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REFORMA PSIQUIATRICA

1850 - 1900
Inauguração do Hospício de Alienados Pedro II
- Rio de Janeiro (1852) - Marco inaugural da
psiquiatria no Brasil.

Machado de Assis publica “O Alienista” (1882)

Inauguração do Hospício de Alienados do


Juquery (1898)
1903
Primeira Lei
é aprovada a primeira legislação sobre a
"assistência aos alienados" no país.
Todos os hospícios são fiscalizados por
especialistas do Ministério da Justiça e
Negócios Interiores da República.
1923
Liga Brasileira de Higiene Mental

Após ganhar o Grande Prêmio da Exposição


Internacional de Higiene de Estrasburgo, Gustavo Riedel
funda a Liga Brasileira de Higiene Mental.
Entre essa data e 1925, a Liga Brasileira de Higiene
Mental segue as orientações de Gustavo Riedel, que era
aperfeiçoar a assistência aos doentes
1924
Ulysses Pernambucano
é nomeado diretor do
Hospital de Doenças
Nervosas e Mentais do
Recife, abole o uso da
camisa-de-força e introduz
a praxiterapia.
Um dos pioneiros da
Psiquiatria Social no Brasil.
1929
Osório César
publica “A
Expressão
Artística dos
Alienados”
1934
 Decreto 24.559, de 3 de
julho,promulga a 2a Lei Federal de
Assistência aos Doentes Mentais.
Dispõe sobre a profilaxia mental,
assistência e proteção à pessoa
dos psicopatas e fiscalização dos
serviços psiquiátricos.
Inconformada com os métodos violentos de tratamento
psiquiátricos como eletrochoque, o coma insulínico, a
lobotomia, a psiquiatra Nise da Silveira encontra na
Terapêutica Ocupacional uma forma de tratamento para o
esquizofrênico.
Funda então, em maio de 1946, o Serviço de Terapêutica
Ocupacional no antigo Centro Psiquiátrico Nacional do Rio
de Janeiro. Foi através das atividades expressivas como
pintura, modelagem e xilogravura que surgiria em 1952 o
Museu de Imagens do Inconsciente
Anos 40
 Saint Alban - Tosquelles
 Comunidades Terapêuticas - Maxwel Jones
Anos 50
 Cloropromazina é sintetizada, inicia-se a era dos
neurolépticos.
 La Borde - Jean Oury, F. Guattari
Nise da Silveira e Carl Gustav Jung
no
2º Congresso Internacional de Psiquiatria
Zurique 1957
Nise da Silveira e Carl Gustav Jung
no
2º Congresso Internacional de Psiquiatria
Zurique 1957
Anos 60
 Juqueri chega a ter 18000 pacientes internados,
para uma capacidade de cerca de 4000.

 Psiquiatria de Setor - França

 Psiquiatria Preventiva - Estados Unidos

 A Anti-psiquiatria de R. Laing e D. Cooper


• Pavilhão 21
• Kingsley Hall

 Primeiras experiências de Comunidades


Terapêuticas (RS/SP)
Anos 70
Falência da política de saúde mental que priorizou a internação
e, como conseqüência, consolidou um modelo de
segregação e violência.

A psiquiatria democrática de Franco Basaglia


Gorizia
Trieste
Anos 70
Primeiros documentos do Ministério da Saúde apontam
para uma necessária e urgente revisão do modelo
assistencial psiquiátrico brasileiro, excessivamente
hospitalocêntrico e iatrogênico.

Em 1971, foram produzidos dois documentos:


Relatório sobre a Assistência Psiquiátrica no INPS e
Relatório da Comissão Permanente de Saúde Mental da
Associação Brasileira de Psiquiatria, ambos apontando
para uma reformulação da assistência.
Em 1972, ocorreu o Segundo Congresso Brasileiro de
Psiquiatria, em Belo Horizonte, no qual foram reafirmados os
dez princípios de saúde mental, que naquela data foram
incorporados às propostas do governo federal e do governo
do Estado de São Paulo.
Ocorreu, também a Terceira Reunião de Ministros da Saúde,
em Santiago no Chile.
Fala do Ministro da Saúde, presente àquela Reunião, situando
o teor das formulações pretendidas e suas metas:

“O sistema nacional permanece profundamente alicerçado na


assistência hospitalar, oferecendo poucos e minguados
recursos extra-hospitalares... Há necessidade de uma
reformulação de fundo e forma... A atuação preventiva com
base em práticas, atividades e com a participação da
comunidade é fundamental para que na década de 70/80
possamos suplantar as práticas asilares ou custodiais ainda
presentes”
Naquela reunião, foi formulado um Plano Decenal de Saúde para as
Américas, que estabeleceu as seguintes recomendações para a
saúde mental:

1. Prevenção Primária, secundária e terciária em saúde mental;


2. Criação de serviços para diminuir a tendência de aumento de
alcoolismo e farmacodependências;
3. Planejamento de leitos psiquiátricos para cada 1000 habitantes;
4. Priorizar o atendimento ambulatorial e hospitalização breve, de
preferência em hospitais gerais;
5. Criação de Centros Comunitários de Saúde Mental em cidades com
mais de 100.000 habitantes e estimular a participação da
comunidade em torno deles
6. Modernização da legislação psiquiátrica;
7. Modernização dos tratamentos utilizando especialmente técnicas
grupais;
8. Estimular o ensino de saúde mental em escolas de medicina e de
outras escolas que formam profissionais de saúde. (apud
Figueiredo, 1996, p.203)
Em 1973, o Ministério da Previdência aprovou o Manual para
Assistência Psiquiátrica, que serviu de base para a Portaria n.º
32 do Ministério da Saúde de 1974.

O Manual para Assistência Psiquiátrica, que propunha a


diversificação da oferta de serviços (emergência, semi-
internação, enfermaria psiquiátrica em hospital geral, pensão
protegida), enfatizando a atenção extra-hospitalar e o controle
das internações, e a Portaria n.º 32, segundo Cerqueira (1984a),
foram sabotados desde seu primeiro dia.

“Ambos (...) continuam letra morta, só para não diminuir


os lucros da empresa de saúde nem demonstrar a fragilidade
do modelo médico tradicional exclusivo, defendido por outros
tantos psiquiatras reacionários encarrapitados nas cátedras,
nas cúpulas administrativas e nos ricos consultórios privados.
Conseguem leis, financiamentos, privilégios”.
Em 1973, o Prof. Luís
Cerqueira inicia, em São
Paulo, um proposta de
transformação da assistência
em saúde mental, proibindo as
internações no Juqueri,
cirando pronto-socorros de
curta duração, implementando
equipamentos extra-
hospitalares, realizando
convênios com as faculdades.
Ao sair, afirmou:

“Aqui e agora, ao deixar a Coordenadoria,


elementar senso de humildade manda
reconhecer que os anos não curam certa
onipotência de reformador que pretendeu dar
uma passada maior do que as pernas. Devo
convir, porém, que sem a experiência destes
meses em São Paulo, ainda repetiria a
ousadia de tentar concorrer para uma
mudança de mentalidade...Não se pode
reformular sem mexer em nada.”
Em 1977, A Assembléia Legislativa de São Paulo
instituiu uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para
apurar as distorções nos hospitais psiquiátricos
públicos do Estado, especialmente do Departamento
Psiquiátrico II (Hospital do Juqueri), no qual se
constatou: a precariedade das condições de
assistência; violência praticada contra pacientes; um
grande número de irregularidades administrativas,
como a grande incidência de roubos e desvios de
materiais, incluindo-se aí remédios psicotrópicos;
injunções político-partidárias, e outras mais. Em seu
parecer final, apontava as urgentes providências para
que uma série de sugestões fossem concretizadas. O
destino dessas conclusões foi o mesmo das
averiguações realizadas nos anos de 50, 57, 63, 67, 71 e
74: o buraco negro da administração pública. Nada ou
muito pouco foi realizado.
Em fevereiro de 1978, a Assembléia Legislativa Fluminense
divulgou o relatório final da Comissão Parlamentar de
Inquérito, instituída para apurar irregularidades na rede extra-
hospitalar da Secretaria Estadual de Saúde, composta pelos
hospitais de Jurujuba (Niterói), Vargem Alegre (Barra do Pirai)
e Teixeira Brandão (Carmo).
Em sua conclusão, apontaram que os dois primeiros
hospitais eram "casos pavorosos de hospitalização
desumana" e que o terceiro era uma "maravilhosa
experiência em assistência psiquiátrica". Naqueles anos, foi
possível encontrar experiências isoladas que garantiam, no
mínimo, um tratamento mais digno, ainda que no interior do
asilo.
É importante salientar que os três maiores hospitais do Rio de
Janeiro (Centro Psiquiátrico Pedro II, Hospital Psiquiátrico
Phillipe Pinel e a Colônia Juliano Moreira) não foram objetos
de investigação daquela CPI, pois eram subordinados ao
Ministério da Saúde.
Uma crise na DINSAM, no ano de 1978, foi o estopim
do Movimento da Reforma Psiquiátrica e o início do
Movimento dos Trabalhadores de Saúde Mental
(MTSM). Naquele ano, médicos denunciaram as
precárias condições a que eram submetidos os
pacientes nos hospitais psiquiátricos daquele órgão
ligado ao Ministério da Saúde, que respondeu,
demitindo 260 estagiários e profissionais. Em abril,
profissionais das quatro unidades do Rio de Janeiro
deflagraram a primeira greve no setor público após o
regime militar, que logo recebeu o apoio de várias
entidades (Amarante, 1998).
Em outubro daquele ano, foi realizado o V Congresso Brasileiro de
Psiquiatria, em Camboriú (SC), conhecido como o Congresso da
Abertura.
(...) pela primeira vez, os movimentos de saúde mental participam de
um encontro dos setores considerados conservadores, organizados em
torno da Associação Brasileira de Psiquiatria, estabelecendo uma 'frente
ampla' a favor das mudanças, dando ao congresso um caráter de
discussão e organização político-ideológica, não apenas das questões
relativas à política de saúde mental, mas voltadas ainda para a crítica ao
regime político nacional. (Amarante, 1998, pp.53-54)

Ressalte-se que uma das moções, aprovadas ao final do Congresso, foi a


moção pela Anistia, Ampla Geral e Irrestrita.

Várias denúncias foram levantadas, todas centradas


na mercantilização da loucura, através das clínicas privadas, e na
situação asilar, com ênfase no abandono dos hospitais do Ministério da
Saúde, no Rio de Janeiro; entretanto, não se entreviam ainda
possibilidades concretas de modificação do quadro. (Delgado, 1987,
p.175)
Ainda em 1978, aconteceu o I Congresso
Brasileiro de Psicanálise de Grupos e
Instituições, na cidade do Rio de Janeiro, e o
lançamento do Instituto Brasileiro de
Psicanálise de Grupos e Instituições (IBRAPSI),
uma nova sociedade psicanalítica de orientação
analítico-institucional. O congresso possibilitou
a vinda ao Brasil de diversos e importantes
nomes do cenário mundial no campo da saúde
mental, como Robert Castel, Felix Guattari,
Erwin Goffman e, em especial, Franco Basaglia,
que iniciaram uma série de debates e
conferências pelo Brasil (Amarante,1998, p.55).
Em novembro de 1982, foram realizadas as eleições para governadores.
Os partidos de oposição saíram vitoriosos das urnas, elegendo
governadores nos mais importantes Estados brasileiros como São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Essas vitórias ampliaram o espaço político e o poder da oposição não


apenas como organizações político-partidárias, mas como uma frente
ampla pela restauração do regime democrático. Abriram, também,
espaços institucionais importantes que foram ocupados, em muitos
casos, por aqueles personagens excluídos e perseguidos pelo regime
militar e por vários outros militantes comprometidos com os interesses
das classes trabalhadoras.

Isso transformou cada instituição em um importante palco de luta entre


dirigentes e burocratas remanescentes do regime militar e os novos
profissionais comprometidos com o processo de transformação. No
campo da saúde e, em especial, da saúde mental, isso foi particularmente
verdadeiro. Nos asilos psiquiátricos, o primeiro dos palcos, os
profissionais que ingressaram com o objetivo de transformar aquelas
instituições enfrentaram a psiquiatria burocrática (Costa, 1991),
construída ao longo dos anos da ditadura e entranhada nas relações
institucionais.
O Movimento da Reforma Psiquiátrica ganhou uma maior visibilidade
no final dos anos setenta, sob as condições históricas da retomada dos
movimentos populares e da redemocratização.
A luta pela transformação da assistência psiquiátrica surgiu em
estreita vinculação aos temas e às questões políticas que ocuparam a
agenda da sociedade: democratização, anistia ampla, geral e irrestrita
e, passaram a fazer parte dos encontros de profissionais da saúde
mental.
O debate sobre a loucura e a instituição asilar saiu dos muros dos
asilos e das universidades e ganhou domínio público, através de
denúncias que a grande imprensa noticiava e da articulação do
Movimento com entidades da sociedade civil sensibilizadas com a
questão da violência institucional e da segregação.
O Movimento da Reforma Psiquiátrica hasteou suas bandeiras ao lado
das bandeiras de lutas dos Movimentos Sociais, inscrevendo-se no
processo histórico nacional.
Em 1981, brasileiros de diversos Estados participaram, em Cuernavaca,
no México, de um encontro da Rede Internacional de Alternativa à
Psiquiatria.
A rede, no Brasil, pretendia ser o núcleo agregador de todos os
movimentos alternativos existentes e que estivessem atuando
isoladamente. A rede chega, de fato, no Brasil, em 1982, ano eleitoral,
conjuntura pluripartidária com partidos em formação, ditadura militar em
declínio, e se instala principalmente no eixo São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais.

Vale ressaltar que se de fato a rede chegou ao Brasil em 1982, desde o


final dos anos setenta já circulavam informações e adesões informais.
Em um certo sentido, já estávamos integrados à rede.
Anos 80

• Eleição de governadores de oposição

• Processo da Reforma Sanitária

• No Est. de São Paulo, ampliação dos Ambulatórios de Saúde

Mental e implantação das equipes mínimas nos Centros de Saúde


O Programa das Ações Integradas de Saúde possibilitou a implantação e a
implementação da política de saúde mental da Secretaria de Estado da
Saúde.

Marcos Pacheco Toledo Ferraz, então coordenador, apontava as prioridades


e realizações da Coordenadoria de Saúde Mental:

a) implantar ações de saúde mental em Centros de Saúde, com uma equipe


mínima composta por psicólogo, psiquiatra e assistente social;
b) ampliar a rede ambulatorial;
c) recuperar os leitos próprios;
d) promover a regionalização, hierarquização e integração dos serviços.
e) expansão no âmbito estadual da rede extra-hospitalar, com a criação de
novos ambulatórios de saúde mental;
f) parceria com as universidades e com instituições formadoras para
capacitação dos profissionais da rede;
g) o esforço empreendido no sentido de prover a Coordenadoria de Recursos
Humanos;
h) os investimentos realizados no sentido de recuperar os hospitais
psiquiátricos públicos, objetivando resgatar "seu caráter terapêutico,
transformando-os em unidades ágeis, funcionantes e sobretudo os mais
humanizados possíveis "
Distribuição dos recursos orçamentários da Coordenadoria de Saúde Mental da
Secretaria de Estado da Saúde

Setores % dos gastos % dos gastos % dos gastos


1983 1984 1985

Hosp. Próprios 54% 55% 51%

Hosp. 38% 36% 38%


Conveniados

Div. de 05% 06% 07%


Ambulatórios

Sede 03% 03% 04%

Total 100% 100% 100%

Fonte CSM - SES


Implantação da Ações de Saúde Mental. Comparação entre os anos de 1983, 1985 e 1997

1983 1985

Centro Amb. Centro Amb.


Saúde Saúde

G. São 19 11 46 21
Paulo

Interior 27 07 60 07

Total 46 18 106 28

Fonte CSM e CSI * dados preliminares e parciais de serviços implantados


1997*

Centro Amb. CAPS


Saúde NAPS

136 31 15

182 47 34

318 78 49
• 1984 - Movimento das Diretas-Já

• 1986 - 8ª Conferencia Nacional de Saúde

• 1987 - I Conferência Nacional de Saúde Mental

• 1987 – II Encontro Nacional de Trabalhadores de

Bauru - começa a utopia "Por uma sociedade sem

manicômios"

• Inicio de várias propostas: CAPS Luís Cerqueira,

NAPS Bauru, NAPS Santos, Centros de Convivência,

etc.
• 1989 – aprovação na Câmara dos Deputados do
Projeto de lei do Dep. Paulo Delgado que previa a
substituição dos hospitais psiquiátricos por unidades de
assistência extra-hospitalares

• Leis estaduais que regulamentam a assistência


psiquiátrica (RS, PR, MG, DF, PE e CE; cidades de Ribeirão
Preto,Porto Alegre)

• Início efetivo da Reforma Psiquiátrica


Anos 90

• Implantação do SUS
• Declaração de Caracas (OMS/OPAS)
• Portaria Ministério da Saúde 224/92 regulamenta as ações e
equipamentos de saúde mental
• Remuneração dos procedimentos de NAPS/CAPS, Oficinas
Terapêuticas pelo SIA/SUS e remuneração de Hospital-Dia por
AIH
• II Conferência Nacional de Saúde Mental (1992)
• Implantação de cerca de 240 NAPS/CAPS no país
• Consolidação de uma nova política assistencial em saúde
mental que privilegia às ações em equipamentos extra-
hospitalares.
1993 – II Encontro Nacional de Usuários e Familiares – Salvador – BA

1993 – III Encontro Nacional de Usuários e Familiares – Santos – SP

1995 - II Encontro Nacional da Luta Antimanicomial – Belo Horizonte -


MG

1996 – IV Encontro Nacional de Usuários e Familiares – Franco da


Rocha – SP

1996 – 10ª Conferência Nacional de Saúde

1997 - III Encontro Nacional de Luta Antimanicomial.

1998 - V Encontro Nacional de Usuários e Familiares - Betim - MG

1999 - IV Encontro Nacional da Luta Antimanicomial – Macéio – AL


2000 – 11ª Conferência Nacional de Saúde

2001 – VI Encontro Nacional de Usuários e Familiares - Goiás – GO

2001 – V Encontro Nacional da Luta Antimanicomial – Rio de Janeiro -


RJ

2001- Aprovação da Lei 10216/02 e Dia mundial da Saúde Mental

2001 – III Conferência Nacional de Saúde Mental

2002 – portaria 336/02

2003 – aprovação da lei 10708/03 – De volta para casa

2003 – 12ª Conferência Nacional de Saúde – Sérgio Arouca

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