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TEORIA DO DIREITO

Professora Mestre Suzane de França Ribeiro


PRINCIPAIS
DOUTRINAS
JURÍDICAS
JUSNATURALISMO
JUS = “DIREITO” + NATURALISMO
DIREITO NATURAL
Por meio da observação e do conhecimento, o homem identifica o fenômeno jurídico como
manifestação da natureza.

O Direito Natural é DADO. Ele existe independentemente de convenção ou legislação.

O Direito Natural é resultante da natureza dos homens e de suas relações.


Diferente dos animais, que agem por
instinto, o homem possui capacidade de
raciocinar discursivamente (linguagem)
e se fazer entender.

Por meio da razão, o homem


compreende o que é certo e errado, o
que é justo ou injusto.

A razão é descobridora de direitos.

http://12bnolimite.blogspot.com/2012/11/o-que-separa-o-homem-do-animal.html
DIREITO NATURAL A RAZÃO É
DIREITO NATURAL
ORIGEM RACIONAL DESCOBRIDORA DE
RACIONALISTA
DIREITOS

FORÇA EXTERNA,
DIREITO NATURAL
ORIGEM METAFÍSICA DEUS, RAZÃO
METAFÍSICO
UNIVERSAL
“pode-se contestar-lhe a existência
como um Direito distinto do Direito
Positivo, mas o que não se pode
negar é o papel que a sua ideia,
ainda que ilusória, tem exercido e
continua exercendo no
desenvolvimento da experiência
jurídica”
Reale, 2009, p. 312.
JUSPOSITIVISMO
JUS = “DIREITO” + POSITIVISMO
x
DIREITO POSITIVO
O Direito Positivo é resultado de uma O positivismo jurídico é uma postura
construção humana. metodológica.

O Direito Positivo é CONSTRUÍDO. x O objeto do Direito é estudar o direito positivo,


as normas que se encontram positivadas e
Trata-se de um produto artificial, uma produzidas pelo Estado.
engenhosidade da racionalidade
humana. Desconsidera influências externas ao direito.
“o positivismo nega em princípio a existência
de juízos de
valor, pois se prende exclusivamente aos
fenômenos que podem ser observados.
Faz apenas juízos de constatação. Desse
modo, a lei é guindada à posição de
valor único”

Venosa, 2006, p. 55
“pode-se contestar-lhe a existência
como um Direito distinto do Direito
Positivo, mas o que não se pode
negar é o papel que a sua ideia,
ainda que ilusória, tem exercido e
continua exercendo no
desenvolvimento da experiência
jurídica”
Reale, 2009, p. 312.
HANS KELSEN
Expoente do Juspositivismo.
Não nega que existem outras áreas do
conhecimento, mas esta não deve ser a
preocupação do Direito, se quer se fazer
como ciência.
Para ele , quem absolve ou condena não é o
juiz, mas sim a lei.
https://www.conjur.com.br/2020-jun-18/toffoli-lembra-exemplo-austria-hans-kelsen
“para essa doutrina, a lei é um co-
mando, mas um comando
despsicologizado, ou seja,
objetivado. Não há na lei, nenhum
ato de vontade, nenhuma relação
entre pessoas”

Mesquita, 2008, p. 81
Crítica ao Juspositivismo
Uma pessoa comete
Menor de idade
um crime em legítima
comete um crime.
defesa.
É absolvido pela lei.
Haverá necessidade
de se provar.
Aplicação imediata.
Juiz não aplica a lei
imediatamente.

O juspositivismo se apresentou como uma alternativa importante em um dado momento histórico.

Em momentos mais recentes, é preciso pensar que o Direito vai além do campo de aplicação da norma.
HISTORICISMO
JURÍDICO
O Direito é fruto de uma construção
histórica.

Nos momentos de maiores crises da


sociedade, o Direito consegue dar um
salto significativo.

Exemplo: Direitos Humanos, pós


Segunda Guerra Mundial.
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.htm
“a Escola Histórica, cujo principal figura foi
Savigny, combateu o fetichismo da lei escrita
das codificações, analisando amplamente os
aspectos mais profundos da formação do
direito pela alma do povo ou espírito
nacional”

Montoro, 2005, p. 615


Crítica ao Historicismo

Apesar de resgatar a importância da jurisprudência que se fundamentava nos costumes,


não rompeu características que fundamentavam o juspositivismo.

Mudou o foco do texto da lei para um “historicismo meramente lógico-dogmático”


SOCIOLOGISMO
JURÍDICO
SOCIOLOGISMO

Eugen Ehrlich
JURÍDICO

Comportamento do Direito vivo: criado,


Estudo da conduta
homem em confronto aplicado e
jurídica como conduta
com as regras de transformado pelo
social
direito povo
“em caso de lacuna ou incompletude
do direito estatal, deve sujeitar-se ao
direito vivo, alcançando assim a
plenitude da ordenação jurídica”

Diniz, 2007, p. 67
Crítica ao Sociologismo Jurídico
JUIZ LEGISLADOR

Com fundamentos sociológicos, o juiz pode legislar de modo a resolver o conflito,


deixando de lado as normas estatais, fato este que exigiria apenas uma justificação de
ordem sociológica.

Dentro desta perspectiva, a construção do ordenamento jurídico seria realizada de acordo


com a dinâmica dos problemas sociais, que deveriam ser interpretados pelo juiz. (Miguel
Reale)
O DIREITO ESTÁ SEMPRE
EM CONSTRUÇÃO.
NORMATIVISMO E
TEORIAS JURÍDCAS
CONTEMPORÂNEAS
NORMATIVISMO
JURÍDICO
Livre
escolha

Por que um
jovem se
alista no
serviço
militar
brasileiro?
Satisfazer Determinação
grupo social da lei
“a autoridade jurídica prescreve uma
determinada conduta humana apenas porque –
com razão ou sem ela – a considera valiosa para
a comunidade jurídica dos indivíduos” (Kelsen,
1994, p. 35).

Não realizando tal, conduta, este jovem


contraria a norma jurídica e em função disso,
sofrerá sanções porque o Direito, e de forma
mais específica o Direito Positivo é a “técnica
social que consiste em obter a conduta desejada
dos homens através de uma medida
de coerção a ser aplicada em caso de conduta
contrária” (Kelsen, 2005, p. 28).”
Comando

Sob a perspectiva Kelseniana, se


alguém furta um produto
POSITIVISMO qualquer de uma loja por motivo
Conduta famélico, ou seja, para saciar a
JURÍDICO Obrigatoriedade fome, ainda assim deve ser
Humana
NORMA punido.

Não porque o juiz o quer ou o


proprietário o deseja, mas porque
a norma assim o determina.
Monismo
Estatal
“referem-se apenas à conduta humana; elas
especificam como o homem deve se conduzir e
não dizem nada sobre o comportamento
efetivo do homem e suas causas”.

Kelson, Motta, Mochi, 2005, p. 52


Existe em
NORMA
qualquer sistema
FUNDAMENTAL
de governo

Critérios para
Obediência
criação de outras
Efetiva
normas

Caráter
Diretrizes Gerais
Coercitivo
Crítica ao Normativismo Jurídico

“É inconcebível não reconhecer a sua


contribuição e importância para o Direito, no
entanto, é preciso também reconhecer que “a
teoria pura kelseniana não reflete o todo do
direito, muito menos o todo do direito em relação
à totalidade social” (Mascaro, 2012, p. 355).
Agrada os juspositivistas e aqueles que veem o
Direito apenas como técnica de conduta
social, mas não nos permite uma reflexão entre o
Direito como deveria ser, e o
Direito como ele realmente é.”
Motta, Mochi, 2021, p. 91
TEORIA
TRIDIMENSIONAL
DO DIREITO
Imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Reale

Para MIGUEL REALE, o Direito é


FATO VALOR NORMA
FATO VALOR NORMA
Condição Histórica e Ordenadora da conduta
Intuição Primordial
social da conduta social

Relação de interação do A vida em sociedade


Conhecimento anterior
homem com seu ambiente necessita de parâmetros

“onde quer que haja um fenômeno jurídico, há, sempre e necessariamente, um


fato subjacente (fato econômico, geográfico, demográfico, de ordem técnica
etc.)” (Reale, 2002, p. 65)
“donde devemos concluir que a compreensão
integral do
Direito somente pode ser atingida graças à
correlação unitária e dinâmica
das três apontadas dimensões da experiência
jurídica, que se confunde com
a história mesma do homem na sua perene
faina de harmonizar o que é com
o que deve ser”
Reale, 2022, p. 68
TEORIAS
JURÍDICAS
CONTEMPORÂNEAS
http://www.sindimovec.com.br/sindicato-pode-executar-creditos-mesmo-sem-autorizacao-do-trabalhador/decisao-judicial/

As teorias contemporâneas procuram construir um saber que possibilite resolver conflitos quando da
tomada de uma decisão judicial.
ROBERT RONALD LENIO
ALEXY DWORKING STRECK

Colisão de Não pode haver


Posicionamento
Princípios e contradição de crítico
Valores princípios

A Constituição é
Ponderação Integridade referencial para
a decisão

Filosofia do
Diminuir o grau O direito deve
Direito tem
de ponderação ser íntegro papel
do juiz
fundamental
A POSITIVAÇÃO DO
DIREITO
FONTES DO
DIREITO
FONTES DO DIREITO

FONTES NÃO
FONTES ESTATAIS
ESTATAIS

Leis Costume

Jurisprudências Doutrina

https://fontagua.com.br/nascentes
LEIS

DOUTRINA
ORDENAMENTO COSTUMES
JURÍDICO

https://www.estudokids.com.br/o-sistema-solar

JURISPRUDÊNCIA
https://tvci.com.br/coluna/dr-mauricio-vitor/voce-sabe-o-que-e-hierarquia-das-normas/
https://danicoelho1987.jusbrasil.com.br/artigos/586188207/breve-resumo-do-poder-judiciario-brasileiro-e-jurisdicao
 Uma decisão judicial constitui-se num importante referencial.

 Jurisprudência: certeza e da segurança jurídica.

 Súmulas: proposições sobre a interpretação do direito, que resultam de uma jurisprudência

assentada no tribunal sobre temas controvertidos.

 A súmula vinculante é o enunciado emitido pelo Supremo Tribunal Federal, que sintetiza as

reiteradas decisões em casos semelhantes, firmando o entendimentoa respeito de matéria

constitucional, que publicada terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder

Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal”

(Siqueira Jr, 2009, p. 96).


REFERÊNCIAS:

KELSEN, Hanz. Teoria Geral do Direito e do Estado. Trad. Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins
Fontes, 2005.
KELSEN, Hanz. Teoria Pura do Direito. Trad. João Batista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
MESQUITA, Márcio Satalino. O Fetichismo da Lei e o Ensino do Direito. In: TAGLIAVINI, João Vir-
gílio (org.). A Superação do Positivismo Jurídico no Ensino do Direito. Araraquara, SP: Junqueira e Marin, 2008.
MONTORO, André Franco. Introdução à Ciência do Direito. 26a Ed.. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
MOTTA, Ivan Dias, MOCHI, Cássio Marcelo. Teoria do Direito. Núcleo de Educação a Distância. Maringá - PR.:
UniCesumar, 2021.
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 9. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27a Ed.. São Paulo: Saraiva, 2002.
REALE, Giovanni & ANTISERI, Dario. História da Filosofia – Antiguidade e Idade Média. Vol. I. 6a
ed.. São Paulo: Paulus, 1990.
SIQUEIRA Jr., Paulo Hamilton Siqueira. Teoria do Direito. São Paulo: Saraiva, 2009.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito. 2a ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Obrigada

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