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REGULAÇÃO DO TRABALHO E A

FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM
SAÚDE E ENFERMAGEM

CHRISTIANE BAHIA
 A enfermagem é parte essencial do Sistema de Saúde.Deve
ser encarada como uma atividade humana.
 As formas que assumiu ao longo do tempo só podem ser
compreendidas quando integradas no contexto das relações
do homem em seu ambiente físico, das relações do homem
com outras pessoas em termo de comportamento coletivo ou
individual e que por sua vez, são definidos por um conjunto
de idéias e crenças que lhes dão sentido.
 Os seres humanos, em todos os tempos e lugares e sob
todas as formas de organização social e de contexto cultural,
tiveram que lidar com a ameaça da doença e da
incapacidade.
 O curso da história do homem na terra, foi em grande parte
determinado pelo seu esforço a uma adaptação bem
sucedida no que diz respeito a sua luta contra a doença e o
trauma.
 Segundo SIGERIST “a doença é parte da vida, é uma
manifestação da vida sob condições alteradas.
 A enfermagem, como atividade humana e os conceitos
utilizados, tem sido definidos de forma diferente através da
história. Precisamos conhecer o processo histórico dessa
atividade, a qual é parte essencial na emergência das novas
formas de sociedade.
 O homem é o único animal que tem história.O ser humano é
situado e datado e a mercê de sua capacidade mental,
 satisfaz suas necessidades ao nível de
relacionamento homem- homem- natureza, dando
sentido às coisas e ao mundo em geral.
 Estrutura Social: conceituada como a rede de
relações e inter-relações de pessoas e de grupos
na sociedade. Esta não é estática. A enfermagem
faz parte dessa estrutura como uma das
modalidades de ações de saúde.
 É essencial a organização do poder político, ou
seja, as relações de dominação e de subordinação.
Outras categorias também influenciam o tipo de
estrutura social: religião, raça, cor, ocupação, etc.
 A reforma da enfermagem iniciada por F.N., não foi um fenômeno
isolado, foi parte de um movimento geral para a melhoria das
condições da vida humana.
 Status e prestígio fazem parte das convenções sociais. Nós como
enfermeiras devemos reconhecer esse fato sociológico, é insensato
e imaturo investir contra a hierarquização de status.Uma atitude real,
sensata e mais segura seria a de assumir um posicionamento a
partir dessa situação de fato e contribuir para provocar mudanças,
visando uma estrutura social mais compatível com as aspirações
humanas.(discriminação da mulher)
 O enfermeiro, através de sua competência e de seu trabalho, pode
vir a provocar mudanças em seu status e não com atitudes
emocionalistas de ressentimentos, de revanchismos, de submissão.
 O enfermeiro além de ser mão- de- obra qualificada, é agente
de mudança social e cultural.Desde cedo ele compreendeu
que para melhorar as próprias condições de trabalho,
impunha-se a organização de esforços.
 Vários são os fatores que interferem na prática e organização
da enfermagem:
- Força de trabalho no processo produtivo- trocamos nossa
mercadoria pelo salário necessário a sobrevivência.
Vendedores do nosso trabalho ao capital público ou privado.
- É profissão auxiliar- sem autonomia na tomada de
decisões. Funções “manuais”- separação do trabalho médico.
- Mão-de-obra submetida ao mercado capitalista- qualidade
do profissional- baixos salários- qualificação não interessa ao
mercado.
-Há divisão interna na enfermagem(categorias).
-O ensino de enfermagem é voltado às necessidades do
mercado de trabalho- passa a exigir maiores níveis de
escolaridade da força de trabalho e a educação para atender
a esta necessidade.
-Crise no mercado de trabalho- Despolitização da categoria-
passividade.

 Entidades de classe : COFEN, COREN, ABEn e


SINDICATOS.
1.Associação Brasileira de Enfermagem- ABEn
-Sociedade civil sem fins lucrativos que congrega as
categorias da enfermagem, fundada em agosto de 1926.
Ficou determinado que em qualquer estado que houvesse
 sete enfermeiras diplomadas, poderia ser formada uma seção,
sendo esse número elevado anos após para dez.Em 1952, a
Associação foi considerada de Utilidade Pública pelo Decreto
n°31.416/52.Sede em Brasília, funciona através de seções
formadas nos Estados.
 Finalidades:
-Congregar os enfermeiros e técnicos em enfermagem,
incentivar o espírito de união e solidariedade entre as classes.
-Promover o desenvolvimento técnico, científico e
profissional dos integrantes de Enfermagem do país;
-Promover integração às demais entidades representativas
da Enfermagem, na defesa dos interesses da profissão.
 Estrutura: A ABEn é constituída pelos seguintes órgãos, com
jurisdição nacional.
-Assembléia de delegados
-Conselho Nacional da ABEn (CONABEn)
-Diretoria Central
-Conselho Fiscal

 Realizações da ABEn:
-Congresso Brasileiro de Enfermagem- Fortalecimento da união
entre os profissionais, aprofundar a formação profissional e
incentivar o espírito de colaboração e o intercâmbio de
conhecimentos.
-Revista Brasileira de Enfermagem- Órgão Oficial, publicado
bimestralmente.Primeiro número foi publicado em 1932, “Anais de
Enfermagem”- Resumo de teses, jornal de Enf., boletim
informativo;
2. Sistema COFEN/CORENs- Conselho Federal de Enf./
Conselho Regional de Enfermagem.
- histórico: Em 12 de julho de 1973, através da Lei 5.905,
foram criados o COFEn e CORENs, constituíndo em seu
conjunto Autarquias Federais, vinculadas ao Ministério do
trabalho e Previdência Social.São órgãos disciplinadores do
exercício da profissão de Enf.,técnicos e auxiliares.Em cada
Estado existe um COREN, estando estes subordinados ao
COFEN, que é sediado no RJ e com escritório Federal em
Brasília.
-Antes do conselho existir, os Diplomas e Certificados dos
profissionais eram registrados pelo Ministério da Educação
através do Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina.
-Direção: CORENs são dirigidos pelos próprios inscritos, que
formam uma chapa e concorrem à eleição,tem duração de 3
anos, com direito apenas uma reeleição.A formação do
plenário do COFEN é composta pelos profissionais que são
eleitos pelos Presidentes dos CORENs.
-Receita: A manutenção do Sistema COFEN/CORENs é feita
através da arrecadação de taxas por serviços prestados,
anuidades, doações, dos profissionais inscritos nos CORENs.
-Finalidade: O objetivo primordial é zelar pela qualidade dos
profissionais de Enf.e cumprimento da Lei do Exercício
Profissional.
-O sistema COFEN/CORENs encontra-se representado em 27
Estados Brasileiros, sendo filiado ao Conselho internacional
de Enfermeiros em Genebra.
2.2.Competência
COFEN:
-Normatizar e expedir instruções, para uniformidade de
procedimento e bom funcionamento dos CORENs.
-Esclarecer dúvidas apresentadas pelos CORENs.
-Apreciar decisões dos CORENs.
-Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento
profissional.
-Aprovar contas e propostas orçamentárias.
-Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidos por
lei.
COREN:
-Deliberar sobre inscrições no Conselho e seu cancelamento;
-Disciplinar e fiscalizar o exercício profissional;
-Executar as instruções e resoluções do COFEN.
-Expedir carteira e cédula de identidade profissional, tendo valor
em todo território nacional.
-Fiscalizar e decidir os assuntos referentes a Ética Profissional
impondo as penalidades cabíveis;
-Elaborar a proposta orçamentária anual e o projeto de seu
regimento interno, submetendo-se a aprovação do COFEN.
-Zelar pelo conceito da profissão e dos que a exercem;
-Propor ao COFEN medidas visando a melhoria do exercício
profissional;
-Inscrição Provisória: É concedida ao profissional que tendo
concluído o curso de Enf. , ainda não recebeu o diploma ou
certificado.Na Bahia tem validade por 24 meses.Deverá
requerer prorrogação caso ultrapasse.
-Inscrição Definitiva;
-Transferência de inscrição;
 Questionamentos:
-Se representamos 65% dos trabalhadores do Setor Saúde
por que nossas conquistas se dão a longo prazo?Isto não
reflete a desorganização interna da categoria enquanto
grupo social?
-Por que a categoria Auxiliar de Enf. não aceitam muitas vezes
o enfermeiro como coordenador das ações de enfermagem,
mas aceitam ordens médicas?
- Há uma migração do emprego público em saúde para a esfera
municipal.Os empregos para o pessoal de enfermagem
cresceram 69,4% no setor público municipal.Este setor detem
48,1% dos empregos de Enfermeira e 61,8% dos Auxiliares
de Enfermagem- Trabalhadores rotativos, sem qualificação
formal,etc.

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