Você está na página 1de 17

RUDOLF LABAN E A

EXPRESSIVIDADE DO
MOVIMENTO
O QUE É EXPRESSIVIDADE?

Expressividade é o como nos movemos e


contribui para a composição do ofício do
ator. Nos proporciona compreender nossas
ações, diferenciando-nos uns dos outros.
No ofício do ator este princípio é de
grande importância uma vez que
contribuirá para a formação de atores
conscientes de suas atitudes no palco num
constante diálogo entre suas emoções,
pensamentos e esforços expressivos, não
se tornando meros repetidores de padrões
e códigos pré-estabelecidos.
QUEM É LABAN?
• Rudolf Laban é também considerado um dos
pioneiros da dança moderna. Ele estruturou as
bases para o estudo do movimento no século
XX, aplicáveis no treinamento corporal, na
criação artística e na pesquisa teórica do
movimento.
• Atualmente no Brasil a utilização do Sistema
Laban é estudado, especialmente, pelas
professoras Ciane Fernandes e Jacyan Castilho.
LABAN NO BRASIL:
MARIA DUSCHENES
Bailarina, coreógrafa e educadora. Influenciou gerações
de bailarinos, coreógrafos, professores, psicólogos,
terapeutas, pedagogos, atores, artistas plásticos,
músicos, entre outros. Criadora de uma metodologia
própria, acreditava que qualquer pessoa chegaria a um
corpo expressivo pela Arte do Movimento. Duschenes
ocupou com sua dança lugares inusitados, como
igrejas, praças, estacionamento, parques e outros.
Realizou danças corais com grandes grupos de crianças
e adultos com a participação dos grupos de
professores formados por ela, culminando em eventos
coletivos harmônicos e de uma beleza singular.
SISTEMA LABAN/BARTENIEFF
• É um sistema teoricamente complexo e poético criado
e desenvolvido a partir do trabalho de Rudolf Laban
(1879-1958) e Irmgard Bartenieff (1900-1981) que
possibilitou descrever, criar, experimentar, analisar e
registrar o movimento humano em seus componentes
funcionais e expressivos.
• Bartenieff foi aluna de Laban e pioneira na
disseminação de sua pesquisa sobre o movimento nos
Estados Unidos. O cruzamento entre sua experiência
em terapia corporal, na fisioterapia, na dança e no
método de Laban permitiu que Bartenieff
desenvolvesse seu próprio conjunto de métodos e
exercícios de movimento, conhecidos como
Fundamentos de Bartenieff .
METODOLOGIAS
Laban se utilizou das figuras
geométricas para dar suporte à
movimentação do ator-dançarino.
Ele propõe a escala dimensional,
respeitando a relação entre altura,
largura e comprimento das figuras
geométricas como o cubo, o
tetraedro, o octaedro, o icosaedro e
o dodecaedro. Dessa forma, ações
dramáticas podem ser realizadas
nas posições das vértices dessas
figuras, bem como em suas
diagonais, de forma que o ator atua
ampliando a sua kinesfera,
buscando uma limpeza gestual e
organicidade, assim, ele também
amplia seu espaço cênico.
ESFORÇO
• No que se refere ao surgimento do movimento, Laban traz o conceito de
esforço como seu ponto de emergência, como impulso, como desejo, como
energia interna que se manifesta pela movimentação visível do corpo. O
esforço resulta de uma impulsão que dá origem ao movimento.
• Os comportamentos, os hábitos e os movimentos não são somente produtos
da ação muscular, mas dos esforços internos (entrelaçamento de processos
vinculados ao sentir, ao simbólico e a dimensão motora) e dos atos
imaginativos que os acompanham.
• As fases do esforço seriam: atenção, intenção, decisão e precisão. Somente
após estas etapas aconteceria a execução da ação.
• A partir do esforço (impulso) o corpo precisa na execução decidir como vai
trabalhar o movimento, então, se utiliza de fatores: espaço, peso (força),
tempo e fluência.
FATORES E QUALIDADES DO
MOVIMENTO
Fatores de movimento: Qualidades de movimento:
tempo, espaço, peso ( força) e
fluxo (fluência).

Tempo- lento ou rápido: velocidade e duração.


Espaço- indireto (flexível) ou direto (retilíneo): o movimento
projetado no espaço em linhas retas ou circulares.
Relacionado a expressividade do Peso- forte e leve: tônus na ação e uso da gravidade
movimento. Fatores não falam da
movimentação em si, mas da Fluxo- controlado ou livre: sem interrupção do movimento ou
expressividade que eu dou para sequência de pausas.
esta movimentação corporal.
QUALIDADES DO MOVIMENTO E INTENÇÕES
d e f lu idez Espaço
n sação direto
n c ia l iv re : s e
e x p ansão, concentra
ç ão , m e ta
ou retilíneo:
Fluê o,
m oviment o , e n trega. , f oc o .
do trover sã Espaço
o n o , e x
aband idado, descober t
flexível
ou
: c u a, aber t indireto:
C o n trolada ç ã o para muitos foc o , elástico
c i a t r a
Fluên
c o n te n ção, re os . e
,
restrição xterno.
oe
o mu n d

Temp
o
inde
Peso (forç
a) leve: suav cisão lento:
, tran
bondade, de
lic adeza, carin
idade, quilid concen
ho. Temp ade, tra
o ráp calm ção,
ansie i a.
Peso (força)
pesado: det dade do: mud
agressividad erminação, , aler ança
e, firmeza, v ta. s, im
italidade. pulso
s,
EXPRESSIVIDADE DO MOVIMENTO
Laban percebeu que os quatro fatores
sempre estão presentes nos
movimentos e indicam os mais variados
comportamentos humanos.
A combinação dos fatores apontam
para as atitudes internas do dançarino
(a), ator/atriz ou performer.
Combinar os fatores ajuda a não
cristalizar em uma mesma qualidade de
movimento, permitindo transformações
que dependerão da ação executada e
da atitude interior do (a) artista.
SISTEMA LABAN E O (A) ARTISTA DA CENA
O trabalho do ator deve ser capaz de representar o
desenvolvimento e as mudanças dos comportamentos
presentes no contexto e nas situações de representação.
O corpo do ator é sempre uma intenção que se projeta
no tempo e no espaço.

A experiência com estes elementos (espaço, tempo, peso


e fluência) leva o artista a reproduzir estados de espírito
distintos. Desse modo, o artista da cena pode
metamorfosear-se em diferentes personagens,
independente de suas características pessoais.

Os fatores do movimento permitem que as ações do


artista se tornem representações simbólicas, ou seja, não
são imitações comuns da vida cotidiana. São releituras,
emanações, imagens, que revelam ao expectador a
comunhão de uma sensação, uma experiência.
COMBINAÇÃO DE DOIS FATORES
Dinâmica = É a junção das qualidades expressivas do movimento. Dois fatores são chamados de
“esforços incompletos” e referem-se as atitudes/intenções de movimento ou ânimo do indivíduo.

ATITUDES ESPAÇO TEMPO PESO (FORÇA) FLUÊNCIA


INTERNAS

O SONHADOR LEVE LIVRE

O ALERTA DIRETO LENTO

O MÓVEL RÁPIDO LIVRE

O ESTÁVEL DIRETO FORTE

O RÍTMICO LENTO FORTE

O VISIONÁRIO INDIRETO CONTROLADO


8 ações básicas de esforço
O fator fluência não é considerado porque seria mais relacionado com as emoções e
caberia ao artista intuitivamente escolher qual qualidade utilizar.
AÇÃO BASICA AÇÃO DERIVADA ESPAÇO TEMPO PESO
(FORÇA)
SOCAR Empurrar, chutar Direto/retilíneo Rápido Forte

FLUTUAR Espalhar, mexer, remar Indireto /flexível Lento Leve

TORCER Arrancar, colher, Indireto/flexível Lento Forte

DESLIZAR Alisar, lambuzar, borrar Direto/retilíneo Lento Leve

SACUDIR Agitar, roçar Indireto/flexível Rápido Leve


TALHAR Bater, atirar, chicotear Indireto/flexível Rápido Forte

PONTUAR Abanar, palmadinha, Direto/retilíneo Rápido Leve

PRESSIONAR Prensar, apertar Direto /retilíneo Lento Forte


ANÁLISE DE MOVIMENTOS
Qual ação de esforço está sendo utilizada na movimentação a seguir?

ESPAÇO: DIRETO OU INDIRETO


TEMPO: RÁPIDO OU LENTO
PESO (FORÇA): FORTE OU LEVE

Indireto, rápido, forte


AÇÃO BÁSICA: TALHAR
ANÁLISE DE MOVIMENTOS
Qual ação de esforço está sendo utilizada na movimentação a seguir?

ESPAÇO: DIRETO OU INDIRETO -


TEMPO: RÁPIDO OU LENTO -
PESO (FORÇA): FORTE OU LEVE -

Indireto, lento e leve

AÇÃO BÁSICA: FLUTUAR


REFERÊNCIAS
ANDRADE LEAL JUNIOR, Milton de. Ação dramática, movimento funcional e teoria do esforço:
origens do pensamento teatral na obra de Rudolf Laban. Urdimento: Revista de Estudos em Artes
Cênicas, Florianópolis, v. 2, n. 11, p. 169–176, 2018. Disponível em:
https://revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/1414573102112008169. Acesso em: 18
jan. 2024

TIBÚRCIO, Larissa Kelly de Oliveira Marques. Movimento em Rudolf Laban: reflexões sobre a
educação dos corpos no ensino e na criação em dança. Anais do VIII Congresso da ABRACE, v.15,
n.01, 2014. Disponível em:
https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/abrace/article/view/1982

Você também pode gostar