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Universidade Federal do Rio Grande – FURG

Instituto de Ciências Econômicas Administrativas e Contábeis - ICEAC


Economia Brasileira Contemporânea II
Profa. Dra. Audrei Cadaval
O Plano Real: 3 fases

• Ajuste fiscal prévio: Plano de Ação Imediata


(14.06.93)

• Indexação completa da economia: URV


(28.02.94)

• Reforma monetária: Real


(01.07.94)
A fase de preparaçã o
• Maio/93: mudança ministerial
• Junho/93: PAI (Plano de Ação Imediata)
• Corte de gastos US$ 6 bilhões
• Rigidez no recolhimento de impostos
• Reescalonamento das dívidas estaduais
• Saneamento de controle de bancos estaduais e federais
• Aprofundamento do processo de privatizações
• Criação do IPMF (Imposto Provisório s/ Movim. Financeiras)
• Criação do FSE (Fundo Social de Emergência): 15% receita
Unidade de Referência de Valor
• URV (28.02.94)
• IGPM, IPC-FIPE, IPCA- Especial
• Restauração da função de unidade de conta da moeda
• Preços oficiais convertidos em URV
• Conversão espontânea dos demais preços
A Reforma monetá ria: Real
• URV  Unidade de conta
• CR$  meio de troca
• Inflação em CR$  não existe em URV

• 1° julho/94: nova moeda REAL


• Ancoragem: R$ 1,00 = 1 URV  US$ 1,00 = CR$ 2.750,00
• Início cambio fixo, depois: banda assimétrica
Impacto inicial e 1 medidas as

• Elevações de preços iniciais


• Política monetária restritiva
• Metas Quantitativas para a Política Monetária
• Manutenção juros relativamente altos
• Atração de capitais
• Valorização cambial (real e nominal)
• Câmbio: sistema de bandas cambiais
• Âncora cambial
• Abertura comercial  camisa de força para preços
Queda da inflaçã o
IGP-DI
Ano % a.a.
1985 235,11
1986 65,03
1987 415,83
1988 1.037,56
1989 1.782,89
1990 1.476,71
1991 480,23
1992 1.157,83
1993 2.708,17
1994 1.093,89
1995 14,78
1996 9,34
1997 7,48
1998 1,7
Aumento do consumo
• Fim do “imposto inflacionário”
• Mecanismos de crédito
• Empréstimos à pessoas físicas ↑150% (jun/dez)
• Consumidor atraído por empréstimos
• Previsibilidade da renda futura
• Demanda reprimida
• Despoupança voluntária
Aumento do investimento
• Redução do nível de incerteza

• Crescimento da demanda

• Disponibilidade de crédito

• Aumento da atividade econômica


A â ncora cambial
• Elevado volume de reservas: US$ 42 bilhões

• Câmbio flutuante  valorização (US$ 0,86/R$ 1,00)

• Âncora cambial:
• Economia aberta + real valorizado = ↑ importações

• Bens tradeables x non-tradeables

• Déficit comercial
Dificuldades da â ncora
• Composição da pauta de importações
• Crescimento de bens de consumo

• Natureza volátil do capital ingressante


• Estratégia arriscada e difícil de manter no LP

• Elevação da Dívida pública


• Processo de “esterilização”
1 grande teste
º

• 1994: Crise Mexicana


• Rápida perda de reservas
• Riscos: desvalorização + retomada da inflação
• Medidas (março/95)
• Controle da demanda
• Aumento da taxa de juros desvalorização de 6% (alargamento das bandas)
• Elevação de tarifas e quotas de importação
Efeitos colaterais
• Queda do nível de atividade econômica

• Aumento da taxa de inadimplência

• Aumento da dívida pública


• Taxa de juros elevada

• Entrada de capitais convertida em reservas

• Pressão sobre meios de pagamento

• Necessidade de esterilização
Desafios internos
• Ajuste Fiscal de longo prazo
• Privatizações
• Reforma tributária
• Lei de Responsabilidade Fiscal
• Saneamento do sistema bancário
• Negociação das dívidas estaduais

• Consolidação da estabilidade
• Manutenção da âncora cambial
Desafios impostos pelo
cená rio externo
• Trajetória de stop and go
• Condicionantes externos  ritmo crescimento
crise externa – aumento dos juros – contração econômica
alívio externo – diminuição dos juros – crescimento
Crise externa
• 1997: Crise Asiática
• Queda do nível de reservas
• Aumento da taxa de juros + pacote fiscal
• Recomposição do volume de reservas
• Redução do crescimento
• Aumento do desemprego
• ↑ Relação dívida pública/ PIB
• Déficit em transações correntes
• Pressão para desvalorização
E mais crise...
• 1998: Crise Russa
• Perda de reservas: US$ 30 bilhões

• ↑ Taxa de juros + novo pacote fiscal

• Volume de reservas não se recompõe

• Descrença na manutenção do câmbio


Nível de atividade
22
• Fortes oscilações
• Mudanças bruscas na taxa de juros

• Produção industrial
• Queda de 13% após a crise mexicana
• 7% após a crise asiática
• 6% após a crise russa

• Desemprego
• Também questões ligadas a abertura, mudanças tecnológicas
Taxa de Juros (Over/Selic), % a.a.

70,0

60,0

50,0

40,0

México

30,0

20,0
Ásia Rússia

10,0

0,0
25

1995
Setor externo
26

• Deterioração das contas externas 1994-1998:


• Exportações: aumento de 17%
• Falta de dinamismo das vendas externas
• Crescimento abaixo da média mundial

• Importações: aumento de 77%


• 1993/95: US$ 25,5  US$ 49,9 bilhões
• Bens de consumo (94%)
Déficit na Balança
comercial
Contas pú blicas
28
• 1995 a 1998: Política fiscal expansionista
• Piora do resultado primário

• Política monetária contracionista


• Juros elevados
• Objetivos: estabilizar os preços e entrada de capitais
• Esterilização: manter câmbio  elevação da dívida pública

• Deterioração do risco-país
• Déficit externo, déficit público, expansão da dívida
Nã o dá pra segurar!
• Pressão por desvalorização x eleições
• Início de 1999: moratória mineira
• Tímida desvalorização com bandas
• Entra Armínio Fraga
• Abandono do sistema de bandas  flutuação cambial
• Desvalorização 70% (R$2,00/US$)
• Bens tradeables: ↑ preço (desvalorização)
• Bens non-tradeables: ↓ preço (demanda desaquecida)
Fim da â ncora cambial
• Política econômica
• COPOM: Política monetária fortemente restritiva
• Necessidade de ajuste primário para estabilizar a relação dívida/PIB
• Necessidade de desvalorização

• Novo regime: “tripé macroeconômico”


• Metas de inflação
• Superávit primário
• Taxa de Câmbio flutuante

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