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FUNRURAL

(Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural)


O Funrural é um imposto previdenciário que incide sobre o
valor bruto da comercialização da produção rural. Ele funciona como
o INSS para o trabalhador rural e é obrigatório para produtores
pessoas jurídica e física.
Ele foi criado com o objetivo de financiar a previdência. Com a
Constituição de 1988, os trabalhadores rurais foram incluídos no
Regime Geral de Previdência Social. A partir disso, os trabalhadores
deveriam recolher 20% do Funrural sobre a folha de pagamento.
Apenas os produtores sem funcionários permaneceram pagando o
imposto sobre a comercialização da produção.
Em 2011, o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou inconstitucional a cobrança do
imposto. Em 2017, o Funrural foi constitucionalizado, e seu recolhimento se
tornou obrigatório.
Até 2018, o Funrural era necessário para que o empregador rural pudesse se
aposentar. Ele substituía os impostos de renda pagos sobre a folha de salário.
Atualmente o pagamento do Funrural não garante ao produtor rural a
aposentadoria. Para receber o benefício, quem produz deve contribuir também
com o INSS. Ou seja, é preciso contribuir para o INSS individualmente para
adquirir o direito de se aposentar. O Funrural é uma contribuição para a
previdência como um todo.
O Funrural é uma contribuição recolhida para o INSS, RAT (Risco Ambiental do
Trabalho) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).
Atualmente, essa contribuição pode ser calculada sobre a
comercialização da produção ou sobre a folha de pagamento.
Se o produtor rural tem CNPJ e vende o produto para outra
pessoa jurídica, o Funrural será recolhido por quem vende. Se o
produtor for pessoa física e vende sua produção para pessoa jurídica,
o imposto deve ser recolhido pelo comprador, ou seja, pela pessoa
jurídica. Assim, produtores “pessoa jurídica” devem recolher o
imposto quando comprar produtos de outros produtores pessoa
física, mas também recolhe no momento da venda das suas próprias
mercadorias.
Existem três tipos de pessoas que recolhem o Funrural: Produtor rural
pessoa física que não tem empregados; Produtor rural pessoa física que
tem empregados; Produtor rural pessoa jurídica que tem empregados.
O que está valendo para o ano de 2022 é:
- Produtores rurais pessoa física pagarão uma alíquota de 1,5% (1,2% INSS
+ 0,1% RAT + 0,2% Senar) e está em vigor desde 1 de janeiro de 2018.
- Produtores rurais pessoa jurídica pagarão alíquota de 2,05% (1,7% INSS +
0,1% RAT + 0,25% Senar), válida desde 18 de abril de 2018.
- Quem optar por recolher o Funrural pela folha de pagamento, pagará
alíquota de 20%.
Existem multas para quem não paga o Funrural e variam de 75% a 225% do
tributo devido. Segundo a Receita Federal, a dívida dessa contribuição está em
cerca de R$ 11 bilhões. A contribuição deve ser paga relativa à folha de
janeiro. Esse percentual é retido pela empresa que adquire o produto. Se o
produtor resolver fazer o pagamento do boleto relacionado à folha de salários,
automaticamente é desvinculado do Funrural e paga com base na folha. E até
o final do ano ele deve pagar o percentual sobre a sua produção.
Atualmente sobre alguns produtos não há mais a cobrança do Funrural na
comercialização (entretanto, o valor devido ao Senar (Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural) não está isento), incluindo: Pecuária de cria, recria e
engorda (macho e fêmea); Sêmens; Florestas plantadas; Sementes; Leitão;
Pintinhos.
Nota Fiscal de Produtor
Rural
A Nota fiscal de produtor, conforme Decreto Estadual n.º
1.980/07, estabelece o reconhecimento do Produtor Rural como um
empresário, sem os ônus fiscais das demais atividades econômicas.
É um documento obrigatório para registrar as operações de
venda da produção agropecuária, assim como no transporte das
mercadorias, mesmo de uma propriedade para outra e comprova a
condição de produtor rural perante a previdência social e outros
órgãos federais.
Para o produtor obter autorização para emitir a Nota Fiscal de
Produtor, deverá se dirigir à Prefeitura de seu município para obter a
Inscrição Estadual. Para atender às exigências, o produtor rural, ou pescador
profissional, deverá se cadastrar na Prefeitura de origem da propriedade,
fornecendo os seus dados, de sua propriedade, dos agregados envolvidos
com a produção (cônjuges, filhos, parentes e sócios). Esta inscrição servirá
como comprovante para obtenção de isenção de ICMS incidente no consumo
de energia elétrica rural. Por meio de um convênio, todas as Prefeituras
Municipais do Estado Paraná estão autorizadas pela Secretaria da Fazenda a
emitir para o produtor a Nota Fiscal de Produtor, gratuitamente. A Prefeitura
também poderá autorizar o produtor a confeccionar, na gráfica, com seus
recursos próprios
O produtor rural deve sempre preencher a Nota Fiscal de Produtor quando:
• promover a saída de bem ou mercadoria da propriedade;
• realizar vendas de mercadorias;
• do transporte das mercadorias.
Quase todos os produtos agropecuários são diferidos. Isto é, o produtor não recolhe o imposto,
desde que venda com Nota Fiscal de Produtor e receba do comprador uma cópia da Nota Fiscal
de Entrada.
As operações de venda, de circulação dos produtos produzidos na propriedade, se não
estiverem acompanhadas da Nota Fiscal de Produtor, quando detectada pela fiscalização do
ICMS, perdem a condição de produto diferido e o produtor passa a ser o responsável pelo
pagamento do imposto. Isto é, quando não emitir Nota Fiscal de Produtor, o produtor fica
sujeito a pagar o ICMS e multa de até 30% sobre o valor da mercadoria.

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