Processamento e estrutura

dos vidros e vitrocerâmicas

Bacharelado em Engenharia Mecânica

Ciência e Tecnologia de Materiais Não Metálicos
Prof. Dr. Paulo Sérgio Bayer
Os vidros são sólidos não cristalinos que apresentam
o fenômeno de transição vítrea.

A sua denominação e classificação mais comum é

baseada na composição química, formando as
seguintes famílias de vidros inorgânicos de interesse:

ÓXIDOS NÃO
ÓXIDOS SILICATOS: Haletos (Cl, F), nitratos,
SILICATOS: boratos, carbonatos, acetatos,
sílica vítrea, boroaluminatos, semicondutores amorfos Si,
vidros soda-cal, fosfatos, Ge, P, As ( compostos e
borosilicatos, aluminatos de misturas com calcogênios),
chumbo alcalino calcogenetos, calcohaletos,
silicatos, terrosos, metálicos, oxinitretos,
aluminosilicatos vanadatos, oxicarbetos e oxihaletos.
entre outros
A maioria dos vidros destas famílias pode apresentar
uma diferente importância prática quando submetidos
a um tratamento térmico de cristalização controlada.
VIDROS DE SILICATO
Composições de alguns vidros de silicato comerciais
Processos de conformação de vidros

Prensagem
O estiramento é utilizado na fabricação de peças longas de vidro,
como lâminas, barras, tubos e fibras, os quais possuem uma
seção reta constante.
Conformação de fibras por estiramento
 Tratamentos térmicos dos vidros
Recozimento: elimina as tensões térmicas introduzidas no vidro
durante o processo de resfriamento a partir de uma temperatura
elevada, geradas a partir da diferença da taxa de resfriamento
e na contração térmica entre as regiões da superfície e interior
da peça.

O tratamento térmico de recozimento reduz ou elimina as

tensões térmicas no vidro através do aquecimento até o ponto
de recozimento e, então resfriamento lento até a temperatura
ambiente.
Têmpera do vidro plano: consiste do aquecimento
da peça de vidro até uma temperatura entre região
de transição vítrea e o ponto de amolecimento e,
então o resfriamento até a temperatura ambiente
por meio de jato de ar ou banho de óleo.
Vidro laminado
 Vitrocerâmicas
As vitrocerâmicas são materiais policristalinos obtidos
a partir da cristalização controlada de materiais vítreos.

Um agente nucleante é adicionado ao vidro para induzir

a sua nucleação no volume, uma vez que a nucleação
da maioria dos vidros ocorre a partir da sua superfície.
As vitrocerâmicas de silicatos encontram aplicações
tecnológicas em uma variedade de ramos da indústria,
tais como de utensílios domésticos, construção civil,
componentes ópticos, componentes elétricos e
eletroeletrônicos, materiais biomédicos, materiais para
componentes de baterias e de células a combustível
sólido.
A teoria mais difundida sobre a cinética de
cristalização de um vidro é descrita pela
Equação de Avrami:

α(t) = 1 – exp (–Kt n)

onde:
α(t) é a fração cristalizada que é dependente do tempo;
(n) é um fator numérico que está relacionado ao
mecanismo de nucleação;
Transformação isotérmica.
O coeficiente cinético K ou constante da taxa de cristalização total da Equação
é dado pela equação de Arrhenius:
 
K(T) = A exp (-Ea / RT)