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Gestã o da Manutençã o

Antó nio Duarte


Introduçã o

Definições e conceitos
básicos
Lista de normas

2 António
Duarte
Definiçã o
Reparar o que está avariado (clássica)
Todas as actividades que visam manter ou restaurar
num determinado bem as condições físicas
consideradas necessárias ao desempenho das suas
funções produtivas (Geraerds, 1985)
Combinação de todas as acções técnicas,
administrativas e de gestão, durante o ciclo de vida de
um bem, destinadas a mantê-lo ou repô-lo num
estado em que ele pode desempenhar a função
requerida. (NP EN 13306:2007)
Abrange: especificação, aquisição, planeamento,
operação, avaliação da performance, melhoramento e
abate.

3 António
Duarte
Gestã o da Manutençã o
Todas as actividades de gestão que determinam os
objectivos, a estratégia e as responsabilidades
respeitantes à manutenção e que os implementam por
diversos meios tais como o planeamento, o controlo e
supervisão da manutenção e a melhoria de métodos na
organização, incluindo os aspectos económicos. (NP EN
13306:2007)
Objectivos da manutenção
Metas fixadas e aceites para as actividades de manutenção
Estratégia da manutenção
Método de gestão utilizado para atingir os objectivos
da manutenção.
4 António
Duarte
Desafios
Tendências actuais da gestão de operações
Favorecimento da flexibilidade em detrimento do volume
Exigência de respostas rápidas
Eliminação de desperdícios operacionais (stocks, esperas, etc.)
Prevenção de defeitos
Exemplos: gestão “lean”, just-in-time, six-sigma, …
Nestes ambientes os problemas nos equipamentos
são particularmente importantes
Políticas correctas na manutenção são um factor crítico
no suporte à grande exigência destas estratégias
Lean - é uma filosofia de produção
nascida após a segunda guerra mundial
no sector automóvel com intuito de
otimizar o sistema de produção. O
conceito desta filosofia baseia-se na
eliminação de desperdícios.

5 António
Duarte
Desafios
Maiores expectativas e exigências da sociedade
Fiabilidade dos serviços essenciais (fornecimento
de electricidade ou água por exemplo)
Protecção do ambiente
Normas exigentes de higiene e segurança
Uma correcta manutenção previne falhas críticas,
reduzindo os riscos de interrupções de
fornecimento, acidentes industriais, poluição, etc.

6 António
Duarte
Desafios
Rápida inovação tecnológica
Testes não destrutivos, medição de vibrações, termografia,
etc.
Tecnologias que podem ser aplicadas na manutenção para melhorar
a sua performance
Introdução da electrónica, tecnologias de
informação, comunicações sem fios, etc.
A manutenção tem que conhecer e adaptar-se à operação
destas novas tecnologias
É necessário gerir a coexistência de tecnologias novas e
antigas (variedade, interfaces, etc.)

7 António
Duarte
Como atingir a excelê ncia?
A excelência poderá ser
Operação sem sobressaltos e de acordo com as
especificações
Custos razoáveis e dentro do orçamentado
Altos níveis de serviço
Elevada rotação nos stocks de materiais para
manutenção, reparação e operação
Pessoas competentes e motivadas
Segundo um estudo de 2004 (Robertson and Jones) os
orçamentos para a manutenção variavam entre 2% e
90% dos custos operacionais, sendo a média 20.8%
Fatia não desprezável dos custos
Oportunidades para eliminar desperdícios
8 António
Duarte
Decisõ es
Objectivos estratégicos
Como estamos? O que se quer atingir? Qual a diferença?
Definidos e quantificados pelos gestores e líderes
Tácticas
Escolha do tipo de manutenção (preventiva, correctiva,
etc.)
Planeamento das actividades de manutenção
Medição da performance e controlo dos desvios
Melhoria contínua
Foca-se no aumento sustentado da fiabilidade
TPM – Total Productive Maintenance
Análise da fiabilidade dos equipamentos
9 António
Duarte
TPM – Total Productive Maintenance
Centrada nas pessoas
Os operadores dos equipamentos têm um papel activo
na manutenção:
Responsabilidade na manutenção de rotina e pequenas avarias
Passa por formação, treino e modificação da cultura
empresarial
Eliminação das 6 grandes perdas de eficiência (Nakajima,
1988)
Avarias
Setups e afinações
Paragens
Redução de cadências
Defeitos
Redução do rendimento
Estas perdas normalmente rondam 30% dos custos associados
1
0
à manutenção António
Duarte
TPM – Bases
Melhoria da eficiência do
equipamento Eliminação
Eliminação das 6 grandes perdas
Sistemática
Manutenção programada de
Planear a manutenção Desperdícios
Gestão inicial do equipamento Melhoria
Design, selecção, aquisição
Formação e treinoe aperfeiçoamento das pessoas Contínu
Desenvolvimento
Manutenção autónoma a
Tornar os operadores parceiros conscientes da
manutenção

1 António
1 Duarte
Té cnicas TPM: 5 S Corresponde a cinco
princípios ou Sentidos

Seiri (organizar, triar)


Identificar e remover itens sem utilidade
Seiton (arrumar)
Definir locais para cada material ou
ferramenta
Colocar à mão o mais utilizado
Rotular e marcar os locais (gestão visual)
Seiso (limpar)
Limpar o posto de trabalho e a envolvente
Definir uma norma para a limpeza do posto

1 António
2 Duarte
Té cnicas TPM: 5 S
Seiketsu (normalizar)
Definir normas para a arrumação e a limpeza
Estabelecer as ajudas visuais necessárias
Normalizar todos os postos do mesmo tipo
Shitsuke (manter)
Assegurar que o que foi feito se mantém ao longo do
tempo
Elaborar checklists de pontos a observar
Verificar essas checklists periodicamente

Deve ser feito de forma contínua

1 António
3 Duarte
Té cnicas TPM: 5 S

1 António
4 Duarte
Té cnicas TPM: CLAIR
Clean (limpar), Lubrificar, Ajustar, Inspeccionar,
Reparar (pequenas avarias)
Os operadores ganham novas responsabilidades
Estabilizar os equipamentos
Evitar a deterioração acelerada
Detecção e tratamento antecipado das avarias mais graves
Os operadores transformam-se em parceiros da
manutenção
Liberta os especialistas da manutenção para as decisões
de carácter estratégico e para a gestão da manutenção

1 António
5 Duarte
Aná lise da Fiabilidade
Centra-se nos equipamentos e no seu desenho
Colocam-se as questões
É necessária manutenção?
Que tipo de manutenção serve melhor os objectivos
da organização?
Pode uma alteração do equipamento eliminar as causas
das falhas?
O objectivo é manter a funcionalidade do sistema e
não os equipamentos em funcionamento
As operações de manutenção só são realizadas se
contribuírem para manter a funcionalidade do sistema
de forma economicamente racional

1 António
6 Duarte
Aná lise da Fiabilidade: benefícios
Aumenta o conhecimento do equipamento
Como falha e quais as consequências
Clarifica as competências dos operadores e dos
técnicos da manutenção
Aumentos de
Segurança
Eficiência ambiental
Produtividade
Manutibilidade
Racionalidade económica

1 António
7 Duarte
Aná lise da Fiabilidade: metodologia
1. Estabelecer quais os equipamentos
prioritários (equipamentos críticos, custo das
falhas, etc.)
2. Definir as funcionalidades e as medidas de
performance dos equipamentos
3. Identificar as possíveis falhas de funcionalidade (o que
é considerado falha)
4. Identificar os modos de falha e suas causas
5. Determinar os por
(AMFE/FMEA, efeitos e consequências
FMEA - Failuredas falhas
Mode and Effects Analysis

6. exemplo)
Seleccionar o tipo de manutenção a realizar
(preventiva, correctiva, etc.)
7. Implementar e refinar o plano de manutenção
1 António
8 Duarte
Terotecnologia
Combinação de técnicas de
gestão, finanças, engenharia e outras práticas
aplicadas aos bens
fábricas, máquinas, equipamentos, edifícios, estruturas,
etc.
na perseguição de um ciclo de vida económico
Especificação
Desenho
Fabricação e Instalação
Arranque
Funcionamento
Substituição / Abate
1 António
9 Duarte
Políticas de Manutençã o
Não planeada
Manutenção correctiva (de emergência)
Planeada
Preventiva
Sistemática (periodicidade fixa)
Condicionada (monitorização de parâmetros do equipamento)
 Monitorização contínua
 Monitorização periódica
Pode ser realizada em funcionamento ou em paragem
Correctiva
Em funcionamento (avarias aleatórias mas esperadas, há
preparação)
Em paragem (corrigir anomalias ou melhorar o equipamento)
2 António
0 Duarte
Custos da Manutençã o
Custos

Custo total

Zona óptima

Custo da
Custo das paragens manutenção

Esforço de Manutenção (ex. frequência de


2 substituições) António
1 Duarte
Estrutura dos Custos
Normalmente identificados
Peças e materiais
Mão de obra
Subcontratos
Normalmente ocultos ou não
quantificados
Perda de materiais
Perda de produtividade
Perda de confiança interna
Perda de produção e de clientes
Perda de motivação
Redundância
Falta de segurança
Problemas de qualidade
Degradação acelerada do equipamento
Stress
Degradação da imagem da empresa
Aumento de stocks para compensar
2 António
2 Duarte
Indicadores: características ideais
Utilidade
Clareza
Fidelidade
Sensibilidade
Reacção rápida às variações relevantes
Unicidade
Hierarquização
Ajustados ao nível hierárquico de quem
dirige
Complementaridade
Entre os vários indicadores
2 António
3 Duarte
Indicadores econó micos (1)
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑎
Impacto nos 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑎
custos: 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑎
Impacto no 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜
𝑉 𝑜𝑙 𝑢 𝑚𝑒 𝑑 𝑒
volume: 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑 𝑎
Subcontratação 𝑆𝑢𝑏𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑎çã𝑜
: 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑎
Custo 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑 𝑎
horário: 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑎
Custo da 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐺𝑙𝑜𝑏𝑎𝑖𝑠 𝑑 𝑎
manutenção: 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎

2 António
4 Duarte
Indicadores econó micos (2)
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑎
Incidência da 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛
𝑉 𝑎𝑙𝑜 𝑟çã𝑜
manutenção: 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜
Taxa de manutenção
preventiva:
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑 𝑎 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛 çã𝑜 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑣𝑎
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑 𝑎 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛 çã𝑜

Taxa de man. de emergência:


𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑 𝑎 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛 çã𝑜 𝑑 𝑒
𝐸𝑚𝑒𝑟𝑔ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑 𝑎 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛 çã𝑜 𝑑 𝑒
Custo médio
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 por
𝑑 𝑎 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛 çã𝑜
𝐸𝑚𝑒𝑟𝑔ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑 𝑒
falha: 𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑 𝑜 𝑀 𝑜 𝑣 𝑖 𝑚 𝑒 𝑛 𝑡 𝑜
Rotação dos 𝐴 𝑛 𝑢 𝑎 𝑙𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑 𝑎𝑠
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟
stocks: 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠
2 António
5 Duarte
Indicadores té cnicos
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠
Utilização da mão de 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠
obra: 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠
Disponibilidade:
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑 𝑒 𝐹 𝑢 𝑛 𝑐 𝑖 𝑜 𝑛 𝑎 𝑚 𝑒 𝑛 𝑡 𝑜
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑 𝑒 𝐹 𝑢 𝑛 𝑐 𝑖𝑜𝑛 𝑎𝑚𝑒𝑛 𝑡 𝑜 +𝐻𝑜 𝑟𝑎 𝑠 𝑑 𝑒
𝑃 𝑎 𝑟 𝑎 𝑔 𝑒𝑚
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑 𝑒
Grau de 𝑃𝑎𝑟𝑎𝑔 𝑒𝑚
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒
planeamento: 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑 𝑒
Qualidade do 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑 𝑒
serviço: 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜

2 António
6 Duarte
Q ue indicadores (nã o) usar?
A performance da manutenção era aferida pela
disponibilidade dos aviões do Comando Costeiro da RAF (II
Guerra Mundial) (𝐸𝑚 𝑉𝑜𝑜 )+(𝑃𝑟𝑜 𝑛𝑡𝑜 𝑎
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑉𝑜𝑎𝑟)
(𝐸 𝑚 𝑉𝑜 𝑜)+(𝑃𝑟𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑎 𝑉𝑜𝑎𝑟)+(𝐸𝑚
𝑀 𝑎 𝑛 𝑢 𝑡 𝑒 𝑛 çã𝑜 )
Pretendia-se uma disponibilidade superior a 75% e um aumento
dos tempos de voo
Cada hora de voo implicava duas horas de manutenção.
Cenário 1: 10% de tempo de voo
10%+70%
𝐷= = 0.8 = 80%
10%+70%+20%

Cenário 2: 20% de tempo de


voo 20%+40%
𝐷= = 0.6 = 60%
20%+40%+40%

2 António
7 Duarte
Output de u m sistema (O)
Capacidade (C)
Volume/velocidade de produção em funcionamento
normal
Qualidade (Q)
Taxa de produção em conformidade com as
especificações
Disponibilidade (D)Between
MTBF (Mean Time 𝑀𝑇𝐵𝐹
𝐷=
Fiabilidade
Failures) 𝑀𝑇𝐵𝐹 + 𝑀𝑇𝑇𝑅 + 𝑀𝑊𝑇
Manutibilidade
MTTR (Mean Time To Repair) 𝑂 =𝐶×𝑄×𝐷
Eficiência do suporte
MWT (Mean W aiting Time)

2 António
8 Duarte
Factores da disponibilidade
Fiabilidade
Manutenção preventiva, modificações, redundâncias, erros
de execução, número de componentes e estrutura, etc.
Manutibilidade
Projecto, ferramentas disponíveis, técnicas de
manutenção, formação do técnicos e dos operadores,
acessibilidade, etc.
Eficiência de Suporte
Organização, planeamento, dimensão da estrutura da
manutenção (equipamento e pessoas), desempenho, stocks
de peças de reserva, etc.
Normalmente, o MWT é a maior parcela do tempo de
imobilização (MDT (Mean Down Time) = MTTR +
2
9
MWT) António
Duarte
Principais Normas
NP EN 13306:2010 – Terminologia da Manutenção
NP EN 13269:2007 - Manutenção – Instruções para
a preparação de contratos de manutenção
NP EN 15341:2009 – Manutenção – Indicadores
de desempenho da Manutenção
NP EN 13460:2009 – Manutenção – Documentação
para a Manutenção
NP 4483:2009 – Implementação de sistemas de gestão
da Manutenção
NP 4492:2010 – Requisitos para a prestação de
serviços de manutenção
3 António
0 Duarte
Noçõ es de Fiabilidade

Conceitos estatísticos
subjacentes
Distribuição de Weibull

31 António
Duarte
Definiçã o de “Fiabilidade”
Aptidão de um bem para cumprir uma função
requerida sob determinadas condições, durante um
dado intervalo de tempo. (NP EN 13306:2007)
NOTA: O termo "fiabilidade", também é utilizado como
uma medida de desempenho da fiabilidade e poderá
também ser definido como uma probabilidade. (NP EN
13306:2007)

Então:
A fiabilidade pode ser definida como uma probabilidade
A fiabilidade refere-se a um intervalo de tempo

32 António
Duarte
Noçõ es de estatística subjacentes
Considere-se a variável aleatória 𝑇 que representa o
tempo de funcionamento até ocorrer uma falha
(avaria)
T é contínua e está definida no intervalo 0, +∞
Seja 𝑓 𝑡 a função densidade de probabilidade
de 𝑇
A função distribuição de probabilidade ou função
de probabilidade acumulada será
𝑡
𝐹 𝑡 = 𝑃 𝑇 ≤ 𝑡 = ∫ 𝑓 𝑢 ∙ 𝑑𝑢
0
𝑅 𝑡 = 𝑃será
A fiabilidade 𝑡 = ∫ por𝑓 𝑢 ∙ 𝑑𝑢 = 1 − 𝐹
𝑇 >definida
𝑡
+∞ 𝑡
33 António
Duarte
Exemplo (exponencial negativa 𝜆 = 0.5)

𝑑𝐹 𝑡 𝑓 𝑡 = 𝜆 ∙ 𝑒 −𝜆∙𝑡 𝑑𝑅 𝑡
𝑓 𝑡 = 𝑓 𝑡 =−
𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝑅 𝑡 = 𝑒 −𝜆∙𝑡

𝐹 𝑡 = 1 − 𝑒 −𝜆∙𝑡

34 António
Duarte
MTTF (Mean Time To Failure)
item=Sistema; equipamento;

É definido como o valor esperado da variável componente, etc.

𝑇
𝑀𝑇𝑇𝐹 = 𝐸 𝑇 = ∫ +∞ 𝑡 ∙ 𝑓 𝑡 ∙ 𝑑𝑡
0
Em items reparáveis
Demonstra-se que utiliza-se a designação
+∞ MTBF mas tem um
𝑀𝑇𝑇𝐹 = ∫ 𝑅 𝑡 significado diferente.
0 ∙ 𝑑𝑡
Para o exemplo da exponencial
negativa:
𝑀𝑇𝑇𝐹 = 1
𝜆
𝐹 𝑀𝑇𝑇𝐹 = 63.21% 𝑅 = 36.79%
𝑀𝑇𝑇𝐹

35 António
Duarte
Fiabilidade condicional
Considere-se um equipamento que se sabe
em funcionamento no instante 𝑡
Qual a probabilidade de “sobreviver” até ao
instante 𝑡 + Δ𝑡?

𝑅 𝑡 + Δ𝑡
𝑅 Δ𝑡 𝑡 = 𝑃 𝑇 > 𝑡 + Δ𝑡 𝑇 > 𝑡 =
𝑅 𝑡

(Diz-se que a dist. EN não


No caso particular da exponencial tem memória)
negativa
𝑅 𝑡 + Δ𝑡 𝑒 −𝜆∙ 𝑡+Δ𝑡
𝑅 Δ𝑡 𝑡 = = = 𝑒 −𝜆 ∙∆𝑡 = 𝑅 ∆𝑡
𝑅 𝑡 𝑒 −𝜆∙𝑡

36 António
Duarte
Alterado
Funçã o de Risco
Para um intervalo de tempo ∆𝑡, qual a
probabilidade de um equipamento falhar naquele
intervalo, sabendo que estava a funcionar no
instante 𝑡, início do intervalo?
𝐹 𝑡 + Δ𝑡 − 𝐹 𝑡
ℎ ∆𝑡 = 𝑃 𝑇 ≤ 𝑡 + Δ𝑡 𝑇 > 𝑡 =
𝑅 𝑡

Quando ∆𝑡 → 0, obtém-se a função de


risco
(instantânea), designada por ℎ 𝑡
𝑓 Função de risco
𝑅
𝑡 𝑡
Associada a items não reparáveis
item=Sistema; equipamento;
ℎ 𝑡 = componente, etc.

37 António
Duarte
Alterado
Funçã o de Risco Acumulada
A função de falhas acumuladas, designada por 𝐻 𝑡
, é definida como:
𝑡
𝐻 𝑡 = ∫ ℎ 𝑢 ∙ 𝑑𝑢 Ou Função de risco acumulada
0

A taxa média de falhas no intervalo 𝑡 1 , 𝑡2


vem
𝑡2
Ou, valor esperado da função de1risco acumulada 𝐻[t1,
no intervalo 𝑡2 t2]− 𝐻 𝑡1
ℎ 𝑡 1 , 𝑡2 = 2 − 𝑡1 ∙ ∫ ℎ 𝑡 ∙ 𝑑𝑡
𝑡2 − 𝑡1
𝑡 =
𝑡1

38 ............................
Exemplo (exponencial negativa 𝜆 = 0.5)

𝐻 𝑡 =𝜆∙𝑡

ℎ 𝑡 =𝜆

𝑓 𝑡 −
𝑑𝑅 𝑡 𝑑
ℎ 𝑡 = 𝑑𝑡 = − ∙ ln 𝑅 𝑅 𝑡 = 𝑒 −𝐻 𝑡
𝑅 𝑡 = 𝑅 𝑡 𝑑𝑡
𝑡 {
𝑑
ℎ 𝑡 = ∙𝐻 𝐻 𝑡 = − ln 𝑅
𝑑𝑡𝑡 𝑡

39 António
Duarte
Alterado

Taxa de avarias e a “curva da banheira”

Desgast
e
Falhas iniciais

Vida útil

Por definição:

40 ...................
.
Alterado

Curvas da banheira típicas

Componentes
mecânicos

Equipamento electrónico
sob stress

Equipamento electrónico

Software

41 ...................
.
Distribuiçã o de Weibull
Distribuição geralmente usada para modelar
os fenómenos relacionados com a
fiabilidade
A função densidade de probabilidade é dada
𝛽− �
por 𝛽 𝑡−𝛾 1 − 𝑡− �
𝑓 𝑡 = ∙ ∙𝑒𝑦 𝛾
𝜂 𝜂

A função distribuição
vem

− 𝑡−𝛾 �
𝐹 𝑡 =1 −𝑒 𝑦

42 António
Duarte
Parâ metros da distribuiçã o de Weibull
𝛾 → parâmetro de localização: valor a partir do
qual a função de probabilidade está definida
Pode assumir qualquer valor
Normalmente, 𝛾 = 0
𝛽 → parâmetro de forma: define o aspecto da
função de probabilidade
Pode assumir qualquer valor positivo
Se 𝛽 = 1, a função coincide com a exponencial negativa
Se 𝛽 ≈ 3.44, a função aproxima-se da distribuição normal
𝜂→ parâmetro de escala: influencia a variabilidade
Pode assumir qualquer valor positivo

43 António
Duarte
Distribuiçã o de Weibull (𝛾 = 0, 𝜂 =
3)
𝛽 = 0.5 𝛽=1

𝛽=2 𝛽 = 3.44

44 António
Duarte
Distribuiçã o de Weibull (𝛽 =
3)
𝜂 = 2.5, 𝛾 = 0 𝜂 = 2.5, γ = 2

𝜂 = 5, γ = 0 𝜂 = 5, γ = −2

45 António
Duarte
Weibull: taxa de falhas (𝛾 = 0, 𝜂 =
1)
𝛽 = 0.5 𝛽=1

𝛽−
𝛽 𝑡−𝛾 1
𝛽=5 ℎ 𝑡 = ∙
𝜂 𝜂

É possível modelar
todas as diferentes
formas
46 António
Duarte
Weibull: outras características
1
𝜇 = 𝑀𝑇𝐵𝐹 = 𝜂 ∙ Γ 1 + +𝛾
𝛽
2
𝜎 2 = 𝜂2 ∙
𝛽
1 𝛽
Γ 1+ 1 − Γ2 1 +
1 𝛽 𝑞
𝐵𝑞 = 𝛾 + 𝜂 ∙ 𝐹 𝐵𝑞 =
100
ln 1 − 𝑞/100
1
𝑀𝑒𝑑𝑖𝑎𝑛𝑎 = 𝐵50 = 𝛾 + 𝜂 ∙ ln 2 𝛽

+∞
Γ 𝑧 =∫ 𝑡 𝑧 −1 ∙ 𝑒 −𝑡 ∙ 𝑑𝑡 = 𝑧 − 1 ∙ Γ 𝑧 − 1
0
(no Excel é possível obter ln Γ 𝑧 )
47 António
Duarte
Weibull: estimaçã o dos parâ metros
Problema
Para estudar a fiabilidade de um componente colocaram-se
20 unidades em funcionamento (𝑡 = 0 horas) até falharem.
Os instantes de falha (em horas) são os seguintes:
587 174 122 761 917
138 799 83 2914 899
12 761 353 2070 473
1390 362 131 22 28

Pretende-se ajustar uma distribuição de Weibull a estes


dados, determinando os respectivos parâmetros.

48 António
Duarte
Weibull: estimaçã o dos parâ metros
Método da regressão
Utilizando papel especial (papel de Weibull)
Calculando directamente com o computador
Método da máxima verosimilhança
Calculando directamente com o computador
Surgem complicações quando os dados são
censurados
Itens que falharam antes de haver registos (censura
à esquerda)
Itens que estão a funcionar quando a recolha de dados
é terminada (censura à direita)

49 António
Duarte
Mé todo da Regressã o
Rearranjar a expressão da função de
probabilidade acumulada de modo a linearizá-la

− 𝑡−𝛾 �
𝐹 𝑡 =1 −𝑒 𝑦

𝛽
𝑡−𝛾
− ln 1 − 𝐹 𝑡 =
𝜂

ln − ln 1 − 𝐹 𝑡
= β ∙ ln 𝑡 − 𝛾 + −𝛽 ∙ ln 𝜂
𝑦 𝑎
𝑏 𝑥

(usualmente começa-se por fazer 𝛾 =


0)
50 António
Duarte
Papel de Weibull

51 António
Duarte
Regressã o: procedimento
Ordenar os tempos por ordem cronológica
O número de ordem de cada tempo, 𝑖, é igual ao número
de observações menores ou iguais a 𝑡𝑖
Para cada tempo
Calcular os valores de 𝑥 a utilizar na regressão
Calcular os valores de 𝑦 a utilizar na regressão
Exige a estimativa dos valores de 𝐹 𝑡𝑖
Para amostras menores que 12, é necessário o método exacto
Para amostras entre 12 e 100 obervações usar a aproximação
𝐹^ 𝑡𝑖 ≈ 𝑖 − 0.3 / 𝑛 + Apróx. de Bernard´s
Para ^
0.4 amostras superiores a 100 observações pode utilizar-se 𝐹 𝑡𝑖

𝑖/ 𝑛 + 1

52 António
Duarte
Regressã o: estimativa de 𝐹 𝑡𝑖
O processo mais correcto (embora
computacionalmente exigente) é obter o percentil
mediano directamente da distribuição Binomial
resolvendo a seguinte equação em ordem a 𝐹^ 𝑡𝑖 :
1
𝑃 𝑌≥𝑖 = , 𝑌 ↝ 𝐵 𝑛, ^
𝐹 𝑡𝑖
2
𝑛 𝑟 𝑛− 1
∑ 𝐶𝑛𝑟 ∙ 𝐹^ 𝑡𝑖 ∙ 1 − 𝐹^ 𝑟 =
𝑟=𝑖 2
𝑡𝑖

= 𝐵𝑒𝑡𝑎 𝑖 ,𝑛 −𝑖 0.5
-1

𝐹^ 𝑡�
� +1

53 António
Duarte
Regressã o: estimar coeficientes

𝑆𝑋𝑋 = ∑ 𝑥𝑖 − 𝑥 ̅ 2

𝑥̅ = ∑ 𝑥𝑖
𝑛 𝑆𝑌𝑌 = ∑ 𝑦𝑖 − 𝑦̅ 2

𝑦̅= ∑ 𝑦𝑖
𝑛
𝑆𝑋𝑌 = ∑ 𝑥𝑖 − 𝑥̅ ∙ 𝑦𝑖 − 𝑦̅

𝑆𝑋𝑌
𝑏=
𝑆𝑋 𝑏 2 ∙ 𝑆𝑋𝑋
𝑋
𝑅2 =
𝑆𝑌𝑌
𝑎 = 𝑦̅− 𝑏 ∙ 𝑥̅

54 António
Duarte
Regressã o: estimar parâ metros
O valor de 𝛾 pode ser estimado por tentativa
Se 𝛾 ≠ 0 os pontos apresentam uma curvatura
Deve modificar-se o valor de 𝛾 até que a curvatura
desapareça
Os outros parâmetros são estimados directamente
𝛽^ 𝜂^ = ^
𝛽𝑎

= 2𝑏 𝑒
O valor de 𝑅 designa-se por coeficiente de
determinação e deve estar próximo de 1 (quanto
mais próximo melhor o ajuste da recta)
Para verificar se o ajuste é de qualidade, utilizar o teste
de Kolmogorov-Smirnov
55 António
Duarte
Regressã o: exemplo

56 António
Duarte
Regressã o: exemplo com 𝛾 ≠ 0

57 António
Duarte
Regressã o: cá lculo de int. de confiança

Median ranks table

58 António
Duarte
Regressã o: cá lculo de int. de confiança
Se usar:

58 a António
Duarte
Regressã o: cá lculo de int. de confiança

59 António
Duarte
Exemplo
Para os dados fornecidos, calcular 𝐵10 e
respectivo intervalo de confiança a 90%
^F(t) = 10%
𝑦 = ln − ln 1 − 0.10
= −2.25

Retirar do gráfico os valores relevantes


Bq Life
𝐵10 ≈ 𝑒 3.5 ≈ 33.1 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
is the time at wich q%
of item of the population
have failed.
𝐵10 5% ≈ 𝑒1.8 ≈ 6.0 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠

𝐵10
95% ≈ 𝑒 4.8 ≈ 121.5 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
60 António
Duarte
Regressã o: cá lculo de int. de confiança

t = EXP(ln (t))

59. António
a Duarte
Regressã o: dados agrupados
Com dados agrupados o procedimento é semelhante
Utilizar os valores de 𝑡𝑖 referentes aos limites superiores
das classes
Utilizar os valores de 𝐹^ 𝑡𝑖 estimados nos limites
superiores das classes

61 António
Duarte
Regressã o: dados censurados
Determinar o número de ordem médio para cada
falha
𝑛 + 1 − 𝑚𝑖−1
𝑚� = 𝑚𝑖 − +
� 1 1 + 𝑘𝑖

𝑚𝑖 - número de ordem médio


𝑚𝑖−1 - número de ordem médio anterior
𝑛 – tamanho total da amostra
𝑘𝑖 - número de sobreviventes antes da falha (ou suspensão)
Como, geralmente, estes números de ordem não são
inteiros, obtêm-se os percentis medianos (e os
intervalos de confiança) por interpolação
62 António
Duarte
Regressã o: dados agrupados e censurados

𝐴 – número de itens a operar no início do


intervalo
𝐹 – número de que falharam no intervalo
𝐶 – número de itens suspensos no intervalo
𝑊 – Tamanho do intervalo

63 António
Duarte
Alterado

Regressã o: dados agrupados e censurados


Calcular a função de risco da
classe 𝐹 𝐴 𝐴−𝐹−𝐶
ℎ 𝑡 = +
𝐴̅ = 2
𝐴̅ ∙ 𝑊
Calcular a função de risco acumulada no fim do
intervalo

𝐻 𝑡 =∑ ℎ 𝑡
∙𝑊

Calcular a função de probabilidade acumulada

Calcular a regressão
𝐹 com os 𝑡, 𝐹 𝑡 𝑡 = 1 − 𝑒 −𝐻 𝑡
pares
64 António
Duarte
Alterado

Regressã o com a funçã o de risco acumulada


O processo de linearização é baseado na função de
risco
acumulada 𝛽
𝑡−𝛾
𝐻 𝑡 =
𝜂

1
ln 𝑡 − 𝛾 = ∙ ln 𝐻 𝑡 +
𝑦 𝛽 ln 𝜂
𝑏
𝑥

65 António
Duarte
Papel de Weibull (𝐻 𝑡
)

66 António
Duarte
Regressã o (𝐻 𝑡 ): procedimento
Ordenar os tempos por ordem
cronológica
Para cada falha (𝑡𝑖 ) calcular
Δ𝐻 𝑡𝑖 =
𝑛. º 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑒𝑚1
𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
Calcular a função de risco acumulada

𝐻 𝑡𝑖 = Δ𝐻 𝑡1 + Δ𝐻 𝑡2
+ ⋯ + Δ𝐻 𝑡𝑖
Efectuar a regressão e estimar os
parâmetros
𝛽= 𝐻 𝑡 =1
1
𝑏 ⇔ =𝜂
67 António
Duarte
Mé todo da má xima verosimilhança (MMV)

Para dados não censurados basta maximizar a função de


máxima verosimilhança, 𝐿 𝜃1 , 𝜃1 , ⋯ , 𝜃𝑘
Normalmente por métodos numéricos
Podem surgir dificuldades computacionais
No caso da W eibull
𝑛
𝐿 𝛽, =𝖦 𝑓 𝑡𝑖
𝜂, 𝛾 𝛽, 𝜂, 𝛾
𝑖=1

No Excel pode utilizar-se o Solver para a


maximização
68 António
Duarte
MMV: dados censurados
Considerem-se quatro conjuntos de observações
Conjunto de observações não censuradas, 𝑁𝐶, para as quais
se conhece o instante de falha
Conjunto de observações censuradas à esquerda, 𝐶𝐸,
para as quais se sabe que falharam antes do instante 𝑡𝑖
Conjunto de observações censuradas à direita, 𝐶𝐷,
para as quais se sabe que falharam depois do instante 𝑡𝑖
Conjunto de observações censuradas por intervalo, 𝐶𝐼, para
as quais se sabe que falharam depois do instante 𝑡 𝑒 𝑖 e antes
do instante 𝑡𝑑 𝑖

69 António
Duarte
Funçã o 𝐿: dados censurados

𝐿 𝛽, =𝖦 𝑓 𝑡𝑖 𝛽, 𝜂, 𝛾 ∙
𝜂, 𝛾 𝖦 𝐹 𝑡𝑖 𝛽, 𝜂, 𝛾 ∙
𝖦 1 𝑖∈𝑁𝐶 ∙ 𝖦 𝐹 𝑖∈𝐶𝐸 𝑡𝑑 𝑖 𝛽, 𝜂, 𝛾
− 𝐹 𝑡𝑖 𝛽, 𝜂, 𝛾 −𝐹 𝑡𝑒 𝛽, 𝜂, 𝛾
𝑖
𝑖∈𝐶𝐷
𝑖∈𝐶𝐼

ln 𝐿 𝛽, = ∑ ln 𝑓 𝑡𝑖 𝛽, 𝜂, 𝛾 + ∑ ln 𝐹 𝑡𝑖 𝛽, 𝜂, 𝛾 +
𝜂, 𝛾 𝑖∈𝑁𝐶 𝑖∈𝐶𝐸

∑ ln1 − 𝐹 𝑡𝑖 𝛽, + ∑ ln 𝐹 𝑡𝑑 𝑖 𝛽, 𝜂, 𝛾 − 𝐹 𝑡𝑒 𝑖 𝛽,
𝜂, 𝛾 𝜂, 𝛾
𝑖∈𝐶𝐷 𝑖∈𝐶𝐼
70 António
Duarte
Fiabilidade de sistemas complexos
Um sistema complexo é composto por
vários componentes
Por norma, um componente está disponível no mercado e
é substituível de forma económica
Em sistemas complexos, a fiabilidade global depende
Da fiabilidade dos diferentes componentes
Da forma como os componentes se relacionam
As estruturas básicas de relacionamento podem
ser analisadas
Componentes em série
Componentes em paralelo
Redes de componentes genéricas

71 António
Duarte
Diagrama de blocos
Representa o modo como se associam os
diversos componentes do sistema e como
asseguram o seu funcionamento
D

A B C

Cada bloco representa um componente


Pretende-se passar um sinal da esquerda para a
direita
Um componente falhado não passa o sinal
O sistema funciona se houver pelo menos um caminho
para transmissão do sinal
72 António
Duarte
Fiabilidade de sistemas em sé rie
Considere-se um conjunto de 𝑛 componentes
estatisticamente independentes em série cada um
com fiabilidade igual a 𝑅𝑖 (𝑖 = 1, 2, ⋯ , 𝑛)

𝑅1 𝑅2 … 𝑅𝑛

A fiabilidade do sistema (𝑅𝑆 ) é dada por


𝑛
𝑅𝑆 = 𝑅1 ∙ 𝑅 2 ∙ ⋯ ∙ 𝑅𝑛 = 𝖦

𝑅𝑖
𝑖=1

73 António
Duarte
Fiabilidade de sistemas em paralelo
Considere-se um conjunto de 𝑛
componentes estatisticamente
independentes em paralelo cada
𝑅1
um fiabilidade igual a 𝑅� (𝑖 =
com
1, 2, ⋯ , �
𝑅2
𝑛)fiabilidade do sistema (𝑅 ) é
A 𝑆
dada por …

𝑛
𝑅𝑛
𝑅𝑆 = 1 − 𝐹1 ∙ 𝐹2 ∙ ⋯ ∙ 𝐹𝑛 = 1 𝐹𝑖
𝑖=1
−𝖦
𝐹𝑖 = 1 − 𝑅𝑖

74 António
Duarte
Funçã o de fiabilidade
Os resultados anteriores são válidos para
determinar
𝑅𝑆 𝑡 a partir de 𝑅𝑖 𝑡
Sistema em série 𝑛
𝑅𝑆 =𝖦 𝑅𝑖 𝑡
𝑖=1
𝑡
Sistema em
paralelo
𝑛
𝑅𝑆 𝑡 = 1 − 𝖦 𝐹𝑖
𝑡
𝑖=1

75 António
Duarte
Reduçã o de sé ries e paralelos

A B F G

E H

C D I

A-B F-G-H

E E
agora?
C-D I

76 António
Duarte
Mé todo do elemento crítico
Seja 𝑆 o acontecimento “o sistema funciona” e 𝐶𝑖
o acontecimento “o componente 𝑖 funciona”
Para qualquer elemento do sistema, o seguinte
princípio de decomposição é válido:

𝑃 𝑆 = 𝑃 𝐶𝑖 ∙ 𝑃 𝑆 𝐶𝑖 + 𝑃 𝐶̅𝑖 ∙ 𝑃 𝑆 𝐶̅𝑖

A escolha do elemento para efectuar a


decomposição (elemento crítico ou “pivot”)
desempenha um papel fundamental na eficiência do
método
No exemplo anterior o elemento E é a melhor escolha.
O método pode ser aplicado recursivamente
77 António
Duarte
Substituiçã o de Componentes

Equipamentos com custos de utilização


crescentes Equipamentos sujeitos a falha
probabilística súbita Frequência de inspecção a
equipamentos de reserva

78 António
Duarte
Decisõ es de substituiçã o de componentes
Pode ser uma forma de melhorar a fiabilidade de
sistemas complexos
Que componentes substituir e quais deixar falhar?
Quando substituir?
Componente de deterioração determinística
O modo e tempo de falha são conhecidos (ex.: filtro de
gasolina de um automóvel: à medida que o tempo
passa o consumo aumenta)
Componente de deterioração probabilística
O modo e o tempo de falha variam de forma aleatória
e imprevisível (ex.: lâmpadas)

79 António
Duarte
Equipamentos com custos de operaçã o
crescentes
A performance deteriora-se com o tempo
Qual o intervalo óptimo entre substituições de modo
a minimizar o custo por unidade de tempo?
Balancear os custos da substituição com a diminuição
de custos que se obtêm
Válido para análise de curto prazo
Parâmetros
𝑐 𝑡 - custo de operação por unidade de tempo em 𝑡
𝐶𝑟 - custo de substituição do componente
𝑡 𝑟 - intervalo de tempo entre susbstituições
𝑇𝑟 - tempo da operação de susbstituição (normalmente, ≈
0)
80 António
Duarte
Equipamentos com custos de operaçã o
crescentes
O custo total de operação por unidade de tempo é
dado por
𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠
𝐶 𝑡𝑟
𝑡𝑟 + 𝑇𝑟
=
Os custos totais incluem a operação e a
substituição, logo, 𝑡𝑟
∫ 𝑐 𝑡 ∙ 𝑑𝑡 𝑟
0
𝐶 𝑡𝑟 = + 𝐶
𝑡𝑟 + 𝑇𝑟
Minimizando em ordem a 𝑡𝑟 para custos
crescentes e com 𝑇𝑟 ≈ 0, fica
𝐶 𝑡𝑟 = 𝑐 𝑡𝑟
81 António
Duarte
Exemplo 1
O custo de utilização por unidade de tempo (𝑡, em
semanas) de determinado equipamento é igual a 100
+ 60 ∙ 𝑡 (unidades monetárias). Se uma substituição
preventiva custar 270 u.m., mostre graficamente
como variam os custos envolvidos e determine o
intervalo óptimo entre substituições.

82 António
Duarte
Exemplo 1 (resoluçã o)

𝑐 𝑡𝑟 = 100 + 60 ∙
𝑡𝑟

𝐶𝑟 = 270
𝑡𝑟
∫0 100 + 60 ∙ 𝑡 ∙ 𝑑𝑡 + 𝐶𝑟 100 ∙ 𝑡 𝑟 + 30 ∙ 𝑡𝑟 2 + 𝐶𝑟
𝐶 𝑡𝑟 = =
𝑡𝑟 𝑡𝑟

𝐶 𝑡𝑟 = 𝑐 𝑡𝑟 - 𝑡 = 𝐶𝑟 270 9=3
𝑟
30 = 30 =
Custo total de
operação mínimo
83 por unidade de tempo António
Duarte
Exemplo 1 (aná lise grá fica)

𝑡𝑟
𝐶 𝑡

𝑐 𝑡
𝑡𝑟

𝐶 𝑡
𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖çã𝑜
𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜

84 António
Duarte
Exemplo 2
Quando deve ser substituído o filtro do ar de
um automóvel?
O filtro custa 80 u.m.
O automobilista faz 2000 km por mês
O preço da gasolina é de 1.5 u.m/litro
Nestas condições, o consumo do automóvel é dado
pela seguinte tabela

Idade do filtro
1 2 3 4 5
(meses)
Consumo
6.7 7.1 7.7 8.3 10
(l/100
km)

85 António
Duarte
Exemplo 2 (aná lise grá fica)

𝐶 𝑡

𝑡𝑟

86 António
Duarte
Modelos com falhas probabilísticas
Para que a substituição preventiva faça sentido
é necessário reunir as seguintes condições
1. O custo de substituição em falha é maior que o custo
de substituição preventiva
Senão, é mais económico deixar falhar
2. A taxa de falhas dos componentes deve ser crescente
Senão, a substituição não melhora a fiabilidade do equipamento
(exemplo: exponencial negativa ou Weibull com 𝛽 menor ou igual
a 1)

87 António
Duarte
Período fixo de substituiçã o preventiva
Em muitos casos, substituir preventivamente é
mais económico do que substituir em falha
Preparação do trabalho, compra prévia de materiais
necessários
Substituição em grupo de vários componentes
Política
Substituição preventiva em intervalos fixos, 𝑡𝑝,
independentemente da idade e substituição em falha sempre
que necessário
Parâmetros
𝑓 𝑡 - função densidade de probabilidade das falhas
𝐶𝑝 - custo de uma substituição preventiva
𝐶𝑓 - custo de uma substituição em falha
88 António
𝑡 𝑝 - intervalo entre substituições preventivas
Duarte (a determinar)
Período fixo de substituiçã o preventiva
Seja 𝐶 𝑡𝑝 o custo esperado por unidade de
efectuando
tempo substituições a intervalos fixos
𝑡𝑝
𝐶 𝑡𝑝
𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠𝑡𝑝𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠
=
𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡. 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 + 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡.
𝐶 𝑡𝑝 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑡𝑝
=
𝐶𝑝 + 𝐶𝑓 ∙ 𝐻 𝑡 𝑝
𝐶 𝑡𝑝
𝑡𝑝
=
𝐶𝑝
Minimizando, 𝑡𝑝 ∙ ℎ 𝑡𝑝 − 𝐻 𝑡𝑝 =
fica 𝐶𝑓
89 António
Duarte
Determinaçã o de ℎ 𝑡 e de 𝐻 𝑡
Por via analítica (nem sempre
possível)
𝑡
𝑓 𝑡 𝑓 𝑡
ℎ 𝑡 = = 𝐻 𝑡 = ∫ ℎ 𝑢 ∙ 𝑑𝑢
𝑅 𝑡 1−𝐹 𝑡 0

= − ln 𝑅𝑡 𝜎2
𝐻 𝑡 − 𝜇2
𝑡 ≈ 2 ∙ 𝜇2
+
𝜇
Na prática, quando 𝑡 → +∞
90 António
Duarte
Abordagem discreta do tempo
Apenas se consideram substituições preventivas em
instantes de tempo discretos (por exemplo, 1 semana,
2 semanas, etc.)
Para simplificar, em cada período o equipamento falha,
no máximo, uma vez
Nesta caso, 𝐻 𝑇 pode ser determinada
recursivamente para 𝑇 = 0, 1, 2, …

𝐻 0 =0

𝑇− 𝑖+1
1 1+𝐻 𝑇−𝑖−1 ∙∫ ∙ 𝑑𝑡
𝐻 𝑇 =∑ 𝑓 𝑡
𝑖=0
91 António
𝑖
Duarte
Abordagem discreta - implementaçã o
Probabilidade de falha no período
Falhas
tp 1 2 3 … n C(t p )

0.1 0.05 0.05 … … H(t p ) H(t p )

1 1 0.1 0.1 6
2 0.1 1 0.06 0.16 3.3
3 0.06 0.1 1 0.061 0.221 2.403333
… 0.061 0.06 0.1 1 … … …
n … 0.061 0.06 0.1 1 … … …
Qualquer que seja a abordagem, o resultado deve
ser comparado com a política de não substituir
preventivamente cujo custo é
𝐶𝑓
𝑀𝑇𝑇𝐹
92 António
Duarte
Exemplo
Custo de uma substituição preventiva: 5€
Custo de uma substituição em falha: 10€
Distribuição das falhas
Caso 1: Uniforme entre 0 e 6 semanas
Caso 2: Exponencial Negativa com taxa de falhas igual a
0.3 falhas por semana
Caso 3: Normal com média igual a 5 semanas e desvio igual a
1 semana
Caso 4:W eibull com 𝛽 igual a 3 e 𝜂 igual a 4
Caso 5: as probabilidades de falha nas semanas 1 a 7
são, respectivamente, 10%, 5%, 5%, 10%, 20%, 20% e
30%
93 António
Duarte
Exemplo
Comparação dos custos para a distribuição Normal
com média igual a 5 semanas e desvio igual a 1
semana

𝑡 𝑝 ≈ 3.6

94 António
Duarte
Exemplo
Evolução do custo global para a distribuição do
caso 5

𝑡𝑝 = 4
𝐶 𝑡 𝑝 = 2.09 €

𝐶𝑓 10 Neste caso, é mais


= = 1.98 €
𝑀𝑇𝑇𝐹 económico substituir
95 5.05 apenas em falha!
António
Duarte
Idade de substituiçã o preventiva
Política
Substituir os equipamentos em falha sempre que necessário
Substituir preventivamente os equipamentos que atinjam
uma idade igual a 𝑡𝑝
Objectivo
Minimizar o custo de substituição suportado por unidade
de tempo (igual à política de período fixo)
Parâmetros
Os mesmos da política de período fixo

96 António
Duarte
Idade de substituiçã o preventiva
Seja 𝐶 𝑡𝑝 o custo esperado por unidade de
efectuando
tempo substituições em idade igual
a 𝑡𝑝
=
𝐶 𝑡𝑝 = 1
𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖çã𝑜
𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠
1 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 2
𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑣𝑜 ∙ 𝑝𝑟𝑜𝑏. 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑣𝑜 +
+ 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 ∙ 𝑝𝑟𝑜𝑏. 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 =
= 𝐶𝑝 ∙ 𝑅 𝑡 𝑝 + 𝐶𝑓 ∙ 1 − 𝑅 𝑡 𝑝

2 = 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑣𝑜 ∙ 𝑝𝑟𝑜𝑏. 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑣𝑜 +


+ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 ∙ 𝑝𝑟𝑜𝑏. 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 =
= 𝑡𝑝 ∙ 𝑅 𝑡𝑝 + 𝑀 𝑡𝑝 ∙ 1 − 𝑅 𝑡𝑝
97 António
Duarte
Cá lculo e significado de 𝑀 𝑡 𝑝
Representa o tempo médio de vida dos itens
que falharam antes da idade de substituição
preventiva
Pode ser calculada pela seguinte expressão
𝑡𝑝 𝑡∙𝑓 𝑡 ∙
𝑀 𝑡 𝑝 = ∫ 𝑑𝑡
−∞ 1 − 𝑅 𝑡 𝑝

Analiticamente, nem sempre é fácil determinar o valor


de
𝑀 𝑡𝑝 havendo necessidade de recorrer a
métodos numéricos
𝑀𝑡 𝑝 é designado por valor esperado truncado
98 António
Duarte
Cá lculo de 𝑀 𝑡 𝑝 para alguns casos
Distribuição
Normal
𝑡𝑝 − 𝜇
𝜙
𝜎
𝑀 𝑡𝑝 =𝜇− ∙𝜎
𝐹 𝑡𝑝

Distribuição Exponencial
Negativa
1 1− 𝜆 ∙ 𝑡𝑝 + 1 𝐹 𝑡𝑝 − 𝑡𝑝 ∙ 𝑓
1 ∙ 𝑒 −𝜆 ∙𝑡 𝑝 𝑡𝑝
𝑀 𝑡𝑝
= ∙ 1 − 𝑒 −𝜆 ∙𝑡 𝑝
= ∙ 𝐹 𝑡𝑝
𝜆 𝜆

99 António
Duarte
Expressã o do custo esperado
A expressão do custo resultante
é
𝐶𝑝 ∙ 𝑅 𝑡 𝑝 + 𝐶𝑓 ∙ 1 − 𝑅
𝐶 𝑡𝑝 𝑡𝑝
= ∙ 1−𝑅
𝑡 ∙ 𝑅 𝑡 + 𝑀 𝑡 𝑡𝑝
Podendo ser simplificada para
𝑝 𝑝 𝑝

𝐶𝑝 ∙ 𝑅
𝐶 𝑡𝑝 𝑡𝑝 𝑡𝑝
= +𝑡 𝑝𝐶∙𝑓 𝑅∙ 𝑡 𝑝 + ∫−∞ 𝑡 ∙ 𝑓 𝑡 ∙
1𝑑𝑡− 𝑅
No caso da distribuição
normal 𝑡𝑝 𝑡𝑝 − 𝜇
𝑡𝑝 −𝜎∙𝜙
𝜎
∫ 𝑡 ∙ 𝑓 𝑡 ∙ 𝑑𝑡
100 António
=𝜇∙𝐹 𝑡𝑝 Duarte
Exemplo
Evolução do custo global para uma distribuição
Normal com média igual a 5 semanas e desvio igual a
1 semana, com 𝐶𝑝 igual a 10 e com 𝐶𝑓 igual a 30

𝑡 𝑝 ≈ 3.6

101 António
Duarte
Idade de substituiçã o preventiva com
tempos de substituiçã o nã o desprezá veis
Neste caso há a considerar mais duas constantes
𝑇𝑝 - tempo necessário para uma substituição
preventiva
𝑇𝑓 - tempo necessário para uma substituição em falha
As expressões do custo por unidade de tempo
vêm 𝐶𝑝 ∙ 𝑅 𝑡 𝑝 + 𝐶𝑓 ∙
𝐶 𝑡𝑝 1−𝑅 𝑡𝑝
= 1 − 𝑅 𝑡𝑝
𝑡 𝑝 + 𝑇𝑝 ∙ 𝑅 𝑡 𝑝 + 𝑀 𝑡 𝑝 + 𝑇𝑓 ∙
𝐶𝑝 ∙ 𝑅 𝑡 𝑝 + 𝐶𝑓 ∙ 1 − 𝑅
𝐶 𝑡𝑝
𝑡 𝑝 + 𝑇𝑝 ∙ 𝑅𝑡 𝑝 𝑡𝑝
= + ∫−∞ 𝑡 ∙ 𝑓 𝑡 ∙ 𝑑𝑡 + 𝑇𝑓 ∙ 1 − 𝑅 𝑡 𝑝
𝑡𝑝
102 António
Duarte
Alterado

Minimizaçã o da indisponibilidade
Em vez de minimizar directamente os custos pode
optar- se por minimizar o tempo de indisponibilidade
do equipamento
Os custos podem ser difíceis de estimar
Pretende-se maximizar a utilização do equipamento
Seja
𝑇𝑝 - tempo necessário para uma substituição preventiva
𝑇𝑓 - tempo necessário para uma substituição em falha
Considerem-se dois modelos
1. Determinação do período opt. (fixo) de substituição
preventiva
2. Determinação da idade opt. de substituição preventiva
103 António
Duarte
Modelo 1
Período fixo de substituiçã o preventiva
À semelhança do modelo com custos, a
indisponibilidade por unidade de tempo, 𝐷 𝑡𝑝 , é
dada por
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐷 𝑡𝑝
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜
=

𝑇𝑝 + 𝑇𝑓 ∙ 𝐻 𝑡 𝑝
𝐷 𝑡𝑝
𝑡𝑝 + 𝑇𝑝
=

104 António
Duarte
Alterado
Modelo 2
Idade opt. de substituiçã o preventiva
À semelhança do modelo com custos, a
indisponibilidade por unidade de tempo, 𝐷 𝑡𝑝 , é
dada por
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐷 𝑡𝑝 /ciclo 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
=

𝑇𝑝 ∙ 𝑅 𝑡 𝑝 + 𝑇𝑓 ∙ 1 − 𝑅 𝑡 𝑝
𝐷 𝑡𝑝
= 𝑡 𝑝 + 𝑇𝑝 ∙ 𝑅 𝑡 𝑝 + 𝑀 𝑡 𝑝 + 𝑇𝑓 ∙ 1 − 𝑅 𝑡 𝑝

105 António
Duarte
Aprovisionamento de componentes para
substituiçã o
Pretende-se determinar quantos componentes são
necessários ao longo de um ano (ou outro período)
para utilizar em substituições
Supõe-se a utilização de políticas de
substituição preventiva apresentadas
anteriormente
Parâmetros
𝑡𝑝 - tempo/idade de substituição preventiva
𝑓 𝑡 - função densidade de probabilidade das
falhas
𝑇 - horizonte de planeamento (tipicamente, 1 ano)
𝐸𝑁 𝑇, 𝑡 𝑝 - número esperado de componentes
106 necessários no período 𝑇, com substituições
António
Duarte
preventivas
Aprovisionamento de componentes para
substituiçã o

𝐸𝑁 𝑇, 𝑡 𝑝 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 +


+ 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑒𝑚 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎
horizonte de Função de risco acumulada
planeamento para um periodo fixo entre
Período fixo entre substituições preventisvuabsstiuições preventivas (tp).

𝐸𝑁 𝑇, = 𝑇 + 𝐻 𝑡𝑝 ∙ 𝑇 = 𝑇 ∙ 1 + 𝐻 𝑡𝑝
𝑡𝑝 𝑝 𝑡𝑝
𝑡𝑝
𝑡
Idade de substituição Idade/Tempo médio de vida do
componente antes da idade de
preventiva substituição preventiva.
𝑇
𝐸𝑁 𝑇, 𝑡 𝑝
= 𝑡𝑝 ∙ 𝑅 𝑡𝑝 + 𝑀 𝑡𝑝 ∙ 1 − 𝑅
𝑡𝑝
107 António
Duarte
Nú mero de equipamentos de reserva
Quantos equipamentos de reserva deve haver para
dar apoio a um parque de equipamentos de modo a

minimizar o custo de operação ou
obter determinado nível de serviço, i.e., ter determinada
probabilidade de haver equipamentos de reserva
suficientes para um determinado intervalo de tempo
Parâmetros
𝑇 - tamanho do intervalo de tempo em consideração
𝑚 - número de equipamentos em serviço
𝜇, 𝜎 - valor esperado e desvio padrão dos tempos de
falha
𝑝 - nível de serviço desejado
𝑘 - número de equipamentos de reserva (a determinar)
108 António
Duarte
Nú mero de equipamentos de reserva
Seja
𝑁 𝑇, 𝑚 - número de falhas no intervalo 𝑇
𝑆 𝑘, 𝑚 - tempo até à 𝑘-ésima falha
número de equipamentos
Entã em serviço
o
𝑃 𝑁 𝑇, 𝑚 ≤ 𝑘 = 𝑃 𝑆 𝑘 + 1, 𝑚 > 𝑇 = 𝑝

Para determinar o número de equipamentos a manter


em stock, resolve-se a equação anterior em ordem a 𝑘
Abordagem pela distribuição Normal
Abordagem pela distribuição de Poisson

109 António
Duarte
Abordagem pela distribuiçã o Normal
Condições de aplicabilidade
𝑘 não muito pequeno
𝑇 relativamente grande em relação a 𝜇 / 𝑚
Nessas condições, independente da distribuição das
falhas, verifica-se que
𝑘∙𝜇 2 𝑘 ∙ 𝜎2
𝑆 𝑘, 𝑚 ≈ 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝜇𝑆 = , 𝜎𝑆
𝑚 𝑚2
=
Pode obter-se 𝑘 resolvendo (numericamente)
𝑃 𝑁 𝑇, 𝑚 ≤ 𝑘 = 𝑃 𝑆 𝑘 + 1, 𝑚
>𝑇 =𝑝
𝑇∙𝑚−𝑘∙𝜇 =𝑧 1−𝑝 ∙𝜎∙ 𝑘
𝑧 → inversa da função de probabilidade acumulada da Normal
110
padronizada António
Duarte
Abordagem pela distribuiçã o de Poisson
Condições de aplicabilidade
Válida para valores de 𝑘 e de 𝑚 relativamente pequenos
Exacto para tempos de falha da Exponencial Negativa
Nessas condições, independente da distribuição das
falhas, verifica-se que
𝑚∙𝑇
𝑁 𝑇, 𝑚 ≈ 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑠𝑜𝑛 𝜆 =
𝜇
Pode obter-se 𝑘
resolvendo 𝑃 𝑁 𝑇, 𝑚 ≤ 𝑘 = 𝑝 ⟺
𝑘
- ∑ 𝑒 −𝜆 ∙ 𝜆𝑖 ≥ 𝑝
𝑖=
0 𝑖!
111 António
Duarte
Modelo para minimizaçã o de custos
Muitos componentes de reserva implicam custos com
os stocks
Financeiros, espaço, depreciação, etc.
Poucos componentes de reserva aumentam o risco
de paragens da produção com custos associados
É necessário encontrar um valor que minimize os
custos totais
Parâmetros
𝑝 𝑖 - probabilidade de haver 𝑖 equipamentos falhados
𝐶𝑓 𝑖 - custo incorrido com 𝑖 equipamentos em falta
𝐶𝑠 𝑖 - custo de armazenagem de 𝑖 equipamentos

112 António
Duarte
Exemplo
Dados
40 máquinas idênticas em serviço
Perdas por máquina em falta:10€ por dia acrescidos de
100€ se houver 6 ou mais máquinas em falta
Número de avarias por dia: distribuição de Poisson com
taxa média de 2 por dia
Custo das máquinas de reserva: 2€ por máquina e por dia
Deverá haver máquinas de reserva? Quantas?

113 António
Duarte
Sugestã o de resoluçã o
Nº de Perdas de produção por avarias Custo das
máquinas Máquinas avariadas / Probabilidade Custo
Custo
de 0 1 2 … n máquinas
reserva de Total
… … … … … Médio
reserva

0 … … … … … … … …
1 … … … … … … …
2 … … … … … …
… … … … … …
Seleccionar
n
a solução de custo total

mais
… … …
baixo

114 António
Duarte
Frequê ncia de inspecçã o a equipamentos
em standby para emergê ncias
O equipamento só entra em funcionamento em
situações de emergência (por exemplo, gerador
eléctrico a diesel)
Há a possibilidade de o equipamento avariar no
modo standby
Só uma inspecção pode detectar a falha
Pretende-se maximizar a disponibilidade do
equipamento
Parâmetros
𝑓 𝑡 - função densidade de probabilidade das falhas
𝑇𝑖 - tempo necessário para efectuar a inspecção
𝑇𝑟 - tempo necessário para efectuar uma reparação
ou substituição casa haja falha
115 𝑡𝑖 - intervalo entre inspecções (aAntónio
determinar)
Duarte
Frequê ncia de inspecçã o a equipamentos
em standby para emergê ncias
A disponibilidade pode ser calculada como

𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 /ciclo


𝐴 𝑡𝑖
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
=

O tempo de disponibilidade esperado virá dado


por
𝑡𝑖 ∙ 𝑑𝑡
𝑡𝑖 ∙ 𝑅 𝑡𝑖 + 𝑀 𝑡𝑖 ∙ 1 − 𝑅 𝑡𝑖 = 𝑡𝑖 ∙ 𝑅 𝑡𝑖 +−∞
∫O tempo
𝑡 ∙ 𝑓de ciclo
𝑡 esperado virá dado por

𝑡𝑖 + 𝑇𝑖 ∙ 𝑅 𝑡𝑖 + 𝑡𝑖 + 𝑇𝑖 + 𝑇𝑟
∙ 1 − 𝑅 𝑡𝑖
116 António
Duarte
Frequê ncia de inspecçã o a equipamentos
em standby para emergê ncias
A disponibilidade será
então
𝑡𝑖
𝑡𝑖 ∙ 𝑅 𝑡𝑖 + ∫−∞ 𝑡 ∙ 𝑓 ∙ 𝑑𝑡
𝐴 𝑡� = 𝑡
� 𝑡𝑖 + 𝑇𝑖 + 𝑇𝑟 ∙ 1 − 𝑅 �
𝑡 �

Caso particular
Tempos de falha dados pela distribuição exponencial
negativa
Tempos de inspecção, reparação e substituição
desprezáveis 𝑡𝑖 ∙ 𝜆

� 𝑡𝑖 2 2 ∙ 𝑀𝑇𝑇𝐹
𝐴 𝑡 =1− =1−
117 António
Duarte
Frequê ncia de inspecçã o a equipamentos
em standby para emergê ncias
Exemplo 1
Tempo entre falhas: Normal com média igual a 5
meses e desvio padrão igual a 1 mês
Tempo de inspecção: 0.25 Valor de ti correspondente ao
meses valor da máxima disponibilidade
A(ti).
Tempo de reparação: 0.5
meses
Tempo entre falhas: Exponencial negativa com MTTF de
Exemplo
10 anos2
Tempo de inspecção: 1 hora
Tempo de reparação: 1 hora

118 António
Duarte
Substituiçã o de Equipamentos a
Longo Prazo
Noções básicas de cálculo
financeiro Determinação da vida económica dos
equipamentos

119 António
Duarte
Variaçã o do valor do capital no tempo
Como comparar fluxos financeiros a realizar
em diferentes momentos
Receber ou gastar 1,000€ hoje é o mesmo que receber
ou gastar 1,000€ daqui a um ano?
Qual é, daqui a um ano, o valor equivalente a 1,000€
hoje?
Quanto vale hoje uma série de rendas (montantes, fluxos,
cash flows) a receber ou a pagar no futuro?
Como se comparam dois investimentos alternativos que
têm fluxos diferentes (custos e retornos) em diferentes
momentos no tempo?

120 António
Duarte
A taxa de actualizaçã o
Para comparar diferentes montantes em diferentes
momentos, calculam-se montantes equivalentes
utilizando uma taxa de actualização
Como o capital perde valor com o tempo, a taxa
de actualização é a percentagem de aumento do
valor nominal que torna um capital futuro
equivalente a um capital presente
A taxa de actualização tem que estar referida a um período
de tempo (por norma, o ano)
A taxa de actualização normalmente representa a
rentabilidade de aplicações alternativas do capital (custo de
oportunidade)

121 António
Duarte
A taxa de actualizaçã o
Admita-se uma taxa de actualização, 𝑖, igual a 10%
(anual), ou seja, 𝑖 = 0.10
Quanto vale 1,000€ actuais daqui a 1 ano?
Quanto vale hoje 1,000€ a receber daqui a um ano?

1,000€ 𝐹 =𝑃∙ 1+𝑖 1,100€

1
909.09€ 𝑃=𝐹∙
1+𝑖
1,000€

1 𝐴𝑛𝑜
122 António
Duarte
A capitalizaçã o composta
Qual o valor de um capital daqui a 𝑛 períodos
admitindo o regime de capitalização composta
No fim de cada período o valor dos juros acumula
com o capital rendendo juros nos períodos seguintes

2 𝑛
𝑃 𝑃∙ 1+𝑖 𝑃∙ 1+𝑖 𝑃∙ 1+𝑖

𝑛
𝐹 =𝑃∙ 1+𝑖

1 −𝑛
𝑃=𝐹∙ 𝑛
=𝐹∙ 1+𝑖
1
+
123 𝑖 António
Duarte
Período de capitalizaçã o
O período de capitalização pode ser menor que
o período a que está referida a taxa de
actualização nominal, 𝑖𝑁
Por exemplo, taxa de actualização nominal de 10% (anual)
com capitalização mensal
Admitindo que há 𝑘 capitalizações no período da taxa
A taxa a utilizar deve ser 𝑖
𝑖 𝑁
𝑘
=
O número de períodos de capitalização deve ser igual a 𝑛
∙𝑘
Se a capitalização apenas fosse feita no final do período
nominal, a taxa de actualização equivalente 𝑖𝐸 (taxa1
𝑘 1 + 𝑖𝐸 𝑘 − 1
1 + 𝑖
efectiva) é
𝐸 = 1 + 𝑖 ⟺ 𝑖 𝐸 = 1 + 𝑖 𝑘 −1

⟺ 𝑖=
124 António
Duarte
Alterado

Período de capitalizaçã o
Para calcular valores presentes / futuros com
𝑘
capitalizações por𝑘 ∙período, vem −𝑘 ∙
𝑖𝑁 𝑛 𝑖𝑁 𝑛
𝐹 = 𝑃∙ 1+ 𝑃 = 𝐹∙ 1+
𝑘 𝑘

Capitalização instantânea
O período de capitalização tende para 0, logo,
O número de períodos de capitalização tende para
infinito

𝐹 = 𝑃 ∙ 𝑒 𝑛 ∙𝑖 𝑁
𝑖𝐸 = 𝑒 𝑖 𝑁 − 1
𝑃 = 𝐹 ∙ 𝑒 −𝑛 ∙𝑖 𝑁
125 António
Duarte
Exercício 1
Um depósito bancário tem as seguintes características
Taxa de remuneração fixa de 4,5% ao ano (nominal)
Capitalização anual
a) Se hoje se aplicarem nesse depósito 5,000 €, qual o valor
da aplicação daqui a 7 anos?
b) Pretende-se que a aplicação valha 9,000 € daqui a 10
anos. Quanto é necessário investir no presente?
c) Refaça os cálculos anteriores admitindo um regime
de capitalização mensal.
d) Nas condições da alínea anterior, qual a taxa de
rentabilidade anual efectiva?
e) Qual a rentabilidade se a capitalização fosse diária? E se
a capitalização fosse instantânea?

126 António
Duarte
Exercício 2
Qual dos seguintes investimentos é mais vantajoso
admitindo um custo de oportunidade de 15% ao ano
(nominal) com capitalização semanal.Todos os
montantes estão referidos ao final dos respectivos
períodos
Investimento 1
Custo inicial do equipamento: 10,000 €
Custos de operação: 1.º ano: 1,000 €, 2.º ano: 1,500 €, 3.º ano:
2,000 €
Valor de venda do equipamento: 6,000 €
Investimento 2
Custo inicial do equipamento: 12,000 €
Custos de operação: semestral, 400 €, 500 €, 600 €, 700 €,
800 € e 900 €, respectivamente
Valor de venda do equipamento: 8,500 €
127 António
Duarte
Rendas
Fluxo de capital, constante, com periodicidade fixa
Normal: o fluxo verifica-se no final dos períodos (situação
mais comum)
Antecipada: o fluxo verifica-se no início dos períodos
Seja
𝐴 – Valor nominal da renda
𝑃 – Valor presente da soma das rendas
𝐹 – Valor futuro (final do último período) da soma das
rendas
𝑛 – Número de períodos
𝑖 – Taxa de actualização
Admite-se que o período de capitalização é o mesmo
da renda
128 António
Duarte
Valor actual de u m a renda (fixa e postecipada)

Valor presente em função da


renda
𝐴 𝐴 𝐴
𝑃= + +⋯+ 𝑛
1+𝑖 1 1+𝑖 2 1+𝑖

𝑛 1 1+𝑖 𝑛 −1
𝑃 =𝐴∙∑
1+𝑖 =𝐴∙ 𝑛
𝑘= 𝑘 𝑖∙ 1+𝑖 Capitalização
1
composta

Valor da renda em função do valor


presente
𝑛
𝑖∙ 1+𝑖
𝐴=𝑃∙
1+𝑖 𝑛 −1

129 António
Duarte
Valor de u m a renda no final (fixa e antecipada)

Valor da soma das rendas no final do último


período 𝑛−
𝐹 =𝐴+𝐴∙ 1+𝑖 1 +𝐴∙ 1+𝑖 2 +⋯+𝐴∙ 1 1
+𝑖
𝑛−
1
1+𝑖 𝑛 −1
1+𝑖 𝑘 =𝐴∙
𝐹 =𝐴∙∑ 𝑖
𝑘=0

Valor da renda em função do valor


final
𝑖
𝐴=𝐹∙
1+𝑖 𝑛 −1

130 António
Duarte
Perpetuidade
Trata-se de uma renda com um número infinito
de termos
O valor actual da soma de uma renda perpétua é
dado por
𝐴
𝑃=
𝑖

O valor da renda é dado por

𝐴=𝑃∙𝑖

131 António
Duarte
Capitalizaçã o contínua
O valor presente de uma renda, utilizando
contínua é dado por
capitalização Capitalização contínua
- No regime de
𝑃 = 𝐴 ∙ 𝑒 −𝑖 + 𝐴 ∙ 𝑒 −2∙𝑖 + ⋯ + 𝐴 ∙ capitalização contínua,
𝑒 −𝑛 ∙𝑖 os juros também são
capitalizados, mas os
−𝑖 −𝑛∙𝑖 −𝑛∙𝑖
𝑃 = 𝐴∙ 𝑒 ∙ 1−𝑒 = 𝐴∙ 1−𝑒 períodos de
capitalização são
1−𝑒 −𝑖 𝑒 − 1 considerados
𝑖

instantâneos, dando
Se setratar de uma lugar a uma acumulação
contínua de juros.
perpetuidade
𝑃 =𝐴∙ 𝑒 −𝑖 = 𝐴
1 − 𝑒 −𝑖
𝑒𝑖 − 1

132 António
Duarte
Exercício 3
Considerando uma taxa de actualização nominal de
12% ao ano
a) Quanto vale hoje a soma de uma renda anual de
1,000
€ a receber durante 12 anos?
b) Determine um valor equivalente a ser
pago mensalmente.
c) Quanto vale hoje uma perpetuidade de 1,000 €
por ano?
Considere os dados do exercício 2. Determine um
valor anual constante, a pagar no final de cada um dos
3 anos equivalente aos fluxos financeiros do
enunciado.
133 António
Duarte
Determinaçã o da vida econó mica (1)
Considere-se um equipamento com as
seguintes característica
Significativa depreciação física, implicando aumento
progressivo de custos de operação e manutenção e
diminuição progressiva do valor de alienação
Depreciação tecnológica pouco significativa
Considerem-se os seguintes
parâmetros
𝐴 – Valor de aquisição do equipamento
𝐶𝑘 – Custos de operação e manutenção
no período 𝑘
𝑅𝑘 – Valor de revenda do bem no final do
período 𝑘
134
𝑛 – Vida económica do equipamento
António
(número de períodos) Duarte
Determinaçã o da vida econó mica (1)

𝐴 𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛 𝑅𝑛

0 1 2 n
3
O valor presente da soma dos fluxos
é
𝑃 𝑛 =𝐴+∑ 𝐶𝑘 ∙ 1 + 𝑖 −𝑘 − 𝑅 𝑛 ∙ 1 + 𝑖 −𝑛
𝑛
𝑘=1

A renda equivalente será


𝑛
𝑖∙ 1+𝑖
𝐴𝐸 𝑛
1+𝑖 𝑛 −1
=𝑃 𝑛
135 António
Duarte
Variantes
Considerar que o equipamento já está instalado e
considerar o valor de substituição (𝐴) apenas no final
do ciclo
𝑛
𝑃 𝑛 =∑ 𝐶𝑘 ∙ 1 + 𝑖 −𝑘 + 𝐴 − 𝑅 𝑛 ∙ 1
−𝑛
+𝑖
𝑘=1
Considerar os custos de operação e manutenção
no início do dos períodos
𝑛
𝑃 𝑛 =𝐴+∑ 𝐶𝑘 ∙ 1 −𝑘 +1
−𝑛
− 𝑅𝑛 ∙ 1
+𝑖 +𝑖
𝑘=1

136 António
Duarte
Variantes
Minimizar o valor presente de uma infinidade de ciclos
de substituição. Seja 𝑃∞ 𝑛 esse valor
+∞
= 𝑃𝑛
𝑃∞ 𝑛 = ∑ 𝑃 𝑛 ∙ 1+𝑖 −𝑘 ∙
𝑛 1− 1 −𝑛
𝑘=0
+𝑖

Neste caso, o valor da renda equivalente


será
𝑃 𝑛
∙𝑖
𝐴𝐸∞ 𝑛 = −𝑛
1− 1
+𝑖

137 António
Duarte
Exercício 4
Determine a vida económica de um equipamento com
as seguintes características
Valor de aquisição: 5,000 €
Valores de revenda (idades de 1 a 5): 3,000 €, 2,000 €,
1,000 €, 750 €, 500 €
Custos de operação e manutenção anuais (anos 1 a 5):
500 €, 1,000 €, 2,000 €, 3,000 €, 4,000 €
Taxa de actualização de 20%
Mostre, graficamente, como varia a anuidade
equivalente em função da vida económica
Resposta: 2 anos (Anuidade equivalente = 3,090.91€)

138 António
Duarte
Determinaçã o da vida econó mica (2)
Semelhante ao modelo (1), com excepção
Pretende-se maximizar os lucros
Os lucros registam-se de forma contínua
Parâmetros
𝑏 𝑡 – Lucros instantâneos em função da idade
𝑐 𝑡 – Custo líquido de substituição da idade
𝑡𝑟 – Idade do equipamento no início da substituição
𝑇𝑟 – Tempo de substituição do equipamento
𝐵 𝑡 𝑟 – Lucros presentes para uma série longa (ou infinita)
de substituições em idades 𝑡𝑟

139 António
Duarte
Determinaçã o da vida econó mica (2)
Os lucros, actualizados para o início de um ciclo
de substituição, 𝑘, são
𝑡𝑟
𝐵𝑘 𝑡𝑟 + 𝑇𝑟 = ∫ 𝑏 𝑡 ∙ 𝑒 −𝑖 ∙𝑡 ∙ 𝑑𝑡 − 𝑐 𝑡𝑟 ∙ 𝑒 −𝑖∙𝑡 𝑟
0

Para uma série infinita de


ciclos
𝐵 𝑡𝑟 = ∑ ∞
𝐵𝑘 𝑡𝑟 + 𝑇𝑟
∙ 𝑒 −𝑖∙ 𝑘−1 ∙ 𝑡 𝑟 +𝑇𝑟
𝑘=1

𝐵1 𝑡𝑟 + 𝑇𝑟
𝐵 𝑡𝑟 =
1 − 𝑒 −𝑖∙ 𝑡 𝑟 +𝑇 𝑟
𝑡𝑟
∫ 𝑏 𝑡 ∙ 𝑒 −𝑖 ∙𝑡 ∙ 𝑑𝑡 − 𝑐 𝑡𝑟
𝐵 𝑡𝑟 = 0 ∙ 𝑒 −𝑖∙𝑡 𝑟
1 − 𝑒 −𝑖∙ 𝑡 𝑟 +𝑇 𝑟
140 António
Duarte
Exercício 5
Considere os seguintes dados relativamente a
um equipamento
Os lucros derivados da operação do equipamento são
dados por b 𝑡 = 32000 ∙ 𝑒 −0.09∙𝑡 (tempo em anos)
O custo de substituição do equipamento é dado por c 𝑡
= 15000 − 13600 ∙ 𝑒 −0.73∙𝑡 (tempo em anos)
O tempo de substituição do equipamento é de 1 mês
A taxa de actualização é de 10% ao ano
Determine o período de substituição óptimo para
este equipamento.

141 António
Duarte

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