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Saúde e Segurança em Soldagem

Saúde e Segurança em Soldagem, Corte


MFAB-5

e Operações Afins

Prof. Hélio Padilha


Introdução

• De acordo com o Ministério do Trabalho,


os perigos no ambiente laboral podem ser
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classificados em cinco tipos:


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• Risco de acidente;
• Risco ergonômico;
• Risco físico;
• Risco químico;
• Risco biológico.

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Introdução

1. Risco de acidente
Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação
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vulnerável e possa afetar sua integridade e seu bem-estar


físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as
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máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade


de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado,
armazenamento inadequado, etc.

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Introdução

2. Risco ergonômico
Qualquer fator que possa interferir nas características
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psicofisiológicas do trabalhador, causando


desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de
risco ergonômico: levantamento de peso, ritmo de
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trabalho excessivo, monotonia, repetitividade, postura


inadequada, etc.

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Introdução

3. Risco físico
Consideram-se agentes de risco físico as diversas
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formas de energia a que possam estar expostos os


trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão,
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umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes,


vibração, etc.

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Introdução

4. Risco químico
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias,
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compostos ou produtos que possam penetrar no


organismo do trabalhador pela via respiratória, na forma
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de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores,


ou que sejam, pela natureza da atividade, de exposição,
possam ter contato com o organismo ou ser absorvidos
por ele através da pele ou por ingestão.

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Introdução

5. Risco biológico
Consideram-se agentes de risco biológico
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bactérias, vírus, fungos, parasitas entre outros.


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Introdução

A Soldagem não é pior nem melhor do que outros


processos industriais quanto aos riscos relativos à
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segurança e saúde.
... Mas um número específico de riscos deve ser
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avaliado e controlado.

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Doença Ocupacional

• Doença ocupacional é designação de várias


doenças que causam alterações na saúde do
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trabalhador, provocadas por fatores relacionados


com o ambiente de trabalho. Elas se dividem em:
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• Doenças profissionais ou tecnopatias, que são


causadas por fatores inerentes à atividade laboral;
• Doenças do trabalho ou mesopatias, que são
causadas pelas circunstâncias do trabalho.
• As primeiras possuem nexo causal presumido, mas
nas segundas a relação com o trabalho deve ser
comprovada.

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Doença Ocupacional

• Razões mais frequentes para doenças:


– Não utilização de equipamentos de proteção;
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– Uso de equipamentos inadequados;


– Ambiente de trabalho inadequado.
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• Locais de maior incidência:


– Pequenas e médias empresas;

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Responsabilidades

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Responsabilidades

• A DIREÇÃO como principal responsável pela


segurança deve:
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– Definir quais são as áreas projetadas e autorizadas para a


realização de serviços de corte, solda e similares;
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– Designar uma pessoa capacitada para autorizar a realização


de serviços de corte, solda e similares em áreas onde
normalmente este tipo de atividade não está previsto;
– Exigir que os supervisores, encarregados, e soldadores
tenham formação e treinamento necessários para realizar os
trabalhos com segurança;
– Não permitir que firmas empreiteiras trabalhem em áreas onde
existem materiais inflamáveis ou outras condições perigosas;
– Implementar procedimento de atuação em caso de incêndio ou
explosão.

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Responsabilidades
• O SUPERVISOR e o ENCARREGADO das operações de corte, solda
e similares têm as seguintes responsabilidades:
– Só permitir que o serviço seja efetuado mediante prévia autorização formal
emitida pela Direção;
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– Verificar se existem materiais combustíveis na área onde serão realizadas as


operações de solda;
– Se necessário, transferir o serviço para outro local ou afastar os combustíveis,
mantendo-os a uma distância de no mínimo 12 m. Caso contrário protegê-los
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adequadamente;
– Certificar-se que os soldadores estão cientes da necessidade de prévia
autorização formal emitida pela Direção para realizar o trabalho, principalmente
no caso de empreiteiras;
– Certificar-se que o operário ou vigilante designado para ficar de prontidão está
disponível e no local;
– Efetuar inspeção durante 1/2 hora após o final do trabalho nos casos que não
houve necessidade de pessoas de prontidão durante o serviço.
– Livrar área de materiais combustíveis procedendo da seguinte maneira:
• 1. Manter os produtos sólidos a pelo menos 12 m de distância do ponto de
trabalho;
• 2. Avaliar a separação dos materiais combustíveis com relação às
condições de execução do trabalho;
• 3. Manter os recipientes de líquidos e gases inflamáveis (cheios ou vazios),
a pelo menos 12 m de distância do ponto de trabalho;
• 4. Esvaziar e inertizar os reservatórios e tubulações de líquidos e gases
inflamáveis.
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Responsabilidades

• Os SOLDADORES devem:
– Obter permissão do Supervisor antes
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de começar qualquer trabalho de


corte, solda e similar;
– Em caso de mudança das condições
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do local para o qual foi concedida a


autorização para a realização dos
serviços ou em caso de transferência
das atividades para outra área, a
permissão inicial deverá perder a
validade, sendo necessária uma nova
autorização;
– Usar os equipamentos com cuidado e
de acordo com os procedimentos
estabelecidos. Devem estar cientes e
conscientes dos riscos inerentes a
operação.
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Incentivo

• Premiar os trabalhadores por boas práticas de


segurança no ambiente profissional.
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Legislação

• Regulamentação brasileira
– Portaria 3214 de 1978 (Normas Regulamentadoras – NR –
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alteradas através de portarias do Ministério do Trabalho.

• As NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são


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de observância obrigatória pelas empresas privadas e


públicas e pelos órgãos públicos da administração direta
e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT

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Legislação

• O não cumprimento das


disposições legais e
regulamentares sobre
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segurança e medicina do
trabalho acarretará ao
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empregador a aplicação das


penalidades previstas na
legislação pertinente.

• Constitui ato faltoso a recusa


injustificada do empregado ao
cumprimento de suas
obrigações com a segurança do
trabalho.

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Normas Regulamentadoras

• NR 1 - Disposições Gerais
• NR 2 - Inspeção Prévia
• NR 3 - Embargo ou Interdição
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• NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina


do Trabalho
• NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
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• NR 6 - Equipamento de Proteção Individual


• NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• NR 8 - Edificações
• NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
• NR10 - Serviços em Eletricidade
• NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
• NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
• NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
• NR 14 - Fornos
• NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
• NR 16 - Atividades e Operações Perigosas
• NR 17 - Ergonomia
• NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

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Normas Regulamentadoras
• NR 19 - Explosivos
• NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
• NR 21 - Trabalhos a céu aberto
• NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
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• NR 23 - Proteção contra incêndios


• NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• NR 25 - Resíduos Industriais
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• NR 26 - Sinalização de Segurança
• NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no
Ministério do Trabalho
• NR 28 - Fiscalização e Penalidades
• NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho
Portuário
• NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
• NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
• NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
• NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
• NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
e Reparação Naval
• NR 35 - Trabalho em Altura
• NR 36 - (ainda não aprovada) - Norma Regulamentadora sobre Abate e
Processamento de Carnes e Derivados 19
Normas Regulamentadoras

• A legislação brasileira é muito limitada em relação às


normas de segurança em soldagem.
– A NR18 em seu item 18.11 trata de alguns aspectos
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relacionados à segurança em soldagem.


– NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
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Construção.
– Esta NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de
planejamento e de organização, que objetivam a implementação
de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança
nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho
na indústria da construção.

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Normas Regulamentadoras

• 18.11. Operações de Soldagem e Corte a Quente

• 18.11.1- As operações de soldagem e corte a quente somente


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podem ser realizadas por trabalhadores qualificados.


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• 18.11.2- Quando forem executadas operações de soldagem e


corte a quente em chumbo, zinco ou materiais revestidos de
cádmio, será obrigatória a remoção por ventilação local
exaustora dos fumos originados no processo de solda e corte,
bem como na utilização de eletrodos revestidos.

• 18.11.3- O dispositivo usado para manusear eletrodos deve ter


isolamento adequado a corrente usada, a fim de se evitar a
formação de arco elétrico ou choques no operador.

• 18.11.4- Nas operações de soldagem e corte a quente, é


obrigatória a utilização de anteparo eficaz para a proteção dos
trabalhadores circunvizinhos. O material utilizado nesta proteção
deve ser do tipo incombustível.
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Normas Regulamentadoras

• 18.11.5- Nas operações de soldagem ou corte a quente de


vasilhame recipiente, tanque ou similar, que envolvam geração de
gases confinados ou semiconfinados, é obrigatória a adoção de
medidas preventivas adicionais para eliminar riscos de explosão e
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intoxicação do trabalhador, conforme mencionado no item 18.20 –


Locais Confinados.
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• 18.11.6- As mangueiras devem possuir mecanismos contra o


retrocesso das chamas na saída do cilindro e chegada do maçarico.

• 18.11.7- É proibida a presença de substâncias inflamáveis e/ou


explosivas próximo às garrafas de O2 (oxigênio).

• 18.11.8- Os equipamentos de soldagem elétrica devem ser


aterrados.

• 18.11.9- Os fios condutores dos equipamentos, as pinças ou os


alicates de soldagem devem ser mantidos longe de locais com óleo,
graxa ou umidade, e devem ser deixados em descanso sobre
superfícies isolantes.
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Normas Regulamentadoras

• Legislação Internacional
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– The Occupational Safety and Health Administration (OSHA)


– veja as principais normas em:
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http://www.osha.gov

– ACGIH - Conferência Americana de Higienistas Industriais


Governamentais

– AWS - American Welding Society

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Fiscalização

• O Ministério do Trabalho é o órgão responsável pela


fiscalização do cumprimento das normas regulamentadoras.
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• Pode ser requerida por:


– Sindicatos;
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– denuncias individuais ou grupos;


– Atuação do fiscal do Ministério do trabalho.

• Dilemas da proteção
– Conscientização X outros mecanismos
– Soldador não querendo usar EPI
– Deve-se procurar soluções técnicas ambientais e não individuais
(por exemplo: o isolamento da área contra ruído é mais eficiente
do que usar protetores auriculares);
– Aperfeiçoamento de protetores individuais (menor peso, maior
conforto, etc)

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FUMOS E GASES

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Fumos

• Fumos são partículas sólidas que tem origem nos consumíveis


de soldagem, no metal de base e qualquer camada protetora
no metal de base.
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Partículas em suspensão coletadas após duas semanas de atividade de solda. Um


soldador produz de 20 a 40g de fumos por hora, o que corresponde a aproximadamente
35-70kg por ano.
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Fumos

• A quantidade de fumos gerada e as concentrações de


substâncias tóxicas dependem do método de soldagem
utilizado. Entre os elementos de maior risco estão o Cromo
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Hexavalente Cr(VI), Manganês, Níquel e Chumbo.


• As partículas geradas são extremamente pequenas: 0.01-1 μm,
o que significa que são facilmente inaladas e podem atingir os
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pulmões.
• Além disso, não apenas os soldadores estão em risco nestes
ambientes insalubres.
• Os equipamentos de produção, bem como os produtos finais,
também são negativamente afetados pela falta de medidas de
segurança. Resíduos de fumos metálicos são causa frequente
de defeitos em dispositivos eletroeletrônicos e de mecânica fina.
• Equipamentos de solda automatizada como robôs – e seus
operadores – estão também sujeitos à exposição de fumos
residuais dos processos e também devem ser protegidos.

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Tamanho das partículas

• O diâmetro das partículas dos fumos de solda em seu


ponto de emissão varia entre abaixo de 0.01 a acima de
0.1 μm. Estas partículas estão aglomeradas quando
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atingem a zona de respiração do soldador, gerando


partículas de fumos de 1-2 μm.
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O sistema respiratório e as dimensões das partículas

• O tamanho das
partículas é importante
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porque determina o
quanto o sistema
respiratório é afetado.
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Partículas maiores que


5 μm são depositadas
no trato respiratório
superior. Partículas
entre 0.1 – 5 μm, que
incluem os fumos de
solda, penetram na
parte interna dos
pulmões (os alvéolos)
e ficam lá depositadas.

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Formação/composição

• Os fumos são formados principalmente pela


vaporização do metal de adição e do fluxo. Quando
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resfriado, o vapor se condensa e reage com o


oxigênio do ar formando partículas muito finas.
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• Além disso, muitos processos produzem diferentes


gases (mais comumente dióxido de carbono e ozônio,
além de outros) que podem ser perigosos caso a
exaustão não seja adequada.

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Formação/composição

• Aproximadamente 90% dos fumos são


originários dos consumíveis, enquanto
que o metal base contribui muito pouco
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em sua formação.
• Os fumos contêm todos os elementos
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presentes no consumível, mas em


proporções diferentes. Substâncias mais
voláteis têm maior concentração nos
fumos do que nos consumíveis e o
oposto é válido para substâncias com
maior ponto de fusão. No caso de metal
base revestido (galvanizado, zincado,
fosfatizado, pintado, etc.) o maior
contribuinte para a formação dos fumos
será o revestimento.

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Formação/composição

• A quantidade de fumos gerada varia de acordo com


o processo de solda utilizado.
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• Fumos gerados nos processos eletrodo revestido


(SMAW) e arame tubular (FCAW) contêm alta
proporção dos metais oriundos do revestimento dos
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eletrodos e do fluxo dos arames consumíveis.


Comparativamente, muito pouco é gerado pelo
metal de adição propriamente dito.
• Já os fumos gerados pelo processo MIG/MAG
contêm alta concentração dos metais que estão
sendo depositados.

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Riscos à saúde

• As partículas que constituem os fumos de solda são pequenas o


bastante para permanecerem em suspensão por um longo
período. Podem ser facilmente inaladas e penetrar
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profundamente nos pulmões.

• Com o tempo, estas partículas podem até atingir a corrente


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sanguínea. Os fumos dos processos SMAW e FCAW


normalmente contém quantidades significativas de Cromo
Hexavalente – Cr(VI) – e Manganês. Isso é importante porque
ambas as substâncias tem limite de concentração permitido
extremamente baixos dado ao risco que representam à saúde.
Outras substâncias metálicas como Níquel, Cobre, Zinco, etc.,
também apresentam riscos.

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Cromo VI

• Os aços inoxidáveis são ligas ferrosas com, no mínimo, 10,5%


de Cromo em sua composição. Os compostos de Cromo
Hexavalente – Cr(VI) – são aqueles que contem Cromo em sua
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forma oxidada +6.


• O Cromo no material base e no eletrodo de soldagem
(consumível) geralmente não são causa de geração de Cromo
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Hexavalente – Cr(VI). No entanto, durante o processo de


soldagem, os componentes alcalinos presentes no fluxo reagem
com o Cromo formando o Cr(VI).
• Os processos de corte a quente dos aços inoxidáveis também
podem gerar Cromo Hexavalente - Cr(VI).
• O Cr(VI) é sabidamente carcinogênico e investigações
realizadas mostraram claramente que a exposição a esta
substância pode causar graves e irreversíveis danos à saúde.

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Manganês
• O Manganês é um elemento de liga essencial
na produção de ferro e aço em virtude de sua
propriedade de captação do enxofre,
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desoxidação do banho e melhora da liga. O


Manganês é também um composto chave na
produção de aços inoxidáveis de baixo custo.
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• Enfim, está presente em praticamente todos


os tipos de aços. A exposição continuada e
constante a altas concentrações de
manganês podem prejudicar o sistema
nervoso, causar graves doenças do trato
respiratório e outros efeitos adversos. Um
largo espectro de doenças neuropsiquiátricas
já foi descrito como estando associado á
toxicidade do Manganês.
• Entre estas doenças está uma irreversível
forma de síndrome Parkinsoniana. Este tipo
de desordem decorrente da toxicidade do
Manganês foi chamada pelos pesquisadores
de “Parkinson’s Manganism”. 35
Consequências

• Câncer de pulmão
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• Asma

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Ulcerações do septo nasal


• Ulcerações de pele
• Dermatite de contato alérgica
• Siderose (doença pulmonar)
• Problemas de fertilidade
• Infarte

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Limites de exposição

• As organizações internacionais de saúde reconhecem a


importância da prevenção aos riscos potenciais à saúde
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representados pelos fumos e gases gerados na


soldagem.
• As leis e regulamentos tem sistematicamente aumentado
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seus níveis de exigência em todo o mundo. Alguns


países têm regulamentação específica no que tange à
redução e controle da exposição dos trabalhadores aos
fumos de solda. Estes regulamentos limitam os níveis de
concentração máximos das substâncias à que os
trabalhadores podem estar expostos.
• Esses limites são definidos em ppm (partes por milhão)
ou em mg/m3 , em geral como uma média durante a
jornada de trabalho e também valores máximos de pico
a qualquer instante.

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Limites de exposição

• No Brasil as normas regulamentadoras NR-9 (PPRA) e NR-15


anexo 11 definem, respectivamente, as medidas de proteção e
os limites de tolerância com relação à maioria das substâncias
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perigosas presentes nos fumos de solda.


• A partir de 2006 os níveis de exposição ao Cromo e ao
Manganês foram dramaticamente reduzidos nos EUA e na
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Suécia devido a recentes pesquisas dos riscos carcinogênicos e


neurotóxicos de compostos derivados destas substâncias.

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Gases

• Gases: produzidos pela ação do calor e radiação sobre


a atmosfera (não necessariamente vindo dos
consumíveis)
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– Tóxicos
– Asfixiantes (O2 < 16% no ar é perigoso)
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• Tipos de gases
– CO
– NO e NO2
– Ozônio
– Hidrocarbonetos clorados
– Fosgênio
– Cloreto de H2
– Cloreto dicloroacetil
– Cloro

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Monóxido de Carbono (CO)

• Decomposição do CO2
– Gás de proteção (100% CO2 produz 2 a 3 x mais CO do que
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Ar+20 CO2)
– Revestimento (pela decomposição de compostos orgânicos
presentes e carbonatos inorgânicos presentes nos
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revestimentos);
– Redução por metais (CO2 + M → MO + CO)

– O CO é encontrado frequentemente durante a soldagem de


aços quando os revestimentos do eletrodo contêm o
carbonato do cálcio (CaCO3 - Cal) ou quando se utiliza o
processo MIG/MAG com CO2 ou as misturas Ar/CO2 como
gás de proteção.

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Monóxido de Carbono (CO)

• A toxicidade do CO é causada pela formação da


carboxihemoglobina que diminuí a capacidade do
sangue de carregar o oxigênio aos vários tecidos.
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– hemoglobina tem grande afinidade (240 x maior do que pelo


O2), reduzindo a capacidade de transporte de O2 pela
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hemoglobina
– atinge primeiro o cérebro e coração
– limite = 50 ppm (400 ppm por hora é fatal e acima de1000
ppm é fatal em poucos minutos)

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Óxidos de nitrogênio
• São formados durante processos de soldagem pela oxidação direta
do nitrogênio atmosférico nas altas temperaturas produzidas pelo
arco ou chama. A primeira reação que ocorre é a formação do
óxido nítrico:
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• (NO) pelo nitrogênio e o oxigênio:


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– N2 + O2 produz 2NO
– Após a diluição no ar, o NO pode reagir com o oxigênio dando origem ao
dióxido de nitrogênio:
– 2NO + O2 produz 2NO2

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Óxidos de nitrogênio

• Os óxidos do nitrogênio podem ser irritantes para os olhos e


para os pulmões quando inalados;
• A exposição a elevadas concentrações pode causar irritação
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pulmonar severa e edema;


• A exposição crônica pode afetar a mecânica do pulmão, tendo
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por resultado uma diminuição na elasticidade do pulmão e da


capacidade respiratória máxima.
• A hemoglobina tem altíssima afinidade pelo NO (1000 x maior
do que pelo CO e 3 x maior do que pelo NO2), reduzindo a
capacidade de transporte de O2 pela hemoglobina
– limite: NO = 25 ppm (exposição intensa = morte imediata por bronco-
espasmo e parada respiratória)

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Ozônio
• Pode ser produzido na maioria das operações de soldagem a
arco, ocorrendo principalmente nas realizadas em ligas de
alumínio. É produzido a partir do oxigênio atmosférico em uma
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reação fotoquímica induzida pela radiação ultravioleta emitida


pelo arco elétrico. Esta reação é induzida em duas etapas pela
radiação das ondas de comprimento menores que 210 nm:
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3 O2+ Ultra-violeta (125 a 180 nm de comprimento de onda) → 2 O3

• A taxa da formação do ozônio depende dos comprimentos de


onda e da intensidade da luz ultravioleta gerada no arco, que é
afetado por sua vez pelo material que está sendo soldado, pelo
processo de soldagem utilizado, pelo tipo de eletrodo usado,
pelo gás de proteção e por variáveis da soldagem tais como a
tensão, a corrente, e o comprimento do arco;

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Ozônio

• O ozônio gerado sobe na coluna de fumos juntamente


com outros gases aquecidos:
– lado bom = absorver radiação ultravioleta do sol
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– lado ruim = extremamente tóxico, irritação do aparelho


respiratório (bronquite crônica e enfisema)
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– O ozônio é um severo irritante respiratório e pode causar


edema pulmonar;
– O ozônio é instável no ar e sua decomposição é acelerada por
emanações de óxidos metálicos.

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Ozônio

• Exposição:
– pessoas toleram e aspiram ozônio em concentração < 0,05 ppm.
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– valor limite = 0,1 ppm.


– limite de pico = 0,3 ppm por período < 15 min.
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• Efeitos:
– > 0,1 ppm = sensação de secura e irritação de garganta e nariz;
– 0,1 a 1,0 ppm = congestão nasal, tremedeira, dor no peito e falta
de ar;
– 1 a 3 ppm x 30 min a 24 hs = envenenamento.

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Fosgênio

• Para efetuar a limpeza dos materiais antes da soldagem


são utilizados hidrocarbonetos clorados, dentre eles o
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tricloroetileno, o tetracloroetileno e o metil clorofórmico.


• Estes agentes são muito voláteis, especialmente quando o
calor do processo de soldagem eleva em muito a
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temperatura.
• Dentre os gases tóxicos resultantes dos hidrocarbonetos
destaca-se o dicloreto de carbonila (COCl2), conhecido
como fosgênio, que é originado da oxidação fotoquímica
dos vapores produzidos a partir do tricloroetileno
(CHClCCl2).

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Fosgênio

• A formação do fosgênio se processa da seguinte forma:


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CHClCCl2 + ½ O2 + LUZ produz CHCl2CClO e


CHCl2CClO + O2 + LUZ produz COCl2 + HCl + CO
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• O fosgênio é considerado um gás venenoso podendo


causar sérias irritações nos olhos, nas vias respiratórias,
nos alvéolos pulmonares e até mesmo danos no sistema
nervoso central.

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Sistemas de ventilação e filtragem

• As operações de soldagem manual devem ser realizadas em


condições de segurança adequada com sistemas de
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ventilação próprios para a situação de forma a permitir a


coleta dos fumos e gases tóxicos gerados no processo, antes
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que atinjam a zona de respiração dos trabalhadores.


• Sistemas de ventilação geral do ambiente ou coifas
posicionadas acima da bancada ou dispositivo de trabalho
são soluções completamente inadequadas: a zona de
respiração do soldador continua sujeita à contaminação.
• Sistemas deste tipo também não são econômicos, pois
demandam a movimentação de grandes volumes de ar com
consequente consumo elevado de energia.

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Sistemas de ventilação e filtragem

• A coifa do braço extrator deve ser posicionada próxima e


acima do ponto de solda em um ângulo de aproximadamente
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45°. Para que se evite o risco de inalação dos fumos o


soldador deve manter a cabeça fora da zona de extração. Os
braços extratores são utilizados em sistemas de baixa
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pressão e tem a vazão situada entre 600 e 1.900 m3/h


dependendo do modelo e da aplicação a que se destina.

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Saúde e Segurança em Soldagem
MFAB-5 Sistemas de ventilação e filtragem

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Tochas aspiradas

• As chamadas tochas MIG/MAG aspiradas possuem um sistema de


mangueiras flexíveis e terminais integrados ao corpo do produto.
Permitem que o soldador execute o trabalho tendo sempre a
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exaustão presente facilitando a execução de soldas longas ou o


movimento amplo e rápido, sem necessidade de ajuste da posição
do captor.
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• A eficiência de captação esperada é de 70% a 98% dependendo


dos parâmetros de soldagem, em especial da posição. As tochas
aspiradas são o método ideal de exaustão de fumos em processos
robotizados.

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Sistemas automatizados

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Saúde e Segurança em Soldagem

LUMINOSIDADE EM SOLDAGEM

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Luminosidade em soldagem

• Fontes de emissão
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• Soldagem a arco elétrico


– Ultravioleta (< 380 nm)
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– Luz visível (380 – 760 nm)


– Infravermelho (>760 nm)

• Soldagem a chama
– Luz visível
– Infravermelho
– Não emite ultravioleta
• Então, proteção a ser especificada para solda a arco
é diferente da especificação para solda a gás
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MFAB-5
Saúde e Segurança em Soldagem
Espectro eletromagnético

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Radiação infravermelha

• A radiação infravermelha é emitida por corpos cuja


superfície encontra-se à temperatura maior que a do
ambiente ao redor deles. Este tipo de radiação é também
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chamado de calor radiante.


• O principal efeito conhecido sobre as pessoas é o térmico,
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podendo provocar entre outras consequências,


queimaduras na pele (especialmente quando os
comprimentos de onda são inferiores a 1,5 micrômetros),
cataratas e em caos extremos, lesões à retina.

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Radiação infravermelha

• Limites de exposição
• Se encontram em fase de estudo e aprovação valores limites
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específicos para o setor do espectro denominado de


“infravermelho próximo”, que corresponde à faixa mais próxima
à da radiação visível. A seguir especificam-se os valores
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propostos pela ACGIH (American Conference of Industrial


Hygienists) em 1978:

• Proposta de limite de tolerância para infravermelho próximo


(1400 nm > l > 770 nm).
• “Para evitar possíveis efeitos retardados sobre o cristalino dos
olhos (cataractogênesis), a radiação infravermelha (l > 770 nm)
deve ser limitada a 10 mWxcm2.

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Radiação ultravioleta

• A radiação ultravioleta (UV) é a radiação


eletromagnética ou os raios ultravioleta com um
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comprimento de onda menor que a da luz visível e


maior que a dos raios X, de 380 nm a 1 nm. O nome
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significa mais alta que (além do) violeta (do latim


ultra), pelo fato de que o violeta é a cor visível com
comprimento de onda mais curto e maior frequência.

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Radiação ultravioleta
• A radiação ultravioleta estende-se aproximadamente entre os
valores de 400 nm e 10 nm no espectro eletromagnético e seus
efeitos variam rapidamente na medida em que muda o setor do
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espectro.
• O gráfico abaixo mostra esta porção do espectro com uma
classificação interessante do ponto de visa da Higiene do Trabalho.
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• As faixas denominadas eritemáticas (eritema – queimadura) e


germicida são as que apresentam maiores riscos potenciais. Estas
faixas são emitidas em operações com solda elétrica, metais em
fusão, maçaricos, operando a altas temperaturas, lâmpadas
germicidas, etc., e também estão contidas na irradiação solar.
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Filtros
• Os filtros convencionais de luz, feitos de vidro, protegem o profissional
contra as radiações da soldagem, mas chegam a bloquear a luz visível
incidente quando fora da operação. Isso faz com que o soldador levante e
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abaixe a máscara de soldagem por várias vezes para visualizar outras


operações que não a elaboração do cordão ou ponto de solda.
• As máscaras de solda de escurecimento automático permitem que o
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profissional enxergue através do filtro de luz sob condições normais de


luminosidade, reduzindo consideravelmente a frequência de movimentos
que ele faz com a máscara. Ganha-se em ergonomia e produtividade, já
que há maior facilidade na visualização do posicionamento dos eletrodos,
da quantidade de metal depositado e na rapidez de mudança de um ponto
para outro quando não se está produzindo o cordão ou ponto de solda.

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Filtros

• Especificação de tonalidade
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– A tonalidade a ser escolhida depende do tipo de solda e da


intensidade de corrente elétrica utilizada, já que, para cada
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atividade de cordão longo de solda, cordão curto ou mesmo


solda ponto, existe uma quantidade de energia sendo
produzida.
– As Normas EN 379:2003 e ANSI Z87:2003 estabelecem
algumas recomendações quanto à tonalidade para a
proteção.

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Saúde e Segurança em Soldagem
Filtros

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Máscaras auto escurecimento
• Antes:
– Com a máscara na posição abaixada
proporcionando segurança contra riscos de
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radiação lateral (indireta) ou partícula de lixamento


o soldador tem uma visão clara através do filtro de
auto escurecimento. Ambas as mãos ficam livres
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para posicionar precisamente o eletrodo e peças.


• Durante:
– O filtro muda para posição escura em 0,1
milésimos de segundos da abertura do arco elétrico
protegendo contra radiações e fagulhamentos
diretos.
• Após:
– O filtro automaticamente retorna a posição clara
após realizado o cordão de solda, permitindo uma
visão clara da poça de solda bem como a
preparação para o próximo cordão. Proteção a
visão que aumenta a performance.

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Saúde e Segurança em Soldagem
Máscara com filtro respiratório

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Saúde e Segurança em Soldagem

• Todo cuidado é pouco!!


Máscaras

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Saúde e Segurança em Soldagem

CALOR, FOGO E EXPLOSÃO

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Proteção é essencial!!
• Os acidentes na
soldagem são causados
principalmente pela falta
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de atenção, pelo uso


incorreto ou o não uso
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do EPI (Equipamento de
Proteção Individual), por
todos os envolvidos no
processo.
•     Todos os acidentes
podem ser prevenidos.

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Arco elétrico

• Calor → queimaduras
– Arco em si
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– Chapas quentes (cuidado, o Al não altera a cor)


– Conexões mal feitas (perde $ também) e/ou
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dimensionamento incorreto de cabos

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Conexões de cabos de energia

• Conexões elétricas defeituosas podem aquecer e,


eventualmente, derreter. Elas podem ainda ser a causa de
más soldas e provocar arcos ou faíscas perigosas. Não se
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deve permitir que água, graxa ou sujeira se acumule em


plugues, soquetes, terminais ou elementos de um circuito
MFAB-5

elétrico.

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Diâmetro dos cabos

• Depende:
– Corrente de soldagem;
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– Ciclo de trabalho;
– Comprimento total dos cabos do circuito.
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Calor, fogo e explosão

• Respingos
– Podem “viajar” até a 9m do local de soldagem
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Calor, fogo e explosão

• Soldagem a chama
• Gases
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– Fogo →→ queimaduras
– Explosão
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– Nota: O acetileno é menos denso do que o


ar (0,91), subindo e acumulando em
andares superiores
– Asfixiante. Os efeitos são devidos a falta de
oxigênio. Concentrações moderadas podem
causar dor de cabeça, sonolência, vertigem,
náusea, vômito, excitação, excesso de
salivação e inconsciência. O vapor liberado
pelo líquido pode também causar a falta de
coordenação e dores abdominais. Este
efeito pode ser retardado. O acetileno é um
asfixiante, e a falta de oxigênio pode levar a
morte;
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Calor, fogo e explosão

• Perigo de incêndio
– Para iniciar um incêndio, devem
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estar presentes três elementos


essenciais:
– material combustível,
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– oxigênio e
– uma fonte de ignição.

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Calor, fogo e explosão

• Equipamento de proteção individual - EPI


– Avental
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– Luvas
– Perneiras
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– Botas
– Touca
– Máscara

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Calor, fogo e explosão

• Cuidados e manuseio de cilindros de acetileno


– Usar Equipamentos de Proteção Individual (óculos de
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proteção, luvas, coletes de couro, equipamentos de


proteção respiratória, dentre outros);
– Nunca abrir a válvula com mais de ¼ de volta, pois em
MFAB-5

caso de emergência pode-se fechar mais rápido o


cilindro;
– Nunca esgotar o cilindro a menos de 2 kg de pressão;
– Soltar o diafragma do regulador antes da abertura;
– Até mesmo a queda do cilindro de acetileno pode
acarretar uma explosão, e normalmente, o Corpo de
Bombeiros Militar estacam as chamas do cilindro
colocando-o num recipiente com água. Mesmo depois
das chamas serem extintas, o cilindro deve ser mantido
por 24 horas dentro de um recipiente com água para
evitar uma nova reação química e mais explosões;
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Calor, fogo e explosão
– Proteja os cilindros contra danos físicos;
– Utilize em carrinho de cilindros para movimentá-los; não arraste,
role ou deixe-o cair;
Saúde e Segurança em Soldagem

– Todos os sistemas de tubulações de acetileno e equipamentos


associados devem ser aterrados. Os equipamentos elétricos
devem ser protegidos da formação de centelha ou a prova de
MFAB-5

explosão. O controle de vazamento deve ser realizado com água


e sabão, nunca use fogo;
– Nunca use tubulação de cobre para acetileno; use aço inox.
– Abra a válvula do cilindro o mínimo possível para garantir uma
vazão aceitável durante sua operação, isso vai permitir que você
a feche tão rápido quanto possível em caso de emergência;
– Nunca tente levantar um cilindro pelo capacete; este
equipamento existe apenas para proteger a válvula;
– Nunca insira qualquer objeto (chave de boca, chave de fenda)
dentro da abertura do capacete, isto pode causar dano a válvula,
e consequentemente um vazamento;

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Calor, fogo e explosão
– Use uma chave ajustável para remover capacetes
apertados ou enferrujados. Abra a válvula lentamente;
– Faça sempre manutenção preventiva;
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– Armazene e use com ventilação adequada;


– Mantenha os cilindros de acetileno longe de oxigênio e
outros oxidantes, pelo menos a uma distância mínima de
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6,1 m, ou use uma barreira de material não combustível.


Essa barreira deve ter no mínimo 1,53 m de altura e ser
resistente ao fogo por pelo menos ½ hora;
– A armazenagem em excesso, ou seja, acima de 70,79 m3
é proibida em prédios com outros ocupantes;
– Assegure-se de que os cilindros estejam fora de risco de
queda ou da possibilidade de roubo;
– Cilindros de acetileno são projetados de modo que a
válvula seja mantida com o capacete. Atarraxe
firmemente o capacete com as mãos;
– Identifique a área de armazenamento e uso com placas
“NÃO FUME” ou “NÃO ABRA CHAMAS”;
– Não devem existir fontes de ignição no local;
– Armazene separadamente os cilindros cheios dos vazios.

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Saúde e Segurança em Soldagem
Calor, fogo e explosão

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MFAB-5
Saúde e Segurança em Soldagem

• Perigos:
Calor, fogo e explosão

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MFAB-5
Saúde e Segurança em Soldagem

CHOQUE ELÉTRICO

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Choque elétrico

• É uma perturbação de natureza e efeitos diversos


que se manifesta no corpo humano, quando por
Saúde e Segurança em Soldagem

ele circula uma CORRENTE ELÉTRICA.


• O corpo humano, em presença de corrente
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elétrica, comporta-se como um condutor,


apresentando determinada resistência elétrica.

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Choque elétrico

• Para que a corrente elétrica possa circular por um


determinado condutor é necessário que haja uma
Saúde e Segurança em Soldagem

determinada Diferença de Potencial (ddp).


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• Quanto maior a ddp para uma mesma resistência,


maior será a corrente que circula pelo condutor (lei
de OHM).

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Choque elétrico

• Os efeitos da corrente elétrica sobre o corpo humano


dependem da sua intensidade.
Saúde e Segurança em Soldagem
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Choque elétrico

• O pior choque é aquele que se origina quando uma


corrente elétrica entra pela mão da pessoa e sai pela
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outra.
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• Nesse caso, atravessando o tórax, ela tem grande


chance de afetar o coração e a respiração.
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Choque elétrico

• Os resultados esperados após o socorro à vítima


do choque elétrico dependem do tempo de
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exposição à passagem da corrente elétrica.


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TEMPO DE EXPOSIÇÃO À
PROBABILIDADE DE
PASSAGEM DA CORRENTE
RESULTADOS POSITIVOS
ELÉTRICA

ATÉ 4 MINUTOS 50%


ATÉ 5 MINUTOS 25%
ATÉ 6 MINUTOS 1%

Acima deste tempo

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Choque elétrico

• Efeitos do choque elétrico


– TETANIZAÇÃO:
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– Contração muscular produzida pelo impulso elétrico;


– Perigo: o indivíduo ficar “agarrado” durante o tempo em
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que perdurar a ddp;


– Valores elevados de corrente provocam a repulsão.

– PARADA RESPIRATÓRIA:
– Contração dos músculos ligados à respiração;
– A permanência da corrente leva o indivíduo a perda de
consciência e morte por sufocamento;
– A intervenção deve ser rápida (3 a 4 min), com
respiração artificial para evitar lesões irreversíveis.

87
Choque elétrico

– QUEIMADURA:
– Calor produzido pela corrente por efeito Joule;
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– Mais intensos nos pontos de entrada e saída;


– Mais graves quanto maior a corrente e o tempo de
permanência;
MFAB-5

– As queimaduras internas podem romper as artérias.

– FIBRILAÇÃO VENTRICULAR:
– O CORAÇÃO: músculo cardíaco (miocardio) que
contrai-se por impulsos elétricos provenientes do nódulo
sino-atrial.
– Fibrilação: contração desordenada das fibras devido a
interferência de corrente externa. Este fenômeno
geralmente é fatal.
– Intervenção: desfibrilador;
– Período vulnerável : 10 a 20% do ciclo.

88
Choque elétrico

• Cálculo aproximado da corrente elétrica que passa através do


corpo do soldador:
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• I = E / (R1 + R2 + R3)
– I = corrente através do corpo do soldador (A).
– R1 = resistência de contato entre a mão e o eletrodo (ou alicate) ()
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– R2 = resistência do corpo humano ()


– R3 = resistência de contato entre o pé (ou bota) e o solo ()
– E = tensão de pico da fonte ou tensão nominal de projeto (V)

– Ex.
– E = 95 V
– R1 = 20000 
– R2 = 500 a 1000 
– R3 = 3000 
» Resulta: I = 4mA
» Nota: se o piso estiver molhado → I2 = 25 x I1 = 100mA

89
Choque elétrico

• Medidas de Segurança
– Instalação de equipamentos
Saúde e Segurança em Soldagem

– Normas
– Recomendações do
MFAB-5

fabricante
– Fiação e cabos adequados à
potência
– Aterramentos
– Terminais devidamente
protegidos
• Nota: risco de choque
devido tensão de entrada
alta (220, 380, 440 V

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Saúde e Segurança em Soldagem

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL E COLETIVA
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Equipamentos de proteção

• Roupas;
• Máscaras;
Saúde e Segurança em Soldagem

• Proteção respiratória;
• Protetores auriculares;
MFAB-5

• Óculos ou visores
• Equipamentos de proteção individual
– NR-6: Equipamento de Proteção Individual
» Não se esqueçam da proteção coletiva:
cortinas, sinalização, telas, ...

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EPI

• Equipamentos de proteção individual


– Todo dispositivo ou produto de uso
Saúde e Segurança em Soldagem

individual utilizado pelo trabalhador,


destinado à proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
MFAB-5

– Só pode ser posto à venda ou utilizado se


possuir o CA – Certificado de Aprovação –
expedido pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.

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EPI

• Obrigações do empregador:
– Adquirir e fornecer gratuitamente o
Saúde e Segurança em Soldagem

EPI adequado ao risco de cada


atividade;
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– Exigir o uso dos EPI’s;


– Orientar e treinar o trabalhador sobre
o uso adequado, guarda e
conservação;
– Substituir imediatamente, quando
danificados ou extraviados;
– Higienização e manutenção
periódicas;
– Comunicar o MTE sobre
irregularidades.

94
EPI

• Obrigações do empregado:
– Usar o EPI, somente para a
Saúde e Segurança em Soldagem

finalidade para o qual se


destina;
MFAB-5

– Responsabilizar-se pela
guarda e conservação do
equipamento;
– Comunicar ao empregador
qualquer alteração que o torne
impróprio para uso;
– Cumprir as determinações do
empregador sobre o uso
adequado.

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MFAB-5
Saúde e Segurança em Soldagem

CORTINAS DE PROTEÇÃO

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Cortinas de proteção

• A exposição à luminosidade proveniente das áreas de


soldagem e corte pode ser prejudicial aos olhos das
Saúde e Segurança em Soldagem

pessoas próximas a estas áreas. O uso das Cortinas de


Proteção Luminosa proporciona a proteção necessária
contra os riscos associados a estes trabalhos. Projetadas
MFAB-5

para uso em locais de trabalho onde passantes devem


ser protegidos da radiação prejudicial emitida durante os
trabalhos de soldagem, proporcionam proteção contra os
perigosos raios ultravioleta (UV). Em caso de exposição
prolongada estes raios podem causar conjuntivite actínica
ou mesmo catarata. As cortinas também protegem o
soldador da luminosidade refletida.

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Cortinas de proteção

• Cores:
• Verde Escura – Também conhecida como
T9, é a cor mais usada por ter sido a
Saúde e Segurança em Soldagem

primeira utilizada pelos fabricantes de PVC


Flexível. Foi inspirada na cor de filtros para
máscara de soldagem.
MFAB-5

• Vermelha – Foi desenvolvida para a


indústria automotiva, a qual necessita de
produtos de maior transparência para
garantir maior visibilidade nos locais de
trabalho ou oficinas.

• Bronze – É a cor mais usada na Alemanha,


onde uma cor mais escura que a Verde
Escura (T9) é desejada.

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Cortinas de proteção

• Requisitos
– Redução de brilho:
Saúde e Segurança em Soldagem

– Minimizar o desconforto pelo brilho às pessoas do lado


de fora. Ver, mas não ofuscar os olhos.
MFAB-5

• A redução de brilho é conseguida pela


modificação espectral da luz transmitida:
– Impede raios ultra violetas (< 320 nm) - ofuscamento
– Deixa passar 500 – 600 nm (percebida como luz
amarelo – laranja – perceptível aos olhos)
– Absorve o azul (400 – 500 nm) - perturbadora aos olhos

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MFAB-5
Saúde e Segurança em Soldagem

VISÃO

100
Visão do soldador

• Risco:
– Soldagem em si (arco e sua
Saúde e Segurança em Soldagem

reflexão em objetos)
– Operações paralelas
(esmerilhamento, limpezas, etc.)
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• O risco depende do processo:


– Corrente de soldagem e
concentração do arco (MIG/MAG
> ER);
– Aço inox e alumínio (reflexão)
– Corte por plasma produz mais
fumos do que por laser

101
Visão do soldador

• Acuidade visual:
– Diminui para todos aos 45 anos em média
Saúde e Segurança em Soldagem

– Acuidade reduzindo, qualidade do trabalho cai;


– Medida através de Biomicroscópio Oftamológico
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(simples)

102
Visão do soldador

• Características da vista de um soldador afetado:


– Córnea sem brilho e granular:
Saúde e Segurança em Soldagem

– Causas:
– Ressecagem precoce das glândulas lacrimais (reduz a
MFAB-5

resistência à virosis e ultravioleta)


– Excessivo uso de colírio (recursivo ao primeiro)
– Exoforia (convergência) – eixos visuais deixam de ser
paralelos

103
Visão do soldador

• Lesões na vista:
– Lesão provocada pela exposição ao arco –
Saúde e Segurança em Soldagem

absorção de UV pelo epitelium corneal


(regenerado em 24 horas)
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– Siderosis ocular – fumos lançados contra a


córnea: Podem não ser retidos (muito finos)
– Oxidam e inflamam (siderosis)

– Partículas maiores lançadas contra a vista

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Saúde e Segurança em Soldagem
Vídeos

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Saúde e Segurança em Soldagem
Segurança

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