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Tema 2: Gestão da Cadeia de Abastecimento

(SCM - Supply Chain Management)


2.1 Conceitos Prévios
2.2 Logística de Entrada (inbound)
2.2.1 Procurement
2.2.2 Papel da Compra na Cadeia
2.2.3 Aproximações e Tipo de Compra
2.3 Incoterms e Abastecimento
2.4 Inventario
2.5 Logística de Saída (outbound)
2.5.1 Postponement
2.5.2 Gestão dos Transportes
2.5.3 Custos de Distribuição
2.6 Logística Inversa
2.7 Avaliação do Desempenho Logístico

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LOGISTICA
2.1 Conceitos Prévios

Gestão Logística vs. Gestão da Cadeia de


Abastecimento (SCM – Supply Chain Management)

• “A Gestão Logística é a parte da Gestão da Cadeia de Suprimentos que planeia,


implementa e controla o fluxo direto e reverso eficiente e eficaz e o armazenamento de
mercadorias, serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de
consumo, a fim de atender aos requisitos do cliente. As atividades de gestão logística
geralmente incluem a gestão de transporte de entrada e saída, gestão de frota,
armazenamento, manuseio de materiais, atendimento de pedidos, design de rede
logística, gestão de stocks, planeamento de suprimento/demanda e gestão de
fornecedores terceirizados de serviços logísticos. Em graus variados, a função de logística
também inclui fornecimento e aquisição, planeamento e programação da produção,
embalagem e montagem e atendimento ao cliente. Está envolvida em todos os níveis de
planeamento e execução – estratégico, operacional e tático. A Gestão Logística é uma
função integradora, que coordena e otimiza todas as atividades logísticas, bem como
integra as atividades logísticas com outras funções, incluindo marketing, vendas,
manufatura, finanças e tecnologia da informação .”

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LOGISTICA
Gestão Logística vs. Gestão da Cadeia de
Abastecimento (SCM – Supply Chain Management)

• “A gestão da Cadeia de Suprimentos abrange o planeamento e a gestão de todas as


atividades envolvidas no sourcing e aquisição, conversão e todas as atividades de gestão
Logística. É importante ressaltar que também inclui coordenação e colaboração com
parceiros de canal, que podem ser fornecedores, intermediários, provedores de serviços
terceirizados e clientes. Em essência, a gestão da Cadeia de Suprimentos integra a gestão de
suprimento e demanda dentro e entre as empresas. A gestão da Cadeia de Suprimentos é
uma função integradora com a responsabilidade principal de vincular os principais processos
de negócios dentro e entre as empresas em um modelo de negócios coeso e de alto
desempenho. Inclui todas as atividades de gestão logística observadas anteriormente, bem
como as operações de fabricação, e impulsiona a coordenação de processos e atividades com
marketing, vendas, design de produto, finanças e tecnologia da informação ”.

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LOGISTICA
Gestão Logística vs. Gestão da Cadeia de
Abastecimento (SCM – Supply Chain Management)

Cadeia de Abastecimento (Supply Chain Management) e Empresa Estendida

Agentes
Fontes Retalhistas
transformadores

Fluxo de produtos (bens e serviços)

Clientes/
Fornecedores Distribuidores
/Consumidores

Fluxo de informação e capitais

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LOGISTICA
2.1 Conceitos Prévios: Gestão da Cadeia de
Abastecimento (SCM – Supply Chain Management)

Importância e Objectivo Geral da SCM


 Gestão da Cadeia de Abastecimento desempenha um papel importante no
fluxo de bens, serviços, informações relativas de forma mais eficiente e
eficaz para os respectivos destinatários. Seu objectivo fundamental é
“acrescentar valor”. A SCM é uma ferramenta que ajuda o alcance de
objectivos estratégicos organizacionais.

Objectivos Operacionais:
Não fogem muito dos objectos tradicionais logísticos:
 Resposta rápida a encomenda;
 Eliminação erros/defeitos na resposta a encomendas;
 Volume de stocks mínimo;
 Optimização de gestão de infra-estruturas e de frota própria;
 Melhoria continua; e
 Incremento da fiabilidade das previsões de vendas.

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LOGISTICA
2.1 Conceitos Prévios: Gestão da Cadeia de
Abastecimento (SCM – Supply Chain Management)

Funções do Departamento de SCM:


 Procurement
 Gestão de Inventario, Processamento de Ordens, Manuseamento e Handling
de Materiais
 Gestão das Operações de Transporte
 Gestão do Armazenamento e Projectos de Design e Layouts
 Gestão da Distribuição e Melhoramento das Operações
 Gestão de Serviços a Clientes

As Funções de Planeamento de SCM:


 Monitoramento da Performance de Serviço de Clientes
 Orçamentos de Previsões do SCM
 Previsões de Vendas: Procura/Fornecimento (Supply/Demand Forecasting)
 Simulação Computacional

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LOGISTICA
2.1 Conceitos Prévios: Gestão da Cadeia de
Abastecimento (SCM – Supply Chain Management)

Princípios da Gestão da Cadeia de Abastecimento:


 Segmentar clientes com base nas suas necessidades

 Gestão da Cadeia de Abastecimento C/Ênfase em Clientes

 Ajustar os sinais do mercado de acordo com o plano de acções

 Diferenciar o produto nuclear de acordo com as necessidades dos clientes

 Gerir estrategicamente as fontes de fornecimento

 Desenvolver uma estratégia de fornecimento de cadeia mais aberta

 Adoptar medidas de avaliação de desempenho

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LOGISTICA
2.1 Conceitos Prévios: Gestão da Cadeia de
Abastecimento (SCM – Supply Chain Management)

Benefícios/Resultados Esperados da SCM:


 Crescimento da Rendibilidade: através de “ordens perfeitas”; suporte ao
serviço pós venda e envolvimento no desenvolvimento do produto.

 Reduções do Capital de Investimento: Aumentando rotações de inventário,


gerindo recebimentos e pagamentos, minimizando prazos de entrega e
acelerando ciclos de cash flow, todos afectados por execuções da cadeia de
abastecimento.

 Eficiência do Capital Fixo: Optimização da rede logística – número correcto


de armazéns no lugar certo ou funções subcontratadas (outsourcing) onde
for mais racional.

 Minimizacão de custos e taxas: especialmente nas actividades operacionais


do dia a dia como também na tomada de decisões estratégicas.

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LOGISTICA
2.2 Logística de Entrada (inbound)

3.2.1 Procurement

Engloba a administração e negociação, abastecimento das compras, aquisições


e contratos referentes a Logística de Entrada. Inclui também a
movimentação de materiais, componentes, sobressalentes, módulos,
produtos acabados, exigências do planeamento e coordenação do
abastecimento em fábricas, linhas de montagem, armazéns grossistas ou
retalhistas, ou seja, o procurement gere o ciclo de vida dos fornecedores
e/ou produtos.

Fornecedores Procurememt EMPRESA Clientes

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LOGISTICA
2.2.1 Procurement (Cont.)

O procurement apresenta-se também como um processo integrado, que vai


desde fornecedor ao cliente consumidor final, perpassando pela empresa e
que assume a gestão de todo o processo de abastecimento – tanto para os
produtos em curso, como para os que encontram em fase de projecto no
interior da empresa: procurement indubitavelmente, como processo
estratégico.

PROCESSO DE COMPRA

AVALIAR A COMPRA ENCOMENDAR

Formalizar Escolher Despachar Receber


Fornecedor fornecedores Contratar Encomendar Cliente
especificações e avaliar e avaliar

PROCUREMENT

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LOGISTICA
2.2.2 Papel da Compra na Cadeia de Abastecimento

 Compra: é um acto comercial, limitado no tempo, que medeia entre a


necessidade de consumo que se expressa e a altura em que o direito de
propriedade sobre o bem é transferido para a empresa.

 Aprovisionamento ou abastecimento: Conjunto de acções articuladas


que permitem disponibilizar, de um modo permanente os bens e
serviços necessários para o funcionamento da empresa, em quantidade
e qualidade, no momento oportuno, ao menor custo e com segurança
desejada.

 A compra é um dos elementos mais importantes na gestão da cadeia


logística de abastecimento, ela faz despoletar o processo de Cadeia de
Abastecimento, originado fluxos físicos e informacionais.

 No processo de compra intervém normalmente dois elementos:


FORNECEDOR e CLIENTE. Encara-se o fornecedor como o produtor, que
terá a tendência de abastecer a cadeia logística com materiais
(produtos) onde podem figurar, produtores sequenciais e
distribuidores, grossistas e ou retalhistas.

 Análise das actividades que se desencadeiam sempre que um


cliente/consumidor final compra(requisita) um determinado tipo de
bem a um distribuidor, veja a figura a seguir.

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LOGISTICA
2.2.2 Papel da Compra na SCM (Cont.)
Actividades Subsequentes ao Acto de Compra

1. Requisição 3. Registo do item CONTROLO


PONTO DE VENDA
CLIENTE DE
(FÁBRICA, LOJA, ETC)
STOCK

2. Bens
10. Registo de
recebime nto enviado
ao controlo de stock

4. Pedido de compra
8. Bens (assumindo que
é a altura de o fazer)

5. Informação
sobre a compra

SECÇÃO 13. Pagamento 6. Cotação


DE FORNECEDOR COMPRAS
PAGAMENTOS
7. Ordem de
encomenda

9. Factura
12. Factura verificada

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LOGISTICA
2.2.2 Papel da Compra na SCM (Cont.)
Actividades Subsequentes ao Acto de Compra

 Fase 1: O cliente/ consumidor requisita, ou compra determinado bem do distribuidor


 Fase 2: O ponto de venda, disponibiliza ou entrega o bem desejado pelo seu cliente/consumidor. E
tudo fará para exceder as expectativas do cliente.
 Fase 3 : O ponto de venda regista o item vendido no seu sistema logístico de informação. O item
adquirido será dado baixa, e colocar anterior registo de stock(i) na posição (i-1).
 Fase 4: Sempre que registo (i-n) iguala ao stock de segurança, há que fazer um novo pedido de
encomenda.
 Fase 5: o pedido de encomenda é feito pelo capital humano encarregue da negociação e/ou
compra(carácter meramente repositivo), que pede informação sobre o produto ao
fornecedor(disponibilidade de entrega, preço e quantidade entre outros).
 Fase 6: O fornecedor deverá responder com a cotação do produto e demais elementos solicitados
( expecto na reposição em que as condições são normalmente negociadas numa base anual, ou pelo
menos semestral).
 Fase 7: O capital humano encarregue do processo da compra lança a ordem de encomenda.
 Fase 8: O fornecedor, ao receber a ordem de encomenda , passa entregar os bens/produtos
requeridos no ponto de venda(ou no centro de distribuição do distribuidor.
 Fase 9: O fornecedor entrega a área de compras do distribuidor a factura, discriminando a quantidade
entregue , a data limite de pagamento e o valor em jogo. Esta factura comparada com o pedido
efectuado pelo distribuidor(cliente), permite calcular nível de serviço do fornecedor.
 Fase 10: Adicionar o produto ao anterior registo do stock(i) do sistema logístico de informação,
devendo passar para (i+r), r é quantidade efectivamente recebida.
 Fase 11: Recebida a mercadoria deve ser enviado o registo de recepção à área de compras do
distribuidor para que possa ser verificada a factura.
 Fase 12: Comparação da factura com o efectivamente recebido e se deve proceder ao nível de serviço
verificado.
 Fase 13: o pagamento é efectuado ao fornecedor sempre que não se verifique algo em contrário.

 Neste exemplo mostra-se a influência que tem o acto de compra na cadeia de


abastecimento, estão presentes fluxos físicos e informacionais.

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LOGISTICA
2.2.3 Aproximacoes ao Processo de Compra e
Tipos de Compra

Podemos estabelecer uma matriz de aproximação ao processo de compra


baseado num trabalho de Van Weele(1). Numa matriz definimos as
várias etapas (fases) do processo de compra, procurando explicar o
papel desempenhado por cada uma das fases:

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LOGISTICA
2.2.3 Aproximações ao Processo de Compra e
Tipos de Compra (Cont.)

Exemplos de situações de compras que envolvem tarefas rotineiras e


baixo risco, ou novas tarefas e elevado risco, veja a seguir:

COMPRA PARA COMPRA MODIFICADA COMPRA NOVA


REABASTECIMENTO

Quimicos
Electricidade, Material de em grandes Mobiliário Serviçoes Viaturas
gás e água de escritório Computadores Edifícios
limpeza quantidades de entrega de serviço

TAREFAS NOVAS
ROTINEIRAS TAREFAS

BAIXO RISCO
RISCO ELEVADO

Material Partes Componentes Terminais de Sistema Equipamento


de escritório separadas electrónicos computador telefónico de produção

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LOGISTICA
2.2.3 Aproximações ao Processo de Compra e
Tipos de Compra (Cont.)

Existem fundamentalmente dois grandes grupos de mercados de compra distintos:


1) Industrial: este mercado é fundamentalmente caracterizado por
matérias-primas; produtos semi-acabados e partes separadas como
inputs para produtos finais; e 2) Consumo: este mercado é
caracterizado por produtos de consumo final, traduz-se basicamente
na saitisfação de necessidades individuais.
ASPECTOS MERCADOS DE CONSUMO MERCADOS INDUSTRIAS
 Objectivos da Compra  Satisfazer necessidades  Permitir produção
 Origem da compra  Tipicamente emocional  Tipicamente racional
Tipo de compra  Compra de consumo (muito implusiva)  Compra profissional
Forma de decisão  Sem consultar terceiros
Características  Frequentemente impulsiva  Muitas pessoas envolvidas
Conhecimento do produto  Fraca negociação  Frequente brainstorming
 Fraca interacção)  Forte negociação
Tamanho da encomenda  Limitado, Normamente pequena  Forte interacção
Procura  Procura independente  Vasto, Normalmente grande
Elasticidade do preço  Elástico  Procura “dependente”
Número de clientes  Vasto  Tipicamente Inelástico
Dispersão dos clientes  Normalmente dispersos  Mais limitado
(clientes/consumidores finais)  Normalmente concentrados
(empresas, grupos económicos)

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LOGISTICA
2.3 Incoterms e Abastecimento

• Incoterm é a abreviatura da expressão international commerce term, associado a


condições standard que reportam à entrega, ao transporte e ao risco associado
ao abastecimento de bens.
• Os incoterms podem ser divididos em quatro grandes grupos ( de partida, de envio
não pago, de envio pago e de chegadas), ver o quadro abaixo indicado:

TIPO
DE CONTRATO
Envio
Partida Envio pago Chegada
não pago
CIF DES
Marítimo EXW FOB
CFR DEQ
FAS
MODO
DE TRANSPORTE Restantes
CPT DAF
modos EXW FCA
CIP DDU
de transporte
DDP

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LOGISTICA
2.3 Incoterms e Abastecimento (Cont.)

Partida:

EXW (Ex Works) Neste caso o cliente é responsável pelo abastecimento total (o fornecedor apenas se compromete a
deixar a mercadoria pronta para ser recolhida em fábrica ou armazém.

Envio não pago:

FAS (Free Alongside Ship) o fornecedor entrega a mercadoria em cais ou a bordo do navio.
FOB (Free On Board), dai para frente o risco é do cliente.
FCA (Free Carrier) o fornecedor cessa as suas funções assim que a mercadoria é transferida para um transportador
pré-estabelecido.

Envio pago:

CIF (Cost Insurance and Freight) o fornecedor paga os custos de carregamento, transporte e seguro.
CFR (Cost and Freight), o cliente suporta o custo do seguro.
CIP (Carriage and Insuranse Paid To), o fornecedor suporta o risco e paga o transporte até ao local de transferência.
CPT (Carriage Paid To), o cliente suporta o risco do transporte.

Chegada:

DDP (Delivery Duty Paid) é o oposto do EXW, o fornecedor obriga-se a colocar a mercadoria à porta do cliente.
DDU (Delivery Duty Unpaid) neste caso o cliente paga apenas as taxas de importação.
DES (Delivery Ex Ship) significa entrega excepto pagamento do transporte marítimo.
DEQ (Delivery Ex Quay) significa entrega excepto despesas de cais.
DAF (Delivery At Frontier) significa que as despesas do fornecedor param à passagem da fronteira.

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LOGISTICA
2.3 Incoterms e Abastecimento (Cont.)

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LOGISTICA
2.4 Inventario

Uma das áreas da logística em que mais esforço de minimizarão tem sido investido é da
Gestão do Inventario (Inventory Management), relativamente aos segmentos
referenciados como sendo de entrada (inbound) nos respectivos sistemas.

O inventário tem como base as seguintes funções:

 Separar as varias partes do processo de produção;

 Providenciar um stock de bens de maneira a ajustar a procura à oferta, tirando


vantagem dos descontos de quantidade ou seja proporcionar economias de escala;
e

 Garantir o fornecimento em situações de incerteza, especulativas, de crise ou


outras.

O seu objectivo é garantir os requisitos desejados com o mínimo possível de riscos e


capitais e outros recursos envolvidos. Se níveis excessivos de inventario podem
eventualmente, compensar uma rede de abastecimentos com debilidade ou até uma
gestão deficiente, uma das mais importantes consequências da existência de níveis
de inventário mais altos do que o necessário é, seguramente, um custo logístico
total excessivo e prejudicial.

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LOGISTICA
2.4 Inventario (Cont.)

A noção de inventario inclui no seu seio o próprio conceito de stock: o conceito de stock
que é por natureza estático, e o de inventario, dinâmico, já que o segundo se
encontra associado ao conceito de movimento, de circulação, abastecimento e de
fluxo, o primeiro funcionará como amortecedor (buffer) em relação a incerteza. Os
inventários se devem localizar preferencialmente, no transportador e em
movimento, eliminando ou reduzindo a existência estática de stocks enquanto
amortecedores da incerteza logística, em armazéns ou em qualquer outro ponto da
rede de abastecimento, evitando ainda aumentar o rácio de imobilizado da
organização.

Sendo o stock progressivamente substituído por informação, então os fluxos de


inventário corresponderão os fluxos de informação. As operações logísticas
começam com a recepção das matérias-primas e terminam quando o produto
acabado é entregue ao cliente consumidor. Desde a aquisição inicial, o processo
logístico vai acrescentado valor a mercadoria através do movimento do inventário
nos momentos e lugares preciosos.

A mercadoria vai, assim, ganhando valor a cada nova etapa do seu processo de
transformação ou movimentação em direcção ao destino final, tal como cada uma
de muitas peças individuais adquire o maior valor quando se compõe uma máquina,
ou da mesma forma que também esta o adquire quando finalmente é entregue ao
comprador. O valor de cada componente e de todos os seus movimentos torna-se,
pois, parte do valor acrescentado global do processo, que ocorre no momento e
local em que o comprador o recebe.

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LOGISTICA
2.5 Logistica de Saida (outbound)

2.5.1 Postponement
O Postponement é processo de valor acrescentado, realizado do lado da logística de
saida, num conjunto de produtos finais, maximizando a parte comum partilhada por
todos, adiando ou retardando a sua configuração final na cadeia logística, mas tão
próximo quanto possível junto do cliente/consumidor final.

  DISTRIBUICAO

Posteponement
Especulação (Inventários
(Inventários Centralizados
descentralizados) e/ou distribuição
directa)

Especulação Estratégia de
Estratégia de
(produção para Postponement de
Especulação
stock) distribuição
PRODUCAO
Estratégia de
Postponement Estratégia de
Postponement
(produção para Postponement
Integrado
encomenda) de produção
(logístico)

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LOGISTICA
2.5 Logística de Saída (outbound)

3.5.2 Gestão dos Transportes

A Cadeia de Abastecimento muito deve ao transporte. Porque este confere ao


material/produto uma mudança posicional, aproximando-o do mercado por forma a
que cada trajecto, quando eficiente e devidamente pensado, gera um ganho efectivo
de valor.

A mobilidade das mercadorias entre origens e os destinos apenas é possível com a


intervenção de equipamento de transportes, com uma gestão especifica mais
integrado na lógica global da circulação física de mercadorias ao serviço dos
desígnios estratégicos dos sistemas logísticos de criação de valor. A natureza
própria do transporte manifesta-se pela produção e consumo simultâneos, pelo que
existe a possibilidade de formar stock deste tipo de bem.

Destinguem-se basicamente 6 modos de transporte:


 Rodoviário
 Ferroviário
 Marítimo
 Aéreo
 Pipeline (ou oleoduto)
 Fluvial

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LOGISTICA
2.5 Logística de Saída (outbound)
2.5.3 Custos de Distribuição
O custo de transporte rodoviário, na perspectiva de distribuição, deverá ser, no entanto
mais económico, por inexistência de interfaces modais e de operações intermédias
de handling.

No modo ferroviário, a pesar do custo unitário baixo, não serão prováveis poupanças
provenientes da compressão do tempo e, havendo operações de transferências de
carga por motivos de diferença de bitola ou do sistema de reconhecimento e
segurança, os custos poderão subir drasticamente.

Entre poupar nos custos do transporte e nos gastos com armazenagem, haverá sempre
que proceder, uma cuidada avaliação de trade-offs, já que poupar num lado pode
ser desastroso para o conjunto do sistema logístico.

Do ponto de vista do custeio da actividade por produtos e/ou clientes, far-se-á de


acordo com as conveniências contabilisticas de apuramento e da imputação – tão
real quanto possível – destes custos nas unidades do produto transportado e depois
transformado e/ou vendido.

Aos custos dos transportes, deverão adicionar-se custos de armazenagem,


manuseamento e outros para a determinação dos custos de distribuição.

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LOGISTICA
2.6 Logística Inversa

Da Noção da logística ficou evidente uma primeira vertente: logística forward – aquela que
pode incluir determinados serviços pós-venda, por contraponto a uma outra logística –
referente a devolução dos salvados, embalagens, detritos ou resíduos dos produtos ou
outros, e que se designa reverse ou ainda, green logistics.

Para além dos movimentos tradicionais origem/destino, não pode deixar de se referir este
novo fluxo físico, que desde o final dos anos 80 tem vindo a despontar e a ganhar corpo
gradualmente, cujo sentido de circulação é inverso ao dos fluxos físicos tradicionais e
que se costuma designar, entre nós, por logística reversível ou inversa.

Começou por dizer respeito ao retorno de embalagens e dos produtos após o uso, devolução
de defeituosos, produtos perecíveis fora do prazo e estende-se já a outros domínios do
aproveitamento de desperdícios, salvados, e equipamentos em fim de vida, e ainda a
destruição ecológica de resíduos de diversa natureza, incluindo os considerados
perigosos.

Em logística inversa podem portanto referir-se, fundamentalmente, a de pós-venda e a de


pós-consumo, e entre estas, as actividades ligadas ao produto e a embalagem.

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LOGISTICA
2.6 Logística Inversa (Cont.)

SISTEMA COMPLETO COM LOGISTICA REVERSE E FORWARD


Logística Forward
Logística Reverse

Distribuição Produção Fornecimento

Utilização
E Recolha Selecção Não Reutilizáveis
Reutilização

Redistribuirão Reciclagem

Destruição
Ecológica

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LOGISTICA
2.7 Avaliação do Desempenho Logístico
A avaliação dos desempenho logístico, através das suas performances mais
importantes, da gestão da cadeia de abastecimento ou da rede, bem como da cadeia
logística, que a materializa quer ao nível de cada um dos elos ou nos componentes
quer da própria visão integral, constitui uma prática essencial que permite não só
monitorizar permanentemente o serviço até ao cliente consumidor final, mas
também os níveis de qualidade em jogo.

Tais níveis de qualidade devem garantir a agilidade, a fiabilidade e a eficácia da cadeia


de abastecimento.

Assim a avaliação assume-se como um factor estratégico na medida de um sistema


logístico, permitindo um maior controlo de todos os recursos da empresa e de cada
um dos seus processos e actividades com vista á prossecução de objectivos de
melhoria continua.

Os principais objectivos da implementação de um sistema de avaliação de desempenho


logístico são:
 Captar diferenças essenciais entre eficiência e eficácia
 Identificar situações criticas
 Encorajar o funcionamento transversal da organização
 Simplificar o processo limitando a quantidade de variáveis avaliadas
 Avaliar os objectivos qualitativamente e quantitativamente
 Satisfazer as funções da gestão e do respectivo controlo

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Universidade São Tomas de Moçambique
Trabalho Pratico Individual: Aula Prática Nr.

1. Reflicta sobre Gestão da Cadeia de Abastecimento (Supply Chain Management, SCM):


(a) Diferenciando-a com a Logística.
(b) Enumerando seus objectivos genéricos e funções departamentais.
(c) Enfatizando os princípios que norteiam a sua gestão e os resultados e benefícios
esperados.

2. Descreve o processo de compra, enumerando sucintamente suas fases. Não se esqueça de


diferenciar com o procurement.

3. Caracterize a logística de entrada (inboud) vs. logística de saída (outbound), enfatizando


cada um dos seus principais elementos.

4. Descreve a terminologia de comercio internacional mais frequente na Gestão da Cadeia de


Abastecimento.

5. Caracterize a logística inversa diferenciando com a logística forward.

6. Quais os principais objectivos de avaliação de desempenho logístico.

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LOGISTICA

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