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MEMÓRIAS PRESERVADAS:ARTE

NO CAMPO DE TEREZIN
NOMES:BEATRIZ BEATRIZ R. PAUXIS(2°EM) ISABELA KANAIAMA(1°EM) LUCAS
BENKE(2°EM) LUÍSA FERREIRA(1°EM) E MARIA LUISA CENCIANI(1°EM)
ORIENTADORA: LEILA FELIPPE DE FREITAS
INTRODUÇÃO

• O trabalho tem como objetivo comparar


desenhos de adultos e crianças, feitos no campo de
concentração de Terezin, e a partir dessa análise,
compreender melhor a história desse local.

• A importância do tema escolhido é dada pelo fato


de que a partir da observação dos desenhos feitos
pelos indivíduos que viviam no campo, podemos
perceber o ponto de vista dos autores, além de
entender o que é peculiar desse local.

A preservação da memória é a preservação da própria Humanidade


Referencial Teórico 

Michael Pollak- Memória, Esquecimento, Silêncio• 1989-  neste trabalho o autor


ressalta que a memória não se resume à vida de uma pessoa, mas também é uma
construção coletiva, um fenômeno construído, organizado a partir do presente, e em
parte herdada. 

E  a professora Ecléa Bosi,  no seu livro  “O campo de Terezin”- Dossiê Memória  de


1999, que retrata as especificidades do campo mostrando-o  como uma área de
confinamento de judeus com contornos especiais.
Metodologia

Pesquisa bibliográfica
A escolha de desenhos feita com o auxílio do professor de
Arte, Hilton Mercadante.
Análise de desenhos feitos por crianças e adultos;
Estudo da história do campo de Terezin;
A vida e história de artistas que passaram e pintaram no
campo;
CAMPO DE TEREZIN E SUAS
ESPECIFICIDADES
• O local tem uma história que o destaca dos outros campos, por ser um
lugar em que os judeus eram incentivados a fazer obras de arte.
• Para entender o que aconteceu em Terezin precisamos conhecê-lo. A
antiga fortaleza localizada ao norte de Praga na Republica Tcheca foi
tomada pela Alemanha durante a Segunda Guerra e foi transformada
em prisão antes de se tornar um campo de concentração.
CAMPO DE TEREZIN E SUAS
ESPECIFICIDADES
• O local foi considerado pelos nazistas como um “campo modelo”, segundo a divulgação
o lugar teria condições ideais para abrigar o gueto judeu, seria uma cidade-modelo para
estabelecimento da população judia que era deportada de vários países na Europa.
• Apresentado como um “campo cultural” ao invés de um campo de concentração,
Terezin parecia um local em que a comunidade judaica poderia viver em segurança,
onde poderiam assistir peças de teatro, exposições de arte e até concertos de música,
tudo a fim de criar uma imagem falsa com o intuito de provar à Cruz Vermelha que os
judeus eram bem tratados 
CAMPO DE TEREZIN E SUAS
ESPECIFICIDADES
• No inicio, cientistas, filósofos, artistas e demais foram voluntariamente morar em
Terezin, eram obrigados a cederem seus bens ao regime, em troca receberiam
alojamentos, comida e atendimento médico, em pouco tempo essas pessoas
descobririam que na verdade estavam sendo levadas a um campo de concentração.
• A quantidade de artistas presentes no lugar fez com que algumas de suas artes
fossem feitas de propaganda nazista, porém, houve também uma arte subterrânea,
de resistência à violência e denúncia, que era feita clandestinamente.
CAMPO DE TEREZIN E SUAS
ESPECIFICIDADES
• Por um período de três anos esse campo irá abrigar mais de 150 mil
judeus, incluindo aproximadamente 11 mil crianças.
• Durante esse período muitos morreram de fome, doenças e
epidemias.
• O final do campo foi dado em maio de 1945 com a chegada dos
Aliados, apenas 16 mil pessoas sobreviveram.
FRIEDL DICKER

• Friedl foi a professora que orientou os trabalhos das crianças na tentativa desviar a
atenção da crueldade que os menores estavam vivendo dentro do campo e mostrar que a
arte também podia ser uma forma de resistência.
• Friedl também realiza exercícios rítmicos com as crianças que desenhavam a partir de
uma batida na mesa ou de um ritmo feito com a voz.
• Contava histórias para que pudessem desenhar, outra vezes pedia que desenhassem
coisas que lembravam de suas vidas antes do campo, ou que estavam vendo pela janela.
• Lançava proposta de desenhos para as crianças, por isso é possível notar estas temáticas
nas obras, "carrossel" “brincar”, “vaso de flores”.
• No campo de Terezin foram feitas diversas
obras de arte, selecionamos alguns dos
desenhos produzidos por crianças e
adultos, com o principal objetivo de
MEMÓRIAS
PRESERVADAS analisar, por meio de observações,
semelhanças e diferenças entre as obras.
• Buscamos escolher obras que ressaltassem
o dia a dia das vítimas.
HANA ZIEGLEROVÁ
Nascida em 1933, na Boêmia
Central, atual na República
Tcheca. Foi assassinada durante
seu tempo em Auschwitz em
1944.

O tema da obra é “conto de fadas”.


Podemos observar um dragão e uma “princesa”.
Ao se analisar a figura do dragão representado, é possível imaginar uma simbologia diferente e obscura. Pensando
no contexto em que o desenho foi feito, o dragão pode ter sido representado de acordo com algo reprimido ou
inconsciente da criança, como um medo ou perigo que seja mais poderoso do que ela.
Hana, a princesa é caracterizada no meio da escuridão. A presença de sombreamento e escuridão também pode
significar a opressão.
RUTH HEINOVÁ
Nasceu em Praga, na atual
República Tcheca, em 1934. Ruth
foi designada a Terezin em 1942,
com 8 anos, onde ficou por 2 anos
até ser deportada para Auschwitz
em 1944.

Ruth desenhava muito sobre a sua memória e expressão pessoal, (FERNANDES, 2015) temas incentivados por Friedl. A
maioria dos trabalhos são de 1944, quando tinha 10 anos.
Podemos observar um número 12 invertido, provavelmente era uma folha já numerada.
O céu preto em comparação às cores coloridas presentes no desenho pode ter sido adicionado inconscientemente  por
Ruth, representando a morte.
LEO HASS
Um pintor alemão, nascido 1901 no Império Austro-Húngaro, estudou na
Academia de Belas Artes. Ele foi deportado para o campo de Terezin em 1942
junto de sua esposa.

Dentro do campo ele se juntou a um grupo de pintores, que conseguiu


contrabandear desenhos mostrando a crueldade que sofriam para países
estrangeiros neutros, o grupo foi descoberto e os integrantes foram mandados
para uma prisão especial, na qual apenas Leo voltou com vida. Hass escondeu
mais de 400 obras no sótão de uma caserna durante seu tempo no campo de
Terezin.

A obra se refere ao comboio de crianças vindas da cidade polonesa de Bialystok. Nela é possível observar diversas
crianças sendo levadas por dois indivíduos, um aparenta ser um soldado nazista, enquanto o outro está usando
vestimentas que causam um certo desconforto, além da ambientação escura e as expressões de medo e confusão
nos rostos das crianças. Mais ao fundo da obra é possível observar rostos na janela, pessoas com postura de
prisioneiros.
BEDŘICH FRITTA
Bedřich Fritta era um judeu, designer, ilustrador e cartunista que
nasceu na Boêmia, na República Tcheca em 1906, seu nome
verdadeiro era Fritz Taussig. Fritta foi enviado ao gueto de Terezin
em 1941, junto com a esposa Johanna e seu filho Tommy , lá  ele
era chefe do departamento técnico gráfico. Ilegalmente, o artista
desenhava as condições reais dos prisioneiros no campo.

Fritta e seus companheiros foram acusados de propaganda inimiga


e condenados a serem transferidos para Auschwitz, onde ele morreu
em 1944. Ele e outros artistas do gueto esconderam seus trabalhos
dentro das paredes, muros e num cofre de ferro que foi enterrado
no solo. São obras que contam o que os nazistas queriam esconder.

No quadro Abandoned Luggage há uma metáfora da morte, fala sobre a vida extinta. Ele usa elementos como o céu
escuro, árvores sem folhas contra paredes impermeáveis e a bagagem abandonada. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Com a finalização desse trabalho, entendemos a importância de se ter uma


preservação e um resgate da memória, junto a não omissão da história do
Holocausto, já que alguns de seus sobreviventes estão vivos até os dias atuais. 
• Apesar de suas disparidades, pudemos perceber possíveis semelhanças na
maneira em que as crianças e adultos produziam suas artes no campo de
concentração, com aparições frequentes de estações de trem e elementos do
cotidiano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• BOSI, E. O campo de Terezin. Estudos Avançados 13 (37), 1999 – Dossiê Memória. Disponível em
https://www.scielo.br/j/ea/a/SX7WPjL3Z3GzHZJVBP3PyBK/?format=pdf&lang=pt . Acessado em 24/04/2021

• FERNANDES , L.B.L Pelos olhos da criança: concepções do universo concentracionário nos desenhos de Terezin. Tese de Doutorado,
Faculdade de Educação, USP,2015 Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/umtde-09032016-145907/publico/LUCIANE_BONACE_LOPES_FERNANDES.pdf .
Acessado em 17/08/2021

• GEARINI, V . Obra emocionante resgata arte feita por judeus no campo de concentração de Theresienstadt In: Aventuras na História UOL .
Disponível em:
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/obra-emocionante-resgata-arte-feita-por-judeus-campo-de-concentracao-theresienst
adt.phtml . Acessado em 17/04/2021

• LENER, S.R.N ;BORGES, S  A arte produzida durante o Holocausto. In: Revista do instituto cultural judaico marc chagall v.4 n.1 (jan-jun)
2012  Disponível em: https://seer.ufrgs.br/webmosaica/article/view/31824/19880. Acessado em 21/4/2021

• POLLAK, M  Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15. Disponível em
http://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf 

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