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DESENVOLVIMENTO ATÍPICO

0 a 6 anos
Profª MARTA VALENTE
ANOMALIAS GENÉTICAS

• É possível que seja feito um estudo genético dos pais


antes de terem um filho, para que sejam identificadas
as possibilidades desse filho vir a nascer com alguma
alteração genética. Porém, em algumas pessoas só é
possível identificá-las como portadoras de uma doença
genética depois de terem um filho ou um feto com uma
anomalia. Portanto, uma anomalia genética pode ser
diagnosticada antes ou depois do nascimento, por meio
de diversas técnicas.
Fenilcetonúria
• A Fenilcetonúria (PKU) é um erro inato do metabolismo, de herança
autossômica recessiva, que leva ao acúmulo de um aminoácido
essencial, a fenilalanina, no organismo de indivíduos afetados. A
prevalência da doença varia em geral de 1 caso para cada 10.000 ou
30.000 nascidos vivos. É mais frequente em caucasianos e menos
frequente em judeus Askenazi. Na Finlândia praticamente não existe,
na Islândia tem uma incidência de 1: 6.000 e no Japão 1: 60.000.

- O excesso desses compostos provoca desenvolvimento anômalo do


sistema nervoso, caracterizando uma deficiência mental acentuada.
Indivíduos portadores dessa doença costumam ter menos melanina do
que o normal, já que o metabolismo da fenilalanina está relacionado à
produção desse pigmento.
• O quadro clínico clássico é caracterizado por atraso do
desenvolvimento neuro-psicomotor, deficiência mental, convulsões,
hipopigmentação, microcefalia, eczemas cutâneos e odor
característico de ninho de rato na urina. Pacientes que são
diagnosticados no período neonatal e tratados com dieta pobre em
fenilalanina precocemente apresentam significativas reduções do
quadro clínico.

Gutrie e Susi, no ano de 1963, implementaram um programa de


Triagem Neonatal para PKU. A triagem neonatal é realizada através da
dosagem quantitativa da fenilalanina sanguínea, obtida de amostras
colhidas em papel filtro (teste do pezinho). No Brasil, os programas
de triagem neonatal iniciaram em 1973 por iniciativa da Associação
dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do Estado de São Paulo.
ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS SÃO RESPONSÁVEIS POR CERCA DE 60 SÍNDROMES DIFERENTES,
E ATINGEM, APROXIMADAMENTE, 0,7% DOS BEBÊS.

• Existem dois tipos de anomalias cromossômicas: a primeira diz respeito a alterações


estruturais dos cromossomos, que são os pedacinhos dos genes que, juntos, formam o
nosso DNA. Neste caso, o DNA do bebê apresenta pequenas falhas ou inversões em sua
estrutura. A segunda é aquela que diz respeito a modificações numéricas, isto é, quando
faltam ou sobram cromossomos. É importante frisar, neste caso, que alterações
cromossômicas são diferentes das congênitas. Se no primeiro caso, o que ocorre é uma
alteração nos genes, no segundo, a doença é hereditária, ou seja, transmitida dos pais para
o filho.

Como saber se o meu bebê possui alterações cromossômicas?

• Os dois exames mais comuns e precisos para identificar o distúrbio durante o pré-natal são
o ultrassom e a amniocentese, feitos quando o bebê ainda está na barriga da mãe. A
ultrassonografia é um exame de imagem realizado em várias etapas da gestação. Super
completo e preciso, o exame é capaz de informar a respeito do estado físico do feto. Já a
amniocentese analisa uma pequena amostra do líquido amniótico e é capaz de identificar
precisamente alterações cromossômicas. Pode ser feita entre a 14ª e a 18ª semana de
gestação.
SÍNDROMES MAIS COMUNS

• Síndrome de Down
• Também conhecida pelo nome de Trissomia do 21, a Síndrome de Down foi descoberta
no ano de 1966, quando o médico britânico John Langdon Down apontou a presença
extra de um cromossomo no número já previsto para uma célula normal.
• As características físicas de um bebê com Down são: olhos amendoados, baixa estatura,
sendo as mãos e os pés pequenos e achatados, pescoço de aparência larga e achatada,
e orelhas pequenas localizadas numa posição mais inferior da cabeça. Sinais como a
hipotonia muscular, isto é, diminuição do tônus e da força, predisposição ao
desenvolvimento de doenças cardiovasculares e problemas respiratórios e lentidão no
processo de aprendizagem também são sinais da síndrome.
• A incidência da síndrome de Down em níveis mundiais é relativamente pequena, isto é,
aparece uma vez em uma amostra de 700 a 900 indivíduos que nasceram vivos.
Entretanto, há um aumento significativo quando se analisa a incidência em relação à
idade materna. A possibilidade de uma mãe que possua idade acima de 40 anos de ter
um bebê com Down é uma a cada cem gestações.
Síndrome de Edwards

• O primeiro registro científico da síndrome data de 1960, na Inglaterra. Também


chamada de trissomia do 18, o nome científico se deve à existência de um
cromossomo 18 extra e acomete um a cada 5 mil bebês nascidos vivos. Assim
como no caso da síndrome de Down, a idade materna avançada também é um
dos fatores que corroboram para o seu aparecimento. Mães com mais de 35
anos possuem maior predisposição para dar à luz bebês com a síndrome de
Edwards.
• Algumas das implicações da síndrome são extremamente graves e, portanto,
comprometem seriamente o desenvolvimento do bebê, mantendo sua
expectativa de vida muito baixa. Baixo peso, cabeça pequena, má oxigenação do
sangue arterial, tremores, convulsões, hérnia umbilical, fenda facial, problemas
na formação do sistema digestivo, sola arredondada dos pés, defeitos congênitos
graves em órgãos fundamentais como o coração são algumas delas. 95% dos
bebês diagnosticados com síndrome de Edwards morrem antes mesmo de
nascer e somente 5 a 10% completam o primeiro ano de vida.
Síndrome de Patau
• Também chamada de trissomia do 13 devido a um acréscimo do
cromossomo 13, a síndrome de Patau possui este nome em homenagem ao
geneticista alemão Klaus Patau, que a descobriu em 1960. Extremamente
rara, estudos apontam que a incidência da síndrome corresponde a um caso
para cada cinco mil nascimentos. Crianças que vem ao mundo com esta
condição, geralmente, vivem de 2 a 5 dias, quando conseguem nascer, pois,
geralmente, é mais comum que morram ainda dentro do útero da mãe,
devido às complicações serem extremamente letais.
• Globo ocular pequeno, fenda do palato labial, maior número de dedos,
malformações graves no sistema nervoso central e no sistema urinário-
reprodutivo, retardo mental, problemas cardíacos gravíssimos e rins
policísticos são alguns dos sinais mais evidentes da síndrome. Caso a criança
nasça, o tratamento é feito, basicamente, para tentar controlar as
complicações mais sérias.
Síndrome de Turner
• A síndrome de Turner, descoberta em 1938 por Henry
Turner diz respeito à uma condição genética que
acomete somente mulheres, na qual o cromossomo X é
ausente ou parcialmente ausente. Seu nível de
ocorrência também é pequeno: a cada 2.500
nascimentos, apenas uma a apresentará, sem contar os
abortos espontâneos.
• A baixa estatura é uma das complicações clínicas das
meninas que nascem com esta condição, que também
apresentam puberdade deficiente, malformações das
gônadas, infertilidade e problemas cardíacos.
Síndrome de Kleinfelter

• Esta é uma condição genética extremamente rara, que só afeta homens.


Trata-se de uma síndrome acarretada por uma cópia extra do cromossomo X
que afeta de um a quatro indivíduos do sexo masculino nascidos em uma
amostra de mil bebês.
• Basicamente, devido à presença de mais um cromossomo responsável pela
determinação do sexo do ser humano, neste caso, do feminino, bebês
portadores da síndrome apresentam baixos níveis de testosterona, o que
acarreta em uma menor quantidade de pelos corporais e faciais, além do
desenvolvimento incomum das mamas. Ou seja, esses meninos apresentam
características sexuais secundárias pouco desenvolvidas. Além da
deficiência funcional dos testículos, que causa uma produção ínfima — às
vezes quase nula — de espermatozóides, pessoas com a síndrome também
tendem a possuir um retardo mental leve, além de dificuldades no
aprendizado. No âmbito da fertilidade, o quadro pode ser revertido com
tratamentos específicos.
Síndrome do Cromossomo X Frágil

• A Síndrome do Cromossomo X Frágil é a segunda síndrome de


origem genética que mais afeta os pequenos no Brasil,
principalmente os indivíduos do sexo masculino, perdendo
apenas para a síndrome de Down. Causadora de uma parte
considerável de crianças com retardo mental, o nível de
incidência da doença é de um em cada 2 mil garotos e uma em
cada 4 mil meninas.
• O grande responsável pela ocorrência é o gene FRM1 (Fragile X
Mental Retardation 1), presente no cromossomo X, que
apresenta uma mutação. Este pedacinho do DNA é fundamental
no desenvolvimento cognitivo, ou seja, muito importante na
transmissão de impulsos nervosos para as células.
Os sintomas variam de acordo com o nível da síndrome. Se
para algumas pessoas portadoras a síndrome pode apresentar
caráter assintomático, outros pacientes podem apresentar
distúrbios comportamentais e comprometimento intelectual
— seja uma pequena dificuldade no aprendizado ou até
mesmo um retardo mental profundo —, atraso para falar,
macrocefalia, hiperatividade, problemas de articulação,
aumento do volume do testículo — no caso dos homens —,
face alongada, desenvolvimento defeituoso da porção
mediana do rosto, orelhas grandes e de abano, queixo
proeminente e em 20% dos quadros, convulsões. No caso das
garotas, muito provavelmente apresentarão problemas
relacionados à fertilidade como menopausa precoce e
insuficiência ovariana. No caso dos meninos, quando mais
velhos, também terão predisposição para apresentar perda da
coordenação motora e desenvolver tremores.
Síndrome de Rett
• A Síndrome de Rett é definida como uma desordem do desenvolvimento
neurológico relativamente rara, tendo sido reconhecida pelo mundo no
início da década de 1980. Desde então, diversos estudos já apontaram
que pode ocorrer em qualquer grupo étnico com aproximadamente a
mesma incidência. A prevalência da Síndrome de Rett é de uma em cada
10.000-20.000 pessoas do sexo feminino.
Desde que foi identificada, sempre foi vislumbrada a natureza genética
dessa desordem, primeiro por afetar predominantemente o sexo
feminino, e também pelos raros casos familiares, embora se trate de
síndrome de ocorrência esporádica em 95,5% dos casos, e o risco de
casos familiares seja inferior a 0,5%. Desde 1999, já se sabe que a
grande maioria das meninas e mulheres que preenchem os critérios
para a Síndrome de Rett apresenta mutações no gene MECP2.
• Através da análise molecular do gene MECP2 da
paciente e de sua mãe, é possível verificar se a
mutação foi herdada da mãe, para, assim, procurar
aconselhamento genético. Embora os casos familiais
sejam raros, é indicado avaliar a possibilidade de
recorrência da doença na família, inclusive utilizando-
se o diagnóstico pré-natal, que envolve a coleta de
material biológico do feto pela amniocentese ou pela
punção de vilosidades coriônicas e pesquisa de
mutações no MECP2 nesse material.
A Síndrome de Rett se manifesta tipicamente no período compreendido entre o 6º e o 18º
mês de vida.
Na grande maioria dos casos, a gravidez da mulher e o parto ocorrem normalmente.
Os bebês nascem geralmente sem quaisquer intercorrências, e parecem se desenvolver
dentro dos parâmetros normais na primeira infância. Geralmente, apresentam padrões
adequados de desenvolvimento motor no que se refere ao sentar-se e ao andar. Todavia,
são raros os relatos de crianças que vieram a receber o diagnóstico de Síndrome de Rett
que tenham engatinhado em qualquer fase da infância.
Muitas dessas crianças também desenvolvem linguagem inicial na forma de palavras ou
frases simples.
Geralmente é observada hipotonia já desde o nascimento, e não é raro que sejam
referidos como "bebês bonzinhos", e algumas vezes como "bebês excessivamente
bonzinhos".
Durante esse período precoce de vida, desaceleração nas medidas do perímetro cefálico
(ou circunferência da cabeça) pode ser observada já aos três meses de vida ou logo depois
dessa idade, mas sempre ao longo do primeiro ano. Deve-se enfatizar que a desaceleração
do perímetro cefálico não significa necessariamente microcefalia (ou cabeça
anormalmente pequena), e que, por outro lado, o perímetro cefálico de muitas dessas
meninas pode se manter dentro dos parâmetros normais.
Também se observa desaceleração do ganho de peso nesse período. Pode ocorrer,
igualmente, desaceleração do crescimento linear (comprimento), mas apenas depois do
primeiro ano de vida.
OS PRIMEIROS SINAIS DA MANIFESTAÇÃO CLÍNICA DA
SÍNDROME DE RETT INCLUEM:

• - Irritabilidade geralmente crescente ao longo de um período determinado, representada por


crises de choro inconsolável.

- Estabilização (parada) na aquisição de habilidades motoras (incluindo a fala).


- Perda óbvia das habilidades motoras finas, representadas pela falta de uso prático das mãos
para, por exemplo, manipular brinquedos e quaisquer outros objetos.

- Nesse período, as meninas também podem apresentar menos interesse pelo ambiente que a
rodeia e pela socialização e interação com os outros. Em alguns casos, elas podem interagir de
uma forma “autista”, motivo pelo qual muitas recebem esse diagnóstico, erroneamente, no início
da manifestação da doença.

- No período que segue após a perda das habilidades motoras e as alterações nos processos de
comunicação e socialização, surgem os movimentos estereotipados das mãos, “marca registrada”
da forma clássica da doença. Esses movimentos se manifestam de forma diferente em cada
menina, mas, geralmente, são movimentos como: lavar ou torcer as mãos, bater as mãos uma na
outra, apertar ou bater as mãos ou uma delas em alguma outra parte do corpo (geralmente a
boca), levar às mãos à boca, ou levar parte da roupa à boca e ficar mordiscando.
- Todas as meninas com a Síndrome de Rett apresentam deficiência mental severa a
profunda. Estudos nacionais e internacionais reportam que o desenvolvimento
intelectual dessas meninas atinge, no máximo, o equivalente ao desenvolvimento
intelectual de uma criança de 24 meses com desenvolvimento normal. Tendo em
vista todas as dificuldades motoras presentes na Síndrome de Rett, é bastante difícil
avaliar o desenvolvimento intelectual com os testes disponíveis (que requerem,
minimamente, o uso prático das mãos ou linguagem preservada).

- Ao longo do tempo, uma série de outras características vem sendo associada com a
Síndrome de Rett, mas esses comportamentos não são observados de modo tão
uniforme, e incluem:

- Bruxismo (ou ranger de dentes, que pode ocorrer também de forma


estereotipada).
- Distúrbios de sono.
- Padrões respiratórios anormais. Esses padrões respiratórios anormais geralmente
se referem à apneia (ou uma parada na respiração, que às vezes pode durar muitos
segundos), à hiperventilação (respiração rápida, com grande quantidade de ar
inspirado) ou a ambas.
CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DE FORMAS VARIANTES DA SÍNDROME DE
RETT
Preencher pelo menos 3 dos 6 Preencher pelo menos 5 dos 11
critérios maiores. critérios menores.

• CRITÉRIOS MAIORES • CRITÉRIOS MENORES

• Ausência ou redução das habilidades • Irregularidades respiratórias


manuais práxicas • Distensão abdominal / Aerofagia
• Redução ou perda da fala em balbucios • Bruxismo
• Redução ou perda das habilidades • Locomoção anormal
comunicativas • Escoliose / cifose
• Desaceleração do crescimento cefálico • Amiotrofia dos membros inferiores
nos primeiros anos de vida • Contato visual intenso
• Padrão monótono de estereotipias • Resposta diminuída para dor
manuais • Episódios de risadas / gritos
• Perfil da desordem Rett: Estágio de • Hipotermia, pés arroxeados,
regressão seguido de recuperação da crescimento (usualmente) comprometido
interação social contrastando com • Distúrbios de sono, incluindo episódios
regressão neuromotora lenta. de terrores noturnos.
ATENÇÃO (MUDANÇA)
CID 10 – F – 84.2

- No estágio inicial da doença, a Síndrome de Rett pode ter seu diagnóstico


clínico dificultado, principalmente considerando que muitos médicos ainda
não estão suficientemente familiarizados com essa condição. Estima-se que,
em cerca de 50% das meninas brasileiras afetadas pela Síndrome de Rett, o
diagnóstico clínico seja equivocado. O diagnóstico equivocado de grande
parte dessas meninas se refere ao Autismo Infantil, e outra parte, à Paralisia
Cerebral ou condições afins. Já foram descritos diversos casos de pacientes
clinicamente diagnosticadas com Síndrome de Angelman nas quais não
foram detectadas alterações no cromossomo 15 (que é a causa dessa outra
síndrome), mas foram detectadas mutações no gene MECP2.
CID 11
• Assim como no DSM, o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos
Mentais, a nova CID une os transtornos do espectro num só diagnóstico.
• A nova versão da classificação une todos esses diagnósticos no Transtorno
do Espectro do Autismo (código 6A02 — em inglês: Autism Spectrum
Disorder — ASD), as
subdivisões passaram a ser apenas relacionadas a prejuízos na linguagem fu
ncional e deficiência intelectual
. A intenção é facilitar o diagnóstico e simplificar a codificação para acesso a
serviços de saúde.

• A exceção ficou somente por conta da Síndrome de Rett (antigo F84.2) que
agora fica sozinha na nova CID-11, com o código LD90.4.
Acompanhamento Terapêutico
• O acompanhamento terapêutico, especialmente representado pela
Fisioterapia e pela Fonoaudiologia, é fundamental para a criança com
Síndrome de Rett já desde tenra idade, e, na maior parte dos casos,
trata-se de acompanhamento para a vida inteira.
Crianças com idade inferior a 3 anos de idade devem seguir Programas
de Estimulação Precoce apenas. A partir dos 3 anos, deve-se identificar
quais as terapias fundamentais para cada fase do desenvolvimento,
bem como a intensidade e a frequência dessas terapias. Cada criança
com Síndrome de Rett apresentará necessidades individuais e
específicas, e os programas terapêuticos devem dar conta dessas
necessidades individuais em cada fase do seu desenvolvimento.
Dependendo das necessidades de cada criança, muitas vezes os séricos
públicos não darão conta do atendimento ideal e adequado, e os
serviços particulares serão necessários.
ACOMPANHAMENTOS:
• Médico / Neurologista
• Fisiatra/ Fonoaudiologia
• Ortopedista/Fisioterapia
• Gastroenterologista/ Nutricionista
• Cardiologista/ Pneumologista
• Odontológico/ Ginecologista
• Psiquiátrico/ TO
• Musicoterapia/ Intervenção TCC
AVALIAÇÃO
• Infelizmente, até o momento, não existem instrumentos validados e
normatizados para que se possa avaliar a evolução de uma pessoa com a
Síndrome de Rett nos diversos aspectos do desenvolvimento. Isso é
especialmente mais triste no que tange à avaliação das diferentes
intervenções terapêuticas a que essa pessoa deve ser submetida, ou seja,
ainda não há uma forma objetiva para avaliar os resultados terapêuticos das
pessoas com a Síndrome de Rett.

- De toda forma, em 2001, Kerr et al. propuseram uma escala simples para a
avaliação clínica e terapêutica das crianças, moças, mulheres e idosas com
Síndrome de Rett, escala essa que permite entender a condição de cada uma
delas no momento em que é aplicada, revelando progressos, regressões ou
estagnações em seu desenvolvimento humano. Nessa escala, quanto menor a
pontuação, melhor a qualidade da condição; por outro lado, quanto menor a
pontuação, pior a condição.
Aprendizagem e Escolarização
• Se considerarmos o quanto uma criança com 36 meses pode aprender, ainda que levando
em conta suas possibilidades e seus limites, fica fácil entender o quanto uma pessoa com
Síndrome de Rett também pode aprender.

Até os 5-6 anos de idade, recomenda-se que a criança com Síndrome de Rett, desde que
apresente boas condições de saúde não a exponham a qualquer risco, frequente escolas
que ofereçam a Educação Infantil. Esse espaço, mais do que acadêmico, é um espaço para o
desenvolvimento e para a aprendizagem de habilidades básicas da criança e para a sua
socialização.

A partir dos 7 anos, a família deverá fazer a sua opção por mantê-la no Ensino Fundamental
regular ou por buscar Atendimento Educacional Especializado para a sua filha. No caso de
mantê-la na escola regular, deverá ser estabelecida forte aliança entre a família, a escola e
os professores, e a equipe terapêutica que acompanha a criança ou jovem, além dos
sistemas de suporte municipais ou estaduais, de modo que essa escolarização não interfira
negativamente mais do que positivamente no desenvolvimento e na qualidade de vida da
pessoa com Síndrome de Rett.
SÍNDROME DE TOURETTE
• Síndrome de Tourette é um transtorno que se manifesta por
tiques motores ou vocais. As pessoas que a apresentam
relatam que esses tiques são inevitáveis e que sentem como
se tivessem a necessidade de realizá-los.
• Ela foi descoberta no século XIX, pelo francês Georges Gilles
de La Tourette. Estima-se que 1 a cada 2000 pessoas seja
afetada por ela, sendo na sua maioria, as do sexo masculino.
• Os primeiros sinais podem aparecer na infância e quanto
mais rápido o diagnóstico é realizado, mais eficaz pode ser a
intervenção terapêutica. Acompanhe a leitura e entenda
melhor essa síndrome, seus sintomas e tratamento!
Sintomas
• É um distúrbio caracterizado por tiques, que são movimentos
bruscos e que podem acontecer de forma motora ou vocal. As
pessoas os relacionam como involuntários e sentem dificuldade
imensa de ter controle sobre eles. Podem ser divididos em simples
ou complexos. Os primeiros têm a duração mais rápida, enquanto os
outros são mais demorados, podendo envolver uma sequência deles.
• De acordo com o Manual DSM-V, ele se inicia antes dos 18 anos,
sendo comum ocorrer por volta dos 4 aos 6 anos de idade e, por
esse motivo, os professores da criança podem ser os primeiros a
perceber. Para o diagnóstico, os tiques devem estar presentes por
mais de 1 ano. Entretanto, podem ficar um tempo sem aparecer.
Além disso, a síndrome não deve ser influência de efeitos fisiológicos
de alguma substância, como a cocaína ou de outra condição médica.
• É comum a presença de ansiedade, principalmente a do tipo social. Outros
sintomas também podem estar presentes, como o
transtorno obsessivo-compulsivo, distúrbios de aprendizagem, ou distúrbios de
sono, carecendo de uma análise mais profissional. Alguns exemplos de tiques são:

• piscada de olhos;
• movimentos repentinos com a cabeça;
• caretas;
• balanço de ombros;
• fungada;
• tosse;
• sons guturais;
• gestos obscenos;
• repetição involuntária de sílabas ou palavras.
CAUSAS TRATAMENTO
• As causas podem ser genéticas • O tratamento depende da intensidade dos
sintomas e de como eles afetam a vida do
ou, ainda, neuroquímicas. Pode indivíduo. Alguns vão se dar bem com
existir um desequilíbrio nos medicações controladas. Aplicações locais de
toxina botulínica também podem ajudar a tratar
impulsos elétricos que controlam o paciente.
ou transmitem informações de • Em alguns casos, será preciso lidar com a
um neurônio a outro. Contudo, ansiedade e o estresse. Algumas estratégias,
como a meditação, podem amenizar os
ainda não há um consenso sobre sintomas. Entretanto, ainda que se siga com
o fator real que desencadeia a todas essas intervenções, o acompanhamento
com um psicólogo é fundamental para a melhor
síndrome. De toda forma, é fato eficácia do tratamento, o diagnóstico de outros
que os tiques costumam sintomas e o aumento do bem-estar na vida do
indivíduo.
aumentar quando a pessoa está
• A pessoa com a síndrome de Tourette pode levar
em situações de estresse uma vida normal, com grande diminuição dos
emocional. tiques, se bons recursos forem aplicados. Dessa
forma, não negligencie sua saúde mental.
SÍNDROME DE TOURETTE
CRIANÇAS
• As crianças com distúrbios de tique graves ou síndrome de Tourette têm mais
propensão a ter outro distúrbio, como TOC, TDAH e/ou problemas de
aprendizagem. Esses problemas parecem ser o resultado de anomalias
cerebrais que causam os tiques e a síndrome de Tourette. Contudo, quando um
distúrbio de tique é grave, os estresses extraordinários de viver com o distúrbio
podem fazer com que esses problemas fiquem piores.
• Os tiques tendem a ser parecidos em um determinado momento, mas eles
variam quanto ao tipo, intensidade e frequência com o passar do tempo.
Algumas vezes, eles começam de maneira súbita e drástica. Eles podem ocorrer
várias vezes por hora, e depois quase desaparecer por muitos meses.

• Os tiques podem ser:

• Simples ou complexos
• Motores ou vocais
TRATAMENTO
• Tranquilização e apoio
• Intervenção comportamental abrangente para tiques
• Medicamentos
• Se os sintomas forem leves, com frequência a melhor coisa é tranquilizar a criança e
prestar a menor atenção possível ao tique até que ele desapareça por si mesmo. O
tratamento muitas vezes pode ser evitado se a família compreender o transtorno, e se o
transtorno for explicado e compreendido pelos professores e colegas de escola da
criança.
• As crianças que têm tiques e que estão tendo dificuldades na escola devem ser avaliadas
para ver se têm distúrbios de aprendizagem e receber a assistência necessária.
• Se as características obsessivas ou compulsivas forem incômodas, um medicamento,
como um inibidor seletivo de recaptação da serotonina (ISRS), que é um antidepressivo,
pode ser útil.
• O tratamento do TDAH pode ser difícil, porque os medicamentos estimulantes
normalmente usados para tratá-lo podem piorar os tiques. Às vezes, baixas doses destes
medicamentos podem tratar eficazmente o TDAH sem piorar os tiques, ou um
medicamento que não é um estimulante pode ser utilizado para tratar o TDAH.

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