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Cuidados com

plantas
medicinais/tóxicas
Alunas:
Camili Gomes
Silvia Fontes
Taynná Goltara
PLANTAS MEDICINAIS 2

❖ O consumo de plantas medicinais tem base na tradição familiar e tornou-se prática


generalizada na medicina popular.
❖ Atualmente, muitos fatores têm contribuído para o aumento da utilização deste
recurso, como:

Alto custo de Fácil obtenção e a


Difícil acesso a
medicamentos tradição do uso de
industrializados
assistência médica
plantas medicinais

Fonte: Brasileiro, B.G; Pizziolo, V.R.; Matos,D.S.; Germano,A.M.; Jamal, C.M. Plantas medicinais utilizadas pela população atendida no
“Programa de Saúde da Família”, Governador Valadares, MG, Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v.44, n.4, 2008.
PLANTAS MEDICINAIS X 3

FITOTERÁPICOS
❖ É a espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos e/ou
profiláticos.

❖ É o produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, com finalidade


profilática, curativa ou paliativa.

Fonte: Anvisa.Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia
Brasileira. Brasília, 1ª ed, p. 9-10, 2018.
PAPEL DAS PLANTAS 4

MEDICINAIS
1. Podem fornecer fármacos extremamente importantes, os quais não seriam obtidos por
via síntese química.Ex, alcalóides da Papaver somniferum;

2. As fontes naturais fornecem compostos que podem ser modificados, tornando-os


mais eficazes ou menos tóxicos;

3. Produtos naturais podem ser usados como protótipos para obtenção de fármacos com
atividades terapêuticas semelhantes ao dos compostos originais.

Fonte: TUROLLA, M.S.R.; NASCIMENTO, E. S. Informações Tóxicas de Alguns Fitoterápicos Utilizados no Brasil. Revista brasileira de Ciências
Farmacêuticas V.42, n.2, 2006.
PRINCIPAIS GRUPOS E SUAS
5

FUNÇÕES

Fonte: BARRACA, S. A. Manejo e Produção de Plantas Medicinais e Aromática. ESALQ/USP, 1999.


PLANTAS TÓXICAS 6

❖ Espécies consideradas tóxicas produzem metabólitos secundários que pela inalação,


ingestão ou contato podem causar alterações metabólicas em homens e animais;
❖ E essa toxicidade pode estar relacionada a fatores associados:

Ao modo de Questões
Ao indivíduo A planta
exposição ambientais

Fonte: CAMPOS, S.C.1; SILVA, C.G.1; CAMPANA, P.R.V.1; ALMEIDA, V.L. Toxicidade de espécies vegetais. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas,
v.18, n.1, supl. I, p.373-382, 2016.
PLANTAS MEDICINAIS E 7

TÓXICAS
❖ Principais problemas relacionados ao uso de plantas:

❏ A ideia do que vem da natureza não faz mal, excluindo a possibilidade de uma planta
causar uma reação adversa ou efeito tóxico;

img.freepik.com

❏ Uso de plantas desconhecidas e/ou incorretamente identificadas.

Fonte: CAMPOS, S.C.1; SILVA, C.G.1; CAMPANA, P.R.V.1; ALMEIDA, V.L. Toxicidade de espécies vegetais. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas,
v.18, n.1, supl. I, p.373-382, 2016.
SINITOX 8

❖ De acordo com o SINITOX, em 2017, no Brasil foram registrados 821 casos de intoxicação por
plantas;
❖ Alguns exemplos de plantas tóxicas:

Fonte: Fiocruz. Fundação Oswaldo Cruz. Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas. Evolução dos Casos Registrados de Intoxicação
Humana por Agente Tóxico. Brasil, 2017.
PREOCUPAÇÕES COM O 9

❖USO DE PLANTAS
Algumas plantas podem ser tóxicas, podendo apresentar reações adversas, seja por

MEDICINAIS
seus próprios componentes, ou então se tornam perigosas, devido à qualidade do
cultivo, coleta ou extração inadequada de seus constituintes.

cgn.inf.br

Fonte: Turolla MSR, Nascimento ES. Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil. Rev Bras Ciênc Farm. [Internet].
2006; 42(2):289-306.
CUIDADOS COM AS 10

PLANTAS
❖ Identificação: MEDICINAIS
● Conhecer o nome científico;
❏ Erva de São João (Hypericum perfuratum) e Erva de São João
(Ageratumm conyzoides);
❏ Buchinha-do-norte, Cabacinha… (Luffa operculata)

● Ter atenção para não confundir espécies diferentes com características


semelhantes.

Fonte:Conversando sobre fitoterapia - Ano I - 1ª ed - dez/2019


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❖ Colheita:
❏ Visa preservar a integridade das partes colhidas para evitar perda de princípio ativo.
● Deve-se colher em hortos comunitários, caseira ou vasos;
● A colheita NÃO pode ser feita em local poluído;
● Não pode ser utilizado herbicida para controle de pragas;

As cascas são colhidas


A colheita deve ser Sementes e frutos
quando a planta
feita com tempo seco devem ser colhidos
atinge seu
e pela manhã. quando maduros.
crescimento.

Ferramentas variam de
acordo com a planta Evitar incidência de
colhida, ex: flor usa-se raios solares nas
tesoura de poda. partes colhidas.

Fonte: Conversando sobre fitoterapia - Ano I - 1ª ed -


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❖ Preparo:
❏ Depende da planta utilizada, dos seus princípios ativos e da doença a ser tratada
para melhor eficácia.

● Algumas formas de preparação:


1. Decocção - Usado para as partes rígidas da planta.
2. Infusão - Usado para as partes menos rígida da planta.
3. Maceração - Usado na preparação de plantas que o P.A se degrada facilmente pelo
calor.

Fonte: Conversando sobre fitoterapia - Ano I - 1ª ed - dez/2019


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❖ Secagem:
❏ Garante a qualidade da droga vegetal e maior tempo de uso, devido a redução da ação
das enzimas pela retirada de água.

A secagem deve ser iniciada após a


Plantas aromáticas devem ser secas
colheita para estabilização dos
em locais arejados e a sombra. Já as
metabólitos secundários. Retirando
raízes e cascas devem ser cortadas em
o excesso de água e formando
pequenos pedaços e secas ao sol.
molhos.

Cada planta deve ser seca


separadamente em bandejas e Tempo de secagem varia de acordo
mexidas diariamente para com a espécie e a parte da planta.
acelerar a secagem.

Fonte: Conversando sobre fitoterapia - Ano I - 1ª ed - dez/2019


❖ Armazenamento: 14

● Devem ser armazenadas em sacos plásticos/papéis ou pote de vidro


higienizados, identificados e em local arejado;

● Se você fazer uso de uma espécie com frequência, troque periodicamente;

● O período ideal para utilização da planta seca é de um ano.

Fonte: Conversando sobre fitoterapia - Ano I - 1ª ed - dez/2019


❖ Uso: 15

Qual parte usar? Quanto usar? Como usar?

É necessário conhecer a planta e saber A quantidade de planta a ser utilizada é Deve ser observado se a indicação é
qual parte da mesma tem maior importante para obtenção da dose para uso externo ou interno, pois
concentração de metabólitos correta e assim evitar efeitos tóxicos na existem espécies que só podem ser
secundários. Exemplo: Frutos de erva hora da preparação. usadas externamente. Ex: arnica
doce (Pimpinella anisum) Cuidado com as interações
medicamentosas entre plantas
medicinais e
medicamentos sintéticos.

Fonte: Conversando sobre fitoterapia - Ano I - 1ª ed - dez/2019


10 mandamentos para o bom uso de 16

plantas medicinais
★ Saber onde coletar ★ Como preparar

★ Como coletar ★ Como usar

★ Quando coletar ★ Quanto usar

★ Como secar e conservar ★ Conhecer a toxicidade

★ Que parte da planta utilizar ★ Saber identificar

Fonte: www.ccs.ufpb.br/pet-farmacia/dezmand.htm
Cuidados com comercialização de 17

plantas medicinais
❖ Identificação errônea da planta;
❖ Possibilidade de adulteração;
❖ Interação com medicamentos alopáticos;
❖ Efeitos de superdosagens; sites.unicentro.br

❖ Reações alérgicas ou tóxicas.

Fonte: Junior, V. F. V., Pinto, A. C., & Maciel, M. A. M. (2005). Plantas medicinais: cura segura. Química nova, 28(3),
519-528.
Plantas medicinais com potencial 18

tóxico
❖ Medicamentos à base de plantas usados de forma indiscriminada podem
intoxicar os usuários.

Confrei: Arruda: Quebra pedra:


Symphytum officinale Ruta graveolens L. Phyllanthus amarus L. e P.
L. (Boraginaceae) (Rutaceae) nuri L.(Euphorbiaceae)

Cabacinha Aveloz:
Luffa operculata L. Euphorbia tirucalli L.
(Cucurbitaceae) (Euphorbiaceae)

Fonte: MARTINS, E. R.; CASTRO, D. M.; CASTELLANI, D. C. & DIAS, J. E. Plantas medicinais. Viçosa, MG: UFV, 1998. 220p.;

LORENZI, H. & MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 2002. 512p.;

BARROS, F. R. N. & ALBUQUERQUE, I. L. Substâncias e medicamentos abortivos utilizados por adolescentes em unidade secundária de
saúde. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Fortaleza-Ceará, n.4, v.18, 2005, p. 177-184.
Plantas medicinais com potencial 19

❖tóxico
5 substâncias vegetais consideradas como tóxicas que são usualmente empregadas no
processo de preparo de medicamentos.

Hitirotheca
Arnica montana Aconitun napellus
inulsides

Atropa belladona Digitalis purpurea

Fonte: BARCELLOS, D. C. Plantas Ornamentais Tóxicas. Remédios e Venenos da Toxidez a letalidade, grupo PlantaMed,1998
PLANTAS TÓXICAS
20
PLANTAS TÓXICAS
21

❏ Comigo-ninguém-pode (nome popular)

❖ Nome científico: Dieffenbachia picta

❖ Parte tóxica: todas as partes da planta

❖ Princípio ativo: oxalato de cálcio

❖ Sintomatologia: Logo após a ingestão de qualquer parte da planta, ou do


simples ato de mastigá-la, surgem intensas manifestações: irritação de mucosa;
edema (inchaço) de lábios, língua e palato; com dor em queimação, salivação;
dificuldade de engolir; cólicas abdominais; náuseas e vômito. jardineiros.net

Fonte: www.uel.br/hu/portal/pages/cit/plantas-toxicas/comigo-ninguem-pode.php
PLANTAS TÓXICAS 22

❏ Mamona (nome popular)

❖ Nome científico: Ricinus communis

❖ Parte tóxica: Qualquer parte da planta, principalmente a semente.

❖ Princípio ativo: Ricina e glicoproteínas alergizantes

❖ Sintomatologia: Após a ingestão das sementes surgem rapidamente náuseas e


queimação na garganta. Após 2h ocorrem vômitos contínuos e intensos seguidos de
diarréia profusa, mucossanguinolenta e cólicas abdominais. Ao mesmo tempo astenia,
pele fria e úmida, mucosas secas, hipotermia, taquicardia e oligúria. Nos casos mais
graves, podem aparecer problemas neurológicos, insuficiência renal aguda e até óbito.
www.campestre.com.br/

Fonte: www.uel.br/hu/portal/pages/cit/plantas-toxicas/mamona.php
PLANTAS TÓXICAS 23

❏ Saia branca (nome popular)

❖ Nome científico: Datura suaveolens

❖ Parte tóxica: Ingestão de sementes ou por ingestão de folhas confundidas com outros
alimentos ou então pelo consumo como alucinógenos.

❖ Princípio ativo: Alcalóides, um dos quais a daturina, que parece ser uma mistura de
hiosciamina e escopolamina ou atropina.

❖ Sintomatologia: Náuseas e vômitos pouco intensos, sintomatologia anticolinérgica:


rubor de face, mucosas secas, taquicardia, midríase intensa, retenção urinária, distúrbios
de comportamento, confusão mental, agitação psicomotora e alucinações. www.ecycle.com.br

Fonte: www.uel.br/hu/portal/pages/cit/plantas-toxicas/saia-branca.php
GRAUS DE INTOXICAÇÃO 24

❖ Intoxicação aguda - quase sempre por ingestão acidental de uma planta ou de


alguma de suas partes que é tóxica, maior incidência de crianças.
❖ Intoxicação crônica - ingestão continuada, acidental ou propositada de certas
espécies vegetais, responsável por distúrbios clínicos muitas vezes complexos e
graves.
❖ Exposição aguda - evidenciada por manifestações cutâneas pelo contato
sistemático com vegetais, maior frequência em atividades industriais ou agrícolas.
Utilização continuada de certas espécies vegetais, sob a forma de pó para inalação,
fumos ou infusões, visando a efeitos alucinógenos ou entorpecentes.

Fonte: BARCELLOS, D. C. Plantas Ornamentais Tóxicas. Remédios e Venenos da Toxidez a letalidade, grupo PlantaMed,1998
Benefícios e malefícios de plantas 25

medicinais
Babosa populares Alcachofra
(Aloe vera L.) (Cynara scolymus L.)

Benefícios: Malefícios: Benefícios: Malefícios:

● Cicatrizante Ação nefrotóxica em ● Colagoga Efeito diurético


● Antibacteriana doses altas ● colerético prejudicial
● Antifúngica
● Antivirótica

Fonte: NICOLETTI, M. A.;OLIVEIRA-


Fonte: SILVEIRA, P. F. BANDEIRA, M. A. JÚNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.;
M. ARRAIS, P. S. D. Farmacovigilância e CAPOROSSI, P. Y. ; TAVARES, A. P.L.
Reações Adversas às Plantas Medicinais e Principais Interações no Uso de
Fitoterápicos: uma realidade. Revista Medicamentos Fitoterápicos. Infarma,
Brasileira de Farmacognosia. v.18, n.4, v.19, n.1,2. 2007
2008. jardineiros.net
jardineiros.net
Benefícios e malefícios de plantas 26

medicinais
Camomila
populares Erva-cidreira
(Matricaria retutita L.)
(Melissa
officinalis L.)

Benefícios: Malefícios: Benefícios: Malefícios:

● Antiespasmódico Interage com ● Distúrbio do sono Interage com outros


● Antiinflamatório tópico anticoagulantes e reduz ● Antiespasmódico medicamentos como
● Distúrbios digestivos a absorção do ferro ● Carminativo hormônios
● Insônia leve ingerido

Fonte: NICOLETTI, M. A.;OLIVEIRA-


Fonte: NICOLETTI, M. A.;OLIVEIRA- JÚNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.;
JÚNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.; CAPOROSSI, P. Y. ; TAVARES, A. P.L.
CAPOROSSI, P. Y. ; TAVARES, A. P.L. Principais Interações no Uso de
Principais Interações no Uso de Medicamentos Fitoterápicos. Infarma,
Medicamentos Fitoterápicos. Infarma, v.19, n.1,2. 2007
v.19, n.1,2. 2007 jardineiros.net
jardineiros.net
Benefícios e malefícios de plantas 27

medicinais
Erva-doce populares Carqueja
(Pimpinella anisum L.) (Baccharis trimera L.)

Benefícios: Malefícios: Benefícios: Malefícios:

● Ação sedativa discreta ● Doenças do fígado Propriedades


Antiespasmódico
● hipotensivas
● Carminativo Má digestão
● Prisão de ventre
● Cálculos biliares

Fonte: NICOLETTI, M. A.;OLIVEIRA-


JÚNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.;
CAPOROSSI, P. Y. ; TAVARES, A. P.L. Fonte: MENTZ, L. A.; SCHENKEL, E.
Principais Interações no Uso de P. Plantas Medicinais: A Coerência e a
Medicamentos Fitoterápicos. Infarma, Confiabilidade das Indicações
v.19, n.1,2. 2007 Terapêuticas. Caderno de Farmácia,
V. 5, N. 1/2, 1989.
ervanarium.com.br jardineiros.net
Benefícios e malefícios de plantas 28

medicinais
Cáscara Sagradapopulares Espinheira-santa
(Rhamnus
purshiana D.C.) ilicifolia M.)
(Maytenus

Benefícios: Malefícios:
Benefícios: Malefícios:
● Analgésico Contraindicada em
● constipação Hipocalemia e
● casos de gravidez e
desequilíbrio de Antiséptico
ocasional lactação
eletrólitos ● Cicatrizante
● Dispepsias
● Males do fígado e
estômago
● Prisão de ventre
Fonte: NICOLETTI, M. A.;OLIVEIRA-
JÚNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.;
CAPOROSSI, P. Y. ; TAVARES, A. P.L.
Principais Interações no Uso de Fonte: MENTZ, L. A.; SCHENKEL, E. P.
Medicamentos Fitoterápicos. Infarma, Plantas Medicinais: A Coerência e a
v.19, n.1,2. 2007 Confiabilidade das Indicações
Terapêuticas. Caderno de Farmácia, V. 5, safarigarden.com.br
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Conclusão 29

A princípio podemos observar que todas as plantas podem ter potencial tóxico, e o que vai
determinar sua ação terapêutica ou venenosa, é a dosagem;

O fato da planta ser usada popularmente não descarta a possibilidade de ações tóxicas;

Por isso, deve-se ter cuidado desde o manuseio/preparo até o uso para evitar intoxicações.
Obrig
ada!
www.ecofarmaceutico.blogspot.com

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