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Vanessa Monteiro de Alencar

• Empresária @delice_Alencar 2011

• Tecnóloga em gastronomia pela Universidade da

Amazônia 2016

• Experiência no segmento de confeitaria e Chocolateria

• Pós graduada em Gastronomia e Negócios da

Alimentação pela Faculdade Método de São Paulo 2018

• Docente de gastronomia 2018


CONFEITARI
A E
DOÇARIA
PARAENSE
A Gastronomia do Pará
apresenta como maior destaque
a cultura indígena com nítida
influência portuguesa e africana.
É considerada a mais autêntica
do Brasil, justamente pelas suas
características regionalíssimas.
•A cultura, como forma de expressão
de um povo, se dá de diversas formas,
através da música, dança, artes
plásticas, arquitetura, literatura,
linguagem, gastronomia, dentre
outros.
A gastronomia paraense é reconhecida por seus pratos
típicos, únicos e exóticos, e está sendo difundida para outras
regiões do Brasil e do mundo. Entretanto, embora essa
cultura culinária seja importante, ainda são poucos os
incentivos do poder público nesse campo, o que pode
ameaçar a preservação da gastronomia regional, já que o
fenômeno da globalização faz com que culturas tradicionais
sejam suprimidas em prol de uma cultura padronizada.
•Assim como em todo o Brasil, a gastronomia regional começou a
desenvolver características próprias, em especial por conta da forte
influência indígena, que permanece até hoje em produtos e pratos
típicos como o tucupi, o tacacá, o pato no tucupi e a maniçoba, o
que nos dias atuais, pode ser considerada uma forte resistência ao
modo de comer moderno imposto pela globalização, como os fast-
foods e as comidas industrializadas.
•A gastronomia, como manifestação cultural, é um item importante
a ser preservado, em especial se tratando de produções
tradicionais, vinculadas a uma comunidade específica.
•O Pará, possuidor de uma gastronomia riquíssima e única, deve ter a sua cultura
gastronômica valorizada, como forma de preservação e de desenvolvimento cultural, social,
econômico, enfim, desenvolvimento humano. Para que isso seja possível, deve-se valorizar a
cultura gastronômica, os produtos diretamente ligados ao território do Pará, bem como
incentivar o turismo gastronômico. Assim, é garantida a preservação da cultura
gastronômica paraense, ficando disponível para as atuais e futuras gerações, além de
desenvolver a região como um todo.

•Bons exemplos devem ser seguidos, e o Pará tem tudo para que alcance um patamar de
reconhecimento do seu terroir, com seus produtos gastronômicos locais, uma vez que as
condições de solo, microclima, cultura, tradição na produção, utensílios específicos, tornam
os produtos como sendo únicos, a exemplo do tucupi, do tacacá, da maniçoba e do pato no
tucupi – sem mencionar a qualidade das farinhas, do chibé, dos tipos de pescados, frutas
regionais, dentre muitos outros produtos existentes apenas na região.
•O estado do Pará é constituído por uma população de aproximadamente 7,5 milhões de
habitantes; situa-se ao leste da região norte e é subdividido em 140 municípios. O município
de Belém é a capital do estado, apresentando cerca de 2,1 milhões de habitantes, que é a
segunda maior população metropolitana da região norte12.
•Os habitantes dos demais municípios que ocupam a região da várzea do Amazonas são
tradicionalmente chamados de ribeirinhos ou caboclos. O caboclo engloba a população
camponesa amazônica (originada da miscigenação das antigas populações indígenas da
várzea do Amazonas com os colonizadores europeus) e a africana (em menor número).
•No geral, a alimentação dos caboclos baseia-se essencialmente em produtos regionais,
como a farinha de mandioca e espécies diversificadas de peixes, somados a uma variedade
de itens alimentares secundários.
•O sal e a gordura vegetal são utilizados com relativa abundância na preparação de
alimentos, enquanto que o arroz é consumido com certa frequência, principalmente como
substituto ou complemento da farinha. A banana, a goiaba, a melancia e o melão são as
frutas mais consumidas.
Uma explicação breve sobre os doces no Pará, cuja influências são
portuguesas em sua maioria.

• A parte de docaria desenvolvida no Brasil mantém uma relação importante com as


receitas portuguesas no que tange modos de fazer e ingredientes. Segundo Leila
Algranti (professora e historiadora), apesar da doçaria ter se desenvolvido de forma
mais ampla a partir do século XVII, os "confeitos de frutas e as conservas (frutas
conservadas em açúcar) eram afamados na Ilha da Madeira já no século XV".
• De acordo com Algranti, tais doces eram "muitas vezes enriquecidos com especiarias
europeias e orientais (amêndoas, anis, gengibre, coentro seco).
• As frutas estiveram muito presentes no processo de construção da docaria no Brasil,
na medida, em que eram consumidas como caldas, doces e geleias em vários doces
por todo território nacional.
FRUTAS
REGIONAIS
Ingá- Cipó

• O ingá-cipó (ingá-cica, ingá-xixica,


ingá-facão, ingá-demacaco, ingaí) é
um fruto em forma de vagem,
bastante comprido, consumido sem
a casca em estado natural, cuja
polpa é doce, macia e fibrosa.
• Apesar de existirem duzentas
espécies deste fruto na Amazônia,
apenas cinco são comestíveis. Há
outros tipos de ingá cuja polpa é
bastante escassa, porém não menos
atrativa, principalmente para as
crianças.
Cupuaçu

•O termo cupuaçu origina-se do tupi “Kupua’su, cupu


grande”. É uma fruta tipicamente amazônica, cultivada
em todo o estado do Pará e no norte do Maranhão, é a
maior entre o gênero Theobroma (Theobroma
grandiflorum).
•O cupuaçu é a fruta mais famosa do Pará, possui uma
forma alongada com as extremidades arredondadas, de
tamanho variável entre 12 e 25cm de comprimento por
10 a 15cm de diâmetro, e peso médio de 1.500 gramas.
•Possui epicarpo (casca) duro e lenhoso, mas facilmente
quebrável, recoberto de pequenos pelos ferruginosos
que se desprendem com o manuseio.
•Possui polpa branca de sabor ácido e aroma intenso,
mas muito agradáveis. Comumente utilizado na
preparação de sobremesas, sucos, compotas, sorvetes,
licores e bombons.
•As sementes, depois de secas, são excelentes no
preparo de chocolate.
Bacuri

•Fruto nativo da região Amazônica e encontrado


em maior quantidade no estado do Pará. O
bacurizeiro, árvore cujo fruto é o bacuri, pode
chegar a medir aproximadamente 25 metros de
altura, e possui a copa em forma de cone
voltada para baixo.
•O bacuri (Platonia insignis) é um fruto de
tamanho ovoide de cor amarela e casca grossa
resinosa.
•As sementes são envolvidas por uma polpa
branca muito aromática e de sabor ácido e
agradável. Com a polpa são preparados os mais
variados tipos de sobremesas, como doces,
sorvetes, cremes, geleias, recheio para tortas.
• Pode-se também consumi-la ao natural ou em
forma de suco.
Bacuripari

•O bacuripari (Garcinia brasiliensis) é um fruto


de origem amazônica, muito apreciado pela
maioria da população paraense, pertencente à
família do bacuri, sendo geralmente
consumido in natura.
•Possui uma polpa menos carnuda,
comparado ao bacuri. No seu interior
encontra-se uma polpa branca envolvida em
sementes, mucilaginosa, bastante ácida, de
sabor agradável.
Biribá

•O biribazeiro é facilmente cultivado nos quintais belenenses, devido à facilidade em germinar, crescer
e frutificar. Possui grande semelhança física à família da Anonácea (fruta-do-conde, atemoia, graviola).
•O biribá (Rollinia mucosa) é originário da fronteira da Amazônia brasileira com a peruana, e espalhou-
se por toda região, alcançando o nordeste brasileiro, dispersando-se, também, pelas Antilhas e
abrangendo partes do Caribe. O biribá possui polpa esbranquiçada, doce e de suave paladar, sendo
consumido em estado natural ainda que possa ser aproveitado no preparo de sucos, sorvetes ou
batido com leite.
Buriti
•O buritizeiro é uma frondosa palmeira que se desenvolve nos alagados, igapós e nas beiras de rios. Mede entre 20 e 25 metros de altura e
seu nome vem do tupi-guarani, significando “o que contém água”.
• O buritizeiro gera um fruto chamado buriti (Mauritia vinifera), que é encontrado em grandes concentrações por toda a Amazônia, talvez
porque seja dispensado nas águas e, assim, germina espontaneamente.
•Do fruto do buriti, por exemplo, tiram-se óleos e amidos, com os quais se fabricam diversos produtos, como sabão, bebidas fermentadas,
sucos e doces variados. Com as folhas do buritizeiro, se fazem cobertura de casas e cordas resistentes. O fruto é encontrado de janeiro a julho,
e apresenta cor vermelho-escura, com casca dura, semelhante a escamas de peixe.
• A polpa do buriti está entre a casca e o caroço e apresenta-se como uma massa de cor abóbora densa e cheirosa, porém bastante oleosa. A
polpa de buriti pode ser utilizada para o preparo de doces, para consumo com farinha de mandioca e para acompanhamento com peixes,
camarões ou charque frito.
Castanha-do-pará

• A castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa) não é


exatamente o fruto da castanheira, e sim a amêndoa
que fica dentro da semente.
• O fruto é chamado ouriço, tem casca lenhosa, rijida,
rugosa, de formato esférico, um pouco achatado e
peso variando entre 200 gramas a 1,5 kg.
• Em seu interior, possui cerca de 18 sementes, dentro
das quais estão as castanhas, com características
físicas iguais às do ouriço, com diferença na forma,
que é triangular-angulosa e mede entre 4 e 7
centímetros.
Outros Frutos Há diversos outros frutos
não abordados nesta revisão bibliográfica
(taperabá, camapu, piquiá, tucumã,
camutim, uxi e marajá), que são tão
importantes quanto os frutos apresentados
e também fazem parte de diversas
preparações da cultura alimentar paraense.

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HISTÓRIADORA
PARAENSE
Sidiana Macêdo

•Historiadora da Alimentação, Professora de História, Escritora e


Cozinheira.
•Sou Historiadora da Alimentação, professora, mãe e cozinheira da
minha casa. Doutora em História Social da Amazônia pela UFPA e
trabalho na temática desde 2006.
•Sou mãe da Marji e apaixonada por histórias de comidas, receitas e o
mundo da alimentação.
•Adoro compartilhar o que eu aprendo e faço História pra ser lida,
sentida e degustada.
•Autora do livro Do que se come: uma história do abastecimento e da
alimentação em Belém (1850-1900).
•Escritora no daquiloquesecome, o seu portal de História da
Alimentação.
Conheça a história do
BISCOITO MONTEIRO
LOPES

•Famoso por derreter na boca, o Monteiro Lopes é


uma grande lenda da cidade de Belém, capital do
estado do Pará, por ter surgido em um cenário de
rivalidade entre dois padeiros, cujos
estabelecimentos estavam localizados no entorno
do Ver-O-Peso, principal ponto turístico da cidade.
•Um se chamava Manoel Monteiro e outro
Antônio Lopes. Cada um deles produzia doces,
sendo um com chocolate e o outro apenas branco.
Os filhos deles resolveram se casar e a partir daí
teriam unido os doces, se tornando um só, o
Monteiro Lopes.
•Uma das sobremesas certas no almoço do Círio deNazaré. A
Torta de cupuaçu Torta Maria Isabel, pode ser em dois sabores de frutas regionais:
[Também Bacuri ou cupuaçu. Elaborada com camadas de pão de ló
intercalada com recheio de creme [de cupuacu ou bacuril e
chamada de Torta coberta com coco e doce da fruta, era uma das delícias que
MariaIsabel] compunham as sobremesas do almoço do Círio em Belém,
também podiam ser encontradas a venda no arraial de Nossa
Senhora de Nazaré no período de 22 de outubro de 1927.
•Observem que no anúncio da Barraca da Santa,
Jocalizada no arraial de Nazaré, em 22 de outubro de
1927, já estava a Torta de Bacury [A grafia daquela
época era com Y mesmo] sendo comercializada ao
lado de "Pudim de ameixas, Torta de Morango e
sorvetes sortidos".
•A Torta de Bacury estava sendo vendida no valor de
1$000 réis a fatia. Aliás, as sobremesas de cupuaçu e
bacuri não podiam faltar nesta epoca do ano. Alfredo
Oliveira, em suas memórias, nos fala que:"Quando a
Berlinda passava, as pessos nas janelas e nas
calçadas batiam palmas ou choravam. Depois da
romaria, o Almoço do Círio tornava-se uma reunião
familiar, como no Natal. No casarão da minha avó
Lídia, na Avenida Alcindo Cacela (...) as deliciosas
sobremesas de bacuri e cupuaçu. Vinham Todos. Não
dava para perder a comilança. Tios e primos lambiam
os beiços, fartavam-As ditas sobremesa de Bacuri e
Cupuaçu eram compostas pelos cremes e também às
tortas, a exemplo da Torta Maria Isabel.
•"Quadradinhos de Maracujá". Docinho que
era pedida certa nos aniversários nos anos 80
e 90 do século passado em Belém.

• Tem gostinho de memória afetiva para


muitos de nós, cortado em pequenos
quadradinhos, consiste num bolo de massa
amanteigada, que tem como ingrediente
central o suco de maracujá na massa e na
calda. Por fim, uma cobertura com confeito do
tipo miçanga colorida, colocados em caixinhas
de papel. Era a alegria de crianças e adultos
em qualquer ocasião.
Doce Adelaide Encontrado apenas no Mosqueiro-PA, ou seja, você só
encontra esse doce na praça matriz da Vila do Mosqueiro, nas barraquinhas
de comida, que abrem todos os dias, por volta das 17 horas.Doce Adelaide é
maravilhoso, leva na composição uma base de massa, doce de cupuaçu e
muita castanha do Pará. O sabor é incrivel. Algumas pessoas dizem que o
nome foi em homenagem a D. Adelaide Mártires que era proprietária do
Hotel Farol [um dos mais antigos da ilhal e que amava o doce. Outros, dizem
que o doce já existia com outro nome e que depois foi trocado.

Indicação de documentário: "Mosqueiro ilha dos sabores" datado de 2014,


de Roger Paes.
A Fábrica Palmeira foi fundada em 1892 pela firma portuguesa Jorge Correia
& Cia e foi um símbolo para a cidade de Belém, chegando a ter mais de 250
empregados e produzindo 46 tipos diferentes de chocolates, 67 tipos de
biscoitos, 70 de massas alimentícias e 128 de caramelos.
No final dos anos 1960, princípio dos anos 1970, a Fábrica Palmeira fechou suas
portas e entrou para a lista de estabelecimentos emblemáticos da época áurea de
Belém do Pará.

A Fábrica Palmeira foi uma das empresas que


fizeram história na Belém da belle époque, em
pleno auge do ciclo da borracha. Esse anúncio
de 1915, mostra a imponente fachada colonial
da Fábrica Plameira no centro de Belém do
Pará. Mais um dos grandes patrimônios de
Belém que infelizmente faz parte dos livros de
história.
RECEITAS CLASSICAS E CONTEMPORANEAS
AMANHA NA AULA PRATICA.

OBRIGADA!!!

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