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Perfilagem Elétrica de Poços

Universidade Federal Fluminense


Prof. Alfredo M. V. Carrasco
O PERFIL ELÉTRICO CONVENCIONAL

Perfil Elétrico Normal: curto e longo.

Perfil Elétrico Lateral


O PERFIL ELÉTRICO CONVENCIONAL
 
Esta é atualmente uma ferramenta obsoleta. Durante duas décadas, a partir de
1927, foi o único perfil disponível para determinação da resistividade das
camadas. Posteriormente vários outros perfis foram desenvolvidos para
fornecer valores cada vez mais precisos de Rt.

PRINCÍPIO FERRAMENTAL
I0

Uma corrente I0 é enviada através do eletrodo pontual “A”,


localizado em um meio homogêneo e isotrópico, com retorno
em “B” na superfície ou no infinito elétrico. Sendo o fluxo de
corrente radial e em todas as direções, as superfícies dx
equipotenciais serão esferas com centro no eletrodo “A”. a x
V ri dV  dr i  dx  i R  dx  L
L dV  i R    
r R dx  2  4  2
A dr  R  4 x  x 
A
L dx M
iR iR  1
V  2  V  x 
4 ax 4  A
 A fórmula anterior pode ser reduzida em:
   1
VAM  K  
 x

Assim, K é uma constante que depende


exclusivamente das especificações de
construção da ferramenta.

Desde os primórdios da perfilagem foram


idealizados dois sistemas para medir a
resistividade dentro do poço:

- o normal (curto de 16” ou longo de 64”)


- o lateral. (18 ft 8 pol)
No sistema normal, uma corrente de
intensidade constante passa entre os
eletrodos A e B.

A diferença de potencial resultante é


medida entre os eletrodos M e N.

Os eletrodos A e M estão situados na


sonda (espaçamento), enquanto os
eletrodos B e N estão teoricamente
localizados em uma distância infinita.

Consagrou-se o uso de dois


espaçamentos como dispositivo
normal:
- um espaçamento curto de 0,40m (16
polegadas) e
- Um longo de 1,60m (64 polegadas).
(Schlumberger, 1989)
No sistema lateral, uma corrente
constante é enviada entre A e B.

Criado para ter uma maior profundidade


de investigação e melhor resolução das
camadas mais finas.

Mede-se a diferença de potencial entre


os eletrodos M e N situados em
superfícies equipotenciais esféricas e
concêntricas em relação ao eletrodo A.

O ponto de medida O é o ponto médio


entre M e N.

O espaçamento AO geralmente
adotado é de 5,69m (18 ft 8 in)

O eletrodo B está 15,49m acima do


eletrodo A.
(Ellis & Singer, 2008)
USOS DO PERFIL ELETRICO

Utilizou-se este perfil para cálculos de Rt para lamas base água.

O valor da resistividade fornecido por este perfil deve ser corrigido para Rt
através de cartas específicas onde se entra com as seguintes informações:
- dados de AM
- espessura da camada (h)
- diâmetro de Invasão (Di)
- diâmetro do poço (d) e
- a resistividade das rochas soto e sobrepostas (Rs).

Essas correções através de cartas são demasiadamente trabalhosas e


imprecisas, causa principal do desenvolvimento de melhores ferramentas de
resistividade.
LIMITACÕES FERRAMENTAIS
 
Caso a lama seja de alta resistividade
(lama a base de óleo, gás ou ar).

Se a lama for extremamente salgada


(>50.000 ppm), a corrente tenderá a fluir
dentro do próprio poço não penetrando
também nas rochas.
 
 
APRESENTAÇÃO DO PERFIL
 
Este perfil apresenta na faixa 2 as curvas
normais curta e longa, além de uma normal
curta ampliada quatro vezes e, na faixa 3, a
curva lateral.

É resguardada a faixa 1 para impressão do


SP, parte integrante desse tipo de perfil.
(Schlumberger, 1989)
RESUMO DO PERFIL ELÉTRICO CONVENCIONAL

MEDIÇÃO
• Resistividade elétrica das rochas. Unidade: Ohm.m.

UTILIZAÇÃO
• Leitura aproximada de Rxo (curvas normal 16” e 64”)
• Leitura aproximada de Rt (curva lateral 18’ 8”)
• Correlação entre poços
 
APRESENTAÇÃO
• Primeira faixa: Curva do SP
• Segunda faixa: Normal Curta 16”, ampliada de 64” ou Lateral 18’8”
 
PROBLEMAS
• Poços com lama salgada (acima de 50.000 ppm)
• Camadas finas (com menos de 5,6 metros de espessura)
• Distorções das linhas de fluxo de corrente causadas pela anisotropia
do ambiente (lama e rocha).
O LATEROPERFIL (LL)

Laterolog 7
Laterolog 3
Laterolog 8
Esférico
Dual Laterolog
HALS (High Resolution Azimuthal Laterolog Sonde)
O LATEROPERFIL (LL)

Tendo em vista os problemas ocasionados pelas lamas à base de sal


(condutivas) sobre os perfis do tipo Elétrico e Elétrico-Indução, as companhias
passaram a desenvolver ferramentas que minimizassem tais efeitos.

Para isto é necessário que a corrente elétrica seja forçada (focalizada) para
dentro das camadas, sob a forma de um sistema elétrico em série, onde a
resistência de menor valor (Rm) não influencie demasiadamente a leitura total.

Eletrodos de formato cilíndrico,


devidamente energizados, apresentam
suas linhas de fluxo de corrente
normais à sua superfície, penetrando
no poço sob a forma de um disco
cilíndrico, em direção as camadas.

(Schlumberger, 1989)
LATEROLOG 7 (LL7)
• Foi a primeira ferramenta focalizada

• O LL7 consta de três eletrodos de


corrente: A0 ,A1U e A1L, e quatro
eletrodos de voltagem, M1U ,M2U ,M1L e
M2L, chamados eletrodos de
monitoramento (U denota a posição
superior e L a inferior)
Posição
Os eletrodos A1U e A1U -40”
A1L também são M2U -20”
chamados eletrodos M1U -12”
de bloqueio. A0 0
M1L 12”
M2L 20”
A1L 40”
(Ellis & Singer, 2008)
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO LL-7

• Uma corrente de intensidade


constante é emitida através do
eletrodo AO.

• Através dos eletrodos


bloqueadores A1 e A2, envia-se
uma corrente, com a mesma
polaridade do eletrodo AO, de
modo que os pares monitores
(M1 e M2, M’1 e M’2) sejam
mantidos em um mesmo
potencial. Assim, a corrente é
forçada a penetrar lateralmente
nas camadas.

(Ellis & Singer, 2008)


PRINCÍPIO DE
FUNCIONAMENTO DO LL-7

• A diferença de potencial é medida entre um


dos eletrodos monitores e um eletrodo
localizado na superfície (semelhante ao
sistema elétrico normal).

• Caso a corrente em AO seja mantida


constante, o potencial medido deverá variar
diretamente em função da resistividade da
camada. A corrente penetrará
horizontalmente nas camadas, em forma de
um disco de espessura finita.

(Ellis & Singer, 2008)


Gráficos de correção

(Schlumberger, 1989)

As correções do poço utilizando o Laterolog 7 é um fator


importante para poços de grande diâmetro ou para altos
contrastes entre a resistividade da formação e a resistividade
da lama de perfuração
500

Problema. Corrigir o valor de resistividade de 250 ohm-m obtido de


um perfil laterolog 7, se o poço tem 8” de diâmetro e uma lama de 0,5
ohm-m

Primeiro calculamos a razão (RLL7/Rm) = 500 e entramos com esse


valor no eixo horizontal até cortar a curva de 8” do gráfico

R( LL 7 ) corr
 0,9  R( LL 7 ) corr  0,9  250  225ohm  m
RLL 7
O efeito do poço no LL7
é pequeno num poço de
8 plg. Portanto o registro
não foi corrigido.

A resolução vertical
melhorou se comparado
com os perfis normal e
lateral.

Assim, somente a
invasão que influencia
significativamente as
resposta do LL7

(Ellis & Singer, 2008)


Laterolog 3 (LL3)

O conceito básico do foi proposto no ano


1920’s by Conrad Schlumberger. No entanto
ele foi utilizado no 1950 para uma versão mais
comercial desenvolvida por Henri Doll.

O LL3 consiste de um eletrodo curto central,


fonte da corrente, e dois eletrodos maiores e
simetricos chamados de eletrodos guia (guard
electrodes)

O comprimento dos eletrodos guia varia de 3 a


5 feet de comprimento, sendo de 5 ft o
tamanho mais comum.

Este tipo de focalização é chamado de


focalização passiva.

(Ellis & Singer, 2008)


Neste tipo de perfil focalizado não podemos deixar de fazer as
correções por efeito do poço, segundo apresenta o gráfico
mostrado
O efeito shoulder
(camadas adjacentes)
é maior para o LL3
tanto para camadas
condutivas quanto
para resistivas.

(Schlumberger, 1989)
LATEROLOG 8

A estrutura do LL8 é uma


versão modificada do LL7
com dois eletrodos de
retorno na sonda, acima do
eletrodo principal.

As correntes no LL8 são


assimétricas a causa da
posição algo afastada do
eletrodo A0.

(Ellis & Singer, 2008)


Correções por efeito do poço para o perfil de laterolog 8

Devido a que a ferramenta LL8 detecta as zonas mais rasas, sua


leitura é influenciada pelo efeito do poço e as leitura precisam
ser corrigidas para poços com diametros maiores que 10
polegadas.
O registro LL8 é
ligeiramente assimétrico.

Uma das principais


modificações do LL7 para
a criação do LL8 foi a
diminuição do
espaçamentos entre os
eletrodos, com a finalidade
de fornecer uma medida
rasa da zona invadida.

O menor espaçamento do
LL8 faz que o efeito das
camadas adjacentes seja
menor que o LL7, (ver as
camadas finas)

(Schlumberger, 1989)
A CURVA DE FOCALIZAÇÃO ESFERICA - SFL

Para poder detectar o efeito da zona de


invasão, curvas de média profundidade de
investigação foi necessária, e assim se
criou a curva esférica focalizada.

Nesta ferramenta, o processo de medição


utiliza correntes de focalização que
estabelecem uma configuração esférica
para as superfícies equipotenciais,
adicionando eletrodos de retorno para as
correntes emitidas.

Seu funcionamento está baseado no fato de


que dois pares de eletrodos monitores (M1 -
M2 e M’1 - M’2) são usados para controlar a
corrente de bloqueio, através da
manutenção de um mesmo diferencial de
potencial entre eles. (Schlumberger, 1989)
DUAL LATEROLOG

- O objetivo no desenho do
Dual Laterolog (DLT) foi criar
uma ferramenta que combine
as seguintes características:
- (1) Pequeno efeito do poço
- (2) Boa resolução vertical
- (3)Três raios de investigação

- A informação fornecida pelos


três raios de investigação
permite encontrar a
resistividade da zona invadida
(Rxo), a resistividade da zona
virgem (Rt) e a profundidade
de investigação.
(Schlumberger, 1989)
DUAL LATEROLOG (DLL)

Para obter o terceiro valor de resistividade, foi idealizado um


microdispositivo semelhante ao esférico e montado em um patin e
foi chamado de micro esférico (MicroSFL) e foi utilizado para dar
um estimado da zona lavada (Rxo) para poder detectar as
fronteiras das camadas.

Por tanto, existem duas medições independentes do laterolog, uma


rasa (LLS) e uma medição profunda (LLD), e outra
correspondente ao micro esférico.

A DLT opera em pequenas e finitas frequencias: 35 Hz for LLD and


280 Hz for LLS. O LLS e o LLD tem aproximadamente a mesma
resolução vertical.
O perfil LLD (dual laterolog) pode ter seus valores corrigidos para
camadas finas usando os gráficos de correção. O gráfico mostrado é
um gráfico de correção para o LLD (laterolog Deep) e o parâmetro Rs
corresponde à camada adjacente. Também existem gráficos
semelhantes para a correção do LLS (laterolog Shallow)

(Schlumberger, 1989)
Problema. Corrigir o valor de resistividade de 250 ohm-m de uma
camada de 3 ft se a camada adjacente de folhelhos tem uma
resistividade de 1,25 ohm-m

RLLD 250
  200
RS 1,25

R( LLD ) corr
 1,4  R( LLD ) corr  1,4  250  350 ohm  m
RLLD
Os registros LLS e LLD tem
uma melhor resolução vertical
que o LL7.

No entanto, é evidente que


que ainda existe um certo erro
na estimativa da resistividade
da zona virgem (Rt) nas
zonas invadidas de camadas
finas.

(Ellis & Singer, 2008)


Anomalias nos Registros Elétricos

Existem duas anomalias na interpretação


do LLD, estes efeitos são chamados de
efeito Deleware e efeito Groningen

O efeito Deleware é causado pela quebra


nas assunções que a corrente de retorno
esta localizado no infinito e que o eletrodo
de referencia seja assumido como potencial
zero.

Assim, os primeiros registros DLL


mostravam erroneamente altas leituras
debaixo de camadas de alta resistividade..

(Ellis & Singer, 2008)


Anomalias nos Registros Elétricos

O Efeito Groningen foi detectado


no registro DLL quando mostra um
gradiente de resistividade alto
numa camada condutiva. Isto é
devido a que a corrente flui da
ferramenta até a superfície através
do revestimento metálico.

A presença do revestimento em
camadas de alta resistividade,
incrementa a magnitude do efeito
Groningen.

(Ellis & Singer, 2008)


High Resolution Azimuthal Laterolog Sonde (HALS).

No inicio dos ano 1990,


uma versão modificada do
DLT foi introduzida.

A ferramenta foi chamada


de High Resolution
Azimuthal Laterolog Sonde
(HALS).

Como nota-se na figura, o


registro apresenta uma
melhor resolução vertical.

(Ellis & Singer, 2008)


INTERPRETAÇÃO DO LATEROPERFIL

A trajetória seguida pela corrente elétrica, saída do eletrodo AO, é a de


atravessar em série as zonas do poço já conhecidas como: Rm, Rmc, Rxo, Rt.

Num circuito elétrico em série, a maior


queda de potencial se verifica na zona
de maior resistência.

Assim, a resistividade medida por este


tipo de ferramenta será o resultado
de:
RL = jm Rm + jmc Rmc + jx o Rxo + jt Rt

Esta equação mostra que quando se


tem lama altamente condutiva sua
influência sobre a resposta total,
poderá ser negligível.
INTERPRETAÇÃO DO
LATEROPERFIL

Para encontrar a
resistividade verdadeira da
formação (Rt) e o diâmetro
de invasão (Di) do fluido de
perfuração são utilizados
os gráficos chamados de
tornados.

Dados de entrada:
- Resist. profunda (LLD),
- Resistividade média (LLS)
- Resistividade da zona
lavada (Rxo)
RESUMO DO LATEROPERFIL (LL)

MEDIÇÃO
• Resistividade das camadas através de um sistema de focalização em série,
capaz de ler mais profundamente nas formações. Unidade: Ohm.m;
• Representa uma medição de circuitos em série.
UTILIZAÇÃO
• Leituras de Rt em poços com lama a base de sal (condutiva);
• Melhor resolução de Rt em rochas de alta resistividade (baixa
condutividade);
• Melhor resolução em camada de espessuras maiores que 0,8 m.
PROBLEMAS
• Lama a base de óleo
• Baixas resistividades Rxo > Rt
• Espessuras < 0,8m
Problema: Segundo a seção do perfil mostrado, encontrar a
resistividade da formação e o diâmetro da invasão. A resistividade da
lama (Rm) é 0,05 ohm-m

- Primeiro é definido a zona


de interesse utilizando o
SP (zona verde)

- Posteriormente são
tomados os valores de
resistividade do perfil dual
laterolog – Rxo:

-Os valores de resistividade


são:
Rxo = 0,5 ohm-m
RLLS = 2,0 ohm-m
RLLD = 5,0 ohm-m
Com estas três resistividades
encontramos os valores dos
eixos x e y do tornado.

RLLD 5 RLLD 5
  10   2,5
Rxo 0,5 RLLS 2

Rt
 15  Rt  15  0,5  7,5ohm  m
Rxo

O diâmetro de invasão
está definido entre as
linhas tracilhadas (azul)
localizado entre 40 e 50,
isto é: di = 43 polegadas
Perfil de Microresistividade

• Microperfil (ML)
• Microlateroperfil (MLL)
• Proximidade (PL)
• Microesférico Focalizado (MSFL)
Os perfis :
Potencial Espontâneo Resistência de grandes
Elétrico Convencional volumes de Rocha – zona
Elétrico Indução virgem(Rt)-macroresistividades
LateroPerfil
MICRORESISTIVIDADE
Como fazemos para
Miniaturização das macro-
obter a
ferramentas - esferas equipotenciais
microresistividade ??
menores- raio de ação menor

Leitura de Rxo com alta resolução vertical

Todas as ferramentas que investigam volumes pequenos de


rocha produzem uma microresistividade
Os primeiros foram introduzidos no final dos anos 40

A resistividade dos perfis de microresistividades é afetado


pela presença do reboco (mud cake) o qual é pressionada
contra as paredes das formações permeáveis.

O efeito do reboco vai depender da sua espessura, hmc e


da sua resistividade, Rmc. No entanto o reboco pode ser
anisotrópico, com a resistividade paralela as paredes do
poço menor que a resistividade através dele.

A anisotropia do reboco incrementa seu efeito nas resposta


de resistividades.
MICROPERFIL (ML)

Braço extensor

Eletrodos

almofada de borracha
preenchida com óleo (patim)

Face externa com 3


eletrodos: A , M1 e M2
(Ellis & Singer, 2008)
Atravessa o
A envia uma corrente constante I0 reboco e retorna
para uma placa
M’s Receptores locais
metálica atrás do
N Receptor no infinito patim
Esquema
1) Entre M1 e M2 : Microinversa (R1x1 ) – corresponde a uma
lateral de dimensão reduzida
Profundidade de investigação = 1,5 ”

2) Entre M1 e N2 : Micronormal (R2)- uma normal de dimensão


reduzida
Profundidade de investigação = 3,0 –4,0”
Quando a micronormal tem leituras maiores que a
microinversa (separação positiva)  uma zona permeável
é indicada

Quando a micronormal tem leituras menores que a


microinversa (sem separação ou separação negativa ) 
uma zona impermeável é indicada
APRESENTAÇÃO DO MICROPERFIL

1ª faixa GR- Indentificação de litologia.


2ª faixa- microinversa (linha cheia).
3ª faixa micronormal (linha pontilh.).

Separações +, Rxo > Rmi, são


indicativas da presença de reboco
(menos resistivo) defronte à camada.
Esta ferramenta tornou-se obsoleta

provável arenito

provável folhelho

(Ellis & Singer, 2008)


MICROLATEROPERFIL (MLL)
Patim com os mesmos sete eletrodos do LL-7 miniaturizado
concentricamente.

Com a focalização da corrente as linhas de correntes ficam liberadas da


permanência obrigatória dentro dos rebocos condutivos, porque penetram
mais na zona lavada.

- O eletrodo central A0
emite uma corrente I0.

- Pelos dois eletrodos


externos (A1) é enviada
uma outra corrente, de
forma que a diferença
de potencial entre M1 e
M2 seja mantida igual a
zero.
PERFIL PROXIMIDADE (PL)

Contorna o problema do Micro-


lateroperfil quando reboco > 3/8”.

Utiliza o mesmo conceito da focalização


passiva (LL3)

Nos casos de pequena invasão o perfil


Proximidade não é o ideal porque tenderá
a ler Rt > capacidade de penetração
radial.

Sistema de
corrente + potente
PERFIL MICROESFÉRICO FOCALIZADO (MSFL)
MSFL- promove uma configuração esférica na distribuição da corrente
a exemplo da Esférica Focalizada (SFL).

A corrente de focalização ou de bloqueio (IB)


passa de A0 para A1, preferencialmente pelo
reboco, como uma esfera aprox..

A corrente de medição (I0) fica então confinada a


uma trajetória para dentro da formação, onde se
espalha e retorna a um eletrodo (B)

Para que isto seja possível, a corrente de


bloqueio (IB) é ajustada de modo que a voltagem
nos monitores permaneça sempre igual a zero.

Esse sistema minimiza o efeito do reboco e é a


melhor para medir a Rxo
FERRAMENTAS DE
MICRORESISTIVIDADE

Problemas 
• Desmoronamentos/rugosidade
• Rebocos espessos
• Invasão rasa
• Alto contraste Rxo/Rmc favorece a desfocalização da
ferramenta
Interpretação com base nas saturações
Como se comporta uma rocha permoporosa, antes e após a invasão pelo
filtrado da lama??
SWirr SWirr
SWf
MATRIZ MATRIZ SXO
SOM
SOR SOR
ANTES DEPOIS

Swirr = Saturação em água irrdutível (ou residual) nos poros


Swf = Saturação em água móvel ou livre nos poros
Sw = Saturação em água = Swf + Swirr
Som = Saturação em óleo móvel
Sor = Saturação em óleo residual
So = Saturação em óleo total (móvel e/ou residual) = Som + Sor
Sxo = Saturação em filtrado (desloca os fluidos móveis originais)
Fazendo um balanço de massa:

a) Antes da invasão: Swf + Swirr + Sor + Som = 1


b) Após a invasão: Sor + Swirr + Sxo = 1
  
Sxo = 1 - Sor - Swirr
Swirr = const., não se desloca.

Se Swirr apresentar baixos valores podemos simplificar a


equação de Sxo desprezando Swirr:
Sxo = 1 - Sor

Caso a rocha seja de granulometria fina a síltica, ou ainda muito


argilosa, Swirr não é desprezível !!!
n a Rw
Em formações limpas: S w 
 m Rt

e, de modo análogo, a Rmf


Sxo n 
 m Rxo
 
Dividindo-se a primeira pela segunda equação:
 
n
   Sw  a Rw  m Rxo
     m 
 
 Sxo   Rt a Rmf
Arrumando os termos de resistividade e simplificando:
 
n
   Sw  Rxo Rw
   
 Sxo  Rt Rmf
Que é a equação da mobilidade, a qual correlaciona as saturações nas zonas
virgem e lavada.
Analisando esta última equação vemos que temos 3 possibilidades:
1º caso: Sw/Sxo = 1
Sw / (1 - Sor) = 1 ou Sw + Sor = 1

 Isto é, a rocha seria portadora de óleo residual e água, somente.


  
Não há interesse para hidrocarboneto em ambas situações: em uma há
somente óleo residual, e na outra, somente água, o que recomendaria o
abandono da camada sob avaliação.

2º Caso: Sw/Sxo > 1

Isto é, o valor calculado de Sw é maior que o de Sxo:


Sw / (1 - Sor) > 1 ou Sw + Sor > 1
 
Normalmente quando Sw + Sor > 1 deve ter havido algum erro de
interpretação, principalmente no que diz respeito aos valores de Rmf, Rw,
a, m ou n, escolhidos para os cálculos. É uma situação impossível !!
3º Caso: Sw/Sxo < 1

Isto é, o valor calculado de Sw é menor do que o de Sxo.


 
Assim, Sw / (1 - Sor) < 1 ou Sw + Sor < 1, isto é, ainda falta um
certo volume de material para completar os 100% do balanço
das saturações. Obviamente deverá ser o óleo móvel (Som).
 
Conclusão: Zona de interesse comercial com hidrocarboneto.
 
Na prática, este último caso é o mais importante, e
economicamente significante, de todos os três acima
analisados. Assim, quando se tem Sw / Sxo < 1, é porque a
zona tem certamente óleo móvel

Se o filtrado invade deslocando o óleo móvel, este poderá ser


deslocado quando o poço estiver em produção
Na prática, por experiência e estudos estatísticos, admite-se as
seguintes relações (empirical guidelines for Permian Basin of
West Texas):

  Sw  0,8 = Camada não produtora de hidrocarbonetos;


  Sxo
 

Sw
0,6   0,8 = Camada a ser testada para confirmação
Sxo de sua capacidade produtiva;
 
 
Sw = Camada produtora por excelência, sem
 0,6
Sxo necessidade de confirmação através de
testes de formação. Completação imediata.
Referencias Bibliográficas

- Ellis, D. V. & Singer, J. M. Well logging for Earth Scientists.


Springer-Verlag., 2007.
- Rider, M. H., The Geological Interpretation of Well logs.
Gulf Publishing, 1996.
- Schlumberger, Anne. The Schlumberger Adventure. 1982
- Schlumberger. Log Interpretation. Principles/Applications.
1989
- Serra, O., Well logging Handbook., TECHNIP, 2008.
- Tittmam, J. Geophysical Well logging. Academic Press
Inc., 1986.

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