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Fraturas do Pilão Tibial

Daniel Oliveira Aguiar


R1 de Ortopedia e Traumatologia
ÍNDICE
1. Introdução;

2. Biomecânica;

3. Diagnóstico;

4. Exames de imagem;

5. Classificação;

6. Tratamento;

7. Complicações.
Introdução
• Pilão ou plafond tibial.
• Superfície articular distal da tíbia, de
sustentação de peso.

• Desafio: fratura articular = redução


anatômica X preservação de partes
moles.

• Mecanismo de trauma: carga axial de


grande energia.
Biomecânica
• Geralmente traumas de alta energia (veículos e
quedas)
• Carga axial cranial do tálus + forças rotacionais
indiretas.
• Transmissão da energia para partes moles
(antes de ocorrer a fratura).
• Lesão condral + articular + metafisária + fíbular
+ feridas + bolhas + desvitalização óssea.
• Lesão depende da energia, direção e posição do
pé.
Diagnóstico
• Fatores pessoais influenciamos
resultados.
• Sinais e sintomas direcionam para
mecanismo e energia do trauma.
• Raro lesão vascular/compartimental.
• Avaliação de partes moles.
• Correção manual rápida dos desvios.
• Flictenas, em razão de clivagem dermoepidermica.
• Ocorre dentro de horas para até 2 ou 3 dias.
• Clara = superficial, menos complicações,
abordagem mais rápida.
• Hemorrágica = mais profunda, maiores
complicações, retarda abordagens.
Imagem
• Radiografia AP e Perfil da perna + AP de
mortalha (centrado na pinça maleolar =
AP com 20 de RI)
• Desvio do tálus
• Fx de fíbula
• Grau de cominuição articular
• Áreas de impactação articular
• Ruptura de sindesmose
• Lesões associadas:
• Retropé e extensão diafisária
Imagem
• TC axial com reformatação em planos
sagital e coronal, deve ser rotineiramente
pedido.
• Somente após uma redução provisória.
• Útil para delinear posição e tamanho dos
fragmentos, ajudando no planejamento
pré-operatório.
Classificações
• Ruedi e Allgower

www.traumatologiaeortopedia.com.b
• AO
Anatomia Aplicada

• Borda posterior mais


caudal
• Maléolo medial
levemente anterior
• Osso esponjoso mais
resistente= próximo ao
osso subcondral do teto.
Anterior

Ântero
lateral

Medial

Pósterolateral
(fíbula)

Pósteromedial
Pósterolateral
(tíbia)
Anterior

Ântero
lateral

Medial
Chaput

Volkmann
Pósterolateral
(fíbula)

Pósteromedial
Pósterolateral
(tíbia)
Anterior

Ântero
lateral

Medial
Chaput

Volkmann
Pósterolateral
(fíbula)

Pósteromedial
Pósterolateral
(tíbia)
Anterior

Ântero
lateral

Medial
Chaput

Volkmann
Pósterolateral
(fíbula)

Pósteromedial
Pósterolateral
(tíbia)
Anatomia aplicada
• Prioridade na
redução/fixação
fibular
• Reflete nos
segmentos de
Volkmann e
Chaput, além de
realinhar o tálus.
Tratamento
• Conservador:
Tração e aparelho gessado 6 - 12 semanas.

• Indicações:
Fraturas sem desvio, não deambuladores,
ausência de teto cirúrgico, irrigação
vascular tênue.
Tratamento

Conservador: Desvantagens.

•impossibilita correção do desvio talar


anterior e superior
•impossibilita correção frag. articulares
•prolongada imobilização
•risco de isquemia por desvios em tecido
mole.
Tratamento

CIRÚRGICO:
Fratura extra-articular:
Pode ser usado:
• fixador externo,
• redução percutânea ou aberta com fixação por
placa,
• haste intra-medular
• Combinações.
Tratamento Cirúrgico
Acometimento articular
• Fixação externa:
Na borda medial da díafise, > 2 cm
acima da linha articular.
Mantém comprimento,
alinhamento e rotação do
membro.
Recuperação de partes moles.
Pode ajudar na distração tibio
talar.
Tratamento

CIRÚRGICO:

• Fixador externo definitivo

•RAFI imediato (em 48h) CAUTELA!!

• Tratamento em estágios para fraturas


fechadas desviadas:
Redução / fixação temporária, aguardar “janela da oportunidade”,
para tratamento definitivo (sinal da ruga)
Tratamento

CIRÚRGICO em 2
estágios:
• 1° Redução aberta
+ fixação interna da
fíbula + fixador
externo
• Exceção: segmento
tibial posterior com
extensão para diáfise
Tratamento
Tratamento

CIRÚRGICO em 2
estágios:
• 1° Estágio:
Fixação da fíbula por
placa ou medular (5-7cm)

Redução tibial pela


sindesmose

Aplicação do fixador
externo (pode tracionar
calcaneo)
Tratamento

CIRÚRGICO em 2 estágios:
• 2° estágio:
• Abordagem anteromedial:
○ Fragmentos central e medial do teto
• Abordagem Anterolateral:
○ Preserva tecido anteromedial, limita
acesso medial.
○ Pode mobilizar fragmento de Chaput
para acesso posterior
Ântero-medial
Ântero-lateral
Postero-medial
Tratamento

CIRÚRGICO em 2 estágios:
• 2° estágio:

Fixar componentes metadiafisários transforma


fratura tipo C em tipo B (parcial articular).

Preencher defeitos sucondrais com alo ou


autoenxerto.
Tratamento
• Cuidados pós operatórios

○ Imobilização 2-3 semanas;


○ Fisioterapia AD tornozelo, subtalar,
MTF
○ Marcha proprioceptiva após 12 sem
○ Edema pode durar alguns meses.
Complicações
• Resultados
○ ⅓ mantem a longo prazo: rigidez, inchaço e
dor.

• Necrose superficial: cuidados locais e paciência


• Necrose profunda: debridamento, remoção de
implantes frouxos, retalho miocutâneo.
• Osteomielite.
• Pseudoartrose.
• Artrose pós-traumática
○ Artrodese 5-26%
Bibliografia
ROCKWOOD, Charles A; GREEN, David P;
BUCHOLZ, Robert W. Fraturas em adultos. 8. ed.
São Paulo: Manole, 2015.

Rüedi TP, Princípios AO do tratamento de fraturas -


Porto Alegre: Artmed,2009.

<www.traumatologiaeortopedia.com.br>

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