Você está na página 1de 31

TECNOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE

PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL.

Discentes: Guilherme Xavier Lopes Silva.


Alessandra da Silva trindade.
Ruy Christiano Mendonça Barbosa. Docente: Lanamar de Almeida Carlos.
ANÁLISES DOS EFEITOS DA CERA DE
CARNÚBA NA QUALIDADE DA CAGAITA
ARMAZENADA SOB-REFRIGERAÇÃO
INTRODUÇÃO
• Nome científico: Eugenia dysenterica.

• A cagaita é uma fruta nativa brasileira, originária do Cerrado.

• Ocorre em várias regiões brasileiras, principalmente no


Centro, Sudeste, Norte e Nordeste, sendo comum em alguns
estados, como Goiás, Minas Gerais e Bahia. Fonte: imagem google.

• O fruto pode ser consumida in natura ou utilizado na fabricação de produtos


beneficiados, como picolés, sorvetes, suco, geleia, doces e licores. Pesquisas acadêmicas
apontam que a cagaita é rica em vitamina C e antioxidantes. 

• A polpa com ou sem a casca, é energética e com baixo teor calórico


CARACTERISTICAS
• Árvore de porte médio que pode atingir de 3 a 4 m de altura, com ramos
tortuosos. Folhas verdes, brilhantes e quando jovens verde-claras, chegando a ser
ligeiramente translúcidas.
• Apresenta flores brancas e aromáticas. Os frutos são bagas pequenas, amarelas quando
maduros e têm de 14 a 20 g, medem de 3 a 4 cm de comprimento e 3 a 5 cm de diâmetro.
• A casca é brilhante, amarela e membranácea. A semente, de uma até três por fruto, de
cor creme e oval, pesa em média, 1,5 g.
• A polpa é suculenta, ácida, mas agradável, com efeito laxante quando comida quente ou
em muita quantidade. Os frutos caem do pé, após amadurecerem, em 30 a 40 dias após a
florada
CARACTERISTICAS

Fonte: Google imagens

Fonte: Imagem própria Fonte: C.F. Lima


INTRODUÇÃO

Minerais – cálcio – 8-10 mg; ferro – 0,02 mg; fósforo – com 30 mg; sódio – com 2,9 mg.
Vitaminas – 0,42 mg de vitamina B2; 18-72 mg de vitamina C; 0,137 mg de B3; vitamina A- 44,3 mcg.
INTRODUÇÃO
• Devido a alta perecibilidade dos frutos, é necessário que após a colheita seja utilizada
técnicas de conservação para preservar suas característica físico-químicas.
• Dentre as diversas técnicas pós-colheita utilizadas para a conservação dos frutos, destaca-
se a refrigeração. Todavia, este método, quando utilizado isoladamente, não evita
algumas alterações físicas e químicas, de modo que se torna necessária a adoção de
técnicas associadas à refrigeração.
• Uma alternativa aliada a refrigeração, é o uso de recobrimento dos frutos com biofilmes
comestíveis.
• O recobrimento de frutos com biofilmes comestíveis resulta em melhor conservação,
distribuição e comercialização dos frutos, uma vez que diminuem a perda de massa dos
mesmos, além de evitar danos mecânicos, físicos e microbiológicos ao produto.
• Há relatos do uso de ceras de abelha, parafina e carnaúba, assim como de óleos
essenciais, na conservação de frutas, desde a década de 1930.
INTRODUÇÃO
• O uso de cera de carnaúba destaca-se por ser um material de composição vegetal, não
poluente e não tóxico.
• A cera de carnaúba é extraída de palmeira tipicamente brasileira (Copernicia cerifera)
bastante comum no semiárido nordestino, a qual é muito empregada na conservação
de alimentos, resultando em menor perda de massa e maior brilho à superfície dos
frutos

Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens


Fonte: Google imagens
INTRODUÇÃO

Fonte: Ruy Christiano(2019) Fonte: Ruy Christiano(2019)


INTRODUÇÃO
• O uso de tais técnicas pode auxiliar na conservação da cagaita, assim como promover
melhor acesso e comercialização, visto que, embora seja uma fruta nativa bastante
conhecida e utilizada pela população local, a exploração baseia-se no extrativismo e
poucas são as informações para o desenvolvimento tecnológico desta cultura.

• Como mencionado, esta fruta apresenta grande potencial de consumo em virtude da


composição, contudo, devido ao desconhecimento deste potencial é pouco explorada
pelo homem.
OBJETIVO

• Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da cera


de carnaúba na conservação pós-colheita das
características físico-químicas da cagaita armazenadas em
condição refrigerada.
MATERIAL E MÉTODOS
• O trabalho foi realizado no laboratório de conservação de alimentos da
Universidade Federal de São João del-Rei Campos Sete Lagoas.
• Para tal, foram utilizadas 24 cagaitas coletadas quando maduras e ”de vez”.
• As cagaitas foram colhidas pela manhã, em plantas adultas localizadas no
campus da UFSJ/SL.
• Depois de colhidos, os frutos foram armazenados em recipientes plásticos e
transportados para o laboratório onde foram lavados, sanitizados, por meio de
imersão em solução contendo hipoclorito de sódio a 150ppm e secos em
temperatura ambiente.
MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAL E MÉTODOS
• Foi aplicado o seguinte tratamento pós-colheita: Cera de carnaúba a 100%, em
dois estágios de maturação (“de vez” e maduro), além das respectivas
testemunhas com ausência de cera, totalizando 6 unidades amostrais com 4
frutos em cada.

• Após a aplicação do tratamento e secagem da camada protetora, os frutos


foram armazenados em temperatura refrigerada de 16°C.

• As características físico-químicas foram avaliadas no dia da colheita(t0), 5 dias


após a colheita (t5) e 12 dias após a colheita (t12).

• A resposta dos tratamentos aplicados serão avaliadas mediante a determinação


dos seguintes atributos:
MATERIAL E MÉTODOS
Características avaliadas:
• Firmeza – medida com auxílio de um penetrômetro (ta.xt plus texture analyser) utilizando
uma ponteira SMSP/2 de 2 mm de diâmetro a uma velocidade de teste de 1,5
mm/segundo e o pos-teste (retorno) 10 mm/segundo; O resultado expresso em N;
• Teor de Sólidos Solúveis Totais - medido com auxílio de refratômetro manual portátil, e
resultados expressos em °Brix;
• PH - : mensurado em polpa homogeneizada por meio de uso de pHmetro.
• Acidez Titulável - expressa em porcentagem de ácido cítrico, com titulação com hidróxido
de sódio (NaOH) a 0,1N , em solução de 5 g de amostra In natura , 50 mL de água destilada
e 3 gotas de fenolftaleína.
MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAL E MÉTODOS

• O delineamento experimental utilizado para as análises físico-químicas foi


inteiramente casualizado com esquema fatorial 2 tratamentos x 3 períodos
de armazenamento. A unidade experimental foi composta de 4 frutas por
tratamento e quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de
variância (ANOVA) das características avaliadas, aplicando-se o teste de
Tukey (p< 0,05) para a comparação das médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sólidos Solúveis Totais (Brix)
13

12.55
12

11

9.5
10

8.55
8.95 8.9
8

6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Maduras c/cera Maduras s/cera


Gráfico 1: Sólidos Solúveis Totais de cagaita, armazenadas á ambiente refrigerado, com os tratamentos: com cera e sem
cera. *houve diferença significativa com 12 dias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
pH
3.8

3.7
3.67
3.6

3.5

3.4
3.27 3.38 3.46
3.3
3.32
3.2

3.1

3
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Maduras c/cera Maduras s/cera

Gráfico 2: pH, armazenadas á ambiente refrigerado, com os tratamentos: com cera e sem cera. *houve diferença
significativa com 12 dias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Acidez Total Titulável
0.700

0.661 [VALOR Y]
0.600

0.602 0.562
0.500
0.491
0.400

0.300

0.200

0.100

0.000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Maduras c/cera Maduras s/cera


Gráfico 3: Acidez titulavel, armazenadas á ambiente refrigerado, com os tratamentos: com cera e sem cera. *houve
diferença significativa com 12 dias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Firmeza
1.2

1 0.99075
0.8
0.916 0.857
0.70425
0.6 0.5975
0.4

0.2

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Maduras c/cera Maduras s/cera

Gráfico 4: Firmeza, armazenadas á ambiente refrigerado, com os tratamentos: com cera e sem cera. * não houve
diferença significativa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sólidos Solúveis Totais (Brix)
12
11.2
11
10.75
10 10
9.35
9 9.1

6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

"De Vez" c/cera "De Vez" S/cera

Gráfico 5: Sólidos Solúveis Totais de cagaita, armazenadas á ambiente refrigerado, com os tratamentos: com cera e sem
cera. * Não houve diferença significativa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
pH
3.700

3.64
3.600

3.500 3.4
3.46
3.400
3.43

3.300
3.29
3.200

3.100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

"De Vez" c/cera "De Vez" S/cera

Gráfico 6: pH, armazenadas á ambiente refrigerado, com os tratamentos: com cera e sem cera. *houve diferença
significativa com 5 e 12 dias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Acidez Total Titulável
0.800

0.700 0.709
0.600 0.688 0.599
0.500 0.504 0.503
0.400

0.300

0.200

0.100

0.000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

"De Vez" c/cera "De Vez" S/cera

Gráfico 7: Acidez titulavel, armazenadas á ambiente refrigerado, com os tratamentos: com cera e sem cera. *Não houve
diferença significativa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Firmeza
1.8
1.6585
1.6

1.4
1.33825
1.2

1 1.13525
0.8 0.67775
0.6

0.4 0.622
0.2

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

"De vez" c/cera "De vez" S/cera

Gráfico 8: Firmeza, armazenadas á ambiente refrigerado, com os tratamentos: com cera e sem cera. * não houve
diferença significativa.
CONCLUSÃO

• Nos frutos maduros, o revestimento teve influência significativa nas variáveis


SST, pH e ATT.

• Já nos frutos “de vez” apenas a variável pH foi influenciada pelo


revestimento aplicado.
FIM
.

REFERÊNCIAS

• RIBEIRO, J.F; SILVA, J.A da; FONSECA, C.E.L da. In: Espécies Frutíferas da Região do Cerrado,
Fruticultura Tropical, 1992.
• DONADIO, L. C.; MÔRO, F. V.; SERVIDONE, A. A. Frutas brasileiras.
• FALGUERA, V.; QUINTERO, J. P.; JIMENEZ, A.; MUÑOZ, J. A.; IBARZA, A. Edible films and
coatings: structures, active functions and trends in their use. Trends in Food Science &
Technology, v. 22, n.6, p. 292-203, 2011. Disponível em: . doi:10.1016/j.tifs.2011.02.004
• SOUZA, J. M. A.; ATAIDE, E. M. ; SILVA, M.S. Conservação pós-colheita de lima ácida 'Tahiti' com
uso de ácido giberélico, cera de carnaúba e filme plástico em condição refrigerada. Revista
Magistra, v. 27, p. 122-122, 2015. Disponível em <
https://magistraonline.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/373/54>. Acesso em:
23/11/2017.
• VILLADIEGO, A. M. D.; SOARES, N. F. F.; ANDRADE, N. J.; PUSCHMANN, R.; MINIM, V. P. R.;
CRUZ, R. Filmes e revestimentos comestíveis na conservação de produtos alimentícios. Revista
Ceres, v. 53, n. 300, p. 221-244, 2005. Disponível em: . Acesso em: 23/11/2017
Obrigado!

Você também pode gostar