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CURSO: ENGENHARIA

RESPONSABILIDADE SOCIAL E ÉTICA


Prof., Aldenor P da Silva
Aldenor Pereira da Silva
1. Bacharel e Mestre em Filosofia – Universidade
Angelicum, Roma, Itália;
2. Bacharel e Mestre em Teologia – Universidade
Gregoriana, Roma, Itália;
3. Bacharel em Direito – Faculdade de Ciência e
Tecnologia;
4. Pós graduação em Direito Público pela
Faculdade Damásio, São Paulo;
5. Advogado.
AVALIAÇÃO: I CRÉDITO
1) Qual é a relação inicial da ciência com a filosofia e quando se dá a separação
delas? Quais são as principais diferenças entre ciência e filosofia?
2) Analise historicamente a relação entre ciência e técnica. Em seguida,
demarque os possíveis momentos do surgimento da tecnologia e a sua
importância para o desenvolvimento da ciência.
3) Exponha os componentes da ciência, na visão de Luiz Silva Oliveira e, em
seguida, mostre a possível relação dialética entre eles.
4) (Analise a expressão da teoria da Escola de Frankfurt: a tecnologia produziu
a razão instrumental )
5) Analise o conceito de Aldeia Global, mencione 4 características e o seu marco
histórico.
6) (Exponha os aspectos positivos e negativos do processo de globalização)
7) Analise o fenômeno da globalização no Brasil, 3 vantagens e 3 desvantagens.
AVALIAÇÃO: II CRÉDITO
1) O que determina que um ato seja considerado moral, imoral, amoral ou não
moral?
2) Explique o sentido das seguintes afirmações e identifique os respectivos
autores;
a) “a essência do bem é a felicidade e a virtude mais importante é a sabedoria”;
b) “age sempre de tal modo que a máxima de sua ação possa sempre valer
como princípio universal”.
3) Quando se pode afirmar que um indivíduo é responsável pelos seus atos ou
se pode isentá-lo total ou parcialmente da sua responsabilidade?
4) Diferenciar: a) Coação externa , coação interna e responsabilidade moral;
5) Analisar:
a) a teoria do imperativo categórico em Kant: o dever pelo dever;
b) um comportamento heterônomo de um comportamento autônomo.
Respostas: avaliação I
1. a) Relação inicial – Ciência e Filosofia. No período grego,
com os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles, deram
importante contribuição para a sistematização da
ciência. Em Aristóteles, a ciência é um conhecimento
verdadeiro, pelas causas, capaz de superar os enganos
da opinião. A filosofia é a ciência que tem como objeto
de estudo, a totalidade do ser e a ciência fragmenta os
objetos da realidade para compreender e inserir no
conjunto da totalidade. No começo, a ciência estava
ligada à filosofia, sendo o filósofo, o sábio que refletia
sobre todos os setores da realidade
Respostas: avaliação I
b) A separação da ciência e filosofia – A partir do
sec., XVII, com a revolução metodológica
iniciada por Galileu, promove a autonomia da
ciência e seu desligamento da filosofia. Aqui,
aparece as ciências particulares (física,
astronomia, física etc.,)delimitando um campo
específico do saber. Cada ciência se ocupa de
um objeto próprio.
Respostas: avaliação I
c) Diferenças entre ciência e filosofia – As
ciências se especializaram e observam “recorte
do real”, enquanto a filosofia jamais renuncia a
considerar o seu objeto do ponto de vista da
totalidade. A visão da filosofia é de conjunto,
relacionando cada objeto com os outros do
contexto em que está inserido. A filosofia não
faz juízo de realidade, como a ciência, mas
juízo de valor, ex: o filme os tempos modernos.
Respostas: avaliação I
2. a)Relação da ciência com a técnica – Ciência e
técnica é uma atividade milenar do esforço do
ser humano em melhorar as suas atividades
do dia-a-dia, tornando menos sofrido o seu
trabalho e superando as técnicas animais
conhecidas. Mas especificamente, foi no
renascimento que a ciência aliou-se à técnica
com o fim de promover a junção entre o saber
e o fazer (teoria x prática)
Respostas: avaliação I
b) Surgimento da tecnologia e sua importância para o
desenvolvimento da ciência – É tbém uma atividade
milenar que utilizou-se de alguns recursos (máquinas,
motores, produção de metais e liga, possibilitando a
evolução da engenharia. Mas foi a partir do sec., XVIII
(com a evolução da física, matemática e da mecânica
etc.,), época da revolução industrial, é que a tecnologia
tornou-se uma ciência aplicada. A tecnologia é fruto da
aliança entre ciência e técnica que para a escola de
frankfurt, produziu a razão instrumental.
Respostas: avaliação I
c) Tecnologia e sua importância para o desenvolvimento da
ciência – Por ser a aplicação da ciência, envolve na sua
parte prática e objetiva o emprego de métodos específicos
para o seu desenvolvimento. A tecnologia depende de
teorias e descobertas científicas, de inventos, patentes,
políticas nacionais e internacionais e propriedades
industriais. A tecnologia faz com que a ciência dê passos
mais elevados e mais longe; possibilita condições para que
o homem possa explicara o espaço e outros mundos; a
tecnologia moderna modelou a sociedade como industrial,
pós-industrial, e, por último, sociedade da informática.
Respostas: avaliação I
3)Analise a expressão da teoria da Escola de Frankfurt, “a
tecnologia produziu a razão instrumental – por ser fruto
da união entre ciência e técnica, é, que, segundo esta
teoria, produziu a razão instrumental, ou seja, esta aliança
proporcionou o agir racional com respeito a fins, conforme
diz Habermas, a serviço do poder político e econômico da
sociedade, baseada no modo de produção capitalista, que
tem como mola propulsora o lucro, proveniente da
produção e da expropriação da natureza. Então, se antes a
razão tinha caráter contemplativo, com o advento da
modernidade, ela passou a ser instrumental.
Respostas: avaliação I
4. a) Aldeia global – está relacionada com a criação de uma
rede de conexões, que, deixam as distâncias cada vez mais
curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de
forma rápida e eficiente
b) Marco histórico – Alguns historiadores dizem que este
processo teve início nos secs., XV e XVI, com as
navegações e descobertas marítimas. Porém, outros
afirmam que a globalização efetivou-se no final do sec.,
XX, logo após a queda do socialismo, no leste europeu e
na União Soviética. Em 1970, com o neo-liberalismo
impulsionou o processo de globalização econômica
Respostas: avaliação I
c) Características – conquista de novos mercados consumidores,
principalmente dos países recém saídos do socialismo;utilização
de recursos tecnológicos para baratear os preços e estabelecer
contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente;
uso de internet, rede de computadores etc.; implantação de
indústrias em países cuja mão-de-obra e matéria primas são
mais baratas, cujo objetivo é baratear o seu produto; as
instituições financeiras criam um sistema rápido e eficiente
para favorecer a transferência de capitais e comercialização de
ações em nível mundial; investimentos e transferências
bancárias, podem ser feitas em questão de segundos através da
internet ou de telefone celular.
Respostas: avaliação I
5. a) Aspectos positivos – foi importante no combate a inflação e
ajudou a economia ao facilitar a entrada de produtos importados;o
consumo teve acesso a produtos de melhor qualidade e mais
barato, assim como, produtos nacionais mais acessíveis e de melhor
qualidade; atrai investimentos de outros países, traz
desenvolvimento tecnológico, melhora o relacionamento com
outros países, potencia as trocas comerciais internacionais e abre as
portas para diferentes cultura.
b) Pontos negativos – concentração de riqueza: a maior parte do
dinheiro fica em países mais desenvolvidos e apenas 25% dos
investimentos internacionais vão para as nações em
desenvolvimento; aumento do desemprego; pode contribuir para
desvalorizar a cultura nacional de um determinado país.
Respostas: avaliação I
6. Globalização no Brasil – a) ocorreu já na época do descobrimento.
Mas somente a partir da década de 1990 que a globalização passou
a ter um maior impacto na economia brasileira, com o neo-
liberalismo (que visava a mínima intervenção do Estado na
economia, intensificando, assim, o processo de privatização das
empresas estatais e a intensa abertura para o capital externo; com a
abertura de capitais, houve mais inserção das indústrias e
companhias multinacionais no Brasil; ampliou o mercado
consumidor; surgimento de mão de obra e matérias primas baratas;
maior produção de emprego, porém com condições de trabalhos
mais precarizadas; produção e venda de maior número de aparelhos
tecnológicos; maior concentração de renda de 1990 a 2000 e
precarização do trabalho.
Respostas: avaliação I
b) Vantagens – acesso a produtos internacionais, muitas vezes
mais barato sou melhores do que os fabricados no Brasil;
integração do Brasil no mercado financeiro internacional;
investimentos de estrangeiros na bolsa de valores.
c) Desvantagens – Estes produtos, muitas vezes entram no
mercado brasileiro com preços muito baixos, provocando uma
competição injusta com os produtos nacionais, levando
empresas à falência e gerando desemprego em nosso país, ex:
produtos chineses que entram no Brasil com preços baixos; fuga
de investidores do mercado financeiro, quando, em tempos de
crise, retiram dinheiro, provocando queda nos valores das ações
e diminuição de capitais para investimentos.
Respostas: avaliação I
3) Exponha os componentes da ciência, na visão de Luiz Silva
Oliveira e, em seguida, mostre a possível relação dialética
entre eles.
- As ciências possuem:
a) Objetivo ou finalidade – a ciência visa estabelecer a
distinção das características comuns ou das leis que regem
as relações de causa e efeito dos fenômenos;
b) Função – a principal é o aperfeiçoamento do conhecimento
em todas as áreas para tornar a existência humana mais
significativa.
Respostas: avaliação I
- Objeto – subdividido em:
- Formais – os objetos das ciências formais ou puras são as idéias. Seu método
é a dedução, e seu critério de verdade é a consistência ou não contradição
de seus enunciados. Todos os seus enunciados são analíticos, isto é,
deduzidos de postulados ou teoremas;
- Factuais – os objetos das ciências factuais ou aplicadas, são materiais, seu
método é a observação e a experimentação e, em segundo lugar, também a
indução e seus critério de verdade é a verificação. Os enunciados das
ciências factuais são predominantemente de síntese, embora haja também
enunciados analíticos.
- A dialética é a dinâmica permanente de superação dos enunciados e o
surgimento de novos argumentos a partir de teses, antíteses e sínteses
(podem citar pensadores como Heráclito, a dialética do devir, Hegel, a
dialética da superação etc.)
EMENTA
História da Filosofia. Visão científica e
tecnológica. Impactos e conceituação da
globalização dos mercados e do
desenvolvimento social, os incluídos e os
excluídos. Contradições da globalização e da
relação capital – trabalho. Economia e poder
político: conceituação crítica, impactos
positivos e negativos. Ética. Sujeito moral.
Responsabilidade moral. Os valores.
BIBLIOGRAFIA
ARANHA,M.L.A.; MARTINS, M.H.P. Filosofando:
Introdução à filosofia. Ed. São Paulo:
Moderna, 2003
VÁZQUEZ, Adolfo Sánehez. ÉTICA. Ed. 8ª, RJ:
Civilização Brasileira, 1985.
ARRUDA, Maria Cecilia Coutinho de.
Fundamentos da ética empresarial e
econômica. São Paulo: Atlas, 2001.
BIBLIOGRAFIA
ARANHA,M.L.A.; MARTINS, M.H.P. Filosofando:
Introdução à filosofia. Ed. São Paulo:
Moderna, 2003
VÁZQUEZ, Adolfo Sánehez. ÉTICA. Ed. 8ª, RJ:
Civilização Brasileira, 1985.
ARRUDA, Maria Cecilia Coutinho de.
Fundamentos da ética empresarial e
econômica. São Paulo: Atlas, 2001.
BIBLIOGRAFIA
MOREIRA, Joaquim Manhães. A ética empresarial no
Brasil, São Paulo: Pioneira, 2002
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia
científica. São Paulo: Pioneira, 1997
CHAUI, Marilena. Introdução à história da filosofia. São
Paulo: Companhia das Letras, 2002
BOFF, Leonardo. Ética e moral: a busca de fundamentos.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2007
VALLS, Álvaro, L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense,
1991
BIBLIOGRAFIA
ALBERONI, Francisco. O altruísmo e a Moral. São
Paulo, Sodiler, 1991.
CARAVANTES, Geraldo Ronchetti. Contexto e Ética.
O perfil do novo administrador, 2, ed. Porto
Alegre: Pallotti, 1991.
PASSOS, Elizete Silva. Ética nas organizações, São
Paulo: Atlas, 2004.
SÁ, Antônio Lopes de. Ética Profissional. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
OBJETIVOS
• Criar as condições para que os discentes
compreendam criticamente as relações entre
filosofia, ciência, ética e responsabilidade social.
• Discutir as bases ético epistemológicas da ciência
e os questionamentos éticos ao seu fazer e
resultados na colaboração com a tecnologia.
• Compreender as relações entre técnica,
tecnologia e ciência à luz da ética.
METODOLOGIA
• O curso será desenvolvido por meio de aulas
expositivas, dinâmicas de grupo, além de
estudos dirigidos fundados em textos pré-
definidos.
AVALIAÇÕES: DATAS
I Crédito: a definir/2020
II Crédito: a definir/2020
--------------------------------------------------------------

Provas finais:
RECOMENDAÇÕES
1. proibido uso de tel. cel. ou notebook durante as aulas, salvo sob a
orientação do professor, se necessário à pesquisa sobre assuntos
da aula;
2. as avaliações escritas serão feitas de caneta preta ou azul;
3. haverá o devido controle de faltas no meio ou no final da aula;
4. ao aluno que, por ventura, chegar depois de 20 min., após o início
da aula, será computado somente uma presença;
5. atestado médico, trabalho etc., não é requisito para abono de
faltas, apenas justifica, e cabe ao prof., da disciplina, avaliar se é
cabível ou não;
6. O limite de ausência do acadêmico na aula, no caso de disciplina
de 30h, é de 07 faltas;
BREVE HISTÓRIA DA FILOSOFIA
1) Período pré-filosófico: consciência mítica,
cap. 6 do livro – Filosofando.
- Modo intuitivo de explicar o universo
através de metáforas (lendas, relatos etc).
- É uma intuição compreensiva da realidade e
uma forma espontânea de o homem situar-
se no mundo.
BREVE HISTÓRIA DA FILOSOFIA
- A sua função não é, primordialmente, explicar
a realidade, mas acomodar e tranqüilizar o
homem em um mundo assustador.
2) Período filosófico ( antropocêntrico)
- Sofistas: (V a.C.) revolucionário do saber.
Deram importante contribuição para
sistematização da ciência e para a difusão da
democracia.
BREVE HISÓRIA DA FILOSOFIA
- Formaram um currículo de estudos: gramática,
retórica e dialética
- E, por influência de Pitágoras, desenvolveram a
aritmética, a geometria, a astronomia e a música.
- Sócrates (V a.C.) – “só sei que nada sei”
- Método socrático: Ironia (perguntar) e Maiêutica
(parto)= desconstrução do saber constituído para
definir novos conceitos.
BREVE HISTÓRIA DA FILOSOFIA
- Platão (V a.C) – A República (mito da caverna).
a) A análise do mito pode ser feita pelo menos sob
dois pontos de vista: o epistemológico (relativo
ao conhecimento) e o político (relativo ao poder).
b) Segundo a dimensão epistemológica, o mito da
caverna é uma alegoria a respeito das duas
principais formas de conhecimento : na teoria
das idéias, Platão distingue o mundo sensível, dos
fenômenos. E o mundo inteligível, das idéias.
BREVE HISTÓRIA DA FILOSOFIA
- Aristóteles (IV a.C.) – Discorda do mundo das
idéias de Platão.
a) Critica o mundo separado das idéias
platônicas.
b) Ciência – conhecimento verdadeiro,
conhecimento pelas causas, capaz de superar
os enganos da opinião e de compreender a
natureza do devir
BREVE HISTÓRIA DA FILOSOFIA
c) A teoria aristotélica se baseia em três distinções
fundamentais:
- substância-essência-acidente
- ato-potênccia.
- forma-matéria.
Aristóteles “traz as idéias do céu à terra”, rejeita o
mundo das idéias de Platão, fundindo o mundo
sensível e o inteligível ao conceito de substância.
(Cf. Filosofando, capt. 10).
CONCEITO DE FILOSOFIA
1) Pitágoras (VI a.C): philos-sophia=“amor à
sabedoria”= procura da verdade.
2) Platão (V a.C): admiração=capacidade de
problematizar. A filosofia não posse da
verdade, mas busca.
3) Aristóteles (V a.C): procura das primeiras às
últimas causas. Causas físicas e metafísicas. É
a busca dos porquês.
CONCEITO DE FILOSOFIA
- A filosofia é a ciência que tem como objeto de
estudos a TOTALIDADE do ser.
- A filosofia é uma tentativa do espírito humano
para chegar a uma concepção do universo por
meio da auto-reflexão sobre as suas funções
de valor teórico e prático (HESSEN, J. Teoria do
conhecimento, p. 15)
CONCEITO DE FILOSOFIA
4) Kant (XVIII): a filosofia é uma atitude, um
pensar permanente. É um conhecimento
instituíste, no sentido que questiona o saber
instituído.
A FILOSOFIA E A CIÊNCIA
1) No começo, a ciência estava ligada à filosofia,
sendo o filósofo o sábio que refletia sobre
todos os setores da indagação humana. Nesse
sentido, os filósofos Tales e Pitágoras eram
também geômetras, e Aristóteles escreveu
sobre física e astronomia.
A FILOSOFIA E A CIÊNCIA
2) Na ordem do saber estipulado por Platão, o
homem começa a conhecer pela forma
imperfeita da opinião (doxa), depois passa
para a forma mais avançada da ciência
(episteme), para então ser capaz de atingir o
nível mais elevado do saber filosófico.
A FILOSOFIA E A CIÊNCIA
3) Na ordem do saber estipulado por Platão, o
homem começa a conhecer pela forma
imperfeita da opinião (doxa), depois passa
para a forma mais avançada da ciência
(episteme), para então ser capaz de atingir o
nível mais elevado do saber filosófico
O NASCIMENTO DA CIÊNCIA
- Ocorre a fragmentação do saber – cada ciência
se ocupa de um objeto específico:
- À física cabe investigar o movimento dos
corpos; à biologia, a natureza dos seres vivos; à
química, as transformações substanciais, etc.
- Além da delimitação do objeto da ciência, se
acrescenta o aperfeiçoamento do método
científico.(Cf. capts. 14 e 15 do livro
Filosofando).
O NASCIMENTO DA CIÊNCIA
- As afirmações da ciência são chamadas juízos
de realidade: como os fenômenos ocorrem,
quais as suas relações e como prevê-los.
- A questão que se coloca é: o que resta à
filosofia, se ao longo do tempo, foi “esvaziada”
do seu conteúdo pelo aparecimento das
ciências particulares?
O NASCIMENTO DA CIÊNCIA
- RESPOSTA – A filosofia continua tratando da
mesma realidade apropriada pelas ciências.
- A diferença é que as ciências se especializaram
e observam “recorte” do real, enquanto a
filosofia jamais renuncia a considerar o seu
objeto do ponto de vista da totalidade
- A visão da filosofia é de conjunto –
relacionando cada aspecto com os outros do
contexto em que está inserido.
O NASCIMENTO DA CIÊNCIA
- Portanto, a filosofia não faz juízo de realidade,
como a ciência, mas juízo de valor.
- O filósofo parte da experiência vivida do
homem trabalhando na linha de montagem,
repetindo sempre o mesmo gesto, e vai além
dessa constatação. Não vê apenas como é, mas
como deveria ser. Julga o valor da ação, vai em
busca do significado dela. Filosofar é dar
sentido à experiência.
CONCEITO DE CIÊNCIA
- FREIRE, Newton, em: A ciência por dentro: Ciência
é um conjunto de descrições e interpretações
sobre um determinado dado da realidade, onde, a
partir de uma metodologia se chega a uma
verossimilhança do conhecimento científico.
- Maria Lúcia de Arruda Aranha, em Filosofando,
Cap. 15 – Aborda o método das ciências:
(Observação, Hipóteses, Experimentação e
Generalização)
COMPONENTES DA CIÊNCIA
- OLIVERIA, Sílvio Luiz – As ciências possuem:
a) Objetivo ou finalidade – a ciência visa
estabelecer a distinção das características
comuns ou das leis que regem as relações de
causa e efeito dos fenômenos.
b) Função – o aperfeiçoamento do
conhecimento em todas as áreas para tornar
a existência humana mais significativa.
COMPONENTES DA CIÊNCIA
Objeto – subdividido em:
- Formais – os objetos das ciências formais ou
pura são os ideais. Seu método é a dedução, e
seu critério de verdade é a consistência ou
não contradição de seus enunciados. Todos os
seus enunciados são analíticos, isto é,
deduzidos de postulados ou teoremas.
COMPONENTES DA CIÊNCIA
- Factuais – os objetos das ciências ou aplicadas,
são materiais, seu método é a observação e a
experimentação e, em segundo lugar, a
indução e seu critério de verdade é a
verificação. Os enunciados das ciências
factuais são predominantemente de sínteses,
embora haja enunciados analíticos.
COMPONENTES DA CIÊNCIA
Método – dialético: TESE (definição do tema), obtida pela
resposta; ANTÍTESE (nova pergunta; SÍNTESE (resposta
plausível)
Precursores da dialética: Sócrates (Ironia e Maiêutica);
Hegel (parafraseando Heráclito diz que no universo tudo é
movimento e transformação e nada permanece como é.
O químico francês Lavoiser diz: na natureza nada se cria,
tudo se transforma. ( Assunto extraído do livro Tratado de
Metodologia Científica de Sílvio Luiz de Oliveira, São
Paulo: Pioneira, 1997, pp. 47-69.
TÉCNICA E TECNOLOGIA
- A técnica envolve procedimentos humanos, ela é uma arte, pode ser
considerada uma ciência. Ela compreende um conjunto de processos,
normas ou regras aptas a conduzir uma atividade com eficácia.
- Podemos citar vários exemplos de técnicas, da mais arcaica até a mais
atual, como as técnicas de plantio, de caça utilizando arco e flecha
entre outras.

A tecnologia envolve a utilização científica de ferramentas, máquinas e


demais instrumentos que auxiliam no conhecimento humano. Uma vez
munido desses elementos o ser humano desenvolve com maior
habilidade as suas atividades e domina o seu meio. Com a tecnologia é
possível utilizar a técnica com maior ciência, pois ela compreende todo
o processo dinâmico que a técnica necessita para a sua aplicação.
TECNOLOGIA
- É uma atividade dos esforços do ser humano
em melhorar as suas atividades do dia-a-dia,
tornando menos sofrido o seu trabalho e, com
isso, superando as técnicas animais conhecidas
- Se utiliza de alguns recursos como é o caso dos
instrumentos, máquinas, motores, produção de
metais e ligas, possibilitando a evolução da
engenharia. É a aplicação da razão às
propriedades da matéria e da energia.
TECNOLOGIA
- A partir do século XVIII, quando a comunidade
científica passou a conhecer vários trabalhos
de grandeza científica, e com a evolução da
física, da matemática e da mecânica, no séc.
XIX, época da revolução industrial, é que a
tecnologia tornou-se uma ciência aplicada
TECNOLOGIA
- A tecnologia abrange o estudo sistemático do
trabalho humano em seus múltiplos aspectos, como
o estudo dos metais sobre os quais incide a
produção dos utensílios domésticos, ferramentas,
máquinas, instrumentos e da energia através da
qual a transformação dos materiais é submetida ao
trabalho.
- Por ser a aplicação da ciência, envolve na sua parte
prática e objetiva o emprego de métodos específicos
para o seu desenvolvimento.
TECNOLOGIA
- É a disciplina científica que tem como objetivo
a produção, o desenvolvimento de produtos
de alta qualidade com preços baixos, em
função da competitividade e da globalização
dos mercados, mas que depende de teorias e
descobertas científicas, de inventos, patentes,
políticas nacionais e internacionais e
propriedades industriais.
TECNOLOGIA
- Faz com que a ciência dê passos mais elevados e
mais longe;
- Possibilita condições para que o homem possa
explorar o espaço e outros mundos;
- Combater as pragas, melhorar o setor
agropecuário;
- Apresentar novos desempenhos na área médica
e farmacêutica, como a pílula da mulher que leva
ao orgasmo e o Viagra.
TECNOLOGIA
- É inevitável a tecnologia e aponta para caminhos
de evolução sem precedentes na história da
humanidade: o desenvolvimento de
micromotores, com rolamentos cujas esferas de
aço serão substituídas por partículas atômicas,
motores de cerâmicas para os automóveis, mais
resistentes e mais econômicos, grandes avanços
no campo da fibra óptica e no desenvolvimento
de novos produtos no séc. XXI.
TECNOLOGIA
- Análoga à história da ciência na modernidade, a
tecnologia sofre e causa transformações profundas
de caráter político, econômico, social e filosófico, na
história do séc. XVII em diante. Por isso, Miranda
(2002) afirma que a tecnologia moderna não pode
ser considerada um mero estudo da técnica. Ela
representa mais que isso, pois nasceu quando a
ciência, a partir do renascimento, aliou-se à técnica,
com o fim de promover a junção entre o saber e o
fazer (teoria e prática).
TECNOLOGIA
- A tecnologia é fruto da aliança entre ciência e técnica, a qual
produziu a razão instrumental, como no dizer da Teoria Crítica
da Escola de Frankfurt. Esta aliança proporcionou o agir-
racional-com-respeito-a-fins, conforme assinala Habermas, a
serviço do poder político e econômico da sociedade baseada no
modo de produção capitalista (séc. XVIII) que tem como mola
propulsora o lucro, advindo da produção e da expropriação da
natureza. Então, se antes a razão tinha caráter contemplativo,
com o advento da modernidade, ela passou a ser instrumental.
É nesse contexto que deve ser pensada a tecnologia moderna;
ela não pode ser analisada fora do modo de produção,
conforme observou Marx.
TECNOLOGIA
- A tecnologia é um modo de produção, o qual utiliza
todos os instrumentos, invenções e artifícios e que,
por isso, é também uma maneira de organizar e
perpetuar as vinculações sociais no campo das
forças produtivas.
- Dessa forma, a tecnologia é tempo, é espaço, custo e
venda, pois não é apenas fabricada no recinto dos
laboratórios e usinas, mas recriada pela maneira
como for aplicada e metodologicamente organizada.
TECNOLOGIA
- A tecnologia moderna está inserida e se produziu
num contexto social, político e econômico
determinado, então a nossa visão sobre a
tecnologia e o seu papel na sociedade deverá ser
diferente daquela que prega que a tecnologia é
um “mal necessário”, pois, se compreendemos
que ela surgiu em certo período histórico, ela
não é inerente à condição humana, ou seja, não
é tão antiga quanto à técnica.
TECNOLOGIA
- É necessário fazer uma avaliação crítica sobre a
tecnologia;
- Repensar e redimensionar o papel da tecnologia na
sociedade;
- É necessário dirigir a razão (o pensar) para a emancipação
do homem e não para sua escravidão, como ocorre na
razão instrumental, e também conduzir a razão para
emancipação, com uma maior autonomia da ciência, que
nos tempos modernos tornou-se escrava da tecnologia,
para redefinir qual a função social da ciência, da técnica e
da tecnologia.
TECNOLOGIA
- A história do desenvolvimento tecnológico nos
dá condições suficientes para avaliar as
significações da tecnologia moderna que
modelou a sociedade como industrial, pós-
industrial e, por último, sociedade da
informática
TECNOLOGIA
- Vivemos num mundo em que a tecnologia
representa o modo de vida da sociedade, na
qual a cibernética, automação, engenharia
genética, computação eletrônica são alguns
dos ícones da sociedade tecnológica que nos
envolve diariamente. Por isso, a necessidade
de refletir sobre a natureza da tecnologia, sua
necessidade e função social.
TECNOLOGIA
- PINTO, Álvaro Vieira. O conceito de tecnologia. Rio de
Janeiro: Contponto, v. 2, 2005;
- GARCIA, Marta I. González; CEREZO, José A López y LOPEZ,
José L. Ciencia, Tecnología y Sociedad: una introducción al
estudio social de la ciencia y la tecnología. Madrid:
Editorial Tecnos, 1996;
- BAZZO, Walter Antonio. Ciência, tecnologia e sociedade: e
o contexto da educação tecnológica.
Florianópolis:Ed.daUFSC,1998.
ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/economia/article/view/6511
.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
- Admirável mundo novo - É fazer com que os
computadores pensem como os seres
humanos ou que sejam tão inteligentes
quanto o homem“. o objetivo final das
pesquisas sobre esse tema é conseguir
desenvolver uma máquina que possa simular
algumas habilidades humanas e que os
substitua em algumas atividades.
GLOBALIZAÇÃO
- É um processo econômico e social que
estabelece uma integração entre os países e
as pessoas do mundo todo. Através deste
processo, as pessoas, os governos e as
empresas trocam idéias, realizam transações
financeiras e comerciais e espalham aspectos
culturais pelos quatro cantos do planeta.
GLOBALIZAÇÃO
- O conceito de Aldeia Global se encaixa neste
contexto, pois está relacionado com a criação
de uma rede de conexões, que deixam as
distâncias cada vez mais curtas, facilitando as
relações culturais e econômicas de forma
rápida e eficiente.
 
GLOBALIZAÇÃO: ORIGENS

-  Muitos historiadores afirmam que este processo teve início


nos séculos XV e XVI com as Grandes Navegações e
Descobertas Marítimas. Neste contexto histórico, o homem
europeu entrou em contato com povos de outros
continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais.
Porém, a globalização efetivou-se no final do século XX, logo
após a queda do socialismo no leste europeu e na União
Soviética. O neoliberalismo, que ganhou força na década de
1970, impulsionou o processo de globalização econômica.
 
GLOBALIZAÇÃO: CARACTERÍSTICAS
- Com os mercados internos saturados, muitas
empresas multinacionais buscaram conquistar novos
mercados consumidores, principalmente dos países
recém saídos do socialismo. A concorrência fez com
que as empresas utilizassem cada vez mais recursos
tecnológicos para baratear os preços e também para
estabelecerem contatos comerciais e financeiros de
forma rápida e eficiente. Neste contexto, entra a
utilização da Internet, das redes de computadores,
dos meios de comunicação via satélite etc.
GLOBALIZAÇÃO: CARACTERÍSTICAS
- a outra característica importante da globalização é
a busca pelo barateamento do processo produtivo
pelas indústrias. Muitas delas, produzem suas
mercadorias em vários países com o objetivo de
reduzir os custos. Optam por países onde a mão-de-
obra, a matéria-prima e a energia são mais baratas.
Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos
Estados Unidos, produzido na China, com matéria-
prima do Brasil, e comercializado em diversos
países do mundo.
GLOBALIZAÇÃO
- Para facilitar as relações econômicas, as instituições
financeiras (bancos, casas de câmbio, financeiras)
criaram um sistema rápido e eficiente para favorecer a
transferência de capital e comercialização de ações em
nível mundial.

- Investimentos, pagamentos e transferências bancárias,


podem ser feitos em questões de segundos através da
Internet ou de telefone celular. 
 
GLOBALIZAÇÃO
- Os tigres asiáticos (Hong Kong, Cingapura, e Coreia
do Sul) são países que souberam usufruir dos
benefícios da globalização. Investiram muito em
tecnologia e educação nas décadas de 1980 e 1990.
Como resultado, conseguiram baratear custos de
produção e agregar tecnologias aos produtos.
Atualmente, são grandes exportadores e
apresentam ótimos índices de desenvolvimento
econômico e social.
 
BLOCOS ECONÔMICOS E GLOBALIZAÇÃO

- Dentro deste processo econômico, muitos países se


juntaram e formaram blocos econômicos, cujo
objetivo principal é aumentar as relações
comerciais entre os membros. Neste contexto,
surgiram a União Européia, o Mercosul, a
Comecom, o NAFTA, o Pacto Andino e a Apec. Estes
blocos se fortalecem cada vez mais e já se
relacionam entre si. Desta forma, cada país, ao fazer
parte de um bloco econômico, consegue mais força
nas relações comerciais internacionais.
GLOBALIZAÇÃO: INTERNET, ALDEIA GLOBAL E
A LINGUA INGLESA
- Como dissemos, a globalização extrapola as relações comerciais
e financeiras. As pessoas estão cada vez mais descobrindo na
Internet uma maneira rápida e eficiente de entrar em contato
com pessoas de outros países ou, até mesmo, de conhecer
aspectos culturais e sociais de várias partes do planeta.
- Junto com a televisão, a rede mundial de computadores quebra
barreiras e vai, cada vez mais, ligando as pessoas e espalhando
as idéias, formando assim uma grande Aldeia Global. Saber ler,
falar e entender a língua inglesa torna-se fundamental dentro
deste contexto, pois é o idioma universal e o instrumento pelo
qual as pessoas podem se comunicar.
GLOBALIZAÇÃO DO CRIME
A globalização não existe só na economia mundial, também é
possível ver a sua marca em atividades ilegais como a
prostituição, pedofilia, tráfico de drogas, armas e animais,
aumento de organizações criminosas, "lavagem de dinheiro" e
conseqüente aumento dos "paraísos ficais". O mundo
globalizado enfrenta agora uma nova ameaça, já que as facções
criminosas não têm barreiras geográficas que atrapalhem os
seus objetivos de cometer delitos para o seu próprio bem. Esta
é talvez uma das maiores desvantagens da globalização:
capacitou os criminosos, que usaram a maior facilidade de
trânsito de mercadorias, serviços e pessoas entre os países para
cumprirem os seus propósitos ilícitos
GLOBALIZAÇÃO: ASPECTOS POSITIVOS
- A globalização foi importante no combate à inflação e
ajudou a economia ao facilitar a entrada de produtos
importados. O consumidor teve acesso a produtos
importados de melhor qualidade e mais baratos, assim
como produtos nacionais mais acessíveis e de melhor
qualidade.
- Outra vantagem é que a globalização atrai investimentos
de outros países, traz desenvolvimento tecnológico,
melhora o relacionamento com outros países, potencia
as trocas comerciais internacionais, e abre as portas para
diferentes culturas.
GLOBALIZAÇÃO: ASPECTOS NEGATIVOS
- Uma das maiores desvantagens da globalização é a
concentração da riqueza. A maior parte do dinheiro fica
nos países mais desenvolvidos e apenas 25% dos
investimentos internacionais vão para as nações em
desenvolvimento, o que faz disparar o número de pessoas
que vivem em extrema pobreza, com menos de 1 dólar
por dia.
- Alguns economistas afirmam que nas últimas décadas, a
globalização e a revolução tecnológica e científica (que
são responsáveis pela automação da produção) são as
principais causas do aumento do desemprego.
GLOBALIZAÇÃO: ASPECTOS NEGATIVOS

- A globalização também pode desvalorizar a


cultura nacional de um determinado país,
quando países mais ricos se instalam em
países mais pobres, explorando a matéria-
prima e se aproveitando da mão de obra
barata.
A GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL
- Desde que os europeus chegaram ao que hoje
é chamado de território brasileiro, o Brasil
está inserido no processo de Globalização.
- Entretanto, o consenso é que somente a partir
da década de 1990 que a Globalização passou
a ter um maior impacto na economia
brasileira.
A GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL
- A maior influência da Globalização no Brasil
demarcou também a adoção de um modelo
econômico que visava à mínima intervenção
do Estado na economia, chamado de
Neoliberalismo. Com isso, intensificou-se o
processo de privatizações das empresas
estatais e a intensa abertura para o capital
externo.
A GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL
- O Brasil também deixou de ser denominado
como país de terceiro mundo, uma vez que
essa divisão deixou de ser adotada.
- Passou-se a dividir o mundo em países do
Norte (desenvolvidos) e países do Sul
(subdesenvolvidos). O que não mudou foi a
dependência econômica e a condição de
subdesenvolvimento em que o país se
encontrava.
A GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL
- Com a abertura de capitais, houve maior
inserção das indústrias e companhias
multinacionais no Brasil. Elas aqui se
instalaram para ampliar o seu mercado
consumidor e, também, para buscar mão de
obra barata e maior acesso às matérias-
primas. Isso acarretou uma maior produção
de emprego, porém com condições de
trabalho mais precarizadas.
A GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL
- Além disso, observou-se também a instalação de
indústrias denominadas “maquiladoras”, uma vez
que todo o processo produtivo se fazia em outros
países e apenas a montagem dos produtos era feita
nacionalmente. O intuito das empresas era driblar
os impostos alfandegários e diminuir os custos de
produção, uma vez que a mão de obra em países
subdesenvolvidos como o Brasil costuma ser mais
barata que nos países desenvolvidos.
A GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL
- Em linhas gerais, o que se pôde observar com a
Globalização do Brasil foi a construção de uma
contradição:
- De um lado, o aumento de emprego e a
produção e venda de maior número de
aparelhos tecnológicos;
- Do outro, o aumento da precarização do
trabalho e da concentração de renda,
sobretudo nos anos 1990 e início dos anos 2000.
A GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL
- Por ser um país integrado a economia
mundial capitalista e com conexões culturais
com diversos países do mundo, o Brasil está
participando atividade do mundo globalizado.
ECONOMIA BRASILEIRA E A GLOBALIZAÇÃO

- O Brasil possui uma economia aberta ao


mercado internacional, ou seja, nosso país
vende e compra produtos de diversos tipos
para diversas nações;
ECONOMIA BRASILEIRA E A GLOBALIZAÇÃO

- VANTEGENS: é o acesso aos produtos internacionais,


muitas vezes mais baratos ou melhores do que os
fabricados no Brasil;
- DESVANTAGENS: estes produtos, muitas vezes, entram no
mercado brasileiro com preços muitos baixos, provocando
uma competição injusta com os produtos nacionais e
levando empresas à falência e gerando desemprego em
nosso país.
- Isso vem ocorrendo atualmente com a grande quantidade
de produtos chineses (brinquedos, calçados, tecidos,
eletrônicos) que entram no Brasil com preços muito baixos.
ECONOMIA BRASILEIRA E A GLOBALIZAÇÃO

- Outra questão importante no aspecto econômico é a integração


do Brasil no mercado financeiro internacional.
- Investidores estrangeiros passam a investir no Brasil,
principalmente através da Bolsa de Valores, trazendo capitais
para o país.
- Porém, quando ocorre uma crise mundial, o Brasil é diretamente
afetado, pois tem sua economia muito ligada ao mundo
financeiro internacional.
- É muito comum, em momentos de crise econômica mundial, os
investidores estrangeiros retirarem dinheiro do Brasil,
provocando queda nos valores das ações e diminuição de capitais
para investimentos.
CULTURA BRASILEIRA E GLOBALIZAÇÃO

- No aspecto cultural os pontos são mais positivos


do que negativos. Com a globalização, os
brasileiros podem ter acesso ao que ocorre no
mundo das artes, cinema, música, etc. Através da
televisão, internet, rádio, cinema e intercâmbios
culturais, podemos ficar conectados ao mundo
cultural internacional. Conhecimentos científicos,
artísticos e tecnológicos chegam ao Brasil e
tornam nossa cultura mais dinâmica e completa.
CULTURA BRASILEIRA E GLOBALIZAÇÃO

- Por outro lado, a cultura brasileira sofre com


essa influência musical e comportamental
maciça, principalmente originária dos Estados
Unidos;
- As músicas, os seriados e os filmes da
indústria cultural norte-americana vão
espalhando comportamentos e gostos que
acabam diminuindo, principalmente entre os
jovens, o interesse pela cultura brasileira.
ECONOMIA E PODER POLÍTICO
) CONCEITO: economia pode-se definir como a ciência que estuda como as
1

sociedades usam os recursos escassos e os processos de produção, a troca ou


intercâmbio e consumo de bens e de serviços.
-O termo deriva do grego cujo significado é: “administração do lar ou a família”.

A economia consiste em dar os critérios mais racionais, para que os


recursos existentes escassos sejam repartidos da melhor maneira
possível e de forma
mais eficiente

.
ECONOMIA E PODER POLÍTICO
2) Dentro da economia existem: a microeconomia e a
macroeconomia. A microeconomia estuda os
comportamentos dos indivíduos (consumidores e
produtores) e o mercado onde interagem. A
macroeconomia estuda o resultado dos comportamentos
desses indivíduos. A economia é usada em várias
organizações humanas, sejam públicas ou privadas, além
de domínios como finanças, agricultura, mercado de
trabalho.
Economia e poder político
3) Conceitos básicos: oferta e demanda.
- A oferta são os produtos e tem relação com a quantidade de
produtores capazes de produzi-los.
- A demanda está relacionada com os usuários que querem esses
produtos e estão dispostos a pagar uma quantidade (preço) por eles
num determinado tempo e dentro dos níveis possíveis de preços
determinados pelos produtores. Dependendo do preço terá mais
usuários ou menos.
- O ponto de união entre oferta e demanda é chamada equilíbrio de
mercado.
ECONOMIA E PODER POLÍTICO
4) Em democracias, o Poder político é exercido
pelos eleitos pela maioria dos cidadãos, que é
necessariamente constituída por
trabalhadores não proprietários de meios de
produção social, boa parte dos quais ganha a
vida como assalariados de empresas
capitalistas; ao passo que no capitalismo, o
Poder econômico é exercido pelos capitalistas,
mas não por todos por igual.
ECONOMIA E PODER POLÍTICO
1) Aspectos positivos da economia globalizada:
- maior disponibilidade de poupança, condição necessária para a
elevação da taxa de crescimento econômico;
- maior eficiência nos investimentos, direcionando os recursos
existentes para as oportunidades mais produtivas;
- disponibilidade de instrumentos para melhor gerenciamento
de riscos financeiros, por parte de governos e empresas;
- maior facilidade de financiamento de déficits fiscais, já que os
governos deixam de depender apenas dos mercados domésticos.
ECONOMIA E PODER POLÍTICO
2) Aspectos negativos da economia globalizada:
- Os riscos macroeconômicos da maciça entrada de
capitais nas economias de países em
desenvolvimento merecem especial destaque, em
virtude da rapidez com que suas conseqüências
podem ser sentidas. Cumpre mencionar,
inicialmente, os efeitos cambiais e monetários.
ECONOMIA E PODER POLÍTICO
- a entrada de capitais provocará o efeito de
expansão monetária, com possíveis impactos
sobre a taxa de inflação doméstica.
- trazendo em seu núcleo uma provável
recessão doméstica.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
1) CONCEITO:
a) Responsabilidade social é quando as empresas decidem,
voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais justa
e para um ambiente mais limpo.
b) dois níveis:
- o nível interno relaciona-se com os trabalhadores e, a todas
as partes afetadas pela empresa e que, podem influenciar
no alcance de seus resultados;
- O nível externo são as conseqüências das ações de uma
organização sobre o meio ambiente, os seus parceiros de
negócio e o meio em que estão inseridos.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
- A responsabilidade social implica a noção de
que uma empresa não tem apenas o objetivo
de fazer lucro, mas, trazer benefício financeiro
às pessoas que trabalham na empresa,
também deve contribuir socialmente para o
seu meio envolvente, exemplo, cultura e boas
condições para a sociedade.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
- Existem diversos fatores que originaram o
conceito de responsabilidade social:
- em um contexto da globalização e das
mudanças nas indústrias, surgiram novas
preocupações e expectativas dos cidadãos,
dos consumidores, das autoridades públicas e
dos investidores em relação as organizações.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
- Os indivíduos e as instituições, como
consumidores e investidores, começaram a
condenar os danos causados ao ambiente
pelas atividades econômicas e também a
pressionar as empresas para a observância de
requisitos ambientais e exigindo à entidades
reguladoras, legislativas e governamentais a
produção de quadros legais apropriados e a
vigilância da sua aplicação.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
- Os primeiros estudos que tratam da
responsabilidade social tiveram início nos
Estados Unidos, na década de 50, e na Europa,
nos anos 60. As primeiras manifestações sobre
este tema surgiram em 1906, porém essas não
receberam apoio, pois foram consideradas de
cunho socialista, e foi somente em 1953, nos
Estados Unidos, que o tema recebeu atenção
e ganhou espaço.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
- Na década de 70, começaram a surgir
associações de profissionais interessados em
estudar o tema, e somente a partir daí a
responsabilidade social deixou de ser uma
simples curiosidade e se transformou em um
novo campo de estudo.
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

- Existe também a responsabilidade social


corporativa, que é o conjunto de ações que
beneficiam a sociedade e as corporações que
são tomadas pelas empresas, levando em
consideração a economia, educação, meio-
ambiente, saúde, transporte, moradia,
atividades locais e de governo.
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

- Geralmente, as organizações criam programas


sociais, o que acaba gerando benefícios
mútuos entre a empresa e a comunidade,
melhorando a qualidade de vida dos
funcionários, e da própria população.
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

- Responsabilidade Social Empresarial está


intimamente ligada a uma gestão ética e
transparente que a organização deve ter com
suas partes interessadas, para minimizar seus
impactos negativos no meio ambiente e na
comunidade. As empresas de hoje em dia têm
cada vez mais uma consciência social, o que é
traduzido pela responsabilidade social
demonstrada.
RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

- A responsabilidade social está intimamente


relacionada com práticas de preservação do
meio ambiente. Assim, uma empresa
responsável a nível social deve ser conhecida
pela criação de políticas responsáveis a nível
ambiental, tendo como um dos seus principais
objetivos a sua SUSTENTABILIDADE.
RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

- Etimologicamente, a palavra sustentável tem


origem no latim "sustentare" , que significa
sustentar, apoiar e conservar. O conceito de
sustentabilidade está normalmente relacionado
com uma mentalidade, atitude ou estratégia
que é ecologicamente correta, e viável no
âmbito econômico, socialmente justa e com uma
diversificação cultural. É o bom uso dos recursos
naturais da terra, como a água, as florestas, etc.
ÉTICA
1) CONCEITO: é a teoria ou ciência do
comportamento moral dos homens em
sociedade:
a) Tem uma abordagem científica - os problemas
morais, onde a ética se ocupa de um objeto
próprio: o setor da realidade humana que
chamamos moral;
b) Como ciência – a ética parte de certo tipo de
fatos visando descobrir os princípios gerais
ÉTICA
- Neste sentido, embora parta de dados
empíricos, isto é, da existência de um
comportamento moral efetivo, não pode
permanecer no nível de uma simples
descrição ou registro dos mesmos, mas os
transcende com seus conceitos, hipóteses e
teorias.
ÉTICA
- Enquanto conhecimento científico, a ética deve
aspirar à racionalidade e objetividade mais
completas e, ao mesmo tempo, deve
proporcionar conhecimentos sistemáticos,
metódicos e, no limite do possível,
comprováveis. (VÁSQUEZ, A. S. Ética, capt. I,
pp. 12 a 14)
A ÉTICA E A MORAL
1) Os conceitos de moral e ética, embora sejam
diferentes, são com freqüência usados como
sinônimos.
a) Ética vem do grego = ethos, modo de ser
adquirido, caráter, costume;
b) Moral vem do latim = mos, moralis, referente
ao que é relativo ao costume
ÉTICA E MORAL
- Em sentido amplo – a moral é o conjunto de
regras de conduta admitidas em determinada
época ou por um grupo de homens.
- Nesse sentido, o homem considerado moral
ou imoral é aquele que age bem ou mal na
medida em que acata ou transgride as regras
do grupo.
ÉTICA E MORAL
- A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia
que se ocupa com a reflexão a respeito das
noções e princípios que fundamentam a vida
moral. (ARANHA, M. L. de; MARTINS, M. H. P.
Filosofando, capt 27 – A Moral); ( ARRUDA,
Maria Cecília Coutinho de. Fundamentos de
Ética Empresarial e Econômica, capt.2, p. 41
Doutrinas Éticas
- Platão: O mundo sensível é uma cópia do
mundo ideal;
- Atuar eticamente é atingir o mundo ideal;
- A inteligência bem utilizada conduz ao bem;
- O autêntico sábio procura o ideal e retifica
quando erra.
Doutrinas Éticas
- Aristóteles: Ética é a ciência de praticar o bem. O
bem de cada coisa está definido na sua natureza:
esse bem é uma meta a alcançar. Portanto, do bem
depende a auto-realização do agente, isto é, a
felicidade. O bem do homem é viver uma vida
virtuosa e a virtude mais importante é a sabedoria;
- Toda ação livre tem como finalidade o bem. O bem
é o objeto de nossas aspirações: a felicidade.
Doutrinas Éticas
- A essência da felicidade reside na vida
contemplativa e intelectual.
- Há três tipos de bens: exteriores do corpo e da
alma: os bens da alma são os mais
importantes e são os bens por excelência
Doutrinas Éticas
- A essência da felicidade reside na vida
contemplativa e intelectual.
- Há três tipos de bens: exteriores do corpo e da
alma: os bens da alma são os mais
importantes e são os bens por excelência
DOUTRINAS ÉTICAS
Ética kantiana – Ética do dever (1724-1804).
- Enquanto Sócrates, Platão e Aristóteles tinham
propostas éticas fundamentadas na idéia do bem e
na observação da realidade, para kant o
fundamento da ética era o dever.
- De acordo com kant, aspirar ao bem é egoísmo e o
egoísmo não pode fundamentar os valores morais.
- A única atitude não egoísta é a boa vontade, ou
seja, agir por obrigação.
Doutrinas Éticas
- A boa vontade tem a bondade em si mesma, fundamenta-
se na retidão, na intenção de agir por obrigação, por
cumprir um dever;
- Para que um ato seja bom não basta que seja legal, mas
que seja feito por dever. Caso contrário, não terá valor
moral.
- Isso não significa que a pessoa não deva procurar a
felicidade: “ porque o fato de não estar satisfeito com a
própria situação, de ver-se carregado de preocupações e
desejos, não satisfeitos, poderia representar uma forte
tentação de infringir o dever”.
Doutrinas Éticas
- O que é o dever?
- O dever corresponde à lei que provem da
razão e se impõe a todo ser racional. É uma
espécie de fato que não pode ser deduzido de
um princípio superior:
- Traduz-se na consciência pelo imperativo
categórico.
Doutrinas Éticas
- O imperativo categórico, diferentemente do
imperativo hipotético condicional – se queres isso,
faça aquilo – declara a ação objetivamente
necessária em si mesma, sem relação a nenhuma
finalidade. É um mandato.
- A fórmula: “age sempre de acordo com uma máxima
que possa erigir em lei universal”. Uma máxima que
possa ser erigida em lei universal é racional e
objetiva; aquela que não pode sê-lo permanece
subjetiva e empírica.
Doutrinas Éticas
- Exemplo: roubar não é ético, porque o homem
não pode querer que esta ação – o roubo – se
converta em lei universal.
- De acordo com Kant, não basta atuar conforme
o dever, por exemplo, um comerciante atua
honestamente, de acordo com o dever, é
preciso agir por dever. Agir por dever é a
necessidade de cumprir uma ação por respeito
à lei.
Doutrinas Éticas
- Diz Kant, “Age sempre como se a máxima da
tua ação tivesse que ser erigida em lei
universal da natureza”;
- “Age sempre de tal maneira que trates o
humano, em ti ou em outro, como um fim e
nunca como meio. A idéia de fim aqui é
expressão do dever, não de seu fundamento. A
pessoa deve submeter sua ação à razão, pois é
a razão que torna humano o homem”.
Doutrinas Éticas
- O dever não se impõe exteriormente: provém
da razão que constitui o homem;
- Submeter-se a uma lei estranha (objeto
exterior) é incompatível com a dignidade da
pessoa humana, como ocorria com as éticas
anteriores.
- Qual a questão que fica sem explicação em
Kant? A questão da liberdade
Doutrinas Éticas
- Ser livre é agir sem estar determinado por
causas estranhas, mas determinando cada um
a lei de sua própria ação. Liberdade e ética são
idênticas. O homem é razão e sensibilidade. Se
fosse somente razão, seria sempre ético. Caso
fosse somente sensibilidade, suas ações
estariam sujeitas à heteronímia. Por ser razão
e sensibilidade, a necessidade racional impõe-
se a ele como um dever a cumprir.
Condições da Responsabilidade Moral
- Atos morais são aqueles nos quais podemos
atribuir ao agente uma responsabilidade não só
pelo que se propõe a realizar, mas também
pelos resultados ou conseqüências da sua ação;
- O problema da responsabilidade moral está
relacionado com o da necessidade e liberdade
humanas, pois somente admitindo que o agente
tem certa liberdade de opção e de decisão é que
pode responsabilizá-lo pelos seus atos.
Condições da Responsabilidade Moral
- Não basta julgar determinado ato segundo uma
norma ou regra de ação, mas é preciso examinar as
condições concretas nas quais se realiza, a fim de
determinar se existe a possibilidade de opção e de
decisão necessária para poder imputar-lhe uma
responsabilidade moral.
- Exemplo: roubar é um ato reprovável do ponto de
vista moral e tanto mais se a vítima é um amigo.
- E se tratando de um cleptomaníaco? Continuaríamos
a reprovar a sua ação julgando-o responsável?
Condições da Responsabilidade Moral

- Nestas condições não se pode imputar uma


responsabilidade moral e seria necessário
eximi-lo dela, considerando um doente que
realiza um ato – normalmente ilícito – por não
conseguir se autocontrolar
- Portanto, quais são as condições necessárias e
suficientes para poder imputar a alguém uma
responsabilidade moral por determinado ato?
Condições da Responsabilidade Moral

- a) que o sujeito não ignore nem as


circunstâncias nem as conseqüências da sua
ação; ou seja, que o seu comportamento
possua um caráter consciente;
- b) que a causa dos seus atos esteja nele
próprio e não em outro agente que o force a
agir de certa maneira, contrariando a sua
vontade; ou seja que a sua conduta seja livre.
A Ignorância e a Responsabilidade Moral

- A ignorância é sempre uma condição suficiente para


eximir da responsabilidade moral?
- Ex: o motorista que estava viajando e se chocou com
outro que estava enguiçado numa curva da rodovia,
provocando graves prejuízos materiais e pessoais
pode alegar que não viu o carro que ali estava
estacionado (ignorava a sua presença) porque a luz
dos seus faróis eram muito fraca?
- Neste caso, o motorista ignorava, mas podia e devia
não ignorar, se tivesse feito a revisão dos seus faróis.
A Ignorância e a Responsabilidade Moral

- Ex: a criança, em certa fase do seu desenvolvimento,


quando não acumulou a experiência social necessária e
possui unicamente uma consciência moral embrionária,
não somente ignora as circunstâncias dos seus atos, mas
também desconhece a sua natureza boa ou má.
- Ex: na antiga sociedade grega, as relações propriamente
morais só podiam ser encontradas entre os homens
livres e não podiam verificar entre os homens livres e os
escravos, visto que os escravos não eram reconhecidos
como pessoas
A Ignorância e a Responsabilidade Moral

- Quem dá ao neurótico um objeto que lhe provoca


uma reação específica de cólera não pode ser
responsabilizado pela sua ação se afirma
fundadamente que ignorava estar tratando com um
doente desta natureza, ou que com o objeto em
questão, pudesse provocar nele uma reação tão
desagradável;
- É necessário acrescentar que, não só não as
conhecia, mas que não podia e não tinha a
obrigação de conhecer.
A Ignorância e a Responsabilidade Moral

- Em resumo: a ignorância das circunstâncias, da


natureza ou das conseqüências dos atos humanos
autoriza a eximir um indivíduo da sua
responsabilidade pessoal, mas essa isenção estará
justificada somente quando, o indivíduo em
questão não for responsável pela sua ignorância; ou
seja, quando se encontra na impossibilidade
subjetiva (por razões pessoais) ou objetiva (por
razões históricas e sociais) de ser consciente do seu
ato pessoal
Coação Externa e Responsabilidade Moral

- A segunda condição para que se possa responsabilizar


uma pessoa por um ato é que a causa deste esteja
dentro dele próprio e não provenha de fora (coação
externa), ou seja, de algo ou de alguém que o force –
contra a sua vontade – a realizar o referido ato;
- Quando o agente moral está sob a pressão de uma
coação externa, perde o controle dos seus atos,
sendo-lhe fechado o caminho da eleição e da decisão
pessoais, realiza um ato nem escolhido nem decidido
pessoalmente.
Coação Externa e Responsabilidade Moral

- Ex: um motorista de carro, que roda na cidade à


velocidade regulamentar e que dirige com
habilidade, depara-se de repente com um pedestre
que cruza imprudentemente a rua. Para não
atropelar, vê-se forçado a fazer uma curva brusca e
atropela uma pessoa que, na esquina, esperava o
ônibus.
- Pergunta-se: o motorista é moralmente
responsável? Não, pois a causa do seu ato estava
fora dele.
Coação Externa e Responsabilidade Moral

- Como dizia Aristóteles, a coação externa pode


provir não de algo – circunstâncias imprevistas
– que forcem a agir de certa maneira contra a
vontade do agente, mas de alguém que
consciente e voluntariamente o force a
realizar um ato que não quer fazer, isto é, que
o agente não escolheu e não decidiu.
Coação Externa e Responsabilidade Moral

- Ex: Se alguém, de pistola na mão, force Pedro a escrever


umas linhas em que difama outra pessoa, pode ele ser
considerado responsável pelo que escreveu?
- Ex: Se João tem obrigação de acudir ao seu amigo Paulo,
que se encontra numa situação muito crítica, e Tadeu,
um inimigo seu, lho impede, barrando-lhe o caminho
com o uso de uma força superior à sua, não ficará João
isento de qualquer responsabilidade moral, seja qual for
a gravidade das conseqüências de não ter acudido
Paulo?
Coação Externa e Responsabilidade Moral

- Portanto, a coação externa pode anular a


vontade do agente moral e eximi-lo da sua
responsabilidade pessoal;
- Mas isso não pode ser tomado em sentido
absoluto, porque há casos em que, apesar de
suas formas extremas, sobra-lhe certa
margem de opção, e, por conseguinte de
responsabilidade moral.
Coação Externa e Responsabilidade Moral

- Existe a possibilidade de resistir em alguns


casos, tratando-se de atos cujas conseqüências
afetam profundamente a amplos setores da
população ou à sociedade inteira.
- Ex: o famoso processo Nüremberg contra os
principais dirigentes do nazismo alemão:
nenhum deles aceitou a sua responsabilidade
legal (e, ainda menos, moral) pelos crimes
monstruosos cometidos pelos nazistas.
Coação Externa e Responsabilidade Moral

- Todos eles alegavam ignorância dos fatos ou a


necessidade de cumprir ordens superiores.
- Neste caso, é evidente que a ignorância, em
certos casos, ou a coação, em outros – de
acordo com o que afirmamos anteriormente -,
não podiam absolver os nazistas de sua
responsabilidade penal e, ainda menos, da
moral.
Coação Interna e Responsabilidade Moral

- Em regra o homem só pode ser moralmente


responsável pelos atos cuja natureza conhece e
cuja conseqüências pode prever, assim como por
aqueles que, por se realizarem na ausência de uma
coação externa, estão sob seu domínio e controle.
- Assim, podemos dizer que um indivíduo normal é
moralmente responsável pelo roubo que comete,
à diferença do cleptomaníaco que rouba por um
impulso irresistível.
Coação Interna e Responsabilidade Moral

- O assassinato é reprovável moralmente e quem o


comete contrai, além de outras responsabilidades,
uma responsabilidade moral.
- Mas poderíamos considerar moralmente responsável
o neurótico que mata no momento de crise aguda?
- Neste caso, o sujeito não tem consciência, pelo
menos no momento em que realiza tais atos, dos
motivos verdadeiros, da sua natureza moral e das
suas consegüências.
Coação Interna e Responsabilidade Moral
- Nestes casos, atuam sob uma coação interna a que não podem
resistir e, portanto, ainda que os seus atos possuam a sua causa
no seu íntimo, não são propriamente seus, porque não puderam
exercer um controle sobre eles.
- Estes são casos de coação interna em que o sujeito não pode
resistir de maneira alguma, ( pessoas doentes, que embora se
comportam de maneira normal, mostram zonas de
comportamento que se caracterizam por sua anormalidade, ex;
cleptomaníaco, maníaco, etc.
- Mas existem casos em que é possível resistir a ponto da pessoa
ser responsabilizado moralmente, ex: desejos, paixões, ciúmes
etc.)
A Consciência Moral
- A consciência – como a moral em geral – pertencem
a homens reais que se desenvolvem historicamente;
- A consciência moral é um produto histórico; algo
que o homem cria e desenvolve no decurso da sua
atividade prática e social. Evolui de acordo com as
exigências do desenvolvimento social.
- A consciência moral do burguês, na França do séc.
XVIII, já não podia ser a do nobre decadente da
corte de Luís XVI
A Consciência Moral
- Somente em sociedade o indivíduo toma consciência
do que é permitido e proibido, do obrigatório e do
não obrigatório num sentido moral.
- Portanto a consciência moral, é o produto de um
longo processo de desenvolvimento da humanidade.
Tem caráter social e não biológico, porque na
interioridade da sua consciência o sujeito não escuta
apenas a sua própria voz, mas também a da
sociedade que lhe proporciona os princípios e as
normas morais conforme as quais julga e avalia.
A Consciência Moral
- A consciência moral efetiva é sempre
consciência de um homem concreto
individual, mas, por isso mesmo, de um
homem que é essencialmente social.

OBRIGADO!

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