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O Reino de

Deus na Era
Medieval
Joaquim de Fiore e sua Controvérsia
Teológica:

• Joaquim de Fiore foi uma figura teológica do


século XII conhecida por suas visões apocalípticas.
• Suas ideias provocaram reações extremas, com
seguidores entusiásticos e condenação pelo
Quarto Concílio de Latrão em 1213.
• Joaquim propôs três estados do relacionamento de
Deus com a humanidade, culminando em uma era
apocalíptica em 1260.
Joaquim de Fiore e sua Controvérsia
Teológica:
• Ele conectou o milenarismo às Cruzadas, misturando
causas temporais com a causa eterna do reinado da
justiça.
• Suas ideias se tornaram populares entre as massas e até
entre reis, como Ricardo Coração de Leão.
• Tomás de Aquino, em contraste, adotou uma
hermenêutica agostiniana e uma compreensão do reino
de Deus diferente, levando a um confronto teológico
significativo.
O teólogo Cristóvão Colombo

• Colombo é conhecido por suas quatro viagens ao Novo


Mundo, iniciando em 1492.
• Colombo escreveu "O Livro das Profecias" e o ofereceu a
seus patronos, os reis Fernando e Isabel da Espanha.
• O livro de Colombo inclui citações das Escrituras, da era
patrística e medieval, e também de figuras como Joaquim
de Fiore.
O teólogo Cristóvão Colombo

• A visão de Colombo como um visionário religioso influenciado por


esperanças apocalípticas é destacada pelo estudioso Bernard McGinn.
• Colombo é retratado como uma figura complexa, combinando suas
proezas como marinheiro prático com uma forte influência de ideias
apocalípticas.
• Em "O Relato da Quarta Viagem," Colombo menciona a reconstrução
de Jerusalém e o papel profetizado por Joaquim de Fiore para alguém
da Espanha, relacionando-se com sua missão nas Américas.
Duas Vertentes de Pensamento Medieval sobre
o Reino de Deus. Lc 17.20-21; Mt 5.8; 1Co 15.24
Na era medieval, duas abordagens distintas surgiram em relação ao
conceito do reino de D
A Vertente Agostiniana:
• Seguindo Agostinho, essa vertente enfatiza uma compreensão alegórica
do reino de Deus.
• O reino é identificado com a união da alma com Deus, tanto
individualmente quanto de forma coletiva.
• Os eleitos alcançam a união com o Deus triúno, sendo esse o objetivo
final, tanto teleológica quanto cronologicamente.
• A visão de Tomás de Aquino, que segue essa vertente, descreve o reino
como a beatificação dos santos no céu.
Duas Vertentes de Pensamento Medieval
sobre o Reino de Deus: Mc 13.10 e Ap 14.6
• A Vertente Apocalíptica:
• A segunda vertente se baseia na tradição apocalíptica.
• Essa visão relaciona o evangelismo global, incluindo o batismo
e a adesão à Igreja Católica Romana, com o reino vindouro.
• Enfatiza eventos cataclísmicos, como a inauguração do reino,
e interpreta os acontecimentos atuais à luz das profecias
bíblicas.
• Visionários, como Joaquim de Fiore, desempenham um papel
significativo ao interpretar os tempos e fazer suas próprias
previsões.
Cristo é o Rei”: O Reino de Deus na
Reforma
• Martinho Lutero e a Diferença com a Teologia
Medieval:
• Os pensamentos de Martinho Lutero sobre o reino de Deus
se diferenciam consideravelmente da teologia dos clérigos
e teólogos medievais.
• Os Dois Reinos de Lutero:
• Lutero vincula sua compreensão do reino de Deus à
distinção entre os "dois reinos," o de Deus e o do mundo.
• Essa distinção está ligada à diferença entre lei e evangelho
e busca preservar a pureza e a fé do evangelho.
• Lutero e a Humanidade como Cidadãos dos Dois
Reinos:
• Lutero vê toda a humanidade como cidadã dos dois reinos,
o de Deus e o do mundo.
• Aqueles que pertencem ao reino de Deus são os
verdadeiros crentes em Cristo, pois Cristo é o Rei e Senhor
nesse reino.
• O Propósito de Cristo na Visão de Lutero:
• Lutero afirma que Cristo veio a este mundo para iniciar o
reino de Deus e estabelecê-lo neste mundo.
• Diferenças Entre Lutero e Agostinho:
• Bernard Lohse aponta diferenças significativas entre o pensamento de Lutero
e o de Agostinho.
• Enquanto Agostinho preferia uma relação mais dialética entre este mundo e o
próximo, Lutero via um papel maior para Deus no mundo e,
consequentemente, para a igreja.
• Convergência Escatológica:
• Apesar das diferenças, Lutero e Agostinho concordam na perspectiva
escatológica do reino.
• Ambos acreditam que a realização final do reino não pertence a este mundo.
Divergência Radical na Reforma:
• Thomas Muntzer, colega de Martinho Lutero, representou
uma vertente radical da Reforma Protestante.
• Perspectiva Radical sobre o Reino de Deus:
• Muntzer discordou da visão de Lutero sobre o reino de
Deus, adotando uma abordagem mais extrema.
• Por volta de 1520, Muntzer se tornou notavelmente
fanático em suas crenças.
• Na metade da década de 1520, ele começou a interpretar
sonhos como parte de sua visão religiosa.
A Chegada Violenta do Reino de Deus:

• Muntzer acreditava que o reino de Deus se manifestaria de forma


violenta na Terra, à medida que o povo de Deus se envolvesse em
batalhas em nome da justiça.
• Interpretação Apocalíptica e a Guerra dos Camponeses:
• Muntzer atribuiu um significado apocalíptico à Guerra dos
Camponeses, assegurando aos camponeses que Deus estava ao
lado deles contra os nobres considerados ímpios.
• A Guerra dos Camponeses terminou tragicamente para os
camponeses.
• Muntzer também enfrentou um destino trágico, sendo capturado e
decapitado.
João Calvino e o Reino de Deus:
• João Calvino argumentou que o reino de Deus, conforme
proclamado por Cristo, equivale ao evangelho e tudo o que
ele oferece aos crentes.
• Calvino afirmou que o reino de Deus, conforme ensinado
por Cristo, inclui o perdão dos pecados, a salvação, a vida e
tudo o que os crentes obtêm em Cristo.
• Calvino enfatizou que Deus reina onde os seres humanos,
ao renunciarem a si mesmos e ao mundo terreno,
comprometem-se com a justiça e buscam uma vida
celestial.
• Tanto Lutero quanto Calvino deram prioridade à conexão
de sua compreensão do reino com o evangelho, tanto na
proclamação quanto na vivência.
• Ambos os reformadores tinham uma escatologia futura,
mas não detalhada.
• Calvino, por exemplo, não demonstrava grande
preocupação com a escatologia apocalíptica.

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