Atitudes face à diversidade cultural

As sociedades contemporâneas são constituídas por pessoas,

culturas e hábitos sociais de diversas proveniências – quer pela
emigração, quer pela maior facilidade de contacto proporcionado
pela globalização.

Designa-se por diversidade cultural, a situação de coexistência de

culturas diversas num mesmo espaço social. Nesse espaço as
pessoas, de culturas e hábitos diversos, têm de lidar umas com as
outras. E, perante a existência de seres humanos com normas e
hábitos culturais diferentes, as pessoas podem assumir atitudes e
condutas variadas. Mencionaremos aqui três dessas atitudes:
etnocentrismo, relativismo cultural e interculturalismo.
 Atitudes face à diversidade cultural

Etnocentrismo
Incluem-se nesta atitude as pessoas que observam as outras culturas em função da sua
própria cultura, tomando-a como padrão para valorizar e hierarquizar as restantes –
portanto, fazem julgamentos de valor a partir, exclusivamente, do seu ponto de vista e dos
valores da sua cultura.

Desta atitude podem, de imediato, resultar duas consequências:

• Incompreensão em relação aos aspectos das outras culturas:
pois o etnocentrista é incapaz de aceitar os que não adotam
modos de vida semelhantes ao seu.
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Etnocentrismo
• Fortalecimento dos laços do endogrupo (grupo de pertença), ou seja, aumento
da coesão entre os elementos do grupo e do sentimento de superioridade em
relação aos elementos de fora (exogrupo) com que têm de coexistir.

Para preservar os traços da sua cultura, o etnocentrista pode assumir

posturas negativas, entre as quais:
o Xenofobia – medo (que se pode transformar em ódio) em relação ao
estranho; ao desconhecido (ao estrangeiro).
o Racismo – repúdio violento de determinados grupos étnicos,
comportamento agressivo para com certas etnias;
o Chauvinismo – patriotismo fanático; desprezo pelos estrangeiros.
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Relativismo Cultural

Para além do etnocentrismo existe uma posição que também perspectiva as

culturas a partir dos valores por que se regem/orientam e não dos valores das
culturas em causa: o relativismo cultural.
No entanto, afasta-se do etnocentrismo ao promover a tolerância face às
expressões culturais de outras comunidades.
Sendo, aparentemente, uma atitude positiva, esta atitude pode manifestar
alguns aspectos negativos:

• A simples proclamação do respeito e tolerância pelas

outras culturas pode encerrar a ideia de que cada cultura
deve promover os seus próprios valores; mas cada qual
ficando fechado em si próprio.
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Relativismo Cultural

Para além do etnocentrismo existe uma

posição que também perspetiva as culturas a partir
dos valores por que se regem/orientam e não dos
valores das culturas em causa: o relativismo
cultural.

No entanto, afasta-se do etnocentrismo ao

(parecer) promover a tolerância face às expressões
culturais de outras comunidades.
 Atitudes face à diversidade cultural
Relativismo Cultural

Sendo, aparentemente, uma atitude positiva,

esta atitude pode manifestar alguns aspectos
negativos:
• A simples proclamação do respeito e tolerância pelas outras
culturas pode encerrar a ideia de que cada cultura deve
promover os seus próprios valores; mas cada qual ficando
fechado em si próprio.
• Ao não incentivar a abertura aos modelos culturais de outras
comunidades, os defensores do relativismo dificultam o diálogo
entre culturas.
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Relativismo Cultural

Neste sentido, os relativistas não escapam a certos riscos. Entre

eles, estão os seguintes:
Racismo
• Embora proponham o respeito pelos modos de vida de todos os povos, os
relativistas estão a preservar a sua própria cultura. Pensam: “A melhor forma
das pessoas preservarem os seus valores e hábitos culturais consiste em não
se misturarem”. Daí não serem adeptos do diálogo cultural.

Isolamento
• Apesar da tolerância, o relativismo promove a separação entre culturas,
não manifestando interesse em estabelecer contacto com povos
diferentes. A defesa de que cada ser humano deve ficar no seu país e
viver segundo a sua cultura acaba por ser, muitas vezes, um modo de
justificar a proibição da entrada de emigrantes.
 Atitudes face à diversidade cultural
Relativismo Cultural

Estagnação
•Há uma visão estática das culturas,
considerando que o importante é manter as
tradições. Certamente que é salutar preservar as
tradições com vista à conservação da memória
colectiva; porém, a cultura é algo de vivo que se
deve adaptar a novas circunstâncias e, para isso,
os contactos entre culturas são altamente
enriquecedores.
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Interculturalismo e diálogo de culturas

Esta posição tem como ponto de partida o respeito pelas outras

culturas, mas defendendo a igualdade axiológica entre todas elas.
O interculturalismo procura:

• Compreender a natureza pluralista da nossa sociedade e do nosso

mundo.
• Compreender a complexidade e riqueza da relação entre diferentes culturas.

• Colaborar na busca de respostas aos problemas mundiais que se

colocam nos âmbitos social, económico, político e ecológico.
• Promover o diálogo entre as culturas.
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Interculturalismo e diálogo de culturas

O diálogo entre culturas corresponde a uma exigência do nosso

tempo, visto a necessidade de dar respostas comuns a desafios que se
colocam a todos os povos.
Para levar a cabo esta tarefa, é necessário ter como base um conjunto
de valores partilhados, entre os quais se evidenciam os seguintes:
• Salvaguarda dos direitos humanos.
• Apreço pela liberdade, igualdade e solidariedade.
• Respeito pelas diferentes culturas.
• Promoção de uma atitude dialogante.
• Implementação de uma tolerância ativa.
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Interculturalismo e diálogo de culturas

Estes mínimos morais são os

alicerces, o ponto base, para a
construção de uma “civilização
mundial” que tem de ser edificada
através de um diálogo intercultural.
Para isso é primeiramente necessário
aprendermos a conviver num mundo
pluralista e igualitário – onde todos
possam ser sujeitos dos mesmos
valores (ou ter direito aos mesmos
valores; homem/mulher; rico/pobre;
preto/branco…).
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