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Orçamentos e

Desvios
 Alexandre Nelson Mulau

 Cesar Humberto Alage

 Dalton Xavier Ndjindje

 Hermenegildo Maria Muvale


Definição de orçamento
Segundo Jordan et al (2011), o orçamento pode ser definido como um instrumento de
gestão, de apoio ao gestor no processo de alcance dos objetivos definidos para a
empresa, ou instrumento de decisão e acção.

Para Ferreira (2014) um orçamento pode ser definido como a expressão quantitativa
de um plano de acção. Este instrumento de gestão contribui para coordenar e
implementar a acção numa organização.
Definição de orçamento

Em nosso contexto particular, Moçambique, a palavra Orçamento


leva-nos em primeiro lugar a pensar o Orçamento de Estado, que é
também um instrumento de gestão que prevê a fixação das despesas
e receitas a realizar durante o período de 1 (um) ano.
Tipos de
Orçamentos
Orçamento Base Zero
Orçamento Incremental
Orçamento Top-Down
Orçamento Bottom-Up
Orçamento Continuo
Orçamento baseado
em Actividades (ABB)
Impacto do Orçamento nas
empresas
Comunicação dos
laneamento anual das planos aos vários Controlo das
operações centros de actividades
actividades

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Coordenação das Motivação dos


Avaliação de
actividades gestores para
performance
atingir os
objetivos da
organização
Processo de
elaboração do
orçamento
Orçamento das
vendas

Um orçamento de vendas demonstra, portanto, as quantidades e


preços previstos para o período em causa. Este é o ponto de partida
para a elaboração de um orçamento pois as vendas são a base dos
restantes planos a elaborar, ou seja, a produção será calculada de
acordo com as vendas estimadas
Orçamento de vendas Janeiro Fevereiro Março Total

Vendas 30000 35000 40000 105000

PV 20 20 20 20

Total 600000 700000 800000 2100000


Orçamento/Programa de
produção

Então, no caso de uma empresa industrial, tendo como base as


vendas, é possível elaborar o orçamento de produção, o qual se
define como um plano de obtenção dos recursos que serão
necessários para fazer face às vendas estimadas, tendo em
consideração a política de stocks
Programa de produção
da organização.
Janeiro Fevereiro Março Total

Previsão de vendas 30000 35000 40000 105000

(+)Existências finais desejadas 5000 7000 10000 10000

Total de unidades necessárias 35000 42000 50000 115000

(-)Stock inicial 2000 5000 7000 2000

Quantidade prevista em unidades 33000 37000 43000 113000


Orçamento de consumo e
compra de Matérias primas

No entanto, para que exista produção existirá consumo de matérias-


primas. Para tal, é elaborado o orçamento do seu consumo, tendo em conta
as especificações técnicas dos produtos assim como a política de stocks da
organização, com o objectivo de elaborar o orçamento de compras em
quantidade e em valor. Então, para orçar as matérias-primas é necessário
calcular a quantidade que uma unidade de produto irá consumir de cada
matéria-prima
Produtoque utiliza,Unidade
A consome assimdecomo
obra aConsumo
quantidade
por cadatotal
unidade de A

MP a Metro 3

MP b Quilograma 1

MP c Litro 1

MP d Unidade 2

MP e Unidade 0.5
Orçamento de consumo e
compra de Matérias primas

Multiplicando os consumos unitários pelas quantidades produzidas


obtém-se as quantidades necessárias para cada matéria-prima. Após
o cálculo das quantidades de matéria-prima a consumir, o passo
seguinte é calcular as quantidades a comprar (orçamento de
compra) para fazer face ao consumo previsto, tendo em conta a
política de stocks da empresa, estimar preços e fazer o orçamento
de comprasQuantidade total de matérias primas necessárias para a produção

(+) Existências finais desejadas

Quantidade total de matérias primas necessárias para o mês

(-) Existências finais desejadas

Compras de matérias primas

Preço estimado de compra

Compras em valor
Orçamento de Mão-de-Obra
Direta

Posteriormente, é necessário realizar o orçamento de mão-de-obra


direta (MOD), garantindo-se assim um planeamento adequado das
necessidades de recursos humanos. Este orçamento pode ser
elaborado como enunciado na tabela abaixo
Janeiro Fevereiro Março Total
Orçamento de MOD

Quantidade de produção 33000 37000 43000 113000

Horas de MOD por unidade 0.5 0.5 0.5 0.5

Total de HMOD necessárias 16500 18500 21500 56500

Taxa de Vencimentos 132000 148000 172000 452000

Taxa por hora de MOD 8 8 8 8


Orçamento de compra de
Mercadorias

Contudo, caso se trate de uma empresa comercial, esta não apresentará um


orçamento de produção. Em sua substituição irá elaborar um orçamento de
compras de mercadorias que evidencia a quantidade de mercadorias que a
organização terá de comprar para oJaneiro
período em questão.
Fevereiro Março Trimestre

Previsão de vendas 30000 35000 40000 105000

Existência final desejada 5000 7000 10000 10000

Total de unidades necessárias 35000 42000 50000 115000

Existência inicial desejada 2000 5000 7000 2000

Previsão de compra de mercadorias 33000 37000 43000 113000

Preço de compra 10 10 10 10

Orçamento de compra 330000 370000 516000 1216000


Orçamento de tesouraria

Após previstas as vendas, os custos e os investimentos para o ano seguinte,


realiza-se o orçamento de tesouraria, o qual evidencia os pagamentos e
recebimentos esperados para o período.
1- Recebimentos
Janeiro Fevereiro Março Total

1.1 de vendas do ano anterior

1.2 de vendas do ano

1.3 de ativos

Total de recebimentos

2- Pagamentos

2.1 do ano anterior

2.2 do ano

Compras

Custos comerciais

Etc.

Total de pagamentos

3 – Saldo mensal

4 – Saldos mensais acumulados


Demonstração de resultados
Previsional

Posteriormente, é elaborada a demonstração de resultados previsionais, que


mostrará os resultados previstos para o período e que será um instrumento de
apoio aos gestores na tomada de decisões. A demonstração de resultados é
elaborada de acordo com a estrutura organizacional da entidade, podendo ainda
ser organizada por segmento de mercado
MDR Janeiro Fevereiro Março

1. Vendas

2. Custos comerciais

3. CIPV

4. Margem bruta (1-2-3)

5. Custos não industriais

6. RAI (4-5)
Definição de desvios
Para Ferreira (2014), a gestão pelo método orçamental assenta na comparação
entre as realizações e previsões constantes do orçamento elaborado,
determinando-se os desvios. A determinação dos desvios não é um fim da gestão
orçamental, mais um meio que permite a gestão avaliar a eficiência dos recursos
utilizados, através da analise das causas desses desvios, imputar
responsabilidades e adotar medidas corretivas

Não há unanimidade na própria definição de desvio. Há autores que definem


desvio como a diferença entre as realizações e as previsões, enquanto outros
definem desvio de forma inversa, como sendo diferença entre previsões e
realizações. Consideramos que não é relevante adotar uma ou outra abordagem,
pois o que importa não é o sinal algébrico do desvio, mas sim, se se trata de um
desvio favorável ou desfavorável. No desenvolvimento deste trabalho
consideremos a primeira definição, Desvio igual a REAL-PREVISTO
Apuramento dos desvios
Considerações
Assim, e de um modo sucinto, o planeamento e o controlo orçamental
podem resumir-se a três etapas:
 Definem-se os objetivos quantitativos, escolhem-se os planos de
acção a seguir e valorizam-se custos e proveitos, ativos e passivos,
recebimentos e pagamentos expectáveis.
 Calculam-se os números reais período a período, o que por norma é
feito de forma mensal.
 Comparam-se os valores obtidos com os previstos, de forma a
apurarem-se os desvios orçamentais e, posteriormente, escolhem-se
ações corretivas para combater esses mesmos desvios.
Considerações
No entanto, calcular os desvios apenas de uma forma global não permite fornecer a
informação necessária para apurar ações corretivas a implementar, sendo necessário apurar
responsabilidades. Para tal é necessário apurar o departamento ou o setor onde o desvio
ocorreu, perceber a causa da ocorrência do desvio – volume, mix, eficiência, preço, etc. -,
e determinar quem, dentro desse setor, é responsável pelo desvio, pois esse indivíduo irá
ter a influência necessária para implementar a acção corretiva.

Contudo, é importante manter a perspetiva segundo a qual apenas a responsabilidade por


fatores endógenos poderá ser atribuída a um setor ou a alguém dentro de uma organização.
A organização não detém poder de decisão e influência sobre fatores exógenos (meio
ambiente exterior), sendo necessário criar mecanismos para isolar cada um destes efeitos.
Exemplos de desvios e sua
analise

Orçamento de vendas Janeiro Fevereiro Março Total

Vendas 30000 35000 40000 105000

Preço de venda previsto 20 20 20 20

Previsão de Venda 600000 700000 800000 2100000

Preço de venda efetivo 19 21 20  

Vendas efetivas 570000 735000 800000 2105000

Desvios 30000 -35000 0 -5000

Orcamento de vendas
Exemplos de desvios e sua analise
(Cont.)
  Janeiro Fevereiro Março Trimestre

Previsão de vendas 30000 35000 40000 105000

Existência final desejada 5000 7000 10000 10000

Total de unidades necessárias 35000 42000 50000 115000

Existência inicial desejada 2000 5000 7000 2000

Previsão de compra de mercadorias 33000 37000 43000 113000

Preço de compra previsto 10 10 10 10

Orçamento de compra previsto 330000 370000 516000 1216000

Preço de compra real 8 12 10  


Valor de compra Real 264000 444000 516000  
Desvios 66000 -74000 0 -8000

Orcamento de compra de mercadorias


Muito obrigado pela atencao
dispensada

Fim

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