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CONSIDERAÇÕES SOBRE A

NOVA LEI DE ABUSO DE


AUTORIDADE

Tatuí, Novembro de 2020.


Considerações Iniciais
24 infrações penais, 1 via alteração do EAOAB (Lei 8.906/1994,
art. 7º-B), 11 de menor potencial ofensivo.

Alteração da Lei de Prisão Temporária: período de duração no


mandado prisional (art. 2º, § 4º-A)

Alteração da Lei de Interceptação Telefônica: inserção no tipo


penal da escuta ambiental (art. 10)

Alteração do Estatuto da Criança e do Adolescente: condiciona


efeitos da condenação à reincidência para crimes do ECA praticados
com abuso de autoridade (art.227-A)
SUJEITOS ATIVOS
Art. 2º:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles
equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
SUJEITOS PASSIVOS
Resolução da ONU nº 43/173, de 09/12/1988
a) “CAPTURA”: ato de deter pessoa por suspeita da prática de infração
b) “DETIDO”: pessoa privada da liberdade, exceto por condenação
(“conduzido” e/ou detido em flagrante por decreto do Delegado de
Polícia)
c) “PRESO”: pessoa privada da liberdade em consequência de
condenação (extensão: “preso” por ordem judicial, temporária ou
preventiva)
d) “DETENÇÃO”: condição das pessoas detidas nos termos acima
referidos (privação precária de liberdade, ainda que momentânea e
detenção em flagrante)
e) “PRISÃO”: condição das pessoas presas (condenadas) nos termos
acima referidos
■ AÇÃO PENAL
Todos os crimes da Lei de Abuso de Autoridade são de ação penal pública
incondicionada.
■ EFEITOS DA CONDENAÇÃO
- Efeito Automático: obrigação de indenizar;
- Efeito não automático – só incidem em caso de reincidência em
crime de abuso de autoridade:
1 - Inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública,
pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
2 - Perda do cargo, do mandato ou da função pública.
- Efeito não automático relacionado ao Estatuto da Criança e do
Adolescente:
1 - a perda do cargo, do mandato ou da função, independente da pena
aplicada.
Art. 9º:
Decretar medida de privação da liberdade em
manifesta desconformidade com as hipóteses legais:
Art. 10:
Decretar a condução coercitiva de testemunha ou
investigado manifestamente descabida ou sem prévia
intimação de comparecimento ao juízo:
Art. 12:
Deixar injustificadamente de comunicar prisão em
flagrante à autoridade judiciária no prazo legal.
Art. 13: Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
Pena: Detenção, 1 a 4 anos, multa mais a pena da violência

Inciso I: exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à


curiosidade pública;
■ Acompanhamento midiático do preso/detidos em via de
acesso público
■ Preso/detido interpelado pela mídia em dependência de
acesso não controlado
■ Divulgação de foto de preso/detido em rede social (“troféu”)
■ Entrevista de presos/detidos
■ Captação de voz do preso ou detido
Art. 13: Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
Inciso II: submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não
autorizado em lei;
PRESO E/OU DETENTO/DETIDO
Uso de algemas em preso/detido
■ Decreto Fed. 8.858/16
Art. 2º É permitido o emprego de algemas apenas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, causado
pelo preso ou por terceiros, justificada a sua excepcionalidade por escrito.

Transporte veicular de preso (extensão?)


■ Lei Fed. 8.653/93
Art. 1º É proibido o transporte de presos em compartimento de proporções
reduzidas, com ventilação deficiente ou ausência de luminosidade.
BUSCA EM MULHER E HOMEM TRANSEXUAL DETIDA(O)/PRESA(O)

Decreto Fed. 8.727/17


Art. 1º. I - nome social - designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se
identifica e é socialmente reconhecida; e
Art. 2º . Parágrafo único. É vedado o uso de expressões pejorativas e discriminatórias
para referir-se a pessoas travestis ou transexuais.

Decreto Est. 55.588/10


Art. 1º - Fica assegurado às pessoas transexuais e travestis, nos termos deste decreto,
o direito à escolha de tratamento nominal nos atos e procedimentos promovidos no
âmbito da Administração direta e indireta do Estado de São Paulo.

SENASP
Prioritariamente, o efetivo feminino deve realizar a busca pessoal na mulher transexual
e na travesti. Tal orientação objetiva respeitar sua dignidade, reconhecendo seu direito
de identificar-se como do gênero feminino.
BUSCA PRELIMINAR/PREVENTIVA EM INVESTIGADO
CPP
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a
medida for determinada no curso de busca domiciliar.

BUSCA MINUCIOSA EM PRESO/DETIDO E FUNCIONÁRIAS DE EMPRESAS


Lei 13.271/16
Art. 1º As empresas privadas, os órgãos e entidades da administração pública,
direta e indireta, ficam proibidos de adotar qualquer prática de revista íntima de
suas funcionárias e de clientes do sexo feminino.
BUSCA MINUCIOSA EM VISITANTE DE PRESÍDIO

Lei Estadual 15.552/14


Artigo 1º - Ficam os estabelecimentos prisionais proibidos de realizar revista
íntima nos visitantes.
Parágrafo único - Os procedimentos de revista dar-se-ão em razão de
necessidade de segurança e serão realizados com respeito à dignidade
humana.
Artigo 2º - Para os efeitos desta lei, consideram-se:
...
III - revista íntima: todo procedimento que obrigue o visitante a:
1 - despir-se;
2 - fazer agachamentos ou dar saltos;
3 - submeter-se a exames clínicos invasivos.
ALGEMAS EM PRESAS PARTURIENTES
Decreto Federal 8.858/16
Art. 3º É vedado emprego de algemas em mulheres presas em qualquer
unidade do sistema penitenciário nacional durante o trabalho de parto, no
trajeto da parturiente entre a unidade prisional e a unidade hospitalar e
após o parto, durante o período em que se encontrar hospitalizada.

ALGEMAS EM CRIANÇAS INFRATORAS


Em São Paulo, a condução das mesmas as Unidades Policiais é inclusive
vedada pela Resolução SSP-72/90, entretanto, em situações emergenciais
e em não havendo outro modo de conter um pré-adolescente infrator em
estado de descontrole físico e emocional, não vemos outra saída que não a
constrição excepcional.
ALGEMAS EM ADOLESCENTES APREENDIDOS
Desde que cumpridas as regras previstas em lei (resistência,
fundado receio de fuga ou perigo a integridade própria ou alheia), o
emprego de algemas em adolescentes é lícito, já que a ação,
quando executada com as técnicas operacionais adequadas, não
pode ser confundida com um atentado conciso a dignidade do
menor.
ECA
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
compartimento fechado de veículo policial, em condições
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
ALGEMAS/BUSCA EM IDOSOS PRESOS/DETIDOS
Estatuto do Idoso
Art. 96. § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar
ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
SENASP
• Não utilize termos que possam ser considerados pejorativos - como tio, velho,
coroa, vovô.
• Evite colocá-lo em uma posição desconfortável durante a busca pessoal: de
joelho ou deitado.
• Quando for necessário algemar a pessoa idosa, faça com as mãos para
frente, se não trouxer prejuízo à segurança.
• Não conduza o idoso no compartimento fechado de segurança das viaturas.
Leve-o no banco de trás, no meio de dois agentes - salvo no caso de imperiosa
necessidade de segurança para a guarnição.
ATO DE APONTAR ARMAS AO SUSPEITO
DIRETRIZES (PI MJ/SDH nº 4.226/10)
4. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga que
esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não
represente risco imediato de morte ou de lesão grave aos agentes de
segurança pública ou terceiros.
5. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite
bloqueio policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco
imediato de morte ou lesão grave aos agentes de segurança pública ou
terceiros.
6. Os chamados "disparos de advertência" não são considerados prática
aceitável, por não atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em
razão da imprevisibilidade de seus efeitos.
7. O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os
procedimentos de abordagem não deverá ser uma prática rotineira e
indiscriminada.
- Busca contra a parede de suspeito
- Busca com as mãos sobre a cabeça de suspeito
- Busca de joelhos de suspeito/capturado
- Busca em decúbito ventral suspeito/capturado
- Condução de presos/detidos algemados
- Contenção física extremada de detidos (práticas a serem
evitadas):
Algemas de dedos e de tornozelos em presos/detidos
Art. 13: Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:

Inciso III: produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro

CONFRONTO: Se houver sofrimento físico ou mental: TORTURA


Interrogatório sub-reptício (gravação ambiental informal sem
ciência dos direitos do suspeito gera nulidade do ato. STF, HC
80949/RJ)
Art. 15: Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão
de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou
resguardar sigilo:
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua
captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em
sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou
atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.

Veda o anonimato da prisão/interrogatório (regra constitucional)


Uso de tarjetas
Uso de balaclavas
Método de formalização da identificação
Interrogatório

“Cidadão, Eu sou o (Falar seu posto/graduação + nome). Você está sendo detido pela prática do
delito de (falar a conduta - crime, contravenção ou existência de mandado de prisão) e será
conduzido até a delegacia de polícia. Você tem o direito de permanecer calado, tem o direito à
assistência familiar e tem direito à assistência de advogado.”
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período
de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se
ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de


preso à autoridade judiciária competente para a apreciação da
legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente
do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências
tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a
prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e
reservada do preso com seu advogado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o
preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal
e reservadamente com seu advogado ou defensor, por
prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se
ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência,
salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência
realizada por videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

CRIANÇAS ADOLESCENTES
ECA Art. 175
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-
á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente
aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não
podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.

MULHERES
(Lei de Execuções Penais, art. 82, § 1º)
A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a
estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal.

Ambiente inadequado (insalubre)


Mulheres transexuais (interpretação extensiva do Dec. Fed. 8.727/17)
Homens transexuais (interpretação extensiva do Dec. Fed. 8.727/17)
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da
vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer
nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições
estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o
acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma
horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando
houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de
situação de flagrante delito ou de desastre.
Art. 22
CÓDIGO PENAL
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita
de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - ...
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos
legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de
o ser.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º
II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Art. 22
- Inovação no horário (21h/5h)

- “Fundados indícios”

- Devem-se destacar os incisos I e III da nova lei. É caracterizado


como crime qualquer forma de atentado ao livre arbítrio para a
permissão da entrada na residência.

- Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando


houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso
em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.

- A mera denúncia anônima não basta para adentrar em um


domicílio.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado
de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de
diligência;
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o
curso da investigação, da diligência ou do processo.

- Eliminar vestígios de sangue


- Colocar arma na mão da vítima morta
- Plástica para retirar sinal corporal
Objetivos
- Eximir-se de responsabilidade criminal
- Responsabilizar criminalmente alguém
- Agravar a responsabilidade criminal de alguém
- Eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa decorrente de excesso
- Prestar informações distorcidas
Art. 24: Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou
empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para
tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local
ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.

Inovação Artificiosa Específica


Fraude referente ao local da morte, com busca de chancela hospitalar.
Havendo dúvida, prestar socorro.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de
prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio
conhecimento de sua ilicitude.

- Prova ilícita (conteúdo verdadeiro, mas ilicitamente obtido: tortura)


- Prova derivada da ilícita (incide no delito)
- Momento da aferição da legitimidade da prova (análise da
captura)
- Acesso de dados em telefones celulares
- Guardas Civis dos Municípios
- “Investigações” por instituições outras
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento
investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
funcional ou de infração administrativa:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou
investigação preliminar sumária, devidamente justificada.

Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou


administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 27 e 30
Alcança:
-Inquérito Policial
-Termo Circunstanciado
-Processo Administrativo

Não alcança:
-Apuração Preliminar
-Sindicância
-Verificação de Procedência de Informação

Necessidade de justificativa
-Apuração de fato, não caracteriza
-Instauração a partir de notícia publicada na imprensa
-Instauração a partir de disque denúncia
-Portaria instauradora deve mencionar os indícios
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a
prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada
ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

- Lava Jato

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial,


fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em
prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para
execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada,
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de
investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer
outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa,
assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças
relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências
futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação,
inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso
amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de
cargo ou função pública ou invoca a condição de agente
público para se eximir de obrigação legal ou para obter
vantagem ou privilégio indevido.

- “Carteirada”
- Aceitação de cortesia
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos
financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para
a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da
excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de


que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar
seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de


comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas
as apurações e formalizada a acusação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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