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Ii Congresso Brasileiro de Gestão Governamental
Ii Congresso Brasileiro de Gestão Governamental
1 - Introdução;
5 - Conclusões.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
1 - Introdução
B- Numa federação os estados-membros não gozam de soberania, mas autonomia. Aludida autonomia deve existir, nos
campos legislativo, administrativo e judiciário. Daí a necessidade de o ente federado possuir recursos financeiros para
se manter. A pretendida autonomia só haverá se o ente possuir independência econômica.
C – Ocorre que em virtude da continua elevação de despesas, os recursos repassados aos estados e munícipios, aliados
a receita própria, não tem sido suficientes para assegurar a sua propalada autonomia, o que vem trazendo sérios
reflexos no sistema federativo atual.
D - Por isso, não se pode cogitar uma reforma tributária que não seja adaptada ao federalismo brasileiro, o único no
mundo estruturado em três níveis de poder.
E – Uma questão importante que toda sociedade brasileira deve compreender é que, dificilmente o estado brasileiro,
por mais eficiente que seja a sua administração, será capaz de produzir ações relevantes para a sociedade caso não
possa dispor a cada ano, de aproximadamente 1/3 do PIB, que é o que se arrecadou em média na última década.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
F – O regime federativo que prezamos a ponto de assegurar que não possa ser abolido nem mesmo mediante reforma
constitucional patrocinada pela unanimidade dos parlamentares, exige muitas estruturas de governo, acarretando custo
ao setor público bem mais elevado que o de estados unitários e tem que ser assim em um regime democrático.
G – Uma carga tributária inferior levaria o setor público à paralisia, transformando toda a despesa de sua manutenção
em mero peso morto para a sociedade. Por outro lado, dado o nível, a distribuição de renda e a organização econômica
do país, o governo não conseguirá extrair da sociedade de forma contínua, financiamento para suas ações, valores
acima de 35% do PIB. A consequência seria a informalização, aumento da sonegação, ou, pior, reações que poriam em
risco a democracia.
H- A chave para o sucesso de um processo de reforma tributária reside em lastrear um intenso esforço de negociação
política com avaliações confiáveis das perdas e ganhos das unidades da federação.
I – Diante da carência de dados, temos o argumento a favor de conceber a reforma tributária como um processo onde o
modelo desejável de sistema tributário seja implementado progressivamente, adaptando-se o desejável ao possível ao
longo do processo.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
J – As expectativas das perdas por parte de algumas das unidades da federação ou mesmo, a mera incerteza quanto
ás variações de receitas resultantes das alterações propostas, gerarão resistências ás mudanças. Estas resistências são
empecilhos à criação de um sistema tributário de boa qualidade.
K – O processo de evolução do sistema tributário brasileiro ao longo de mais de um século, contém um grande número
de ensinamentos que não convém apenas deixar guardados em gavetas de um arquivo histórico. Precisam estar vivos
nas mentes dos que por ofício ou circunstâncias dedicam-se ao aprimoramento da tributação.
L – Um reforma tributária afeta todos os agentes econômicos e alterações radicais, que provocam instantaneamente
enormes mudanças de preços relativos da economia e/ou variações abruptas na carga tributária, são capazes de gerar o
caos econômico e/ou falência do estado.
M- A natural lentidão da evolução do sistema tributário é a barreira criada pelos próprios agentes econômicos, que os
protege contra, este risco, que é gerar o caos econômico.
O sistema tributário brasileiro de 1891 até agora reflete esta boa lentidão em sua evolução.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
O – Com a república foi adotado o regime de separação de fontes tributárias. Governo centralizado: imposto de
importação, direitos de entradas, saídas e estadias de navios, taxas de selos e correios.
Estados: impostos de exportação, imóveis rurais e urbanos, transmissão de propriedades, indústrias e profissões e
algumas taxas. Os estados ficaram encarregados de fixar impostos municipais de forma a assegurar a autonomia dos
municípios. O imposto de importação correspondia à época metade da receita pública do governo federal.
P – Em 1922 foi criado o imposto sobre o consumo, mais tarde denominado imposto de vendas e consignações e
transferido para a órbita estadual.
Em 1923, o governo instituiu o imposto de renda geral. A constituição de 1934 e diversas leis da época promoveram
importantes alterações na estrutura tributária tais como: os municípios passaram a ter competência privativa para criar
alguns tributos, outra inovação foi a repartição de receitas de impostos.
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Q – A partir da segunda guerra mundial o imposto de importação foi perdendo importância e ao final da década de 30
foi superado pelo imposto de consumo. A constituição de 10/09/1946 mostra a intenção de aumentar os recursos dos
municípios. Como exemplo, podemos citar o imposto de industrias e profissões que saiu da gama estadual para a
municipal. Instituiu um sistema ampliado de transferências de impostos. No início da década de 1960, através da EC
N°05, o imposto de transmissão de propriedades intervivos, passou da esfera estadual para a municipal.
R – Em 1945 no Brasil, tinha cerca de 1669 municípios que se transformaram em 3924 em 1966. As transferências
financeiras não acompanharam esta evolução. Apesar dos impostos internos terem crescido substancialmente, eles não
foram suficientes para cobrir as necessidades de dispêndio dos 03 níveis de governo. O apoio à industrialização e ao
desenvolvimento regional gerou um crescimento anormal das despesas.
S – Para fazer frente a crise econômica e política que o país atravessava formava-se uma consciência da necessidade de
reorganização de quase todos os setores da vida nacional.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
V - Após completada a reforma, os estados sofreram limitações adicionais ao seu poder de tributar, tais
como reduzir o FPE e o FPM de 10 para 5%. Com a crise na década de 1980, houve uma grande
quantidade de alterações na tributação, com o objetivo de manter a arrecadação em torno de 25% do PIB.
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Z – O sistema tributário criado pela CF de 1988, ao contrário do originado pela reforma de 1966,
elaborado por uma equipe técnica em gabinetes, foi fruto de um processo participativo em que os
principais atores eram políticos, com assessoria técnica. A ampliação do grau de autonomia fiscal dos
estados e municípios (agora ente subnacional), resultou em diversas alterações na tributação.
AA – Os estados passam a ter competências para fixar alíquotas internas do ICMS. A união não pode
mais conceder isenções de impostos estaduais e municipais. Outras profundas alterações foram feitas
com o objetivo de transferir receitas aos entes subnacionais.
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AB – A constituição de 1988, trouxe uma transferência rápida de receitas, mas não houve a transferência
de encargos na mesma velocidade, além disso, manteve-se em vigor um tributo cumulativo de péssima
qualidade quanto a seus efeitos econômicos que a cofins cumulativa.
AC – Outros fatores que explicam todas as dificuldades da união: estagnação econômica que à véspera
do plano real já durava 14 anos quase ininterruptos; aceleração da inflação; estado deplorável a que se
deixou chegar a administração fazendária , lembro que ela foi modernizada na década de 1960.
AE – Naquela época foram criados novos tributos e elevação de alíquotas dos já existentes, em particular
daqueles não sujeitos à partilha com estados e municípios. Alguns exemplos: CSLL, alíquota da cofins
de 0,5 para 2%, IOF, IPMF, CPMF e outros.
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AG – Com o plano real de julho de 1994, conseguiu-se conter a inflação em níveis baixos para padrões
brasileiros. Como consequência a economia experimentou um crescimento que contribuiu para o
aumento da receita, entretanto, o outro lado da conta fiscal, principalmente a folha salarial, também,
reagiu à queda da inflação e com maior gasto.
AH – Em 1995, aberta a cortina de inflação, fica nítido o desajuste do setor público brasileiro. Naquela
época os entes públicos chegaram a pagar 02 meses de folha de salários com a inflação, e após o plano
real, tiveram que buscar outras soluções.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
AK – Em agosto de 1995, o poder executivo encaminha uma proposta de emenda à constituição para a
reforma do sistema tributário brasileiro. Esta, é a primeira de muitas PEC's, sobre reforma tributária após
a CF de 1988. Em agosto de 2000, esta PEC de 1995, foi sepultada.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
AL – A PEC 41/2003 transformada na EC 42/2003 aprovada sem o núcleo principal da PEC original,
qual seja a reforma do ICMS que não foi aprovada no senado, também, a PEC 233/2008, não foi
aprovada por falta de consenso, no congresso nacional.
AM – Enquanto não se conseguia consenso para uma nova reforma tributária o governo federal, para
aumentar sua arrecadação, continua a criar tributos no período pós CF de 1988, IPMF implementado em
1994 com alíquota de 0,25% até 12/1994, CPMF com alíquota de 0,2% em 1997 e 1998, CPMF com
alíquota de 0,38% em 1999 e 0,3% de 2000 a 2002 e CPMF de 2003 a 2007 com alíquota de 0,38%.
AN- Em 1994 iniciou-se a desvinculação dos recursos da união (DRU), com o nome de fundo social de
emergência, depois reeditado, com o nome de fundo de estabilização fiscal. A DRU foi ampliada para
estados (DRE) e municípios (DREM), encontra-se vigente até o final de 2023, mas tem, previsão na
reforma tributária aprovada na câmara sua para prorrogação até 2027.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
AP – A preferência do governo federal em optar pelas contribuições socias para elevar sua arrecadação
trouxe diversas consequências ao sistema tributário nacional, em sua maioria negativos. A única tentativa
do governo federal em tornar o sistema tributário mais justo, foi a implementação do pis e cofins não
cumulativo, mas não funcionou, pois, trouxe aumento de carga tributária e aumento da complexidade do
sistema.
AS – PEC 45/2019
1.Tributos extintos:
• Federais: PIS/ COFINS E IPI
• Estaduais: ICMS
• Municipais: ISS
AT – PEC 45/2019
Características do IBS:
• Base ampla (operações com bens materiais ou imateriais e operações com serviços);*
*Obs: necessário introduzir mecanismo de proteção contra eventual invasão da base econômica do IBS, mediante
limitação da base de incidência da CBS e do Imposto Seletivo.
Possíveis Caminhos para a Simplificação e Eficiência do Sistema Tributário Nacional
AV – PEC 45/2019
Características do IBS, cont:
• Alíquotas uniformes em cada ente federativo (cada Estado e cada Município) não inferiores à alíquota
de referência , definida pelo Senado Federal, durante a transição;
AU – PEC 45/2019
Gestão do IBS
2. 26 Estados + Distrito Federal= 27 membros no nível municipal, sendo 14 votos com valor igual para
cada município e 13 votos ponderados pelas respectivas populações
3. Total de 54 votos