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Sobre o projeto Memórias Ecanas

Sobre o projeto
Gravação e edição de testemunhos que
apresentam as memórias de quem fez e
faz parte da história da Escola.

Professores, alunos, ex-alunos e


funcionários dão depoimentos de vida,
narrando suas lembranças em relação à
ECA.
A escolha dos entrevistados
Os alunos têm a liberdade de escolher
seus entrevistados.
É necessário que os entrevistados tenham
conhecimento da finalidade e importância
do projeto que será desenvolvido com os
seus depoimentos.
O entrevistado precisa compreender o
projeto para também autorizar a
divulgação de seus depoimentos.
A escolha dos entrevistados
 “Vale ressaltar que os termos de doação da coleção e de compromisso
de uso de fonte foram baseados nos artigos do Código Civil brasileiro
que citam: ‘o nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que exponham ao desprezo público,
ainda quando não haja intenção difamatória’, ‘a vida privada da
pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado,
adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar o
ato contrário a esta norma”.

 Caso haja alegação de que houve exposição indevida ou inverídica do


testemunho utilizado, é de responsabilidade do entrevistador verificar a
licitude da informação obtida e o interesse público.

 Fonte: Cap. II, Direitos da personalidade, artigos 17 e 21,


respectivamente.
A escolha dos entrevistados
Dicas de possíveis entrevistados para
2014:
Lista no stoa
Como produzir e conduzir a
entrevista
História falada: memória, rede e mudança*
Material de aula Memórias Ecanas
* Sesc/Museu da Pessoa/Imprensa Oficial , 2006, Pág.219 -221.
1. Elaboração do roteiro
• Início
Comece com perguntas fáceis de se
responder com nome, local e data de
nascimento. Além de contextualizar a fonte
essas perguntas têm a função de “esquentar”
a entrevista. É como o começo delicado de
um relacionamento, e nada como perguntas
simples e objetivas para deixar o entrevistado
à vontade e ajudá-lo a mergulhar em suas
memórias.
Encadeamento
A ordem cronológica costuma ser um
bom fio condutor da conversa, mas não
necessariamente o único. Se a
comunidade ou grupo tiver outra lógica de
organização de suas histórias, o roteiro
deve ser reorganizado. Se optarmos por
seguir o desenrolar cronológico, podemos
dividir o roteiro em três grande blocos de
perguntas:
Encadeamento
1 Introdução: origem da pessoa, pais, avós,
infância.
2 Desenvolvimento: fases e
acontecimentos de sua trajetória,
incluindo, se for o caso o tema específico
do projeto.
3 Finalização: ponte para o presente e
futuro, sonhos e avaliação da experiência
de contar sua história.
Tamanho do roteiro
O entrevistado não pode se sentir
exaurido, portanto é bom passar pelos três
blocos, sem a preocupação de esgotar
cada assunto. Um bom exercício é
começar construindo 10 perguntas (três de
início, quatro de desenvolvimento e três
de final) e depois subdividir cada uma em
sub-blocos temáticos.
Tipos de perguntas
• Diferentes tipos de pergunta provocam
diferentes tipos de resposta. Se o objetivo da
entrevista for registrar histórias, é importante
que as perguntas sejam feitas neste sentido.
Portanto é melhor optar por:
- Perguntas descritivas: Uma pergunta do tipo
“Como era a casa de sua infância?” leva o
entrevistado a recuperar detalhes em sua
memória e a fazer descrições interessantes e
envolventes.
Tipos de pergunta
Questões iniciadas com O que, Quem,
Quando, Onde, Por que, Como; ou que
utilizam as expressões “conte para nós”
ou “vamos falar sobre”. Isso evita que o
entrevistado responda apenas “sim”, ou
“não” e permite que ele se estenda na
explicação do que ele estiver se
lembrando
Tipos de pergunta
Perguntas que evocam movimento: Uma
pergunta do tipo “O que você fez depois
que você saiu de sua casa? ajuda o
entrevistado a continuar a sua história.
Tipos de pergunta
Perguntas avaliativas: Toda história inclui
momentos de avaliação e comentário,
assim perguntas do tipo “O que você
mudaria na sua história de vida? Levam o
entrevistado a fazer uma reflexão
conclusiva sobre a sua trajetória.
Evitar
Perguntas genéricas:
Perguntas do tipo “Como foi a sua
infância?” Estimula que o entrevistado dê
uma resposta genérica, como “boa”,
“ruim”, “muito difícil”, sem contar
histórias sobre a sua época.
Evitar
Questões duplas, como por exemplo: “O que o
levou a escolher estudar na ECA e por que
decidiu que depois iria dar aulas aqui?” Este tipo
de pergunta deve ser dividida em duas distintas,
porque o entrevistado pode se confundir ou se
esquecer da segunda pergunta enquanto
responde a primeira;
Perguntas muito longas, que podem causar
desentendimento e confusão para o entrevistado,
que pode se perder nas informações;
Evitar
Perguntas com pressupostos
Uma pergunta como “ O que você acha
da situação atual do Brasil?” ou “Quais
situações de exclusão que o senhor
vivenciou como idoso” posiciona o
entrevistado como “representante de um
segmento social”, propiciando respostas
meramente opinativas.
Evitar
• Perguntas puramente informativas
• O principal objetivo da entrevista é a articulação
que o entrevistado faz de sua própria história. Ele
não deve ser encarado como “informante” ou
“portador da verdade”. Assim perguntas como
“Qual era exatamente o nome da praça?” ou “Em
que ano exatamente foi este acontecimento?”
podem desconcertar o entrevistado e interromper
a sua narrativa. Tais dados, se importantes, devem
ser pesquisados pelo grupo antes ou depois da
entrevista.
Evitar
Perguntas controversas ou com
julgamento de valor:
Questões como “Você não acha que a
mulher na sua época deveria....? ou Por
que o senhor não reagiu à ditadura?”
atendem muito mais a hipóteses e a
anseios do entrevistador do que aos
objetivos de construção de uma narrativa
pessoal do entrevistado.
Dicas finais
o roteiro é apenas um orientador das
entrevistas, outras perguntas podem surgir
durante o desenrolar da narrativa;
Deve-se também orientar o depoente para
que ele dê respostas completas, uma vez
que, na edição, a voz do entrevistador será
cortada e, portanto, não aparecerá no
vídeo final.
Outras fontes
• MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de
História Oral. São Paulo, Loyola, 2005 (5º
edição revista e ampliada).
• MEIHY, José Carlos Sebe Bom e
HOLANDA, Fabíola. História Oral:como
fazer, como pensar. São Paulo: Contexto,
2007
• SARLO, Beatriz. Tempo Passado: cultura da
memória e guinada subjetiva. São Paulo:
Companhia das Letras; Belo Horizonte:
UFMG, 2007.

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