétrica
• Erlenmeyer • Pera • Condensador
• Kitassato • Cadinho • Bastão de vidro
• Funil comum • Funil de • Almofariz e pistilo
• Balão volumétrico separação • Cápsula

PARTE 2

• 01 Pipeta volumétrica (10 mL)


• 01 Béquer (50 mL)
• 01 Erlenmeyer (125 mL)
• 01 Bureta (25 mL)
• 01 Pipetador de 3 vias (pera)
• 01 suporte universal
• 02 garras
• 02 mufas
• Água destilada

4.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

PARTE 1

Identificar e etiquetar as vidrarias dispostas na bancada do laboratório de


Inorgânica.

Manuseie e regule adequadamente o Bico de Bunsen.


PARTE 2

a. Transferência de líquido utilizando pipeta


• Coloque o líquido em um béquer.
• Use uma pipeta para retirar uma quantidade específica do líquido e transfira-o
para outro recipiente.
• Verifique e registre o menisco na pipeta antes de transferir o líquido.

b. Transferência entre Béquer e Proveta

• Coloque o líquido em um béquer.


• Use uma proveta para medir uma quantidade específica do líquido e transfira-
o para outro béquer.
• Novamente, verifique e registre o menu na prova antes da transferência.

c. Transferência entre Bureta e Béquer:

• Encha a bureta com o líquido de maneira adequada, ajustando a escala na


parte inferior.
• Meça com precisão a quantidade desejada e transfira-a para um béquer.
Certifique-se de verificar e registrar o menisco na bureta antes de iniciar a
transferência.
• Atente-se ao manuseio da torneira da bureta.

d. Transferência usando Balão Volumétrico:

• Encha um balão volumétrico com o líquido até o menisco atingir a marca de


volume desejada.
• Atente-se à leitura do menisco.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na primeira parte da aula, foi implementado um método simples de


reconhecimento de vidrarias utilizando post-its, com o objetivo de etiquetar as
principais vidrarias, utensílios e equipamentos do laboratório.

Vidrarias etiquetadas na bancada do laboratório de Química Inorgânica do IFAM.

Cada vidraria foi etiquetada de forma clara e legível, destacando seu nome e,
em caderno de anotação, informações adicionais relevantes, como volumes e
incertezas, como por exemplo:

Provetas disponíveis na bancada:

25 ± 0,5 𝑚𝐿

50 ± 1 𝑚𝐿

100 ± 1 𝑚𝐿

Bureta:

50 𝑚𝐿 ± 0,050

Além disso, aprendeu-se como preparar o papel de filtro para uso em filtros
comuns. Durante a aula, foram elencadas as características do papel de filtro e as
técnicas necessárias para sua preparação adequada. O papel de filtro liso requer
superfície plana e sem rugas, essencial para experimentos de filtração e análise
laboratorial. Por outro lado, a preparação de papel de filtro pregueado envolveu o
domínio de técnicas de dobra precisas, garantindo que o papel se encaixe
adequadamente em funis de filtração. Observou-se que a última dobradura facilita
ainda mais a filtração por eliminar o empuxo.
Obteve-se ainda o conhecimento sobre o manuseio do Bico de Bunsen.
Aprendeu-se a manipular adequadamente o regulador de gás e da entrada de ar, o
que foi fundamental para controlar a intensidade da chama, possibilitando
compreender os ajustes para atender às necessidades específicas de cada
experimento. Essa compreensão aprofundada do manuseio do bico de Bunsen
resultou em um maior domínio das técnicas de aquecimento, além de contribuir para
a segurança durante as atividades laboratoriais. Além disso, aprendeu-se sobre as
diferentes zonas da chama, caracterizadas principalmente pela luminosidade
diferenciada.
Na segunda parte da aula, realizou-se a medição e análise do menisco durante
a transferência de volumes. Foram realizadas medições de menisco em quatro
cenários distintos, a saber: pipeta, proveta, bureta e balão volumétrico, com o objetivo
de ilustrar como a correta leitura do menisco contribui para a precisão e a exatidão
nas medidas volumétricas.

Transferência de líquidos em balões com diferentes volumes e pipeta volumétrica

A pipeta, amplamente utilizada para a transferência precisa de volumes


definidos, revelou-se especialmente sensível à correta leitura do menisco. Para
sucção do líquido foi necessário utilizar a pera e portanto, aprendeu-se seu correto
manuseio.
Observou-se que a bureta depende da leitura precisa do menisco para
determinar o volume exato do líquido dispensado. Por ser usada principalmente em
titulações, qualquer erro na leitura do menisco pode comprometer a exatidão das
concentrações calculadas e, por extensão, a qualidade dos resultados analíticos.
Por fim, realizou-se também a transferência de volume no balão volumétrico.
Com o uso de água destilada – como também nas partes anteriores – atentou-se para
a correta inserção na vidraria. Como sua marca de volume é gravada no gargalo e
desvio pode levar a diluições e concentrações incorretas, aprendeu-se sobre como
inserir corretamente solutos líquidos e sólidos no balão. Ao se aproximar da aferição
marcada de volume, foi necessário pipetar gotículas a fim de que não se ultrapasse o
volume definido pelo balão volumétrico. Fez-se isso para balões com diferentes
volumes.

6. CONCLUSÃO

A identificação, correto manuseio, medição e análise do menisco durante


transferências de volumes representam aspectos crítico na formação de um
licenciando em química. Afinal, a precisão e a exatidão nas medidas volumétricas e a
segurança no uso das vidrarias e equipamentos são fundamentais nas aplicações
laboratoriais. Portanto, a aquisição de habilidades sólidas na disciplina é imperativa
para a prática científica, pois contribui diretamente para a confiabilidade e a validade
das futuras análises químicas dos alunos em formação superior básica.

7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

Leão, Marcelo Franco; Benevides, Aline Arruda; Alves, Ana Claudia Tasinaffo.
Noções Básicas para Utilização de Laboratórios Químicos. Gráfica e Editora
Edibras, 2017.

Química Geral Experimental, Editora UFMG. Disponível em:


<https://www2.ufjf.br/quimicaead/wp-content/uploads/sites/224/2013/05/PDFC-
Qu%C3%ADmica-Geral-Experimental-EADQUI005.pdf-parte-1.pdf>. Acesso em: 17
de setembro de 2023.
Apostila de Química Geral Experimental, DQ-USP. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/827045/mod_resource/content/1/Apostila%
20QGExp%202016_S1.pdf>. Acesso em 17 de setembro de 2023.

Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química. Disponível em:


<http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/130301Quimica.pdf>. Acesso em 14 de
setembro de 2023.

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