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Prevenção de quedas

Trabalho elaborado por:


Enfermeira Alice
Enfermeiro Pedro

Murça, Abril de 2022


Introdução
 A segurança do doente é um dos elementos essenciais para a qualidade
dos cuidados em saúde. Esta influencia diretamente a confiança
depositada pelos utentes no SNS.
 A qualidade dos cuidados de saúde do SNS pode ser avaliada por
inúmeros fatores, entre eles, a ocorrência de quedas.
Introdução (cont.)
 Segundo a OMS, as quedas são a principal causa de morte por lesão
acidental ou não intencional em todo o mundo.
 As quedas sofridas pelos doentes, têm repercussões devastadoras no
processo de recuperação, com consequente aumento do tempo de
internamento.
 A sua prevalência funciona como um dos indicadores de qualidade dos
cuidados de saúde e influencia nos custos, pelo aumento do tempo de
internamento, morbilidade, dependência da pessoa e mortalidade.
 Neste sentido, uma avaliação dos fatores de risco é obrigatória e
necessária para a implementação de estratégias preventivas e corretivas
com vista ao seu controlo e/ ou redução.
Queda: Definição
 Ato de cair não intencional no solo ou noutro nível inferior, podendo
ter uma etiologia multifatorial, como resultado da interação de fatores
de risco intrínsecos e extrínsecos.

(OMS)
Queda: Definição
 Deslocamento não-intencional do corpo para um nível inferior à
posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil,
determinado por circunstâncias multifatoriais que comprometem a
estabilidade.

(MENEZES E BACHION , 2008)


Categorização das quedas
• Surgem através da influencia do meio
Quedas envolvente, ou seja, dos fatores
ocasionais extrínsecos.

Quedas • Relacionadas com doença ou alteração


intermitentes ou momentânea do aparelho circulatório
intercorrentes

• Quando se repetem 2 ou mais vezes


Quedas num prazo de 6 meses, em doentes com
recidivantes estado de saúde débil e enfraquecido
Categorização das quedas (cont.)
Quedas em caso • Envolvem todas as pessoas que
de risco possuem elevado risco de queda

Quedas • Quando o evento é inesperado,


acidentais ou colidindo com os perigos ambientais
fisiológicas

Quedas • Quando a condição de saúde do doente


fisiologicamente o tornam propenso a um maior risco
previsíveis de quedas

Quedas • Quando a condição de saúde do doente


fisiologicamente o tornam propenso a um maior risco
previsíveis de quedas
Intervenção ao nível da prevenção de quedas

 Para uma intervenção ao nível da prevenção de quedas, é fundamental


reconhecer os fatores de risco e o nível de exposição ao risco.

Fatores Fatores
intrínsecos extrínsecos

Fatores
comportamentai
s
Fatores intrínsecos
 Relacionados com a própria pessoa!

Fatores intrínsecos
Idade Deficiências nutricionais
Historial de quedas Falta de vitamina D
Medicação psicotrópica Dificuldades cognitivas, demência
Polimedicação (>4) Visão reduzida
Doenças crónicas (DPOC, Problemas com os pés
Depressão, artroses) (deformidades dos dedos, ulceras)
Mobilidade reduzida e balanço Historial de enfartes, Parkinson
Medo de cair Infeções graves/doença (ITU,
gripe, etc)
Fatores extrínsecos
 Os fatores extrínsecos são todos aqueles que estão direta ou
indiretamente relacionados ao contexto em que a pessoa se encontra.
Fatores de natureza ambiental que levam o doente a escorregar ou
tropeçar
• Iluminação inadequada, interruptores de difícil
Iluminação alcance

Área de • Obstáculos no caminho; superfícies desniveladas; piso


molhado; espaço reduzido para auxiliares de marcha;
locomoção ausência de espaços livres

Estrutura • Ausência de corrimões; cama e cadeiras em alturas


inadequadas; espaços pequenos; casas de banho sem
física barras de apoio, nem superfícies antiderrapantes

• Calçados inadequados; pés descalços; roupa demasiado


Vestuário larga
Fatores comportamentais
 Os fatores comportamentais são todos aqueles que estão direta ou
indiretamente relacionados com comportamentos que os idosos adotam
a partir de determinada idade.

Uso múltiplo de medicação sem


receita médica

Consumo excessivo de álcool

Sedentarismo

Negação da fragilidade
Fatores de risco

Queda

Fatores
Fatores Fatores
comportamenta
intrínsecos extrínsecos
is

É difícil de determinar qual o tipo de fator que precipitou a queda: na


verdade, ela é desencadeada pela interação entre os fatores.
Identificação do risco
 A identificação das pessoas em situação de risco vai permitir aos
profissionais referenciarem as pessoas para intervenções efetivas,
orientadas para fatores específicos.
 A presença de mais do que um dos fatores abaixo indicados aumenta o
risco de queda

Historia de queda Incontinência urinaria


Défice de marcha Comprometimento cognitivo
Défice de equilíbrio Polimedicação
Deficiência da mobilidade Medicamentos psicotrópicos
Medo de cair Medicamentos
cardiovasculares
Deficiência visual Fraqueza muscular
Identificação do risco (cont.)
 Deve ser realizada a avaliação do risco de queda a todas as pessoas em
internamento, através da escala de morse. As pessoas são discriminadas
em função da sua pontuação em :
o Sem risco ( 0 e inferior ou igual a 24pts)
o Baixo risco ( superior ou igual a 25 e inferior ou igual a
50pts)
o Alto risco (superior ou igual a 51pts)

• Na admissão
• Reavaliação, independentemente do risco de queda
• Sempre que ocorra alteração do estado clinico
• No momento de transferência
• Quando ocorre uma queda
Identificação do risco (cont.)
 Perante uma situação de queda, é fundamental que os enfermeiros
comuniquem e registem a queda. Através deste registo obter-se-á
informação objetiva, clara, concisa e pertinente, não só em relação ao
local e circunstancias em que ocorreram as quedas como também
possibilitará a caracterização da gravidade das lesões resultantes bem
como das intervenções efetuadas. Só assim, será possível compreender
o fenómeno das quedas na origem do problema e atuar, de uma forma
pertinente e objetiva, sem nunca esquecer que cada pessoa é um caso.
Intervenções
 Baixo risco de queda:
o Supervisionar a atividade da pessoa
o Gerir ambiente físico:
• manter a cama na posição mais baixa e travada;
• Assegurar que as grades laterais da cama, quando subidas, estejam bem
fixas;
• Garantir que todos os objetos e meios necessários estejam ao alcance do
doente;
• Calçar e vestir o doente de forma adequada;
• No período noturno, deixar ligada a iluminação da casa de banho e outros
focos de luz que permitam a orientação do doente;
• Assegurar o correto funcionamento das luzes de presença;
• Manter o pavimento seco;
• Assegurar que as ajudas técnicas (bengalas, canadianas e andarilhos) são
ajustas à altura do doente e utilizadas adequadamente.
Intervenções (cont.)
 Médio risco de queda
o Supervisionar a atividade da pessoa;
o Gerir ambiente físico, nomeadamente os parâmetros anteriormente
indicados;
o Limitar atividade física:
• No cadeirão colocar o cinto de segurança ou faixa imobilizadora;
• Colocar campainha disponível para o doente;
• Na cama, colocar as grades da cama elevadas e se não for suficiente
colocar faixa imobilizadora e/ou imobilizadores de pulso ( implica
prescrição médica). Reavaliar periodicamente a necessidade de
contenção física;
Intervenções (cont.)
 Alto risco de queda
o Vigiar ação do doente;
o Gerir ambiente físico, nomeadamente os parâmetros anterior indicados
o Limitar atividade física, nomeadamente os parâmetros anterior indicados.
o Utilização de sinalética de como apresenta alto risco de queda;
o Disponibilização de equipamentos e/ou idas frequentes à casa de banho.
Conclusão
Prevenir a queda em pessoas idosas pode significar
prevenir a perda da autonomia e independência e
preservar a conservação da capacidade funcional
do idoso.
A prática dessas ações e informações poderão
fazer a diferença entre cair ou não e, muitas vezes,
entre a instalação ou não de uma incapacidade e
dependência.
Gratos pela atenção disponibilizada!

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