AGROTÓXICOS E MEIO

AMBIENTE

Leonardo Fernandes Moreira

Coord. Técnico em Agricultura Orgânica
EMATER-MG

Poço Fundo/MG
Foto: Sérgio Pedini
OS AGROTÓXICOS
COMPORTAMENTO E DESTINO DOS
AGROTÓXICOS NO MEIO AMBIENTE
COMPORTAMENTO E DESTINO DOS
AGROTÓXICOS NO MEIO AMBIENTE
 Por que tanto Agrotóxico?

Agricultura Moderna x Sustentabilidade das plantas.

 Ritmo intensivo de produção agrícola - monocultura -

uniformidade genética - vulnerabilidade;

 Máxima produtividade - estress fisiológico - influência nos

mecanismos naturais de defesa;

 Desequilíbrios nutricionais - esgotamento da matéria

orgânica - efeito sobre a biota do solo.
Agrotóxicos - Tratamento de choque Ação direta
sobre inimigos naturais.
 Trofobiose (Composição dos tecidos x Colonização

por fitoparasitas);
 Pressão de seleção x resistência a princípios ativos;

“Pasto bem formado”

(“Boom”dos fitoparasitas)

Aumento do “Rebanho”de agrotóxicos

Efeito cascata
OS AGROTÓXICOS E O AGRICULTOR

OS AGROTÓXICOS E O CONSUMIDOR
DE ALIMENTOS
 Na dieta de um bebê
normalmente frutas e leite, é
quase uma rotina. É também
freqüente a inclusão do
tomate, em sopas e sucos.

 No entanto, eles estão nos primeiros

degraus da pirâmide brasileira dos
produtos mais contaminados por
resíduos de Agrotóxicos.
Análises da contaminação de alimentos por
resíduos de agrotóxicos - 1998
ALIMENTOS VERIFICAÇÃO EM ANÁLISES
ALFACE Verificou-se a existência de resíduos de Clorotalonil
LEITE Presença de 0,390 mg/Kg de deltametrina. O limite
máximo permitido é 0,02 mg/Kg
TOMATE De 98 amostras analisadas, em 7% delas encontrou-se
resíduo de clorotalonil acima do limite máximo permitido.
MELÃO Nas amostras testadas, encontrou-se o acefato
inseticida não registrado para essa cultura no Brasil.
UVA Identificados resíduos de endosulfan e de promicidone,
cuja utilização não é permitida para essa cultura.
MORANGO Das amostras analisadas verificou-se que: 34%
apresentaram resíduos de pesticidas não-autorizados
para a cultura e 4% contaminadas com resíduos
acima do limite.
Pimentão Em 37% das 24 amostras testadas foi detectado
clorotalonil acima do limite máximo de resíduo.
Mamão Em 16% das amostras identificou-se a presença do
clorotalonil, não permitido para esse tipo de cultura.
Fonte: UNESP/ Botucatu
OS AGROTÓXICOS E O AGRICULTOR

OS AGROTÓXICOS E O CONSUMIDOR
DE ALIMENTOS

Intoxicação
Falta de equipamento
aumentam os níveis de
contaminação por
resíduos de
Agrotóxicos.
Os médicos pesquisadores mais avançado
estão convencidos de que a base de
muitas doenças degenerativas crônicas
estão relacionadas com a utilização
constante de agentes químicos tóxicos.
 Em 1987, artigo publicado pela
Academia Nacional de Ciências,
encontrou - se a seguinte afirmação:

“(...) os fungicidas constituem grande

ameaça à saúde do ser humano, pois
nove dos compostos oncogênicos
constituem 90% de todos os fungicidas
comercializados”.
 E os herbicidas?

E os inseticidas?
Algumas Conseqüências da
Contaminação:
Redução do número de espermatozóides
e do movimento dos mesmos;

Má formação de fetos;

Impotência;
Algumas Conseqüências da
Contaminação:

Alterações hormonais;

Lesão cerebral irreversível;

Diversos Tipos de Câncer...

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OS AGROTÓXICOS E OS CUSTOS
SOCIAIS E AMBIENTAIS
Estimativa dos custo sociais e ambientais consequentes do uso
de agrotóxicos nos Estados Unidos por ano

IMPACTOS CUSTO
Milhões de dólares
Impacto na saúde pública 787
Mortes e contaminações de 30
animais domésticos
Perdas de inimigos naturais 520
Custos da resistência aos agrotóxicos 1400
Perdas de mel e polinização 320
Perdas nas culturas 942
Perdas na pesca 24
Perdas de aves 2100
Contaminações de águas subterrâneas 1800
Regulamentação governamental 200
para prevenir danos
TOTAL 8123
Fonte: PIMENTEL, 1993
RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO

 Mercado anual de agrotóxicos ..4 bilhões

 Custos Sociais .........................8 bilhões

 Diminuição da Produção .........16 bilhões

AGRICULTURA
ORGÂNICA
USO CORRETO E
SEGURO DOS
AGROTÓXICOS
O uso seguro de agrotóxicos exige o uso
correto dos Equipamentos de Proteção
Individual (EPI’s).
 Por que usar EPI's

EPI’s são ferramentas de trabalho que

visam proteger a saúde do trabalhador
rural que utiliza os agrotóxicos,
reduzindo os riscos de intoxicações
decorrentes da exposição.
 As vias de exposição são:

Inalatória
(Nariz) Ocular (Olhos)

Oral (Boca) Dérmica (Pele)

A função básica do EPI é proteger o
organismo de exposições ao produto
tóxico.

O uso de EPI’s é uma exigência da legislação

trabalhista brasileira através de suas Normas
Regulamentadoras Rurais.

O não cumprimento poderá acarretar em

ações de responsabilidade cível e penal,
além de multas aos infratores.
 Risco
 O risco de intoxicação é definido como
a probabilidade estatística de uma
substância química causar efeito
tóxico. O Risco é uma função da
toxicidade do produto e da exposição.

 Risco = f ( toxicidade; exposição)

 Risco

RISCO TOXICIDADE EXPOSIÇÃO

ALTO ALTA ALTA
ALTO BAIXA ALTA
BAIXO ALTA BAIXA
 Responsabilidades
A legislação trabalhista prevê que:
É obrigação do empregador
- fornecer os EPI’s adequados ao trabalho
- instruir e treinar quanto ao uso dos EPI’s
- fiscalizar e exigir o uso dos EPI’s
- repor os EPI’s danificados

É obrigação do trabalhador:
- usar e conservar os EPI’s
Quem falhar nestas obrigações poderá ser
responsabilizado

O empregador poderá responder na área

criminal ou cível, além de ser multado pelo
Ministério do Trabalho.

O funcionário está sujeito a sanções trabalhistas

podendo até ser demitido por justa causa.
 Principais
equipamentos de
proteção individual:
Luvas
Um dos equipamentos de proteção
mais importantes, pois protege uma
das partes do corpo com maior risco
de exposição: as mãos.
De modo geral, recomenda-se a
aquisição das luvas de "borracha
NITRILICA ou NEOPRENE®",
materiais que podem ser utilizados
com qualquer tipo de formulação.
Respiradores
Geralmente chamados de
máscaras, com o objetivo de evitar
a inalação de produtos tóxicos
através das vias respiratórias.
Viseira facial
Protege os olhos e o rosto contra
respingos durante o manuseio e a
aplicação.
A viseira deve proporcionar conforto
ao usuário e permitir o uso simultâneo
do respirador, quando for necessário.
Quando não houver a presença de
vapores no ar o uso da viseira com o
boné árabe pode dispensar o uso do
respirador, aumentando o conforto do
trabalhador.
Boné árabe
Confeccionado em tecido
de algodão tratado para
tornar-se hidro-repelente.
Protege o couro cabeludo
e o pescoço contra
respingos.
Capuz ou touca
Peça integrante de jalecos ou
macacões, podendo ser em tecidos
de algodão tratado para
tornarem-se hidro-repelente ou
em não-tecido. Substituem o boné
árabe na proteção do couro
cabeludo e pescoço.
Jaleco e calça em não tecido
São vestimentas de segurança
confeccionados em nãotecido (tipo
Tyvek®/Tychem® QC). Existem vários
tipos de nãotecidos e a diferença entre
eles se dá pelo nível de proteção que
oferecem. Além da hidro-repelência,
oferecem impermeabilidade e maior
resistência mecânica à névoas e às
partículas sólidas.
As vestimentas em nãotecido devem ser
destruídas em incineradores profissionais
para não causarem danos ao ambiente.
Avental
Produzido com material resistente
a solventes orgânicos (PVC,
bagum ou nãotecidos), aumenta a
proteção do aplicador contra
respingos de produtos
concentrados durante a
preparação da calda ou de
eventuais vazamentos de
equipamentos de aplicação costal.
Botas
Devem ser preferencialmente de
cano alto e resistentes aos
solventes orgânicos, por exemplo,
PVC. Sua função é a proteção dos
pés.
 Uso dos EPI's

Para proteger adequadamente, os EPI’s deverão

ser vestidos e retirados de forma correta.

Veja como vestir os EPI’s:

Veja como vestir os EPI’s:
CALÇA E O JALECO
Veja como vestir os EPI’s:
AS BOTAS
Veja como vestir os EPI’s:
O AVENTAL
IMPERMEÁVEL
Veja como vestir os EPI’s:
O RESPIRADOR
Veja como vestir os EPI’s:
O RESPIRADOR
Veja como vestir os EPI’s:
O RESPIRADOR
Veja como vestir os EPI’s:
O RESPIRADOR

OBS.:Para usar o respirador, o trabalhador deve

estar sempre bem barbeado.
Veja como vestir os EPI’s:
VISEIRA FACIAL
Veja como vestir os EPI’s:
O BONÉ ÁRABE
Veja como vestir os EPI’s:
AS LUVAS
Veja como vestir os EPI’s:
O BONÉ ÁRABE
 Como retirar os EPI's:
Após a aplicação, normalmente a superfície
externa dos EPI’s está contaminada. Portanto,
na retirada dos EPI’s, é importante evitar o
contato com o corpo do usuário.
Antes de começar retirar os EPI’s, recomenda-
se que o aplicador lave as luvas.
 Lavagem e manutenção
Os EPI’s devem ser
lavados e guardados
corretamente para
assegurar maior vida
útil e eficiência. Os
EPI’s devem ser
lavados e guardados
separados das roupas
comuns.
 Destino Final de Resíduos
A aplicação de AGROTÓXICOS deve ser
planejada de modo a evitar desperdícios e
sobras. Para isto, peça sempre ajuda de um
engenheiro agrônomo para calcular a dose
a ser aplicada em função da área a ser
tratada.
 O que fazer com a sobra da calda
no tanque do pulverizador ?
• Volume da calda deve ser calculado adequadamente para
evitar grandes sobras no final de uma jornada de trabalho;
• Pequeno volume de calda que sobrar no tanque do
pulverizador deve ser diluído em água e aplicado nas
bordaduras da área tratada ou nos carreadores;
• Se o produto que estiver sendo aplicado for um
herbicida o repasse em áreas tratadas poderá causar
fitotoxicidade e deve ser evitado;
• Nunca jogue sobras ou restos de produtos em rios, lagos
ou demais coleções de água.
O que fazer com a sobra do
produto concentrado ?
• O produto concentrado deve ser mantido
em sua embalagem original;

• Certifique-se de que a embalagem está

fechada adequadamente;

• Armazene a embalagem em local seguro.

 Preparação das
embalagens
1. Lavagem das embalagens:

• Procedimentos de lavagem das embalagens

rígidas (plásticas, metálicas e de vidro):
Como fazer a Tríplice Lavagem
a) Esvazie completamente o conteúdo da
embalagem no tanque do pulverizador;
b) Adicione água limpa à embalagem até ¼ do
seu volume;
c) Tampe bem a embalagem e agite-a por 30
segundos;
d) Despeje a água de lavagem no tanque do
pulverizador;
f) Inutilize a embalagem plástica ou metálica,
perfurando o fundo.
1.2. Armazenamento na Propriedade Rural:
Mesmo para guardar as embalagens vazias lavadas,
algumas regras básicas devem ser observadas para
garantir o armazenamento seguro:

• As embalagens lavadas deverão ser

armazenadas com as suas respectivas tampas e,
preferencialmente, acondicionadas na caixa de
papelão original, em local coberto, ao abrigo de
chuva, ventilado ou no próprio depósito das
embalagens cheias;
• Não armazenar as embalagens dentro de residências ou
de alojamentos de pessoas ou animais;
• Não armazenar as embalagens junto com alimentos ou
rações;
• Certificar-se de que as embalagens estejam
adequadamente lavadas e com o fundo perfurado, evitando
assim a sua reutilização
1.3. Transporte das Embalagens Lavadas da
Propriedade Rural para a Unidade de
Recebimento:
Os usuários/agricultores devem tentar acumular
(observando sempre o prazo máximo de um ano para a
devolução) uma quantidade de embalagens que justifique
seu transporte (carga de 01 veículo) à unidade de
recebimento - UR mais próxima, verificando antes o
período/calendário de funcionamento da UR.
 “NÃO TEMOS QUE PENSAR SE É
VIÁVEL MUDAR”.

“ É NECESSÁRIO QUE
TORNEMOS VIÁVEL A
MUDANÇA”.
Foto: Luciane Batista